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História Forms of Fear - Irmãos


Escrita por: Ella13

Notas do Autor


Demorei, mas agora estou aqui Haha

Capítulo 8 - Irmãos


Entrei em casa, passando ao lado do Tyler que bufava. Ele sabia quem era, não sei por que ainda perguntava.

- Heloise já chegou? – Falei mudando o foco do assunto.

- Você não me ouviu? – Ele agarrou meu braço e me puxou para perto dele. – Responde logo quem era.

- Tyler, para. – Puxei meu braço, mas ele não largou.

- Só responda. – Seus olhos me fuzilavam.

- Era o Caleb, ta legal? – Falei com um grito fino. – Ontem minha carteira caiu da minha bolsa e ele honestamente me devolveu.

- E para isso você precisava tá dentro de um carro com ele? – Ele disse me soltando.

- Tá quase chovendo, Tyler. – Falei irritada. – Eu não iria vim na chuva.

- Nossa, você sempre tem uma desculpa. – Ele disse rindo.

- Não deboche. – Falei empurrando o peito dele.

- Dá para vocês pararem com isso? – Naomi disse saindo da cozinha. – Essa briga boba de criança me enche.

- Vai embora, querida! – Berrei irritada

- Bem que eu gostaria. – Ela sorriu. – Ficar longe de uma ninfeta que nem você seria a glória.

- SUA PUTA! – Berrei alto.

- ELOÁ! – Meu pai gritou do seu escritório. Um arrepio passou por todo o meu corpo. – Venha aqui. Agora!

- Boa sorte. – Naomi sussurrou, piscando para mim.

- Te odeio. – Sussurrei. – Odeio.

Passei pela sala e fiquei parada na porta de madeira do escritório. Comecei a me balançar, tentando encontrar calma. Por fim empurrei a porta e entrei.

- Senhor? – Perguntei encostada na porta.

Ele estava com o queixo encostado na mão, do outro lado do escritório. Ele me olhava cinicamente.

- Por que você insiste em tratar a Naomi assim? – Ele disse calmo.

- Papai. – Choraminguei. – Ela quem começa sempre.

- Não acredito. – Ele disse serrando os olhos.

- é. – Falei triste. – Nunca acredita.

Acho que ele não se toca de como essas palavras me machucam. Eu sei que ele não fala da boca pra fora.

- Não faça drama, princesa. – Ele disse, era raro as vezes que ele me chamava assim.

- DRAMA? – Berrei. – Você trai a mamãe com essa criança e eu to de drama?

Falei sentindo meu coração na garganta palpitando forte, como se quisesse sair de dentro de mim.

Ele se levantou com fúria nos olhos, me segurei á porta com medo.

Ele veio até mim e agarrou meus braços com força.

- Qual o seu problema? – Ele falou com raiva me chacoalhando.

- Para. – Pedi com lágrimas nos olhos.

- Você é idiota? – Ele disse me balançando. – Responda! A Naomi é apenas uma empregada, e essa sua paranoia já está me enchendo.

Virei o rosto com pavor, minhas lágrimas escorriam.

- Falei com a senhora Iron. – Ele continuou, eu tenho pavor dela. – Eu devia te mandar de volta aquele internado, aliás você nunca devia ter saído de lá.

- Mande! – Gritei. – Me mande! Mas quando você estiver velho e debilitado, vou me encarregar de te mandar para o asilo mais barato e sujo que existir.

Falei aquilo da boca para fora, no momento da raiva, por pior que ele fosse comigo, eu nunca conseguiria dar o troco, não nele.

- Idiota! – Ele disse soltando meus braços e me dando as costas. Indo até uma mesinha ao lado esquerdo onde havia copos e um litro de whisky pela metade. Ele botou um pouco em um dos copos e deu uma golada.

- Saia daqui. – Ele falou encostado á mesinha, sem me olhar.

Meus lábios tremiam. Meu corpo tinha um mistura de medo, desgosto e tristeza por saber que nós dois tínhamos chegado a essa ponto.

Sai do escritório batendo a porta com força. Passei pela sala, vi que o Tyler estava lá em pé. Subi as escadas com pressa e não parei quando o Tyler chamou meu nome. Passei ao lado da Dayse que ficou boquiaberta com meu estado.

Entrei no meu quarto e saltei na cama, me agarrei ao travesseiro para que ele tapasse meus gritos de aflição. Chorava alto, mas tudo era abafado.

- Amor? – Tyler disse entrando no quarto. – Você tá bem?

- Vai... Vai... em-embora. – Falei em meio a vários soluços.

Ele se sentou ao meu lado e deitou o tronco dele sobre minhas costas.

