História Found my way - Yoongi imagine - Oitava lembrança

- Como sabe disso? – pergunta errada (S/N). Ele havia escorado as costas na cadeira onde sentava e cruzara os braços sobre o peito.

 - Você nem ao menos tenta negar. – ele soltou um suspiro meio que profundo demais e desviou o olhar para a janela que havia ao lado da mesa onde sentávamos. – É burra ao ponto de ter que pagar de puta e fazer “favores” ate ao professor de música? – aquelas palavras que foram debochadamente cuspidas  na minha cara fez com que meus nervos estourassem e toda a paciência que eu guardava para meus futuros filhos, já que não é tanta, se perdeu dentro daquele local no prédio do terceiro ano.

 Bati ambas as mãos na madeira da mesa e me levantei afastando a cadeira fazendo Namjoon me olhar incrédulo e a tia da biblioteca fazer um “shi” de sei lá onde ela estava.

 - Primeiro: eu não te devo satisfações do que faço ou não da minha vida, isso não lhe interessa, não pergunte sobre o que não é da sua conta! Segundo: eu não sou suas amigas, namoradas, sex friend, negas ou a puta que te pariu pra você falar assim comigo! Terceiro: v... – fui interrompida por uma mão que tapou minha boca. O dono dessa, logo se manifesta fazendo com que eu possa reconhecer ser Min Yoongi.

 - Terceiro: por que a curiosidade? – após ter terminado a frase, Yoongi se afasta de mim, deixando minha boca livre e se aproximou de Namjoon que não havia mudado a expressão de espantado do rosto. – Será que, pela primeira vez, temos algo em comum, pri-mi-nho.

 Yoongi deixa um sorriso sarcástico formado nos lábios e faz meus olhos arregalarem. PRIMOS? COMO? QUANDO? ELES NÃO SÃO PARECIDOS! NEM O MESMO SOBRE NOME TEM! WHAT THE HELL IS HAPPENING?

 - Nós não temos nada em comum. – Namjoon corta meus pensamentos se levantando da cadeira calmamente e caminha até a porta da biblioteca. Mas que porra aconteceu?

 Assim como eu, Yoongi o assisti sair pela porta. Quando ia seguir o mesmo caminho, meu braço é segurado. Novidade ne, todo mundo segurava meu braço naquela bagaça de escola. Era tara? Fetiche? Ou meus braços exalavam feromônios?

 - Eu tenho aula agora, se não se importa. – disse e balancei meu braço que era segurado e ele me soltou. Sai da biblioteca o deixando lá. Olha me desculpem, mas eu realmente não queria contato com esses... seres da mesma família naquele momento.

 Caminhei até meu armário e peguei o livro necessário e um papel caiu dele. Peguei este do chão e o sinal tocou. Enfiei o pedaço de papel no bolso da blusa e corri ate o segundo andar.

 As aulas pareceram mais longas naquele dia que o de costume e a ultima aula seria de química, uma de minhas favoritas, seria se eu não tivesse aula junto de 3 moscas. A aula era divida em 3 grupos de 5, e tinham exatamente 15 alunos na sala, mas pra comer meu pâncreas, um ser cujo tive enorme vontade de tacar soda caustica na cara,havia faltado, resumindo: fiquei junto das três moscas que chamam de Kookie, que eu achava gay pois pra mim cookie é biscoito, Jin, ser que tem a língua e o ego maior que o corpo e Jimin, o perdidão da coisa toda.

 Durante os primeiros 6 minutos de aula, aquela criatura dos lábios carnudos não parava de me encarar, então resolvi tirar proveito de o professor ter ido buscar tubos de ensaio e tirei minha duvida sobre ele ser o bocudo perguntando se ele quem havia dito ao Namjoon sobre eu ter saído da casa do Yoongi.

 - Que? O que infernos você fazia na casa do professor? Sabe que ele é primo do Rap Monster né? – JungKook não sabia. Ótimo, pelo menos o fofoqueiro de salão feminino não espalhou, mas confirmou ser o linguarudo ao dar um sorrisinho sínico e bem debochado para meu gosto.

