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História Fortnight For Love - Soulmate


Escrita por: harryskingdom

Notas do Autor


OI GENTE TO COM PRESSA PRA VARIAR!! kekekekek
Então uma fanfic novinha pra vocês de novo, realmente, realmente espero que gostem, escrevi com todo carinhos!
boa leitura ~chu

Capítulo 1 - Soulmate


Se eu apenas não tivesse olhado para o jogo de café disposto sobre a mesinha no canto direito da sala de visitas, talvez, agora eu poderia estar num dos melhores encontros da minha vida com o Scott.

Era realmente, muito difícil eu ter um encontro de verdade, e quando eu tinha um de verdade, com alguém que realmente parecia gostar de mim, eu tinha que simplesmente, cancelar. Bufei e peguei aquele envelope me dirigindo para o andar de cima resmungando. E não ousei olhar para trás uma vez sequer ou daria de cara com vovó Mary me fuzilando com aquele olhar azul como o oceano.

Entrei em meu quarto e me joguei na cama pegando meu celular do bolso e digitando uma mensagem para Scott.

“Sinto muito, surgiu uma emergência.

Talvez outro dia? Sinto muitíssimo mesmo. ”

Me levantei tirando o jeans apertado e substituindo por um short curtinho e fresquinho e uma camiseta. Me olhei no espelho e me aproximei o suficiente para tirar as lentes de contato e enfim deixando meus olhos azuis à vontade.

Eu os deixava castanho por pura preguiça de explicar minha história genética. Minha mãe é a personificação da Barbie, uma loira de olhos azuis para ninguém botar defeito que resolveu se apaixonar por um coreano, e aí pronto, nasci um garoto com meio metro de altura loiro de olhos azuis. As pessoas não esperam um asiático de cabelos e olhos claros e eu não tinha disposição para explicar todas essas coisas.

Eu já tinha que ter animo o suficiente para explicar que eu morava aqui, na casa da falecida vovó Mary porque não tinha um bom relacionamento com minha mãe, o que era uma completa mentira, mas não é como se eu pudesse sair por aí contando que na verdade, eu sou um médium que preciso dar continuidade aos trabalhos que passaram de geração para geração.

Minha mãe até tentou “me salvar” desse trabalho, — ainda que vovó Mary insistisse que não adiantaria — ela tentou, me levou para a terra natal do meu pai. Coreia do Sul. Ficou tudo bem até o meu aniversário de quatorze anos quando uma senhora extremamente simpática apareceu na minha frente me pedindo ajuda, e eu não fazia ideia porque apenas eu conseguia enxerga-la. Foi então que minha mãe entrou em um avião comigo e só paramos de viajar quando chegamos em Lafayette, Louisiana.

Vovó Mary me ensinou que quando nossa família, os Dinsmore chegaram em Lafayette eles fizeram uma descoberta. Lafayette era como uma fronteira entre os dois mundos, o mundo dos humanos e dos fantasmas, era para Lafayette que todas as almas com qualquer tipo de dificuldade vinham parar, procurando ajuda, apoio ou qualquer coisa do gênero. Sabendo disso eles tinham duas opções: ou eles iam embora e deixavam aquela cidade à mercê dos fantasmas ou eles ficavam e ajudavam aqueles que só queriam achar a paz.

Desde então cada pessoa nascida na família Dinsmore era médium, comigo incluído na lista.

Existiam pequenas regras em todo esse lance de mediunidade.

REGRAS

01 — Nunca, sob nenhuma hipótese, ignorar o chamado de um espirito, ou isso acarretará em consequências desfavoráveis, para não dizer dolorosas

02 — O médium e o espirito em questão, possuíam uma ligação emocional extremamente forte, até que o espirito perceba do que precisa para fazer a passagem. Não se deve, de forma alguma, negligenciar ou abusar dessa ligação.

03 — Um médium nunca deve mentir para um espirito, portanto, os espíritos ficam incapazes de mentir para os médiuns.

