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História Freak Out - Replay


Escrita por: sammye

Notas do Autor


Hoy! *♡*
Se não tivesse postado antes, hoje seria o dia certo. Então digamos que não conta qq E, a próxima atualização cairia bem no dia do ENEM, o que iria me fazer adiar. Entre atrasar e antecipar, eu escolho o hoje sz Até porque estou tão ansiosa, sendo assim, tentarei segurar um pouco mais os próximos capítulos para não ficarem tão próximos, ok? Okay.

EU TÔ CRAZY hoje ✨⚠️
//Corrigi enquanto ouvia Little Me de Little Mix//

Capítulo 11 - Replay


Fanfic / Fanfiction Freak Out - Replay

 

Fui me aproximando enquanto ele dava voltas aturdido, sua irmã chegou apressada sendo conduzida por seu mais novo amigo — O que houve, Dam? – perguntou, fitando-o dos pés a cabeça.

Ele hesitou, logo a sua frente estava um outro estranho — É, nada... Não se preocupe, ok? – disse, por fim. Mas ela negou, cruzando os braços e direcionando o olhar para o cara ao lado — Está bem, conte o que você me falou.

Assentiu o rapaz parado entre os dois — Eu vim da quadra o mais rápido possível, parece que houve uma confusão resultada num homicídio. Na verdade – cessou as falas como se estivesse escolhendo cada palavra, nervoso. Suor escorria por sua face — Se tirarmos a parte da encrenca, só sobra a morte...

Ela franziu o cenho — E o que isso tem a ver? Estamos de folga por hoje.

Agora foi Damien quem tomou a fala — É perto de onde nossa mãe foi buscar as bebidas. – acrescentou de supetão.

Arregalei os olhos assim como ela — Então o que estamos esperando? Vamos lá! A mãe deve estar assustada ou acabou se envolvendo de alguma forma, sabe como ela é curiosa! – apressou as mãos na engrenagem da cadeira de rodas pronta para se locomover, ele a deteve.

— Está se recuperando, não pode fazer esforço!

Arqueou a sobrancelha — É a minha mãe! – disse determinada, cruzando os braços novamente. O detetive suspirou, levando a mão à testa, concluindo que não teria jeito a não ser levá-la também.

Deixou a criança sob cuidados de uma convidada a qual creio que fosse amiga ou babá do menino. Intrigada, também fiz questão de acompanhar a dupla até o local do acidente. Kane se ofereceu para ir, mas o irmão o impediu, então era ele quem a conduzia pelas ruas.

Nos aproximamos da aglomeração numa rua sem saída, tinha muita gente curiosa, o que fez Misty se contorcer apavorada. Isso a trazia más lembranças? — Não estou vendo mãe Raziel – anunciou com a cabeça erguida buscando por entre a multidão — Talvez esteja mais a frente, vamos?

Ele coçou a cabeça — Fique aqui que vou verificar se a cena é muito forte e trazer ela para cá. – falou, indo em nossa frente e sumindo de nossa vista.

Ficamos pouco tempo paradas ali, pois a consultora era impaciente. Segurei em sua cadeira, empurrando-a pela rua pedindo licença às pessoas. Quando chegamos, uma voltinha havia sido formada envolta do corpo. Dei um passo à frente para tentar ver, então com um grito reprimido de espanto, Misty se esforçou para levantar.

Voltei em sua direção, apoiando seu corpo para ajudá-la a seguir. E quando abriram passagem, fui eu que contive um berro. Inerte ao chão ensanguentado, lá estava ela jazida com os olhos arregalados e ao seu lado, Damien agachado limpando as lágrimas.

— Mãe!

Desvencilhou-se de mim, indo aos prantos e tropeços correndo para perto. Ele a deteve antes que fosse ao chão, pois tanto tempo sem andar a deixara flácida. E ainda de pé, desprendeu-se dele, soltando o peso sobre os ombros e indo estremecida de uma forma brusca até o asfalto, deixando os joelhos ralarem no solo. Permitiu que as mechas soltas cobrissem sua face com o vento bagunçando-o, naquele momento nada mais importava além daquele fato. Apenas com o olhar horripilado desejava no mínimo acordar de um pesadelo no qual sua alma havia se perdido devido aos devaneios tortuosos.