 - Pra que? O que ganham com isso? Melhor, o que ganham me enchendo? – eu realmente não entendi o porquê daquilo. Foi repentino, eu cheguei à escola e dois dias depois já havia virado alvo de pessoas atoas.

 - Brasileiros são lerdos assim mesmo? Não é obvio que o Rap Mons... – Jimin foi cortado pelo professor que chegou distribuindo os tubos, mas reparei que Seokjin o lançou um olhar nada agradável.

 Depois da aula, no intervalo ou nas aulas que fazíamos juntos, varias vezes, tentei tirar informações dele, mas pelo visto só o Jin era o bocão. Só fui descobrir sobre o que se tratava quando o próprio Namjoon me disse por conta própria, mas isso é outra ocasião.

 No fim daquele dia, Jungkook me esperava sozinho no portão da escola rodeado de vacas. Sério, aquela escola realmente parecia uma fazenda, só tinha animal. Vaca, galinha, gato, cachorro, até piranha era possível de se ver. Quando ele notou minha presença, o vi falar algo e logo o rebanho se afastou e o mesmo veio até mim.

 - Te abandonaram hoje é? Pobrezinho.

 - Essa é sua tentativa fracassada de me zoar? Pode parar então. – lembro que quando cheguei na Coréia do Sul, pensei que seria a zoeira em pessoa, já que brasileiro tem fama de ser brincalhão, mas eu sou a zoada e não a zoadora. Ate mesmo hoje. – Vim te levar pra dar uma volta.

 - Volta? Pra que?

 - Colocar a conversa em dia. Vamos! – ele saiu me puxando pra fora do portão de grades brancas da escola. Queria perguntar o porquê de ele estar sozinhos, mas ele não calava a boca. Tagarelava que nem maritaca engasgada e cantarolava umas musicas chiclete que pregavam na cabeça como musica de fim de ano da Globo.

 Ele nos levou até uma praça com pistas de skate e bicicleta.

 - O que estamos fazendo aqui?

 - Você faz perguntas demais, não acha não? – Jungkook se sentou na beirada de uma das pistas e deu batidinhas no local vazio ao seu lado indicando para que eu sentasse. – Não é nada demais, apenas conversar.

 - Conversar? Você tem vários amigos, por que não conversa com eles? – me virei pronta para ir embora, mas ele me fez voltar ao dizer que há certos tipos de conversa que uma amiga era mais útil que um amigo. Aquilo me despertou curiosidade, que já não era... é pouca coisa, então me sentei. Ele começou a balançar as pernas feito criança e sua face deixava bem visível que ele estava pensando em como começar a falar e não demora para que começasse.

 Disse que gostava da mesma pessoa que um amigo próximo e não sabia o que fazer que queria contar, mas tinha medo de o magoar e de ser injusto. Sabe, Jungkook é um garoto bem sensato e que pensa e planeja muito as coisas antes de executa-las, e isso me impressionou um dia, até eu descobrir que no fim, ele nunca faz como planejado. Depois disso, passei a achar tudo isso uma falta do que fazer.

 - Seja sincero com seu amigo e com você. Conte a ele seus sinceros sentimentos sem medo de dá pra trás. Diga o que sente e se pensa em desistir ou não. Apenas... seja sincero. – comecei a brincar com minhas pernas também. Digamos que fiquei um pouco envergonhada pelo que eu disse.

 Jungkook me assustou ao pegar meu rosto com ambas as mãos e apertar minhas bochechas formando um “biquinho de peixe” em meus lábios.

 - Muito obrigado, sabia que você seria útil. – ele me deu um beijo na testa, se levantou e saiu.

 - O que foi isso? – sussurrei para mim mesma em português. Fiquei um tempinho sentada ali, pensando no que fazer. Lembrei-me de Min Yoongi, meu vizinho chato, a causa das minhas insônias e o meu professor de musica quem havia se declarado para mim. Eu tinha que dar uma resposta, mas pensava ao mesmo tempo no que eu sentia por Min Yoongi?