04 — Nunca usar suas mãos para tocar um espirito.

++++

Essas regras foram frisadas, durante anos da minha vida mediúnica, o que me fez nunca esquecer delas, ou cometer um deslize sequer. Me espreguicei e estiquei meu braço, pegando meus óculos na mesinha ao lado. Abri o envelope e li as informações.

— Ok Baekhyun, vamos lá! Quanto mais cedo você terminar isso, mais rápido você vai poder sair com o Scott — disse para mim mesmo.

Oh Sehun, 21 anos, sem registros familiares. Data de óbito: 21/01/2016. Causa: acidente automobilístico.

Sorri vitorioso, os espíritos mais novos eram mais fáceis, eles não eram teimosos e por vezes eram um pouco divertidos, procurei sua foto e achei um garoto extremamente bonito e asiático. Sorri uma outra vez e guardei tudo de volta ao envelope e fechei os olhos novamente me concentrando naquelas informações e em seu rosto.

— Oh Sehun — disse baixinho e esperei aquela sensação extremamente conhecida de um arrepio cruzando minha espinha para só então abrir os olhos. Ele não estava ali, mas eu podia senti-lo próximo.

Me levantei e desci até o andar de baixo e o encontrei parado no meio da sala, ele parecia bem confuso.

— Eu sei que você tá confuso, mas eu posso te explicar tudo isso. — Eu disse calmamente me aproximando dele. Ele era realmente alto e muito mais bonito do que aquela foto havia mostrado.

Ele apontou o indicador na direção do meu rosto e abriu a boca várias vezes sem que uma palavra saísse de lá, após mais alguns esforços ele finalmente conseguiu.

— Como você fez isso? Você não pode simplesmente tirar as pessoas dos seus lugares assim, eu estava ocupado numa coisa muito importante, sabia? — Ele me questionou estufando seu peito e eu me limitei a liberar uma risada.

Me sentei no sofá e ajeitei os óculos em meu rosto.

— Ocupado, senhor Oh? Com o que exatamente? — Questionei segurando outro riso que queria escapar.

Ele pareceu me analisar um pouco.

— Eu.... Eu — ele pareceu perder a fala e logo voltou — Eu estava dentro do sonho de alguém me divertindo e — ele próprio se interrompeu — O que? Espera! Não, não foi isso que eu quis dizer! — Ele balançava suas mãos em frente ao seu rosto.

— Sehun, tá tudo bem! Você não vai conseguir mentir para mim, nem se tentar. — Cocei a garganta e vi sua expressão confusa lá outra vez. — Como você já deve saber, você é um espirito pronto para fazer a passagem, mas por algum motivo você não está conseguindo, e eu sou um médium que vai te ajudar com isso, então, a partir de agora, você vai passar a maior parte do seu tempo comigo, não vai conseguir mentir ou me esconder coisas. Eu não posso encostar em você, pelo menos não com as minhas mãos — levantei minhas mãos no ar — Isso vai te custar muita energia e seu espirito pode ficar adormecido por muitas horas ou até dias por causa disso. Então não me faça tomar medidas drásticas. Ah, é mesmo! E você usa muita energia para ficar nesse plano, então tente não fazer muitas visitas a outros humanos, isso vai usar muito da sua energia. Bom, eu acho que é isso, alguma pergunta? — O olhei esperando o bombardeio de perguntas que sempre vinham.

Ele sorria e se levantou se espreguiçando.

— Tudo bem, eu entendo senhor médium, mas eu acho que seja lá quem for que faz essa seleção cometeu um engano. Porque assim, eu não quero fazer a passagem, eu quero ficar aqui, eu estou satisfeitíssimo com a minha “vida” de agora. — Ele fez aspas quando falou a palavra vida.

Soltei uma risada baixa e logo me levantei ficando à sua frente.