- Vai ficar tudo bem. – Ele disse beijando minhas costas. – Sinto muito ter ficado com ciúmes. Eu sei que você nunca me trairia.

- Odeio meu pai. – Falei ignorando tudo o que o Tyler tinha dito. Esse discursinho era só para ele poder ficar com a consciência limpa de que meu choro não era culpa dele.

- Eu to aqui. – Ele alisava minhas costas com seu nariz, me causando leves arrepios.

- Tyler. – A voz do meu pai soou dentro do quarto. – Já está tarde, devia ir para casa.

Isso não era um pedido, era mais uma ordem.

- Claro, senhor Lancaster. – Tyler disse e chegou perto de meu ouvido. – Te pego as 20:00.

- Até depois, rapaz. – Meu pai disse, e em seguida escutei a porta do quarto sendo fechada.

Me agarrei mais a meu travesseiro e engoli o choro.

- Olha só para você. – Meu pai começou a falar rindo. – Parece que foi ontem que estava você e a Valentina obrigando o TJ a brincar de casinha.

Ele ia começar com a chantagem emocional.

- Aonde quer chegar? – Falei virando um pouco minha cabeça para conseguir respirar.

- Eu já perdi dois filhos, Eloá. – Ele disse, pude vê-lo se encostando aos seus joelhos. – Não quero te perder também.

- Você me perdeu no dia que me enfiou naquele internato. – Falei com magoa, não me parecia certo por a filha de nove anos em um internato.

- Filha, não fale isso. – Ele alisou minhas costas. – Eu e sua mãe te amamos.

Aquilo doeu, eu sabia que a mamãe não me amava há muito tempo, não era justo mentir para mim desse jeito. Fechei os olhos com força para não chorar.

- Nós também cometemos falhas, Eloá. – Ele falou. – Os pais não são perfeitos.

- Não é muito difícil saber que não se deve chamar outra pessoa de idiota. – Falei irritada.

- Quem te chamou de idiota? – Ele disse, ele sempre fazia isso.

- Você. – me sentei irritada. – Como sempre faz após uma briga.

- Eloá, você tá imaginando coisas. – Ele disse irritado.

- Admita! – Falei com os lábios trêmulos.

- Tudo bem. – Ele se levantou. – Volto quando você quiser conversar de verdade.

Ele não voltaria. Eu mais uma vez precisava engolir meu orgulho.

- Desculpa, pai. – Falei e ele parou no meio do quarto.

- Não é só pedir desculpas. – Ele disse sem me olhar. – Você precisa mudar, precisa tratar melhor a Naomi.

- Tá. – Falei indiferente com a boca torta.

- Que tal a gente sair a noite? – Ele me olhou sorrindo. – Só eu e você, a gente vai jantar onde você quiser, e você pode comer o que quiser. Só não conte a Dayse.

Ele sorria satisfeito, como se isso bastasse para ele ser considerado um bom pai.

- Pai. – Falei triste. – Eu prometi a Ruby que ia jantar na casa dela. A Heloise chega hoje.

- Ah. – Ele olhou para o chão chateado. – A gente pode fazer isso outro dia.

- É. – Sorri triste. Eu não queria deixa-lo desse jeito, mas ele também me magoou muito.

- Eu te amo, Eloá. – Ele sorriu por fim.

- Também te amo. – Falei com peso na fala, mas me forcei a sorrir.

Talvez devesse ser eu no lugar da Valentina.

.......

O Tyler tinha ido me buscar em casa, a casa dele era linda. Um jardim com uma fonte no meio, grandes portas de madeira na entrada e uma varanda com cadeiras de balanços onde a mãe dele adorava sentar para ver o por do sol, por dentro a casa era mais linda ainda.

Estávamos todos sentados a mesa, a Heloise e a Ruby estavam lado a lado e era quase possível ver as duas bufando. Uma das empregadas começou a por a mesa. O Jantar era apenas salada.

Heloise estudava na Califórnia, a vários quilômetros de distancia daqui. O pai que pagava tudo e isso aborrecia a Ruby.

- E você gosta mesmo de fazer economia? – Tyler perguntou.

- Melhor escolha da minha vida. – Ela disse pegando meu prato para me servir.

- E namorado? – Tyler provocou.

- Tyler! – Dylan disse irritado. Era muito fácil irritar o senhor Maddox quando se tratada da Heloise.

- Pai! – Heloise riu e revirou os olhos. – Tem um cara, mas não rola...

- O que não rola? – Dylan falava apreensivo.

- Ele é legal. – Heloise continuou. – Mas bebe muito, isso me incomoda.

- Heloise. – Dylan disse. – Você é muito nova para namorar.

