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História Fourth Of July - You And I Were Fireworks


Escrita por: conterstellar

Notas do Autor


Hello!

Bom, aqui está uma oneshot valgrace que está me dando ansiedade pra postar logo. Ela é uma songfic, basicamente, porque foi inspirada na música Fourth Of July do Fall Out Boy e alguns versos da música são usados como diálogos aqui também. Sinceramente, eu amo tanto essa oneshot que estava com ciúmes para postar.

(E de novo, não tem nada de mais na história além de fluff, mas tenho que por +18 por causa das regras)

O tempo em que se passa a história também não é citado, então deixo pra sua imaginação!

Até as notas finais.

Capítulo 1 - You And I Were Fireworks


Foi durante uma música alta tocando em algum lugar distante, e debaixo de fogos de artifício estourando no céu em que Jason percebeu o quanto seu melhor amigo realmente significava para ele.

Leo divagava sobre como iria fazer fogos de artifício ele mesmo no ano seguinte e o assunto moveu-se para sua admiração pelo funcionamento e propósito daquela comemoração, mas embora Jason fizesse seu melhor para ouvir com atenção, ele estava muito focado no modo como os lábios de Leo se moviam em sua fala, e nos gestos exasperados de suas mãos para articular suas palavras. Seus olhos castanhos brilhavam como se refletissem suas ideias atuais, e alguns cachos do seu cabelo caíam sobre a luz que seus olhos continham, e Jason não poderia acha-lo mais bonito do que naquele momento.

E havia sido daquela forma em que havia descoberto.

“Jas? Ei, Terra chamando!” Leo estalou os dedos na frente de seu rosto. Ele tinha o olhar centralizado em Jason e as sobrancelhas estavam levemente arqueadas, combinando com sua expressão divertida. ― Por que eu sinto como se estivesse falando com as paredes? Eu costumo á fazer isso quando não tem ninguém ao redor para ouvir.

“Não há paredes aqui.” Jason franziu o cenho, pensando sobre como se localizavam no meio de um campo, sentados na grama com a cabeça inclinada para cima, assim poderiam admirar o céu com mais facilidade. Pelo menos, para Leo, os fogos de artifício eram a coisa mais bonita naquela noite.

“Exatamente.” riu sozinho, e embora seja fraco e quase imperceptível, Jason não pode deixar de perceber com mais atenção do que deveria. “O que foi? Você parece... Surpreso. E aéreo, com certeza. Isso é tão irônico para o Superman.”

Jason desviou o olhar, escolhendo depois de muito debate silencioso que encarar o céu seria sua melhor opção por ora. As estrelas passavam despercebidas por trás das faíscas que os fogos produziam, a explosão de cores pintando o céu que costumava ser negro e plano. Havia beleza naquilo e Jason admitia o óbvio, embora ainda pense que o rapaz ao seu lado vencia tal competição.

“Só estou pensando em tudo que aconteceu nos últimos anos, sabe?” Jason disse repentinamente, ciente do olhar do moreno em si. “De tudo que passamos, ainda há tempo livre em todo dia quatro de Julho para celebrar. Isso não te deixa... Maravilhado, ou algo assim?”

“Nah. Acho que as coisas sempre serão como são, e isso é bom. Acho.” Leo respondeu, então voltando á observar o céu como se estivesse ansioso para fazê-lo o mais breve possível. “Exceto que, ano que vem eu não serei o único solteiro nesse acampamento. Estou falando sério, Grace. Quer parar de rir? Não foi uma piada! Porque você não ri do que deveria?”

O louro balançou a cabeça, sua gargalhada se esvaindo gradualmente. Ele estendeu o braço na direção de Leo, e embora hesitação fosse explícita em sua linguagem corporal, a ponta dos seus dedos finalmente tocou o braço do moreno, logo abaixo de onde a manga de sua camiseta acabava. Conseguiu a atenção de Leo imediatamente, fazendo com que o rapaz olhe para ele com uma sobrancelha arqueada.

“Você não é o único.” disse. Jason sentiu um nó em sua garganta, mas não era por quão legítimo era seu comentário, mas sim pela informação omitida. Foi preciso uma mordida na língua para impedir-se de continuar falando. Ele já estava se arrependendo de ter aberto a boca em primeiro lugar, pois afinal, Leo sabia que ele e Piper já não eram mais um casal há um tempo, o que tornava a informação desnecessária.

Mas Leo pareceu entender seu silêncio após a afirmação, pois ele apenas assentiu com um sorriso que enviava calma para Jason. O moreno repentinamente tinha uma expressão alegre e incomum ao olhar para os fogos de artifício de novo, como se fosse a primeira vez que presenciava aquela vista.

E Jason não conseguia parar de acha-lo bonito sobre a luz artificial no céu.

***

“Dê-me uma boa razão do por que eu deveria te deixar comprar um carrinho cheio de fogos de artifício.”

“É dia quatro de Julho...?” Leo sorriu amarelo, o tom de sua voz indicando que sabia ser uma péssima razão para convencê-lo, mas pelo menos havia tentado.

“Achei que você tinha dito ano passado que iria fazer seus próprios.” Jason comentou casualmente enquanto colocava duas caixas de suco em seu carrinho quase vazio – era sua vez de fazer as compras para a comemoração do dia da independência do Acampamento Meio Sangue, e por alguma razão, ele resolveu que seria uma boa ideia levar Leo junto, assim como basicamente metade do acampamento. Era incrível todos agiam indiferentes á presença de Jason, quase como se ele fizesse parte daquele acampamento, não o Júpiter.