— Eu entendo Sehun, mas você não pode ficar, se você foi destinado a mim, não há nada a ser feito, nós precisamos fazer a sua passagem, você gostando da ideia ou não, então porque você não me conta o que você deixou pendente para a gente resolver isso logo, porque no seu relatório entregue a mim, diz que eu tenho quinze dias para fazer sua passagem ou seu espirito vai ser descartado.

Ele tentou protestar diversas vezes durante a minha fala mas permaneceu em silencio, e agora me olhava um pouco alarmado.

— O que você quis dizer com descartado? — Ele me perguntou baixo.

Voltei a me sentar sentando sob meus pés e tombei a cabeça para o lado.

— Ah.... Você sabe, seu espirito simplesmente vai sumir por aí. E aí Sehun? Qual vai ser? — Perguntei me sentindo um pouco nervoso, como não me sentia há um bom tempo.

— Não é como se eu tivesse alguma opção mesmo — Ele proferiu um pouco emburrado e eu sorri.

 

++++

Kyungsoo afastou os óculos do seu rosto e me olhou com mais intensidade.

— Ele nunca o que? — Questionou como se aquilo fosse um completo absurdo, o que na verdade, era. — Baekhyun, isso é ridículo! Ele viveu o que? — Ele agitou uma das mãos no ar e eu levantei minhas duas mãos pondo um “dois” em uma e “um” na outra, então ele continuou — Ele viveu 21 anos e você tá me dizendo que ele nunca amou? É impossível, ele deveria amar a família dele, ou.... Sei lá! Baek, eu acho que você está errado.

Respirei fundo, aquilo também havia sido complicado para mim.

— Ele é órfão, e ele meio que nunca foi adotado, ele saiu do orfanato no aniversário de dezoito anos e resolveu comprar um bilhete premiado para tentar a sorte e ganhou o prêmio, e ele nunca se apaixonou, ele gastou todo o dinheiro dele em festas, carros importados e viagens. Ele não se envolveu com ninguém, ele simplesmente.... Nunca amou ninguém na vida Kyung, e ele precisa ter amado alguém para fazer a passagem, eu.... Eu não o que fazer! — Disse tudo de uma vez só e pude ver meu primo me olhar embasbacado.

— É simples Baek, seduz o cara. — Ele disse como se fosse obvio e eu não pude fazer nada a não ser rir. — É sério! Você tem essas coxas e esse corpo bonito, deve servir para alguma coisa! — Ele disse de forma natural.

— Kyungsoo ele é um galinha, quer dizer, era. Ah não sei! — Balancei minha cabeça me sentindo confuso. — E outra coisa, ele é especialista nisso, ele vai sacar na hora! E isso é muito cruel, e se ele me amar mesmo? Ele vai ter que ir embora, para sempre! Ah Kyung, isso é uma péssima ideia!

Ele deu de ombros.

— Você não tem muitas opções Baekhyun, e se você não quer o espirito gostosão de quatro por você, sinto muito te dizer, mas você precisa de um plano B urgente, afinal, você já gastou três dias, agora você tem que ir porque eu estou ocupado — Ele levantou um envelope pardo na minha direção, o que significava que ele estava estudando um espirito também, me limitei a bufar e sair dali.

 

++++

Já tinham completados exatos sete dias e nada do que eu fazia parecia surtir qualquer tipo de efeito nele. O que fazia completo sentido, um garoto como eu — sem nenhum tipo de experiências sexuais tentando seduzir um cara totalmente experiente no ramo. Era um plano fadado ao sucesso.

Porém de qualquer forma, eu não estava nenhum pouco satisfeito com aquilo, eu não iria perder a alma de Sehun assim.

No momento eu estava sentado na cama com meu bloco de notas sobre a cama e a caneta vermelha ao lado. Eu havia bolado um plano para tentar pescar a atenção de Oh em mim.

PLANO PARA SEDUZIR OH SEHUN

PRIMEIRO DIA: Jantar com a sua comida favorita.

SEGUNDO DIA: Passeio em um lugar que ele nunca foi, mas sempre quis ir.

TERCEIRO DIA: Show de banda/cantor que ele goste.

