História Found my way - Yoongi imagine - Décima sexta lembrança

A caminho de volta ao nosso bairro, a nossa casa, não houve trocas de palavras, encostar de mãos ou qualquer contato físico ou visual. A raiva de Yoo Gi estava estampada em sua face pálida que carregava um semblante sério. Por eu não ter respondido sua pergunta é o motivo de toda a tensão entre nós. Aquele silêncio constrangedor só foi quebrado assim que chegamos frente ao baixo degrau da entrada da minha casa.

— Até amanha, no primeiro horário. – um fraco sorriso educado e sem animo me foi dado depois de suas palavras.

  Eu queria falar tudo, contar os reais motivos, que eu não queria ter de ir. Um nervosismo correu pelo meu corpo fazendo com que minhas pernas tremessem. Queria abraça-lo, beijá-lo, dizer claramente meus reais sentimentos, sem me importar com o fato de que, apenas de olhar pela janela do quarto, meus pais poderiam assistir a tal cena de camarote, mas isso não me importava naquele momento e o nervosismo não me impediu de agir e, pela primeira vez, minha lerdeza não me dominou. A cada passo que ele dava se distanciava de mim e, o fato de eu estava pensando em o que e como dizer, fazia a distância aumentar. Deixei aquela perda de tempo e simplesmente corri até onde Yoon Gi se encontrava. O abracei por trás e apoiei minha cabeça em suas costas podendo ouvir os batimentos acelerado vindos de seu coração pelo meu ato repentino.

— O qu-

— Não fale só escuta! – o interrompi com minha fala e o apertando mais. Assim que senti suas grandes mãos que, mesmo estando frio, estavam quentes. Um suspiro profundo saiu de mim e desliguei meu juízo, deixei as palavras saírem como bem queriam. – Eu não quero ir! Não quero ter que deixar a Soo... Ter que deixar o Jin... Não acompanhar o desenrolar do triangulo amoroso do Jung Kook... Ter que deixar quem fez eu me apaixonar em apenas 115 dias...

— Então não vá! – por mais baixo que fosse o tom, eu pude sentir a firmeza e raiva contida em cada palavra.

— Não é assim, e você sabe. – sussurrei tentando impedir que as lágrimas escorressem.

— Você já é maior de idade.

— Mas dependo dos meus pais pra viver! – senti o aperto de suas mãos nas minhas e não contive as lágrimas que tanto queriam sair. – Em 121 dias de moradia nesse pequeno país frio, conquistei coisas que jamais pensei em conseguir em tão pouco tempo, e terei de deixa-las ir a mais pouco tempo ainda. Eu não quero isso!

 Depois daquilo, nenhuma palavra mais foi compartilhada. Ele simplesmente se virou de frente a mim, desfazendo-se do abraço, e me beijou. Um beijo salgado causado pela mistura de lágrimas vindas de ambas as partes. Não me importava quem visse ou que dissessem, eu ia ir embora mesmo, nada que acontecesse ali afetaria nenhum de nós. Queria curtir o calor vindo de minha pessoa favorita.

                                                  [...]

 Formatura, o que significa ter passado exatos 7 dias depois de minha suposta declaração. Naquele dia, minha mãe pegou nós dois no Love depressivo e falou até babar na minha cabeça, mas, como eu disse, o que acontecesse não nos afetaria. Mesmo depois de ela ter jogado na minha cara o fato de que iríamos embora e aquele relacionamento aluna x professor não causaria mais problemas – não sei que problemas causamos, se o máximo que já fizemos foi roubar selinho um do outro na despercebida – não paramos de nos encontrar. Havia decidido largar a burrice de ‘afastar dele fará o sentimento de ambos diminuírem’ e aproveitar o máximo que o tempo nos permitia.

Ele veio com uma ideia doida de batizar o máximo de locais possíveis da escola e... sim... bem... Min Yoon Gi convenceu a fracote da (S/n) a tranzar na escola. Pra ser mais especifica, ele me arrastou para os vestiários, depósito da quadra, atrás da arquibancada, banheiros, sala dos professores, sala de musica, na dispensa do refeitório. Tudo isso em exatos 7 dias, sim... ele me fazia matar aula pra me encontrar com ele.