Leo pareceu ofendido por um segundo com seu comentário, pois cruzou os braços e fez o maior bico que Jason já havia visto. E, o único que havia visto em Leo até aquele momento. Ele decidiu que era uma das expressões mais adoráveis do moreno, mas não o diria isso.

“Uh, não funcionou.” disse, mostrando suas palmas, que além das marcas usuais de um filho de Hefesto, tinha uma coloração violeta e semelhante á tinta desbotada marcando sua pele morena, como se ele tivesse tentado removê-las, mas sem sucesso. “Por favor, Sparky? Vai ser legal e você não vai se arrepender.”

Jason olhou para o carrinho cheio de fogos de artificio ao lado de Leo e suspirou.

“Tente de novo ano que vem. Não vamos levar isso.”

“Droga, Grace!” Leo reclamou, mas empurrou o carrinho para seguir o mesmo caminho pelo qual ele havia chegado. Jason não sabia exatamente porque Leo se submetia á ele, afinal, não tinha motivos para aceitar suas ordens ou nem mesmo pedir permissão, mas não se atreveu á perguntar, deixando a questão como aberta.

Mais tarde naquele dia e Jason andava em círculos impaciente. Seus amigos estavam do lado de fora, e as conversas e risadas eram ouvidas de dentro do chalé com facilidade em ecos próximos. Pela janela, ele viu que todos já encontravam lugares ideias para ver os fogos de artificio, que começariam á estourar logo em breve, mas Leo não estava a lugar algum de ser visto.

Ele olhou para trás, esperando que algum filho de Hefesto esteja ali dentro para ajuda-lo com informações que seguiam além do que Nyssa havia o dado após deixa-lo entrar. Mas ao invés de encontrar o vazio, viu Leo o encarando com as sobrancelhas franzidas e a confusão e divertimento misturados em seu olhar.

“Por onde você esteve?” indagou Jason e Leo apenas deu de ombros, então recebendo um olhar incrédulo do mais velho pela sua naturalidade com tal assunto. “Os fogos vão começar...”

“E você acha que eu perderia?” sorriu, aproximando-se com tanta animação que fez Jason imaginar se ele começaria á dar pulinhos. Não desconfiava de que Leo realmente o fizesse, mas não aconteceu no fim. “Vamos. O que você está esperando?”

Jason piscou atônito. Leo já estava muito perto para o gosto do louro, mas este não poderia forçar-se á dizer uma palavra sobre isso; primeiro porque era arriscado ao extremo, e segundo porque não tinha tanta certeza se realmente queria que o moreno se afastasse. Então, com um aceno de cabeça e um nó em sua garganta, Jason discretamente deu um passo para trás, incapaz de ficar tão próximo de Leo e de controlar todos seus sentimentos e vontades ao mesmo tempo.

“Vamos logo.” decidiu, e quando viu Leo assentir e virar-se para a porta, lembrou-se de mais um detalhe após engolir em seco, forçando suas emoções atuais para dentro. “Espere. Está tudo... Ahn, certo para o monte? Ainda vamos nos encontrar lá?”

“Sim.” Leo respondeu, embora seu tom se assemelhe á interrogação e dúvida. “Só vou dar o ar da minha graça para os campistas, depois apareço lá. Aparentemente ninguém teve a sorte de ver meu rosto angelical hoje. Vou fornecer essa alegria para eles por um segundo.”

O romano deu risada, seguindo Leo para fora do chalé. Ele viu o rapaz caminhar até os filhos de Afrodite com um sorriso afetado e os braços abertos como se esperasse um abraço, o que fez com que as pessoas façam caretas e se afastem imediatamente com gritinhos. Leo riu logo depois, então seguindo até onde Piper se sentava ao lado de Reyna – que embora não seja uma visitante comum como Jason, ainda encontrava um modo de aparecer no acampamento para ver a filha da deusa do amor.

Uma música pop tocava no fundo, sendo abafada pelas conversas dos campistas e Jason sempre se impressionava ao ver como o acampamento parecia mais cheio em datas como aquela, mesmo que seja uma oportunidade daqueles que ainda tinham uma família mortal de passarem juntos. Era como se todos resolvessem que era uma ideia incrível de se reunirem no acampamento para verem os fogos de artificio. Ás vezes Jason também via outros romanos ali, o que o deixava alegre por perceber que a trégua havia sido bem feita.

Quando houve um intervalo entre as conversas de alguns semideuses com Jason, ele levantou-se em um pulo e pediu licença antes de correr sobre os passos de Leo até seu ponto de encontro anual.

O latino já esperava sentado na grama, as pernas jogadas para frente e o corpo para trás sendo sustentado pelo apoio dos cotovelos no chão. Ele observava as estrelas com atenção e o canto dos lábios arqueado, sua posição perfeita para uma fotografia bonita de um modelo profissional. Jason sentia-se como um fotógrafo naquele momento, a urgência de capturar sua visão em uma foto sendo responsável pelo formigamento na ponta dos seus dedos.