QUARTO DIA: Dia na piscina.

QUINTO DIA: Levar Sehun para me ajudar a comprar um animalzinho.

SEXTO DIA: Conversas sobre assuntos do seu interesse.

SÉTIMO DIA: Levar Sehun para dançar.

Eu conseguia lembrar claramente do fiasco que foi cada uma das tentativas.

O jantar teria sido perfeito se eu tivesse feito como Kyungsoo havia me aconselhado.

Já que ele gosta de comida italiana, vai no La Nona e compra uma refeição, leva para casa e joga as embalagens fora. Ele vai achar que foi você que fez. ” Porém Kyungsoo havia esquecido da regra número três. Se Sehun me perguntasse se eu havia cozinhado aquela refeição eu não poderia mentir, e tudo iria por agua abaixo. No fim das contas, resolvi pegar uma receita pela internet mesmo e me aventurar na cozinha, afinal, não poderia ser tão difícil cozinhar um prato de macarrão, certo?

Errado.

DIA 01

Tudo deu errado, começando pelos temperos. Ficou apimentado demais e o macarrão virou uma papa porque deixei cozinhar demais. Os espíritos até comiam, não que precisassem, mas comer era prazeroso, então não havia problemas, e no fim, eu tinha é me humilhado completamente na frente de Sehun.

DIA 02

Não me deixei abalar, afinal, o plano tinha que continuar, o segundo dia eu havia planejado levar Sehun no zoológico, e o zoológico de Monroe era incrível, tá certo que ficava um pouco longe mesmo assim, eu não desanimei. O chamei logo cedo pela manhã e fiz a viagem que durou em torno de três horas, e até o meio dia nosso dia estava indo bem, mas é obvio que eu iria estragar tudo, e estraguei quando fiquei histérico na casa do repteis e tive que ser acalmado por uma senhora muito simpática ali e o que fez você rir por um bom tempo.

DIA 03

Iria ter um festival de hip-hop em Lafayette e segundo minhas pesquisas, Sehun era um grande fã de hip-hop. Era a oportunidade perfeita. E foi, tudo estava ótimo até eu resolver que não tinha problema eu tomar algumas coisas.

É obvio que teria problema, simplesmente pelo fato de que eu não costumava beber e beber essas coisas fortes que eles oferecem em festivais não seria uma boa ideia nem em mil anos. Passei mais de duas horas vomitando tudo que eu havia comido nas últimas 24 horas. Naquela noite me joguei na cama me sentindo patético, mas eu não desistiria do seu espirito, nem que eu tivesse que infringir uma regra para isso.

DIA 04

Eu e meus seis primos dividíamos a casa enorme da vovó que possuía uma piscina e eu usaria isso a meu favor.

Tudo sairia perfeito se eu não houvesse esquecido de um porém:

A piscina era extremamente funda e eu não possuía muita altura somado a um outro detalhe.

Eu não sabia nadar.

É obvio que eu tentei impressionar Sehun e acabei quase morto assim como ele. Naquele dia eu me sentia ainda mais patético, e tinha certeza que se Sehun estava nutrindo algum sentimento por mim era de despreza.

DIA 05

Eu acordei animado, afinal o plano de hoje não era difícil! Comprar um animalzinho era simples e uma coisa intima, um laço entre nós que deveria ser contado.

Entramos no petshop e começamos pelos cachorrinhos, decidi que cachorrinhos e gatinhos eram muito clichês. Até avistar um aquário e decidi. Eu queria um peixe!

Péssima ideia.

No final do dia eu me encontrava extremamente envergonhado e com um bom dinheiro faltando em minha conta bancaria por ter quebrado um aquário lotado de peixinhos.

Aguentei calado as piadas de Sehun pelo resto da noite e naquela noite eu jurei sentir um beijo casto ser depositado sob minha testa quando estava adormecendo, mas eu estava com sono demais para abrir os olhos e checar a veracidade dos fatos.

DIA 06

Não tinha o que dar errado em uma simples conversa.