- A Eloá namora. – Ela riu. – E só tem 17 anos.

- O Tyler é um bom rapaz. – Ele disse. – Esses meninos que você fala, eu não os conheço...

- Filho, quando serão os interclasses? – Ruby perguntou cortando o assunto.

- Mês que vem, provavelmente. – Tyler disse calmo.

- Eu e seu pai dessa vez iremos. – Ela sorriu. – É certeza.

- Você tá treinando muito? – Heloise perguntou.

- Minha filha, eu não preciso de treino. – Tyler disse rindo. Ele era lindo, ainda mais quando sorria e seus olhos quase desapareciam.

- É por isso que passou á tarde com aquele galeguinho e o Connor? – Ela disse piscando.

- O Caleb e o Connor que precisam de treino, aí eu como o melhor dou uma ajudinha. – Tyler disse.

- Super humilde você. – Dylan disse sorrindo. Ele era com certeza o melhor pai.

- Passou á tarde com o Caleb? – Sussurrei para o Tyler.

- A gente é amigo. – Ele sorriu. Mas eu estava gelada, tinha medo que ele fizesse algo ruim ao Caleb.

- Isso é DR? – Heloise sugeriu dando uma garfada nas suas cenouras em rodelas.

- A gente não briga, ok? – Tyler sorriu.

- Tacam logo fogo um no outro, que aí é menos tenso. – Heloise disse fazendo em cair na gargalhada. Minha risada era algo fora do comum, não era escandalosa, mais era esquisita, parecia um pouco com um porco.

Tyler acabou rindo junto, assim como a Heloise.

- Pai. – Heloise disse mastigando. – Eu e as meninas estamos planejando uma viagem. A gente queria ir passar uns dias em Nova York.

- E quer que eu pague? – Dylan sorriu. Ele tinha satisfação em gastar dinheiro com a filha.

Ruby soltou os talheres com força sobre o prato.

- O que houve? – Dylan disse olhando por cima.

- O Tyler pediu para ir passar uns dias em Chicago com a avó e você disse que não tinha dinheiro. – Ruby disse bufando.

- Eu teria que pagar para o Tyler, o Connor e o Kevin. – Dylan disse. – Sem falar do dinheiro para a comida, as saídas á noite e todos os afins.

- Mãe tá tudo bem. – Tyler disse sorrindo de lado.

- Não filho, não está. – Ruby disse olhando ferozmente o marido. – Por que tem dinheiro para essa bastarda e não tem para o seu filho?

A Ruby sabia pegar pesado.

- Pelos mesmos motivos que ele tinha dinheiro para pagar você e não tinha para comprar fraldas para mim. – Heloise soltou, fazendo a Ruby se virar para olha-la.

- O que quer dizer com isso? – Ruby cobrou com fogo nos olhos.

- O mínimo que ele pode fazer é me dar dinheiro para os meus caprichos já que quando você o tomou de minha mãe ele não dava nem dinheiro para minha alimentação. – Heloise provocou.

Era bem comum isso ocorrer, mas normalmente elas esperavam a janta acabar.

- Saia da minha casa agora. – Ruby berrou.

- Ruby! – Dylan disse alto.

- Não, pai. – Heloise disse calma. – Eu entendo. Essa fudida nunca teve nada na vida e agora acha que a casa é dela.

Heloise se levantou saindo da mesa e indo até a porta da entrada.

- Que merda, Ruby! – Dylan se levantou e foi atrás da filha.

- Qual o seu problema, Tyler? – Ruby se levantou irritada. – Devia cobrar a seu pai mais carinho!

Ela disse saindo da mesa. Percebi o Tyler respirando fundo.

O abracei com força. No fundo era isso que nos unia, ter famílias tão desestruturadas.

- Dinheiro não é amor. – Sussurrei em seu ouvido.

- Eu sei, amor. – Ele me olhou com os olhos vermelhos e me deu vários selinhos. - Pelo menos eu tenho você.

Sorri de orelha a orelha.

- Me leva para o balanço? – Pedi e no mesmo instante ele se levantou e pegou em minha mão.

Abrimos a porta de vidro da cozinha e fomos para o quintal, onde tinha um balanço de ferro. Me sentei nele com meu vestido azul. A lua estava alta no céu e o cheiro de chuva estava no vento.

Ele começou a me empurrar no balanço. Fechei os olhos e inclinei a cabeça. Sentia como se só existisse eu e o Tyler no mundo, e nada mais importasse. Nos dois sempre vamos ter um ao outro e é isso o que importa.


Notas Finais


É isso, meninas!!
Até o Sábado posto mais. Espero que estejam gostando.

Comentem para dar incentivo e opiniões!!

Beijoos!


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