Leo não notou sua presença até que Jason sentou-se ao seu lado, os olhos fixados nas estrelas apenas para servir de desculpa para não olhar para o rapaz, ao invés. Este, ao contrário, o encarava com o mesmo sorriso que tinha para quando encontrava algo que o deixava realmente maravilhado; que poderia fazer seus olhos queimarem por culpa das lágrimas que estavam por vir apenas para o que via.

“Eu tenho algo ‘pra você.” Jason sussurrou, esperando que fosse o suficiente para não quebrar o clima sereno. Os dedos de Leo pararam de batucar na grama por um único segundo, para então retornarem á seguir o ritmo da música que tocava distantemente do acampamento. “Está ali atrás. Vá lá ver.”

Ele tinha um olhar desconfiado, mas não pelas razões certas. Leo levantou-se mesmo assim, fazendo Jason arrepender-se de ter o informado sobre aquilo tão cedo, pois era o causador do moreno modificando sua posição; embora, tenha observado Leo seguir a direção que o amigo apontava. O rapaz tinha o queixo caído quando olhou novamente para Jason após chegar ao ponto certo, dessa vez com uma caixa em mãos.

“Jason Grace, é o que estou pensando?” arregalou os olhos, voltando á onde antes estava para ajoelhar-se no chão e abrir a caixa. Jason ainda tinha aquele sorriso vacilante no rosto, mas a animação de Leo era certa e continuava á crescer a cada segundo. “Oh meus deuses!”

Ele então segurou os fogos de artificio como conseguia, olhando para Jason com uma expressão tão iluminada quanto á das luzes de uma árvore de natal. Leo colocou os fogos de volta na caixa, o olhar vidrado enquanto mantinha um sorriso largo.

“Achei que seria uma surpresa boa.” Jason comentou, olhar no rosto alegre de Leo. “Embora, eu realmente estava com certo receio.”

“Foi sua melhor escolha!” Leo assegurou, os olhos centralizados nos azuis de Jason por trás dos óculos como se não tivesse a escolha de desviá-los. Mas Jason o fez primeiro, sentindo-se exposto ao manter o contato visual tão arriscado com o moreno. “Você sabe que eu reclamo, mas você é o melhor amigo do mundo, não sabe?”

“Você quem disse, não eu.” sorriu, mal se incomodando por ser referido daquela forma. Jason não se importava de ser o melhor amigo de Leo, não importavam as circunstâncias.  “Mas a verdade é que às vezes eu sou um pouco duro com você. Não é minha intenção.”

“Eu sei, porque mesmo com tudo, você continua sendo o único que ainda me aguenta. Agora vamos deixar essa conversa de lado? É muito doce, e você sabe como eu fico quando tem açúcar envolvido.” Leo respondeu, jogando dramaticamente seus cachos que caíam sobre seus olhos para trás. “Agora vamos estourar esses fogos! Propositalmente!”

Jason não sabia que podia manter um sorriso por tanto tempo, mas ali, mais uma vez, Leo Valdez o provava errado. Eles encontraram um lugar seguro naquele monte e após o moreno repetir várias vezes que sabia como fazer sem ocorrerem danos, este estourou os fogos de uma forma tão profissional que fez as sobrancelhas de Jason se arquearem enquanto ele insistia que preferia apenas segurar as velas com faíscas.

Após Leo estourar os fogos, eles assistiram á explosão de cores que sucederam; alcançando seu auge com um som característico para então, chover faíscas coloridas sobre a terra. Leo tinha as mãos sobre as coxas e observava os fogos de artificio com o máximo de admiração que poderia conter sozinho.

Jason fazia o mesmo, mas não para os fogos de artificio.

***

No ano seguinte, a falta de interesse no dia quatro de Julho preocupou Jason de uma forma compreensível.

Leo não deixava o bunker há semanas e agia como se apenas horas passassem; assim, perdendo completamente a noção do tempo. Jason não podia julgá-lo por fazer o mesmo, mas não iria negar que esperava que pelo menos naquele dia, tudo seria igual aos outros anos. Era a primeira vez que ele via Leo após passar uma temporada longa no Acampamento Júpiter, pois apesar de ter passado a posição de pretor para Frank, ainda tinha muitas responsabilidades com seu povo. A informação do estado do moreno nas últimas semanas foi fornecida por Percy, que também passava mais tempo no seu acampamento do que costumava fazer naquela época do ano, ainda que ele sempre apareça por alguns minutos para ver os fogos de artificio com seus amigos.

Com a ideia entristecida de que as coisas não deveriam mudar drasticamente no intervalo de um ano, Jason havia batido nas portas do bunker á noite apenas para receber gritos de aprovação para que ele entre, e com isso ele o fez, encontrando Leo no canto do lugar com uma corrente de bicicleta em mãos e o rosto tipicamente cheio de fuligem, embora houvesse um pano quase branco ao seu lado.

O loiro caminhou calmamente até ele, observando com curiosidade os itens que o cercavam. Leo não reconheceu a presença de Jason apenas de ter o deixado entrar, muito focado no material que segurava – o entortando com um alicate e Jason realmente não queria saber o porquê.

“Ei. Sabe que dia é hoje?” perguntou, olhando para Leo com seu maior esforço para não fazer algo extremo.