E realmente não deu, só que meu intuito com essa conversa não foi completamente bem-sucedido, afinal eu queria descobrir coisas intimas que Sehun não contaria para ninguém, confiaria a mim, e no fim eu acabei tagarelando sobre a minha vida durante toda a tarde e pedaço da noite, e quando menos dei por fim pude perceber sua energia sendo esgotada, eu era seu médium, estávamos conectados, eu podia sentir esse tipo de coisa.

DIA 07

Fui para uma das boates mais badaladas de Lafayette e compartilhava o camarote com Sehun quando me ocorreu a ideia de descer e dançarmos no meio de todo mundo, afinal, só eu o veria, então não haveria problema algum.

E foi assim que eu descobri uma coisa.

Sehun seduziria qualquer pessoa dançando daquele jeito.

 

++++

Eu não tinha desistido do espirito de Sehun, é claro que não. Porém o que tinha acontecido ontem ainda mexia com tudo em mim, cada vez que eu fechava os olhos eu só conseguia ver Sehun dançando e me olhando com aquele olhar de predador, ou sua respiração ofegante perto demais de mim.

Senti um arrepio cruzar meu corpo e abri os olhos e ele me encarava escorado na porta.

— Já que você não me chamou eu vim sozinho... — ele disse e eu senti minhas bochechas esquentarem e meu coração batia tão rápido que provavelmente ele pararia.

— Ah... É... Eu ia chamar, eu só.... Estou um pouquinho cansado de ontem, sabe? — Inventei a primeira coisa que veio em minha cabeça e ele pareceu comprar minha desculpa esfarrapada, porque ele simplesmente deu de ombros e se sentou em uma poltrona que havia no outro canto do cômodo enquanto eu ainda permanecia na cama.

Sehun estava bem entretido olhando algo do lado de fora, o que me deixou à vontade para observa-lo. Sehun era um dos homens mais lindos que eu havia visto, era tão injusto eu tê-lo conhecido apenas depois da sua morte.

Fechei os olhos frustrado, talvez se eu apelasse muito fervorosamente eu conseguiria mais um prazo para Sehun. Eu não iria perder o espirito de Sehun assim, não, isso não era uma opção viável!

Senti um calor em minha mão e não me atrevi abrir os olhos, então ele entrelaçou nossos dedos e eu sorri. Me sobressaltei puxando minha mão e abrindo os olhos assustado.

Sehun continuava na poltrona, mas dessa vez ele me olhava e pareceu alargar ainda mais seu sorriso ao acompanhar minhas ações.

Meu queixo caiu, não era possível.

Era?

Ele me olhou serio desmanchando o pequeno sorriso que sempre estava em seu rosto.

— Você consegue sentir isso? — Ele perguntou se ajeitando melhor na poltrona.

— Eu.... Eu nunca senti isso. — Eu tentava explicar, mas nem eu sabia como explicar aquilo.

— A gente pode tentar de novo? — Ele perguntou numa voz mais baixa e eu faria qualquer coisa para ter Sehun me tocando, era como se fosse uma necessidade. Eu apenas fechei os olhos concordando.

Demorou alguns segundos e quando estava prestes a abrir os olhos quando senti um beijo ser depositado na palma da minha mão e senti um arrepio forte passar por meu corpo.

— Eu faço qualquer coisa para você me deixar continuar com isso Baek — Eu não sabia se ele estava perto ou se era aquela maldita alucinação.

Eu apenas me limitei a balançar a cabeça afirmativamente e então senti sua mão segurando meus cabelos entre seus dedos e senti seus lábios sob os meus, e uma chama pareceu se acender dentro de mim. Circulei meus braços ao redor do seu pescoço o puxando para mais perto.

++++

 

Sehun e eu fazíamos aquelas sessões quase o dia todo e eu sempre fugia de uma possível conversa, com desculpas esfarrapadas como as mil e uma desculpas que eu dava agora.