 Quanto a Soo, aproveitei o dia que meus pais foram comprar as malas onde levariam as coisas extras que foram adquiridas durante a estadia na Coreia do Sul – posso dizer que surtaram ao ver o quanto pagariam por excesso de bagagem – a chamei para ir até lá em casa, mas a teimosa não quis, então fui eu de encontro a ela. Era minha primeira vez em outra casa que não fosse a minha ou a do meu vizinho. Era bem diferente já que não era em um bairro com casas geminadas e sim casas avulsas. Mesmo sendo de um andar apenas, era mais que aconchegante e a presença dos pais da morena era tranquilizador, não sei explicar, apenas me senti segura estando ali.

— Hoje... nosso dia especial. Finalmente formandos e eu creio que seja apropriado lhe contar isso. Por favor, não invoque o oxalá por eu não ter te contado antes. – já no quarto da Soo, cujo era pequeno e confortável, estava decidida a conta pra ela.

— Oxa quem?

— Oxalá, se não entende é bom que não corre o risco de invoca-lo. Soo... sabe o Yoon Gi?

— Min Yoon Gi? Professor de musica? Que tem? Deu encima de você? Eu finalmente descobri o porquê do apelido Suga- – tive que meter minha mão na boca dela ne! Lembrar-me de coisas desnecessárias é bem desnecessário.

— Eu e ele estamos em um relacionamento sem nome. – falei tão rápido que nem eu mesma havia entendido exatamente o que saiu da minha boca.

— Vocês o que? – ela parou por um momento e se jogou na cama. Eu não tinha forças pra falar de novo, tinha medo da reação dela. Não queria ir embora a deixando pra trás com raiva de mim. – ESTÃO SAINDO? – ela gritou dando um pulo da cama.

— Eita porra, você entendeu?!

— O QUE? COMO ISSO...? AN?

— Não sei explicar. Ele se declarou, eu senti e tamo ai. – simplista como o cinza do teto do pequeno quarto

— Meu deus... e você vai embora... como? Relacionamento a distância? – nem eu havia pensado naquela possibilidade, mas não era isso que eu queria saber vindo dela.

— Foco em mim, por favor. Não ta brava? Não acha isso estranho?

— Estranho? Brava? Só se for por não ter me contado antes, tirando isso, se seu sunbaenim se apaixonou por você, problema teu.

— Nossa! Melhor que psicólogo hein.

 Naquela noite de sábado, tivemos nossa esperada formatura. Meus pais não investiram lá grandes coisas em minhas vestimentas, então tive que me virar e fazer por conta própria. Não foi lá O VESTIDO, mas deu pro gasto. Era vermelho até o joelho – sou baixa, não sou fã de vestidos longos que só diminuem minha estatura – sem muitos detalhes já que eu não tinha material suficiente, o máximo que pude fazer foi deixar as costas aberta laçada por fitas e uma renda preta na saia rodada. O salto scarpin preto aveludado cujo coloquei duas correntes prateada ao lado de cada pé pra tentar da algum charme. Meu par no baile? Kang Yoon Soo, melhor par existente naquela escola.

 A festa ocorreu na quadra aberta atrás do prédio e, para evitar retardamento de retardados como Park Ji Min e Jung Ho Seok, a piscina estava coberta. Estava tudo tão surreal: a decoração toda em prata e dourado, por incrível que pareça a cerveja – somente a cerveja – estava a dispor de todos os estudantes, o DJ tocava de kpop a eletrônica, parecia haver uma competição de piriguete porque tinha cada vestido e decote que deixaram até o Jin babando. Como a Soo não é fã de vestidos, ela foi com uma saia longa toda cortada em tiras com um short simples por baixo daquele projeto de saia e uma camisa de manga longa por dentro do short a deixando soltinha, mas isso não a impediu de estar calçando aquela linda Lie Line de salto grosso no mesmo tom de azul da camisa.

 Pra você que pensava que os garotos estariam de terno, sinto informar que não. Nem os professores vestiam terno, também, quem veste terno em uma feste de formatura de um bando de adolescentes sem juízo? A melhor parte daquilo tudo foi quando Nam Joon já não se aguentava em pé, mas me arrastou até o palco onde o DJ estava e começou a pular abraçando-me de lado. Nunca pensei que iria amar tanto a companhia dessas porras como aconteceu naqueles 129 dias.