“Um dia com vinte e quatro horas? Que vem depois de outro dia?” Leo disse em um tom tão casual que fez Jason revirar os olhos. E mesmo que o moreno não esteja olhando, ele pareceu sentir seu ato, pois sorriu em seguida. “Pode falar, eu sei que você estava louco por essa deixa.”

“Hoje é dia quatro de Julho.” respondeu. Leo parou repentinamente, mas havia sido tão rápido quanto um piscar de olhos. “Isso é tudo?”

“Sim. Hoje vai ter que ser mais outro dia.” Leo disse, fazendo com que Jason o encare incrédulo, as sobrancelhas se franzindo automaticamente. O moreno mordeu o lábio inferior antes de olhar para cima, encontrando a expressão indignada de Jason enquanto a sua própria demonstrava desculpas. “Não posso perder tempo. Tenho que ir atrás de muitos materiais ainda e então ainda tem a projeção do Argo III, que dessa vez vai ser invisível e...”

“Leo, me disseram que faz semanas que você não sai daqui.” Jason explicou, então fazendo uma careta. “E você está precisando urgentemente de um banho. Vamos lá, todos estão tirando uma noite de folga. Normalmente eu ficaria no Acampamento Júpiter, mas vocês estão aqui e é uma tradição. Algo assim. A Hazel quem disse isso, então nem sei direito.”

“Você está certo, eu sou uma ótima companhia mesmo.” comentou, parecendo ponderar sobre algo por um segundo. “Uma palavra: fogos de artificio.”

“São duas.”

“Em alguma língua é só uma!” exclamou em um tom óbvio. Leo levantou-se em seguida, colocando a corrente torta sobre a mesa de madeira ao lado. “Ok Superman, você venceu. Eu vou tomar banho e continuar lá fora. Mas só hoje. E se algo acontecer porque o Argo não estava pronto, eu vou te culpar sem pensar duas vezes.”

“Eu assumo a culpa, não se preocupe com os detalhes. Agora vai antes que os fogos de artificio comecem á estourar. Eu vim aqui por isso, então não demore.” disse.

Leo saiu com Jason do bunker, encolhendo-se ao sentir o vento frio e inesperado em sua pele. Ele dirigiu-se para seu chalé e Jason o esperou de frente para a fogueira com os outros semideuses. Todos visivelmente pareciam exaustos pelo excesso de trabalho nos últimos dias, e Jason estava ciente de que tinha os mesmos olhos cansados, mas sempre valia a pena desde que todos de ambos os acampamentos fiquem seguros. E era gratificante como nada parecia mudar naquele dia específico, afinal de contas, e o fato era responsável pelo alívio de Jason ao saber que eles sempre encontrariam sua paz em algum momento, não importa com o que estejam lidando.

Jason perdeu-se olhando para Nico e Percy do outro lado da sala agindo como se estivessem sozinhos enquanto focavam-se em seu próprio mundo. O filho de Poseidon abraçava o menor por trás, que tinha os braços cruzados e uma expressão farta, embora não se esforçasse para afastá-lo. Percy sorria ao dizer algo perto de seu ouvido e isso suavizou o olhar de Nico, que logo encontrou os olhos verdes do rapaz por cima do ombro.

Eles trouxeram um sentimento familiar para o estômago de Jason que fez parecer como as bolinhas de gude que apareciam repentinamente em ocasiões alternativas em que ele via Leo. Era uma sensação diferente e esquisita, mas, por algum motivo, Jason gostava daquilo e do significado que carregava por trás – o qual ele havia aprendido á aceitar a dois anos atrás após tanto tempo com as sensações que ele trazia.

E quando Jason percebeu, estava no telhado de um casarão abandonado e afastado da cidade e do acampamento com Leo, ambos esperando pelo momento em que os fogos estourariam no céu. Ele não sabia se preferia o monte a aquele lugar, mas Leo havia o dito que eles não poderiam ir para o ponto usual, e os motivos foram ditos tão rapidamente que Jason mal entendeu, ouvindo apenas alguns nomes e palavras como “Drew” e “expulsou.”

O latino mexia com limpadores de cachimbo distraidamente, o que fez Jason lembrar-se da primeira vez em que havia o visto – de verdade, fora das falsas memórias que Hera havia colocado na cabeça do moreno –, e o fato de Leo estar focado em seu próprio mundo foi essencial para que o mais velho possa sorrir com suas memórias legitimas e pense naquele momento atual como um dos únicos em que Leo parecia sereno mesmo com os movimentos constantes.

Apaixonar-se nunca pareceu tão simples quanto naquele momento, quando Jason percebeu que não se importaria em beijar Leo, e na verdade, adoraria se pudesse. Talvez fosse efeito da calma que aquelas noites traziam, ou pelo modo como Leo parecia incapaz de manter-se em silêncio por mais que cinco minutos, ou até mesmo por cada comentário cheio de sarcasmo ou simples humor que era essencial para garantir sua existência. Era claro que havia muito além da admiração pela aparência física de Leo, e era o que fazia tudo parecer ainda mais deslumbrante.

“Tem algo na minha cara além da beleza sobrenatural?” Leo indagou repentinamente, mas seu tom de voz não carregava arrogância, apenas curiosidade. Ele olhava para Jason com as sobrancelhas arqueadas e o canto dos lábios curvado em um sorriso. “Você ao menos está aí, Peter Pan?”