Segui por cima dos ombros a trilha feita por ambos, a quiromante e o criminoso, embora metade estivesse encoberta pelas pessoas que se formaram envolta encobrindo as evidências. Assim que passei pela rua, segundos atrás, havia percebido um rastro mínimo de gotas de sangue formando um caminho. Agora, mantendo o olhar fixo abaixo das latas enormes de lixo que constituíam o típico beco juntamente com seus mosquitos de estimação sobre o sopro da brisa gélida, encontro Raziel ensanguentada e mergulhada numa poça de sua própria existência possuindo um ferimento no braço direito, talvez tivesse sido atacada antes? Ou se machucou na perseguição?

Balancei a cabeça negativamente, indignada. Enquanto a mulher estava ajoelhada segurando suas mãos agora sem pigmento, ao lado de cabeça baixa estarrecido encontrava-se Damien trêmulo de repulsa, seu olhar ávido caçava algo além de minha concepção. Ele elevou a mão para dar um toque sutil na testa de sua protetora, alisando sua pele e fazendo uma espécie de oração aos sussurros, depois passou por entre seus olhos, fechando-os antes de, por fim, se render à intensidade da dor e cair às lamúrias, lamentando a partida de quem sempre esteve ao seu lado.

Passou a mão por volta da irmã, puxando-a para um abraço. Ela, ainda abismada, continuava petrificada com a cabeça sobre seu peito, tentando compreender a situação. Enquanto um chorava pela morte, a outra buscava entender a perda.

Num suspiro, ela clamou com a voz rouca e embargada, carregada de emoção, um único chamado. “Mãe”.

Recuei um passo, apavorada. Inspirei, tentando não surtar. Sentia meu peito reprimir um urro, meu coração despejava fragmentos de dor pelos cantos de meu interior ao observar a cena. Era como se o solo tivesse feito uma fenda abaixo dos dois e sua mãe se fora. Senti meus olhos arderem marejados.

Baixei a cabeça com as mãos entrelaçadas. “Agora você é da família”, disse-me ela hoje mais cedo. E então tudo se desfez, ela se fora. Instantes atrás a vi sorrindo vívida, agradecendo por seus filhos, comemorando o retorno de sua pequena para depois partir para todo o sempre, eternamente.

Mãe, fala comigo, por favor, não vá! – Misty pediu desesperada, balançando-a conforme a encharcava com seu pesar — Por favor!

Ele estava tremendo, os olhos distantes, ávidos como se buscasse pelo culpado por entre a multidão. Depois retornou a contemplar as duas — Não nos deixe sozinhos, a senhora sabe que – pausou dando um soluço, os olhos avermelhados de tamanha pressão — Somos tapados e capazes de atear fogo em nossa própria casa. Então não brinque conosco, levante-se agora, ok? A senhora prometeu!

Tapei os olhos horrorizada. O cenário era pura dor e desespero, seu corpo possuía três lacunas ensanguentadas complementadas por projéteis e enquanto as mocas faziam festa, seus filhos imploravam para ela responder como se estivesse apenas... Dormindo. Como iria tomar coragem e responder que aquele era um sono profundo?

A polícia havia acabado de chegar pedindo para se afastarem da cena do crime, no entanto ambos negaram de imediato — Iremos participar da investigação – disse, por fim. A voz do detetive vacilava, estava meio absorto, entretanto muito determinado — Não importa se somos da família, iremos investigar quer vocês queiram ou não.

— Vocês não são detetives de adultério?

Sua irmã tomou partido — Ele sim, eu não. – bradou, levantando-se apoiada a ele, desgrudando enfim do corpo gélido e inerte de sua mãe.

— Primeiro tem que esfriar a cabeça e cuidar...

— Minha mãe está morta! – interrompeu ele, gritando — E o culpado está rindo em algum canto por aí enquanto vocês ficam disputando quem come mais donuts por minuto. Quer saber, foda-se todos vocês, vou encontrar quem fez isso com ela e irei...

— Levar à justiça! – ela o deteve antes que falasse mais algum insulto ou algo preocupante — E então, vocês tem a opção de nos deixar auxiliar ou nos permitir atrasar. – impôs, delimitando as ações dos guardas — Aliás, um companheiro de vocês quase me matou. Eu poderia processar, ir à mídia...

Levantou as mãos exasperado — Está bem!

Sorriu triunfante, depois mudou o semblante — Ela foi perseguida dali – apontou para a saída da rua.

— Como sabe?

— Ela deixou cair um brinco e está sem um sapato – respondeu.

— O tiro foi a queima roupa, o desgraçado estava bem próximo – completou o irmão, furioso com os punhos cerrados, agora não era mais tristeza estampada em sua face e sim pura raiva — Ela deixou tudo para trás...

