- Michelangelooooooooooooooooooooo! – Gritava um Vinci muito irritado, enquanto batia com força a porta do ateliê de arte que ficava dentro da casa onde viviam os Itálias.
- O que foi, Leo? – Quis saber Michelangelo, que acabara de sair de seu quarto, e já se dirigia ao ateliê de arte, de onde o outro saía.
Leo se aproximou, encarando o outro com os olhos brilhando em fúria. Aqueles dois viviam brigando, esse era um fato que todos os moradores daquela casa sabiam. De um lado, o calmo e despreocupado Florença, do outro, o agitado e estressado Vinci. Leonardo, ou Leo, como era carinhosamente chamado, tinha a pele clara, os olhos verdes escuros e os cabelos muito ruivos, descendo até o ombro, onde ele fazia algumas ondas. Já Florença, tinha os cabelos da cor do vinho, com os olhos verdes da cor das famosas uvas italianas. Seu cabelo ia até um pouco a baixo dos ombros, e era preso em um rabo de cavalo alto.
- Quem, te, deu, ordem, para, pegar, os, meus, materiais, de, pintura?! – Falou pausadamente o de cabelos vermelhos, gritando a última palavra, enquanto puxava o rabo de cavalo do outro que apenas revirou os olhos.
- Ninguém mandou você ser relaxado e deixar suas coisas de qualquer jeito, Vinci. – Falou o florentino, em um tom calmo e sem alterar a voz um segundo se quer.
Sim, Firenze conseguia tirar Vinci do sério, isso era um outro fato que todos sabiam, e mesmo que o de olhos verdes escuros revidasse, Michelangelo era quem sempre levava a melhor.
- Você me tira do sério, Mich. – Fez o menor, puxando novamente os cabelos do outro que rodopiou e lhe empurrou para a parede, correndo corredor a fora no instante seguinte. Vinci ficou ali parado por alguns segundos, para em fim correr atrás do outro pela casa.
O italiano corria loucamente atrás do maior, que também era mais rápido. Dobrou uma esquina em um corredor, quando percebeu que o maior havia sumido. Em um segundo, viu tudo ficar borrado, e no outro sentiu suas costas se chocando contra o chão. Demorou alguns segundos para o ruivo voltar a si e notar que havia caído. Olhou para a frente, e gelou ao ver um Nápoles muito irritado direcionando-lhe um olhar, no mínimo, mortal.
- Cazzo. – Vinci ouviu, ainda estatelado no chão, a voz alta, rápida e muito forte, do napolitano pronunciar. – O que pensa que está fazendo, Leonardo?
Vinci gelou novamente. Não era à-toa, Nápoles era bem maior que ele, apesar de na maioria das vezes ser gentil com os irmãos, mesmo que falasse muitos palavrões. O problema, é que Andrea tinha um teor de irritabilidade quase tão alto quanto o de Alemanha, e quando irritado, o melhor a se fazer era deixá-lo em paz.
- S-Scusa, Andy. – Sussurrou Leo, com a cabeça baixa e rezando em silêncio para que o italiano mais velho não estivesse armado com seu fiel amigo, Nico o rolo de massa, o qual o sulista sabia bem utilizar como arma. – Eu só estava...
- Brigando com o Mich, de novo. – Falou o outro, cruzando os braços em seguida, encarando-o com um olhar de “Agora me conta uma novidade”. – Eu sei. Nos últimos dias é só o que vocês andam fazendo.
- É falta. – A voz divertida de Verona soou de algum lugar, seguida de uma risadinha.
- Ou é paixão. – Agora foi a vez de Veneza se pronunciar, parecendo estar no mesmo lugar onde estava Verona. Nápoles levou a mão à boca instintivamente, soltando um “Pfff”, denunciando que estava rindo.
Sim, o napolitano mudava de humor muito facilmente. O garoto era alto, com um físico invejável. Tinha a pele bem clara, os cabelos loiros cacheados até o ombro e olhos da cor do mar. Seu estilo deixava-o com uma aparência calma, mas todos seus conhecidos sabiam que ele não era bem assim.
- Luca, Tiziano. – Chamou Vinci. – Calem a boca...
- Venha me fazer calar. – Falou o veronês, aparecendo atrás do menor. Este parecia um artista. Tinha a pele clara, os cabelos loiros cacheados descendo até o ombro e olhos castanhos. Usava um óculos escuro na cabeça e vestia uma camiseta preta escrito “LIBERI DA SEMPRE” em branco. Carregava quase sempre um violão, e o segurava neste exato momento. Ele sorria divertido, como quase sempre fazia.
Vinci se levantou com um salto, e partiu para cima do veronês, que se defendeu batendo com o violão na cabeça do ruivo que caiu com tudo no chão.
Nápoles praticamente voou para o lado de Verona, tomando facilmente o violão das mãos do de olhos castanhos.
- Qual é assua, Lu? – Brigou. – O que o violão te fez?
Verona riu, escondendo-se atrás do maior.
- Hey. – Reclamou Vinci, tentando se levantar.
- É isso que acontece quando se entra de gaiato em uma briga. – Falou o veronês.
- Mas quem entrou de gaiato foi você. – Rebateu o ruivo.
Verona riu.
- Então. – Fez ele. – Entrei de gaiato e levei a melhor. Aprendam comigo, crianças. – E com isso saiu correndo e rindo.
Os outros dois apenas reviraram os olhos.
- Não. – Fez Nápoles.
- Definitivamente não. – Suspirou Vinci.
Enquanto a confusão acontecia dentro da casa, Milão desenhava na varanda. Ele era um estilista excelente, apesar de nunca deixar seu talento subir à cabeça. Ele era bonito, com seus olhos da cor de folhas secas e o cabelo castanho escuro. Tanta era sua distração que nem notara a aproximação do veneziano atrás de si.
- Ciao, Verona! – Fizera o rapaz, com um sorriso de orelha à orelha no rosto, os olhos marítimos brilhando.
O milanês se virou bruscamente.
- Ah, Veneza. Como vai? – Perguntara ele, gentilmente. – Qual a confusão de hoje?
O veneziano riu.
- Além de Vinci e Firenze, também quase rolou Vinci x Napoli! – Explicara ele, animado. – Sorte que eu e Verona aparecemos e... – O garoto foi interrompido por um rolo de massa acertando-lhe em cheio na cabeça. Tiziano caiu no chão, enquanto tudo parecia girar. Atrás do rapaz, revelara-se Vinci, segurando um rolo de massa na mão como se fosse um troféu.
- Isso é o que ganha por ser fofoqueiro! – Gritou o ruivo, enquanto Nápoles se aproximou, ficando ao lado deste.
- Muito bem, Leonardo! – Aplaudiu o loiro, um sorrisinho brotando em seus lábios. – Agora devolve o Nico!
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