“Estou, estou. Desculpe.” respondeu, piscando rapidamente para que consiga forçar-se á desviar o olhar. Leo estava muito próximo. “Como eu sou... Hipócrita. Implorei ‘pra você tirar a cabeça dos nossos problemas só ‘pra focar neles eu mesmo.”

“Por que eu não sinto como se fosse nisso em que você realmente pensava? Talvez eu leia mentes, afinal.” disse. Jason sentia como se seu coração pudesse sair do peito a qualquer momento pelo modo como batia acelerado e descompassado. Seguia o padrão de uma banda com um baterista que não tinha conhecimento algum sobre o instrumento que tocava. “Bom, tanto faz. Você ficou branco, então não vamos falar disso se você não quiser. E esses fogos que não começam á estourar logo?! Acho que vou ter que voltar para o bunker...”

“Nada disso!” Jason exclamou, a mão indo a um movimento automático para o ombro de Leo, segurando-o firme após sua menção de deixar o telhado. Leo arqueou as sobrancelhas, mas não disse nada após Jason retrair sua mão rapidamente. “Espere mais um pouco. Cinco minutos, Leo. Você sabe que vale a pena.”

Leo parecia relutante por mais tempo do que poderia ser contado, mas ele assentiu brevemente e se sentou com calma, as pernas cruzadas na frente do corpo e as mãos sobre as coxas. Jason queria pintá-lo ou fotografá-lo, qualquer coisa que pudesse marcar aquele momento permanentemente – pois era em situações como aquela em que Leo parecia tão descontraído e calmo, que eram suas favoritas, apesar de amá-lo hiperativo como era. Talvez fosse esse mais um motivo pelo qual Jason gostava tanto daquele dia específico.

“Você já imaginou se... Se fossemos fogos de artificio?” Leo sugeriu, apertando os olhos.

“Isso é o que eu chamo de pergunta aleatória.” sorriu, mas tinha a atenção voltada para a pergunta do rapaz.

“Cala a boca.” disse Leo, mas ele também sorria. “É sério. Qual você acha que seria sua cor? Como você acha que explodiria? Acho que eu seria daqueles que explodem de pouco em pouco. É.”

“Violeta.” Jason respondeu calmamente, olhando para o céu limpo de excentricidades, como se estivesse pronto para algo novo acontecer. “E talvez fosse o que estoura eventualmente. Não sei sobre a intensidade, embora.”

“Acho que você seria aqueles que demoram, mas quando explodem, são os que mais marcam o céu; os mais bonitos.” Leo comentou casualmente, o sorriso persistente em seus lábios. Jason queria dizer algo sobre isso, mas não teve a chance, pois logo ao prender o ar para dar espaço ás palavras, os fogos de artificio estouraram á quilômetros e metros de distância.

Os olhos de ambos estavam focados no céu, as íris azuis e castanhas brilhando sob a luz das faíscas coloridas. Jason permitiu se distrair do momento atual e das palavras que ecoavam em sua cabeça para apreciar algo que não fosse Leo, embora fosse mais quente do lado em que este se sentava; muito ocupado em seu próprio mundo para perceber o desconforto do loiro.

Mas era inevitável e Jason estava ciente disso, percebendo apenas quando acabava olhando para Leo de novo, como se eles fossem dois polos opostos de um imã. Dessa vez, Leo havia o pego no ato, fazendo com que seja impossível que Jason pudesse desviar o olhar. E, diferente de todas as reações que este esperou com medo, o moreno abriu um dos seus melhores sorrisos. Jason podia cataloga-lo como aquele que Leo usava quando uma de suas invenções funcionava propriamente ou quando recebia um elogio relacionado á suas habilidades. E era aquele exato tipo de sorriso bem conhecido pelo rapaz. Genuíno.

Também era contagiante ao extremo, vendo que Jason não conteve o próprio mesmo com o nervosismo de ter sido pego no ato, não o restando outra escapatória, mas continuar á o encarar. O efeito que Leo tinha no filho de Júpiter era forte á ponto de deixa-lo de joelhos se assim lhe fosse requerido pelo moreno. Mas ele continuava sorrindo, como se esperasse por alguma reação vinda de Jason primeiro.

Embora, tudo que ele conseguiu fazer foi sorrir.

“Eu te vi me encarando, dessa vez.” Leo sussurrou o óbvio, com cautela como se tivesse medo de alterar o clima. “E você ainda está me encarando. Estou começando á achar que não é porque eu sou o cara mais atraente que você já viu. Então, pode me dizer o que tem no meu rosto agora?”

Jason prendeu a respiração, dando espaço para a coragem, ao invés.

“Posso te dizer o que ainda não tem.” respondeu, arrependendo-se quase no mesmo instante em que as palavras soaram. Jason queria dar um tapa em seu próprio rosto pelo modo nada sutil em que havia dito aquilo.

“E você vai me mostrar o que é?” Leo arqueava as sobrancelhas com um olhar divertido e Jason só queria desaparecer; embora, era tarde demais para parar. O moreno se inclinava em sua direção e os olhos castanhos não eram mais capturados pelos azuis de Jason, e sim por seus lábios e talvez aquela cicatriz em especial.

“Se você quiser...” Jason forçou nervosamente, engolindo em seco enquanto o coração ainda batia acelerado.

Leo não respondeu dessa vez. Ele apenas inclinou-se mais um pouco a ponto de não restar espaço dividindo seus rostos – e seus lábios; seus lábios finalmente se encontraram.