— Droga! Eu disse que não precisava de mais bebidas, isso é tudo culpa minha! – grudou as mãos na cabeça, agachando com tamanha dor, martirizando-se ao suplicar “Não, não”.

Ele a recepcionou por entre os braços tentando acalmá-la. Novamente vieram fazer questões e enquanto discutiam com os guardas, virei o corpo para averiguar a cena. Olhei apreensiva para as peças que compunham o cenário devastador, como um déjà vú — Não sei se estou ficando louca, mas... Repararam que está um tanto parecido com Everly? – indaguei receosa por falar besteira. Mas tudo se encaixava, três tiros a queima roupa, perseguição e o local sem saída. Tudo bem que mais mortes ocorrem assim, contudo essa em questão me lembrava muito a que presenciei no mês passado.

Se entreolharam — Agora que disse isso, faz todo sentido.

— Então seria um serial killer? – sugeriu ele.

— Com apenas duas mortes? Acho que não – levou a mão ao queixo, pensativa — E se for um lunático? Dam, empresta seu celular?

— Deixei o meu em casa quando saí.

Levei a mão aos bolsos buscando pelo meu, tinha comprado havia poucos dias devido ao fim trágico do outro — Aqui, pegue o meu – estendi o aparelho. Ela o pegou, digitando apressadamente — Parece que houve outros dois assassinatos semelhantes desse lado da cidade, mas outros cinco com intervalos menores. Teremos de garimpar a lista – exclamou concentrada na tela.

Conforme fazia sua pesquisa, olhei para o céu estarrecida. Pelo canto dos olhos, notei uma figura escondida na janela de um apartamento rústico e quando decidi focar a visão nele, a pessoa se escondeu atrás da cortina. Cerrei os olhos — Ei, ali! – apontei chamando a atenção dos dois — Acho que teve uma testemunha de novo.

— Vai lá ver se tem – ordenou ao irmão que recusou de imediato dizendo que ficaria perto de sua mãe e dali não sairia.

— E se eu for? – mais uma vez se entreolharam — Pode me devolver o celular? Qualquer coisa anoto igualmente o que descobrir.

— Tudo bem.  – virei as costas para sair quando me chamaram — Obrigada por sua ajuda. – sorri fraco de volta, retomando o caminho.

Caminhei vagarosamente ainda assustada com a tragédia, como assim ela havia partido dessa forma?! Não dava para digerir! Entrei na recepção pegando as escadas, não havia elevador, todavia sabia pelo lado de fora que era o quinto andar de seis.

Escolhi a porta mais óbvia, visto que as outras estavam muito distantes da cena do crime. Bati na porta, por ser pequena, mal aparecia no olho mágico. Atendeu minutos depois, assim que me viu, tentou fechar a porta. Pus o pé para entrepor — Espera, calma! Eu sei pelo o que você está passando! – exclamei.

— Não, não sabe!

Era um garoto por volta dos quinze anos aparentemente asiático. Estava assustado, os olhos perdidos numa imensidão pavorosa — Mês passado presenciei um atentado igualzinho a esse, não se preocupe, você pode me contar o que viu e eu manterei sigilo sobre você. – propus seriamente, olhando-o nos olhos para transmitir confiança. Hesitou antes de aceitar. Peguei o celular e gravei seu relato, não iria contar que fora ele quem viu para ninguém, apenas para os detetives.

E por não tão incrível que pareça, sua descrição foi de certa maneira muito semelhante à minha que senti como se tivesse sido jogada num replay interminavelmente devastador.

Despedi do rapaz, retornando para a cena anterior. Encontrei Damien batendo boca com um policial que queria levar o corpo para o necrotério fazer autópsia, ao lado sua irmã tentava convencê-lo a aceitar.

Depois de muito relutar, ele enfim aceitou. Misty argumentou que precisavam voltar para a casa, cancelar a comemoração e cuidar de Noam. Isso me fez lembrar que pelo pouco que vi, a criança e Raziel eram muito apegados. Meu coração voltou a chorar internamente, ela tinha ido apenas buscar a bebida para nunca mais retornar.

Por volta das 21h chegamos todos na residência dos Bydwell. Não era longe, mas com os passos pesados e arrastados o próximo se tornou distante. Sentei numa poltrona enquanto os convidados iam embora desejando pêsames, senti que naquele instante tudo o que menos queriam ouvir era essas palavras de consolação.

Cabisbaixo, Damien sentou no sofá ao lado de sua irmã que estava sobre o braço do móvel — E se isso for vingança? Tipo sei lá, eu estava atrás de Everly quando fora morta. E se algum conhecido se rebelasse contra, culpando-me pelo ocorrido, para então retalhar em nossa mãe? – argumentou, folheando um caderno de anotações.

