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História Fragmentos de Um Eu - Quando as luzes se apagam


Escrita por: LanaBacana

Notas do Autor


Eu amei escrever esse capitulo, espero que gostem <3

Capítulo 10 - Quando as luzes se apagam


Eu me sentia impotente, sabia de tudo e mesmo agora, não podia fazer nada.

Eu olhava em seus olhos, agora distantes com um olhar cabisbaixo e lágrimas escorrendo lentamente pelas maças de seu rosto, que agora com coloração avermelhada em sua macia pele branca. 

 – Eu sou o único que sabe disso? – Perguntei passando a mão em seu rosto a fim de limpar as lágrimas. – E por que demorou tanto tempo pra me contar uma coisa tão séria assim? Eu sei que é difícil, eu imagino como você se sente, mas não precisava e nem precisa passar por isso sozinha.

– Eu só pensei que você me odiasse. – Ela me olhou de cima a baixo, parecia decepcionada e não era comigo, era consigo própria.

– Não, nunca. Somos melhores amigos, não se lembra? – Senti escorrer uma lagrima. – Além disso, eu pensei que você me odiasse, naquele dia...

– Eu não queria dizer nada daquilo. – Ela disse me interrompendo. – Eu só estava com medo, era algo novo, sabe?

 – Eu sei, de verdade.

Nos abraçamos, mas não estávamos em um final feliz.

 – Precisamos ir à policia, Manu. – Falei segurando sua mão.

Ela apenas fez que sim com a cabeça, e se levantou.

Passamos o resto da “aula” nos corredores, nos escondendo dos inspetores, pois sabíamos que se fossemos pegos a coisa ficaria preta.

O sinal tocou e saímos. Juntos. Como quatro anos atrás, mas há quatro anos Leo não estudava mais comigo, e eu não podia simplesmente ignora-lo.

Ele olhava para os lados, como se o horizonte fosse um refúgio para que ele não encontrasse meus olhos, mas ele encontrou, e eu encontrei os dele também. Fitei-o por alguns segundos, até criar coragem e falar com ele.

Manu entendeu o recado, eu não iria demorar.

 – Eu vi que você sumiu durante a aula, onde esteve? – Parecia estar querendo desviar o assunto.

– Eu sei o que aconteceu, eu me lembro, eu acho que precisamos nos afastar.

Eu tinha medo de me aproximar dele novamente, e tenho mais ainda agora.

Eu não queria aquilo, mas era o melhor.

Ele começou a olhar o chão como se estivesse mais interessante que a nossa conversa, e eu o deixei para trás, busquei Manu pelo braço e sai, em direção a delegacia.

Ainda com os uniformes, andamos por cinco quarteirões, ela parecia receosa, apreensiva, usando os dentes como cortador de unha, mas era só mais uma forma de aliviar a tensão que ela negava a todo momento  sobre estar sentindo.

– Chegamos. – Disse apontando para a delegacia. – Vamos entrar?

Ela demorou a responder, mas assentiu e entramos.

Explicamos a situação aos guardas e assinamos toda a parte burocrática, ela precisava responder algumas perguntas sozinha.

 – Vou te esperar aqui. – Disse piscando pra ela, que logo abriu um sorriso no canto de sua boca.

E ela entrou.

Segundos depois que ela entrou, meu telefone vibrou. “Leo”. Não atendi, mas ele insistiu por mais sete ligações, e eu estava disposto a continuar ignorando-o, mas meu coração ficou apertado e eu o atendi, sem graça, mas eu estava na chamada.

– Lucas? Alô... – Ele parecia preocupado.

– Estou ouvindo. – Falar com ele dessa forma me partia o coração, mas era por ela. – Não demora muito, só fala o que você quer.

– Eu posso passar na sua casa pra... – Eu o interrompi.

– NÃO. – Percebi que tinha falado muito alto, abaixei o tom e continuei. – Não, você não precisa, eu já tomei minha decisão.

– Mas eu ainda não tomei a minha, eu só quero me explicar, por favor.

– Leo, não vai dar.

Mentira.

– Por favor... – Ele parecia estar desistindo.

–Não da, desculpa. – E desliguei.

Mentira. Mentira. Mentira. Mentira.

Dava sim, sempre deu, mas eu não podia magoar ela de novo.

– Pode ir, Lucas. Eu estava escutando, eu mandei uma mensagem pra ele dizendo que você esta a caminho da casa dele. – Manu estava sorrindo, um sorriso bobo que dizia “Vai lá!”.

–Não, eu nem quero ir. Vou ficar aqui com você.

 –Você mente muito mal, seus olhos falam outra coisa. Meus pais já estão vindo, vai. – Ela sorriu pra mim.

Eu só a abracei e sai. Eu comecei a correr, muito, muito mesmo.

Dizem que o pior tipo de mentira é aquela que você fala para si mesmo, tentando acreditar como se não tivesse outra escolha, mas sempre tem. E a minha estava bem ali, sentado na porta de casa, me esperando.

Eu o abracei, e ele retribuiu duas vezes mais forte. Era aconchegante, não dissemos nada por um bom tempo, só ficamos ali abraçados, aproveitando o momento, até que ele me levou para dentro e subimos até seu quarto, nos sentamos e ele começou a falar.

– Eu não falei nada porque pensava que ficaria mais chateado ainda com a Manu, foi ela que te empurrou, sabe? – Ele continuou. – Mas agora parece que é comigo que você está chateado, não é?

– Vai passar. – Eu disse recostando a cabeça em seu ombro.

É, agora é de verdade, eu amo ele. Sentir o calor vindo de seu pescoço me arrepiava dos pés à cabeça, me dava um frio na barriga e criava setecentas borboletas coloridas que voavam ao mesmo tempo no meu estômago, na minha cabeça não se passava nenhum pensamento, era só uma tela preta de cinema aguardando que o filme começasse, e eu também estava na espera.

–Nos filmes essa é a hora em que eu te beijo. – Ele olhou no fundo dos meus olhos. – Será que eu...

Ele estava muito perto.

  – Pensei que nunca fosse falar. – Disse me inclinando em direção aos seus lábios.

Seus lábios macios e calorosos tocavam os meus, era a primeira vez que eu realmente prestei total atenção ao beijo, sua mão envolveu meu pescoço e eu envolvia sua cintura, sua barba mal feita arranhava meu rosto, soltei uma risada, mas logo voltei para o beijo.

Ele estava em cima de mim, suas pernas envolviam meu quadril, ele estava sentado sobre a minha ereção e agora sua mão estava tirando minha camisa, e eu a dele. O calor era intenso, o beijo seguia lentamente, sua língua sobre a minha e meus lábios sendo mordidos, tudo isso passando em câmera lenta.

Suas mãos já tomaram conta da situação e eu já não entendia onde elas queriam estar, ele puxava meu cabelo e eu com as mãos em sua bunda, ainda sobre meu corpo.

Seu toque.

Seu beijo.

Ele.

E agora, suas mãos procuravam o interruptor, e ele o encontrou.

As luzes foram apagadas e nós permanecemos na escuridão, preenchida por nada mais, nada menos do que nós.


Notas Finais


Imaginem o que quiserem após isso... <3


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