— Baek, é sobre o meu destino! Você me deve isso! — Sehun estava exaltado, eu odiava aquela maldita regra que médiuns não podiam mentir para os espíritos.

— Beleza, você quer saber? Então tudo bem Oh Sehun! Você precisa se apaixonar para poder passar para o outro lado! Pronto, era isso que você queria saber? — Eu não conseguia entender porque eu estava tão bravo com tudo aquilo. Eu sabia que a conexão entre médium e espirito era forte, mas essa conexão com Sehun estava ultrapassando barreiras, eu sentia como se ele fizesse parte física do meu corpo, e eu lutava com todas as minhas forças para não ter que deixar ele ir.

Eu respirava ofegante quando ele se aproximou de mim.

— É por isso que você tentou tanto nos primeiros dias? — Ele abaixou seu tom de voz, não que outra pessoa pudesse ouvi-lo.

Me recusei a falar qualquer coisa que fosse, apenas concordei e então Sehun soltou uma leve risada.

Senti toda aquela raiva voltar com toda força.

— O que é tão engraçado agora Sehun? — Eu estava com o peito estufado e com os punhos cerrados, Sehun era mesmo realmente inacreditável!

— Eu me apaixonei por você na primeira vez que pus meus olhos em você, por Deus Baek, eu daria tudo para poder te beijar agora.

Senti minhas pernas amolecerem e tive que me sentar ou iria cair de bunda no chão.

Sehun havia falado aquilo mesmo?

Aquilo seria engraçado se não fosse trágico. Hoje era o décimo quinto dia de Sehun ali, mais conhecido como último dia.

— Baek, por favor.... Fecha os olhos, me deixa entrar de novo.... Eu preciso te sentir uma vez mais.

Eu apenas me limitei a fechar os olhos e logo senti suas duas mãos calorosas segurar meu rosto e me puxar para um beijo de tirar o folego.

Assim que abri meus olhos, sentia meu rosto era banhado por lagrimas, e Sehun sorria.

Sehun parecia um anjo enquanto me encarava.

— Por Deus Baekhyun, eu sei que só fazem quinze dias, mas foram os melhores quinze dias que eu já vivi na minha vida, eu estou tão apaixonado por você. — Sehun soltou o que desencadeou em uma dor dilacerante em meu peito. Meus joelhos cederam e o primeiro soluço rasgou pela minha garganta.

— Sehun, eu te amo, por favor por favor por favor por favor... — Eu suplicava para alguma entidade, qualquer que fosse que pudesse me ouvir, e soquei o chão a minha frente e assim que levantei meus olhos Sehun havia desaparecido e então todas as minhas forças sumiram. Rolei e deixei que um grito escapar da minha boca e o choro compulsivo saia livremente de mim.

++++

 

Ouvi um barulho e me acordei sobressaltado, olhei no relógio e marcada 02:30 da manhã. Me levantei e peguei a primeira coisa que vi em frente para me defender, tênis. Desci as escadas devagar e pude ver uma silhueta magra e alta no meio da cozinha, acendi a luz e dei de cara com Sehun ali.

Senti uma lagrima solitária escorrer por meu rosto.

— É um sonho? — perguntei mordendo o lábio inferior.

— Não! Sua vó nos deu algumas horas antes de eu fazer a passagem. — Ele disse simplesmente e caminhou na minha direção fazendo menção de tocar em meu cabelo e eu me esquivei.

— Você sabe que não pode Sehun... — Avisei como se fosse obvio.

— Novidade — Ele sorriu ainda mais largo — Sua vó disse que nós podemos nos tocar, você só não pode tocar em mim com as mãos, você acha que consegue isso Baek? — Ele perguntou baixo enquanto enlaçava minha cintura com seus braços o que me fez ofegar alto.

— Acho que eu posso me esforçar — Respondi sorrindo enquanto levava meus lábios aos seus semelhantes.

Sehun se abaixou e segurou minhas coxas e me puxou para o seu colo enquanto eu tentava não tocar em seu corpo, o que ocupava extremamente do meu autocontrole.