Ela puxou a caderneta — Aí seria mais de três sanguinários? Contando com a antiga hipótese de Avril.

— Ah eu esqueci de lhe contar! Parece que não foi o mesmo assassino, pois Cord havia furtado um objeto valioso que já era roubado. – informou.

— Não deixa de ser um perigo a mais. – persistiu. Estiquei a mão avisando que eu estava ali também!

A porta se abriu repentinamente, o detetive levantou num pulo chamando — Mãe?! – esperança é a última que morre, sempre.

Era um rapaz alto e robusto, o cabelo escuro e olhos numa tonalidade semelhante. Debaixo do braço continha uma mala enorme — Oh não meu filhinho! – disse sarcástico, rindo.

Damien fez uma careta de desprezo, jogando-se no sofá. Ao mesmo tempo, a consultora levantou-se quase num pulo, estendendo os braços — Bene! – clamou, os olhos tornaram a ficarem marejados.

Ele largou a bagagem no canto, fechou a porta com o pé e veio correndo em sua direção, abraçando-a calorosamente, porém com cautela — Maninha, que saudades! – afagou-a, desgrenhando seus cachos. Pendi a cabeça para o lado, surpresa — Desculpe pela demora em vir lhe visitar, cheguei atrasado para a festa? Onde está mamãe?

Foi então que o ar ficou tenso novamente, ela baixou os olhos chorosa — Houve um acidente... Mamãe... Mãe... Se foi – contou aos prantos, abraçando-o de supetão.

Observei-o. Os olhos incrédulos de espanto, imóvel feito estátua. Não retribuiu o abraço pesaroso, apenas se manteve perplexo — Ah pare, isso não tem graça – disse desesperado gesticulando com as mãos, sua voz falhava.

O detetive levantou indo em sua direção confirmando a notícia dada. Os três se entrelaçaram assustados, abaixei a cabeça, balançando os pés e respirando fundo. Fui escorando pelos cantinhos da parede até sumir da sala, encontrando uma porta entreaberta. Grudado na madeira tinha letras colorias desenhadas acima de um trenzinho escrito “NOAM”.

Adentrei vagarosamente, chamando-o. O menino estava sentado no tapete de EVA com um urso em mãos — Vovó? – os olhinhos estavam pesados de sono e marejados, buscou perdido por entre o cômodo, o pequeno continuava esperando por ela.

Aproximei com cautela explicando que sua vó não voltaria hoje e em contrapartida, perguntou se ela tinha ido passear sem ele novamente. O que iria responder? O garoto estava tão tristinho. Indaguei o que poderia fazer para ajuda-lo, sendo assim apontou para um dos livros — Ler conta história? – questionou, mostrando Chapeuzinho Vermelho. Foi aí que me toquei, na história tinha a vovozinha e foi essa a forma que ele achou de encontrar a sua.

Escalou o berço, puxando o cobertor e se acomodando com o ursinho. Comecei a ler e logo na terceira página já havia caído no sono. Fui até ele, alisando sua testa e desejando bons sonhos, depois saí do quarto e retornei para o grupo ainda entrelaçado na sala.

Ela se afastou, secando as lágrimas e dando um sorriso muito do forçado, a dor estava estampada em sua face — Esse é meu irmão caçula, Benedict! – apresentou, apontando para ele.

Os dois que ainda estavam abraçados, se encararam e logo trataram de se empurrar, irritados — Prazer em conhecê-la! – proclamou. Não sorriu e mesmo assim senti que se fosse em outro momento, teria completado a frase com perfeita alegria.

— Ele foi achado no lixo. – provocou Damien.

— E você foi salvo de ser jogado em um. Estamos quites, ok? – rebateu, dando de ombros. O outro grunhiu enfurecido — Cadê o sobrinho mais lindo do mundo?

— Puxou a beleza do pai.

— Não traumatiza o coitado seu perverso! Ele claramente puxou a lindeza do tio, certo Noam? – procurou o garotinho pelo canto dos olhos sem saber que já estava dormindo.

Gargalhou — Que beleza?

— Essa que você não tem!

— Ora seu... – os dois enviaram um olhar raivoso como se tivesse caindo uma descarga elétrica entre ambos. Notei que um era um pouco maior que o outro.

Arregalei os olhos boquiaberta — Eles são sempre assim? – questionei assim que ela pairou ao meu lado.