O beijo lembrou Jason das aulas de química na escola, de que se dois elementos específicos fossem misturados, eles explodiriam, assim como a sensação no estômago do rapaz, a qual fazia o alivio e paz se sobressaírem. Os lábios de Leo eram secos, mas quentes contra o gelo que eram os próprios, e trazia a mesma sensação de colocar-se debaixo de cobertores em um dia de inverno. Ele tinha gosto de chá de hortelã, mas era tão agradável e típico que trouxe arrepios para o corpo de Jason.

O momento não durou muito, além do fato de que era desajeitado e continha extremo nervosismo. Mas quando se separaram e abriram os olhos, se fitando imediatamente, Jason havia descoberto um novo sorriso de Leo, e Plutão que o ajude, pois aquele seria seu favorito dali para frente.

***

Eles eram fogos de artificio que estouraram cedo demais.

 Jason não queria chegar a tal conclusão, mas era impossível quando a verdade dançava insistente em frente dos seus olhos. Leo era seu “e se” e “nunca saberei” favorito, e a ideia de que era tão legítimo, afinal de contas, lhe dava náuseas.

Era inteiramente sua culpa, pois Jason não sabia o quanto o Leo o amava embora gostaria de ter o feito; de ter se importado o suficiente para que assim aconteça. Ele havia sido egoísta ao manter sua atenção apenas nos próprios sentimentos, o que fez com que acabasse perdendo Leo as correspondendo.

Thalia Grace havia feito uma aparição durante alguns minutos no dia que antes era tão bem aguardado por Jason – mas agora não passava de uma memória dolorosa.  Ela estava feliz por ver o irmão, mas, ao mesmo tempo, preocupada por ver seu estado atual logo após chegar ao Acampamento Júpiter. Thalia já havia percebido a atitude incomum de Jason, sabendo que pelo menos naquele único dia do ano, ele sempre estaria no acampamento grego com seus amigos que lá tinha.

“Ok, pode começar á falar. Eu não vou te deixar sair até que esteja satisfeita.” Thalia disse, olhando para Jason com as sobrancelhas franzidas e aquele olhar preocupado era muito bem conhecido pelo rapaz.

“Hoje é o dia da independência.” respondeu com um suspiro, mas a carranca de Thalia apenas se intensificou. Jason não queria tocar no assunto enquanto continuava á afogar em seus arrependimentos, mas também sabia que a irmã não iria deixa-lo ir tão cedo se não recebesse uma resposta á altura. “O Leo e eu costumávamos ver os fogos de artificio. Todo ano. Juntos e longe de todo mundo.”

A expressão de Thalia finalmente suavizou.

“Oh.” comprimiu os lábios. “E por que você está aqui? Vocês não deveriam estar juntos se é algo que sempre fazem?”

“Porque não estamos mais juntos, pelo amor de Vênus!” Jason exclamou, embora não tenha energia o suficiente nem para liberar a raiva que sentia; a qual também não era direcionada á ninguém menos do que si mesmo. “Eu fiz uma grande merda e ele tem todo o direito de ficar irritado. Eu nunca mais iria olhar na minha cara se fosse ele. Só que... É egoísta, ainda é egoísmo, mas eu não posso evitar. Eu sinto a falta dele.”

A filha de Zeus podia não ser a melhor pessoa para oferecer conforto, mas a mão que ela levou para o ombro do irmão serviu para acalmá-lo de explodir aos gritos com insultos á si mesmo. Seus olhos azuis carregavam tanta simpatia que fez Jason decidir ignorar seu orgulho e aceitar as tentativas da irmã; o que aconteceu logo depois de ele perceber que não estava no lugar de pensar em si, fazendo demais disso nas últimas semanas.

“Você já tentou falar com ele? Talvez sua melhor opção seja dizer isso. Do que você se arrepende. Que você admite que errou feio.” disse, mas Jason balançou a cabeça em negação.

“Não é tão fácil.” ele então se inclinou na direção de Thalia, sussurrando como se contasse um grande segredo e tivesse medo de alguém mais ouvisse. “Eu disse que ele não me amava. Não de verdade.”

“Oh.” ela piscou, os olhos arregalando levemente. “Isso não... Isso não foi legal. Jason, eu não sou boa nisso. Mas é óbvio que você precisa dizer que foi um babaca pra ele, e mesmo se ele não quiser te perdoar, pelo menos ele sabe que você está ciente do que fez. Se o Leo está irritado é porque se sentiu muito ofendido, e se se sentiu assim, é porque sente o contrário do que você disse. Ele vai te ouvir se você realmente tentar. Mas, se hoje significa tanto pra vocês, você tem que ir agora.”

“Não vai dar tempo, nem voando eu...”

“Conheço alguns métodos que podem te ajudar á chegar lá rápido. Vamos. Levanta daí, você vai falar com seu rapaz.” Thalia o ofereceu um pequeno sorriso, dando tapinhas em seu ombro desajeitadamente.

Com a ajuda da irmã e do táxi da Tormenta Eterna – Jason queria entender porque alguém iria, propositalmente, entrar em um carro conhecido por esse nome, mas nada lhe vinha á cabeça –, ele chegou ao Acampamento Meio Sangue mais rápido do que achava, o que o deixou animado e nervoso ao mesmo tempo para o que estava por vir.