++++

 

Acordei e rolei na cama sorrindo a abri os olhos encontrando tudo vazio.

Meu coração deu uma falhada então lembrei de suas palavras.

“São só algumas horas Baekkie...”

Senti as lágrimas voltando, me limitei a enxuga-las e resolvi descer para comer alguma coisa. Assim que passei pela sala avisei um envelope dourado.

— Será possível vovó? Você não se compadece nem com um coração partido? Por favor! — Resmunguei realmente irritado. Eu não iria conseguir ajudar um espirito agora nem que quisesse.

Bufei e caminhei até a mesa e peguei o envelope o abrindo. O papel parecia realmente diferente. Não havia três folhas como usualmente tinham, nem tinha um perfil de um espirito. Muito pelo contrário, parecia apenas uma carta. Engoli em seco. Provavelmente eu estava muito ferrado.

Querido Baek.

 

Então querido, as últimas duas semanas, realmente foram bem turbulentas, não é mesmo? Bom, a notícia boa é que você vai ter algumas férias por enquanto. Isso mesmo, férias. Você pode viajar, ou ir visitar sua mãe, ou simplesmente ficar em casa.

Algo me diz que você vai querer ficar em casa sabe?

Ah meu amor eu sinto falta de você, mas eu tenho acompanhado seu crescimento tanto! Você se tornou um médium e tanto e eu sinto muito orgulho de você.

Mas, chega de besteiras, vamos ao que interessa, sim?

Aquele rapaz Oh Sehun, é um bom rapaz, realmente é. Eu sabia que você iria se conectar a ele, mas nunca imaginei que fosse algo tão forte.

Bom, o garoto Sehun não fez a passagem, mas se acalme, temos um bom motivo!

Sehun não pode fazer a passagem para o paraíso porque, a alma gêmea dele ainda está no plano terrestre, nossos esforços e poderes são realmente fortes, mas não tanto quanto o amor, e podemos fazer muitas coisas, mas dentre as coisas que não podemos é impedir duas almas destinadas uma a outra de viver o seu amor.

Oh Sehun é a sua alma gêmea, meu amor.

Ele ganhou uma nova chance no plano terrestre, em outras palavras, ele é humano novamente, mas se ele tiver qualquer contato com sua vida antiga ele vai voltar para cá, entendeu? Agora vá! Ande! Ele está na varanda te esperando ansiosamente, faça bom proveito!

Te amo muito meu Baek!

Com amor, vovó Mary.

As lagrimas banhavam meu rosto e eu não pude fazer além de sair correndo, abri a porta abruptamente e pude vê-lo sentado sorrindo para mim.

Sehun estava ali em carne osso.

Não pude fazer nada além de correr para o seu abraço, ele era meu agora e para sempre.

Segurei seu rosto com as minhas mãos e o beijei.

— Você voltou! — Disse e um sorriso rasgava meu rosto.

— Em carne e osso — Ele brincou — Eu voltei para ser seu. Para sempre.

“I've waited a hundred years

But I'd wait a million more for you

Nothing prepared me for the privilege of being yours

If I had only felt the warmth within your touch

If I had only seen how you smile when you blush

Or how you curl your lip when you concentrate enough

I would have known what I've been living for all along”

SLEEPING AT LAST – TURNING PAGE


Notas Finais


QUEM GOSTOU LEVANTA A MÃO!!!!!! EEEEEEEEEE
então, gente, eu me baseei num livro de uma serie de mediuns! Super recomendo, quem gostar desse tema me chama que eu passo o livro e autora ou envio o livro tambem porque sou nota10 kekeke~
Enfim, obrigada Mandi pela capa maravilhosa (sério, você se supera cada dia mais!) Obrigada Su, minha ruiva favorita do planeta todo que sempre me ajuda nos plots e nomes, obrigada bebe! E obrigada a todo mundo, cada favorito de vocês é um retorno gigante pra mim! Obrigada!
Até mais pessoal


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