História Found my way - Yoongi imagine - Primeira lembrança

 Era por volta de umas 02h00min AM e eu ainda não havia conseguido dormir por conta dessa merda de cama que ficava batendo na minha parede. Eu não sei de quem foi essa estúpida ideia de inventar casas geminadas.  Tem que ser muito idiota e pão duro pra levantar uma parede apenas  para separar as casas. O pior? Aquela bixa louca gemia irritantemente alto. Foi nesse mesmo dia que perdi a paciência. Soquei a parede enquanto gritava:

 - CALA A BOCA! NEM AS PUTAS DE FILMES PÔRNOS SÃO TÃO BARULHENTAS COMO VOCÊ!

 O único problema é que meus pais também ouviram e eu quebrei a principal regra daquela casa barulhenta: nunca usar palavras “sujas” de baixo do teto deles. Nem nas brigas mais feias entre os dois, nunca saiu um palavrão da boca de ambos. Quando percebi a burrada que fiz, meu pai já estava em pé na porta do meu quarto.

- (S/N), O QUE VOCÊ DISSE? – ele gritou tão alto que até o cachorro do lado começou a latir. Pronto, é agora! – se você me disser que eu ouvi coisas ou que foi um sonho, vou pensar se te perdoou.

 Ele até disse isso com uma voz mais passiva, mas lembro-me muito bem da expressão de dar medo, suas sobrancelhas quase se fundiam com a testa.

- Não foi por querer, eu não durmo há três dias por culpa dessa coisa que mora do lado. – disse olhando pra parede. Voltei a encarar meu pai e ele deu um sorriso que pra mim, naquela época, era mais assustador ainda.

 - Volta a dormir, agora! – ele fechou novamente o semblante ao terminar a frase. Não sei como não urinei no meu pijama, pensei que ele iria me expulsar sem nem pensar mais.

 Por incrível que pareça, os gemidos extremamente altos pararam e consegui dormir, nisso já era 03h30min AM e eu tinha aula na manhã seguinte. 

 Com toda a euforia que estava de desabafar o que aconteceu, acabei esquecendo-me de apresentar. Sou (S/A), tenho 18 e formo esse ano. Mudei junto de meus pais há três meses, e desde então é um custo dormir. Meus pais sempre brigaram assim, acredito que no fim do dia eles sempre tiravam uma, porque no dia seguinte o sorriso estampado na cara de ambos, era irritante de tão brilhante, mas aquelas brigas diárias me incomodavam de uma forma que nem eu entendia.

 O meu vizinho, aquele puto? Era o Min Yoongi que deve ter brotado dos quintos pra atormentar minhas noites. Pra piorar? Era meu professor de música. Aquela coisa pálida levava uma “mulher” diferente a cada dia (se é que pode chamar aquilo de mulher). Quando o pinto cair, ele sossega e eu iria poder dormir.

 Na manhã seguinte acordei as 06h40min AM pra ir a escola, estudava lá há quase três meses e não tinha nenhum amigo, não por ser antissocial nem nada, mas havia um grupinho miserento liderado por um retardado infantil chamado Kim Namjoon. Era tão irritante que o chamavam de Rap Monster, tinha consigo 4 lacaios que eu não fazia a menor questão de decorar nome. Essas pessoas que acham que só por serem excessivamente bonitas podem menos prezar nós de beleza simplória.

 Para não ser atormentada pelas crianças da minha idade, chego atrasada todos os dias, mesmo sendo aula de história dada pelo meu maravilho professor Kim Taehyung. 

 Pra minha infelicidade, coloquei o pé pra fora e avistei um parasita quase albino vindo em minha direção e me puxando para dentro de seu carro. É HOJE!

 - Senta ai! – ele disse fechando a porta do passageiro, passando a mão pelos cabelos pretos quimicamente tingidos e saindo em direção ao outro lado. Assim que entrou no carro perguntei o motivo de EU estar ali. Com aquela cara de pau branca, disse enquanto dava a partida:

  - Você interrompeu meu orgasmo ontem!

 - EU O QUE? – sem perceber, gritei. Ele tapou um dos ouvidos, mas sem tirar os olhos da estrada.

  - Assuma a responsabilidade! – há? O que infernos ele que dizer com isso?

 Sem respondê-lo e sem perceber, já estávamos no estacionamento da escola, sai com a mente completamente desligada sem entender do que exatamente estávamos falando. Ele saiu andando me deixando pra trás que nem uma bocó com a boca semiaberta, cerrando os olhos por conta do sol forte que batia no vidro do carro e refletia em meu rosto.