Os semideuses pareceram levemente surpresos ao vê-lo ali, mas ninguém falou uma palavra sobre isso; adivinhando seus motivos no silêncio de suas próprias mentes. Eles pareciam ocupados com as preparações para aquele dia, o que era comum, então Jason não precisou se preocupar com a ideia de que a qualquer momento, alguém não iria resistir á curiosidade e perguntaria. Ele já havia percebido os olhares de simpatia, e não queria mostrar que estava ciente.

Após encontrar Piper e Annabeth conversando, Jason ignorou as expressões surpresas das amigas e perguntou onde Leo estava. Elas se entreolharam preocupadas como se soubessem de algo á mais, e embora realmente o fizessem, Jason teve a leve sensação de que elas não o contariam tudo que tinham conhecimento sobre. No fim, Annabeth indicou que Leo estava no bunker, o que fez Jason sentir-se estúpido por um segundo. Obviamente.

Piper, por outro lado, olhou para Jason com os olhos levemente arregalados, quase como se quisesse que o rapaz leia o que eles diziam.

“Vou ver ele agora. Obrigado.” Jason agradeceu, tentando evitar uma conversa mais profunda que Piper provavelmente queria ter.

“Ei, não tão cedo.” ela disse, franzindo as sobrancelhas. “Desculpa Jason. Eu amo você, mas eu também amo o Leo e eu não gostei de vê-lo tão triste. Ninguém aqui gostou. Então, se você for para o bunker, eu tenho que saber se vai ser para causar um sorriso naquele rosto, não mais lágrimas.”

A culpa estava começando á ser sentida com mais intensidade naquele momento, fazendo com que Jason respire fundo.

“Ele não deveria estar triste – eu fiz algo que não devia e ele deveria estar querendo arrancar meus olhos. Mas eu vou falar com ele, e embora ache que ele não vai me perdoar, espero que saia de lá só amanhã.”

Annabeth fez uma careta e olhou para Jason ao ouvir suas palavras, e Piper apenas fechou os olhos, parecendo farta do amigo. No fim, elas apenas sorriram e o encorajou á fazer as coisas melhorares entre os dois rapazes.

Jason então seguiu para o bunker e ao chegar, foi atingido por ondas de memórias. Ele encarava a porta com uma vontade quase incontrolável de chorar, então ele cerrou os punhos ao lado de suas coxas para tentar acalmar-se. Com isso, ele ajeitou os óculos nervosamente e quando bateu na porta, tinha uma expressão determinada.

Ele não foi atendido de imediato, o que o fez tentar mais algumas vezes e esperar minutos por uma resposta que não chegava. Jason imaginou se Leo sabia que era ele ali na frente, ou se não atenderia mesmo se fosse outra pessoa. O que importava no momento era de que Jason estava parado como um bobo na frente do bunker e não tinha a permissão esperada para entrar, o que trouxe lhe trouxe a decepção.

Mas quando Jason virou-se de costas e estava pronto para ir embora, os ombros caídos em desapontamento, ele ouviu o barulho inconfundível de portas sendo abertas, o que o fez olhar para trás no mesmo instante.

Leo tinha uma expressão sonolenta, embora as marcas debaixo de seus olhos provem que ele não tem conseguido tanto sono quanto deveria. O rapaz normalmente já ficava acordado por mais tempo do que os outros semideuses, mas seus cabelos também estavam bagunçados ao extremo e os ombros caídos, além daquela expressão miserável, e não eram sinais comuns.

Jason não o via há semanas, desde o dia em que haviam brigado e palavras dolorosas foram ditas sem pensar, e ao vê-lo ali após tanto desejar aquele momento fez seus olhos arderem novamente, dessa vez indicando que ele estava perigosamente próximo de começar á chorar.

Ele sentia falta da companhia matinal de Leo, e a primeira havia vindo em sua mente imediatamente; naquele dia após o dia quatro de Julho de um ano atrás. Sentia falta dos sorrisos bobos e novos que o via dar para as outras pessoas e coisas, e também daqueles que recebia, assim como as risadas e piadas velhas que nunca foram tão engraçadas, embora Jason sempre risse. Sentia falta de olhar para Leo quando este não sabia; os olhos focados em algo específico enquanto ele batucava o ritmo de uma música, que nunca era a mesma por algum motivo, ou mexia com os parafusos e porcas que tinha nos bolsos.

Sua expressão havia enrijecido após ver o loiro em sua frente, mas Leo não havia feito movido um músculo após abaixar o olhar como se quisesse esquecer que era Jason ali. O ato fez este pensar sobre seu próximo passo apenas para perceber que não fazia ideia do que dizer, muito menos como começar, mas havia tentado porque era aquilo que precisava fazer.

“O-Oi?” tentou Jason. Ele arrependeu-se no mesmo instante, odiando como havia soado tão indeciso quando havia sido quem bateu nas portas com a intenção de falar com o rapaz. “Isso foi ridículo. Ok. Eu preciso te contar uma coisa. Estive fugindo da oportunidade de falar, mas a Thalia me fez perceber que eu estava apenas fugindo de encarar o que eu fiz ‘pra você.”

Leo não parecia prestes á falar alguma coisa, o que fez Jason sentir-se aliviado e ao mesmo tempo, levemente assustado. O moreno não conseguiria ficar tanto tempo em silêncio, mas se o fizesse seria tão fora de sua personalidade que faria Jason sentir-se pior por saber que poderia ter evitado que acontecesse, mas fez justamente o contrário.

Ele tinha os olhos grudados no moreno, embora este não retribuísse o olhar; encarava um ponto além de Jason na altura de seu torso, então seria difícil conseguir os olhos de Leo por muito tempo.

“Eu só... Você precisa saber de algumas coisas.” Jason disse após um tempo, sua voz ecoando no ambiente silencioso como um grito. Leo não parecia estar necessariamente ouvindo, mas ele assentiu longos segundos depois, dando motivação para que o loiro continue. “Eu... Eu tinha minhas dúvidas. Você estava certo.”

Leo franziu as sobrancelhas, finalmente olhando para Jason – mas não do jeito que ele queria.

“E você veio até aqui só pra me dizer isso?” indagou, o tom irritado aparecendo e entristecendo Jason ao este ter o conhecimento de que era tão não-Leo. Precisava fazê-lo entender que não era necessária tanta autodefesa, mas precisava agir rápido. “Muito inteligente. Vai me dizer que o Sol é uma estrela também?”

“Não. Eu vim pra te dizer que as dúvidas desapareceram porque percebi que nem deveriam existir em primeiro lugar. Você tem todo o direito de ficar irritado, e eu admito que eu fui um babaca egoísta. Não percebi o quanto tudo significava até te perder.” explicou, vendo a expressão de Leo suavizar gradativamente, embora ainda seja possível ver sua hesitação. “Desculpe-me. Eu sei que não vai fazer as coisas ficarem melhores ou apagar o que eu disse, mas eu quero que você saiba que eu não signifiquei aquelas palavras. Estou sendo honesto. Sei que não é o suficiente, ainda assim.”

“Você disse que estaria melhor desse jeito. Sério, quem diz isso?” Leo informou baixinho, sua vulnerabilidade aparecendo à medida que sua defesa caia. “E você realmente espera que me dizer todas essas coisas vai me fazer esquecer? Você duvidou de mim, Jason! Não é exatamente o tipo de coisa que eu posso deixar pra lá!”

“Eu disse que não sentiria sua falta, mas eu acho que nunca se sabe. Não espero que você me perdoe. Não mesmo. Eu mereço isso, eu mereço viver sabendo que eu estraguei algo bonito que poderíamos ter, que eu perdi você por culpa do meu ego.” Jason disse. Sua visão ficou borrada de repente por culpa das lágrimas finalmente saindo e os joelhos enfraqueceram, mas ele forçou-se á manter-se em pé. “Eu sou um idiota, e sei disso. Mas eu nunca menti uma palavra sobre o que sinto por você. H-Hoje é dia quatro de Julho. Por isso estou aqui, eu precisava tentar consertar as coisas no único dia em que eu realmente amo porque você fica tão bonito debaixo dos fogos de artificio. Droga, foi em um quatro de Julho em que eu percebi que te amava mais do que como um amigo, Leo. E foi tudo tão aleatório e repentino; em um minuto eu estava te ouvindo falar sobre como iria fazer fogos de artificio e no outro eu percebi que não iria me importar de te beijar. Você sempre foi uma pessoa tão especial pra mim, antes e depois da minha descoberta.”

As sobrancelhas de Leo desapareceram sob os cachos bagunçados por um segundo, mas logo voltaram á sua posição usual. Jason manteve o contato visual embora estivesse tentado á observar a língua entre os lábios de Leo com atenção, pois sabia que era uma única chance de observar os olhos castanhos o fitando de volta.

“O que você está esperando...?” murmurou em um volume tão baixo que fez Jason arregalar levemente os olhos com a confusão sobre o que havia ouvido. Ele não tinha certeza se havia entendido exatamente o que ele havia dito, então recorreu á suas últimas palavras.

“Eu amo você, Leo.” hesitou; não porque lhe faltava certeza em sua afirmação, mas porque não sabia se era o momento certo para pronuncia-la.

O olhar de Leo desceu por um segundo e um sorriso quase imperceptível apareceu no canto dos seus lábios.

“Eu sei.” disse. Ele deu alguns passos para a direção de Jason até ficar tão próximo que era possível sentir o cheiro do shampoo infantil que usava, porque segundo ele mesmo, não fazia os olhos arderem quando caia sobre eles, e isso fez Jason perceber que pelo menos, algo não havia mudado, o que lhe trouxe alívio. “E-Eu também sinto sua falta, Superman. Mas isso não sou eu te perdoando. Eu preciso de tempo, ainda. Espero que você possa entender.”

O apelido trouxe uma sensação de calma para Jason, e ele assentiu urgente para as palavras de Leo, alegre por ter recebido compreensão o suficiente para fazer com que o moreno pense sobre sua situação.

Talvez eles não estivessem completamente bem naquele dia, mas quando Jason olhou para Leo mais tarde debaixo dos fogos de artificio; seus cachos ainda bagunçados, as bochechas coradas e os lábios vermelhos e brilhantes contendo um novo sorriso, ele sabia que eles iriam ficar.

 


Notas Finais


Essa foi a oneshot mais longa que eu já escrevi, meus deuses

Espero que tenham gostado!

Bye bye ^-^


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