Negou, rindo — Nem, eles estão de luto hoje. – respondeu, o que me fez ficar mais surpresa ainda — Sabe, eles brigam muito mas se amam também.

— Não pude deixar de notar que Benedict tem uma certa semelhança com sua mãe...

— É isso que causa revolta no Dam, ele morre de ciúmes. Nenhum de nós somos biológicos, por isso meu irmão se rebela. – contou, levando a mão ao cabelo, bagunçando-os — Eu tinha acabado de entrar para a família, então fomos a um passeio no parque onde morávamos. Acontece que numa brincadeira, meu irmão o encontrou sozinho assustado chorando num cantinho tarde da noite, ele o levou para mamãe e então descobrimos que sua progenitora o havia abandonado devido à falta de condições.

Levei a mão ao peito angustiada — Ele deve ter sofrido tanto! Ou era muito pequeno?

O som de fundo era os dois brigando entre si — Sofreu sim, ele tinha cinco anos, então ainda havia memórias. Assim como eu... A questão é que Damien não gostou de ter que dividir o posto de homem da família. Mas nossa mãe sabia que no fundo ele sempre quis ter um irmãozinho, desde então é sempre assim, os dois se enfrentam por qualquer coisa, mas aí de um estranho que fizer o mesmo que eles se unem – contou, sorrindo ao encarar a dupla embasbacada disputando por um pedaço de bolo. Desse jeito iriam acordar Noam!

Contou-me que Benedict cresceu meio revolto e quando foi melhorando, saiu do país e agora estuda gastronomia em Lyon, na França. Por isso demorou para vir visitar a irmã alvejada, chegando justamente na pior hora. Direcionei o olhar aos dois que agora estavam abraçados compartilhando a dor.

Senti que queriam ficar a sós, educadamente me despedi deles evitando transmitir meu pesar sem ser clichê, infelizmente não tinha como. “Eu sinto muito” foi tudo que consegui dizer, não soube expressar o meus sentimentos com palavras. Respeitando a dor deles, fui saindo escondida sem que me notassem de vez, embora estivessem desolados, ainda podia sentir a harmonia entre eles, a receptividade e bom humor apesar dos poréns.

O que deveria ser uma comemoração de boas vindas, tornou-se um festival de tristeza. Cheguei em casa por volta da meia noite, abri a porta de casa lentamente, exausta. Minha mente me martirizava, semanas atrás nunca havia chegado perto de morte alguma e só em um mês já presenciei três. O que mais faltava? Sobreviver à uma explosão?!

Marchei penosamente arrastando os passos até meu quarto, soltando o corpo sobre a cama conforme suspirava irrequieta. Peguei o celular digitando os números afobada, errei duas teclas de tamanho nervosismo e tive que repetir. Chamou, chamou e chamou. Fechei os olhos pronta para uma prece quando ouço o ruído do telefone ao ser retirado da base — Quem fala? Se for trote, vá ligar pra sua vó – ralhou ela com a voz rouca e pesada de sono.

Contive um riso — Aí é da pizzaria?

— Ah Avril, tinha que ser você! Vá caçar namorado e largue do meu pé!

Mudei o semblante, bufando de raiva — Mãe, eu liguei para... Eu queria dizer, obrigada. Obrigada pela paciência, por sua dedicação e amor, por cuidar de nós com tamanho zelo e sem fios brancos. – pedi emocionada, fechando os olhos e inspirando lentamente, estava lutando contra as lágrimas.

Ela expressou um “hã?” — Filha você não matou ninguém né? Já sei, bateu o carro e foi apreendida? Nem pense em se matar que senão lhe mato. Afinal, o que houve? – começou a despejar um monte de perguntas sem me deixar responder.

— Calma, eu só queria dizer que te amo. Não posso mais?

— Não quando estamos tão perto do Natal. O que tu quer? Trenó do Noel está fora de cogitação!

— Mas mãe...

— Já disse que não vou roubar um pra você!

Fiz uma careta descontente — Se fosse o Matt...

— Mas não é. Agora pare de graça e volte a dormir, mamãe também lhe ama. Beijos – proclamou, despedindo-se aos risos e encerrando a ligação.

Encostei a cabeça no travesseiro fitando a decoração do teto e as formas do lustre — Também lhe amo, mamãe. – sussurrei, enfim tomando coragem para fechar os olhos após presenciar tamanha agonia.

 


Notas Finais


Postei e saí correndo, abraços pra ti que está lendo! ♥ É, eu planejei diferente como sempre, mas saiu assim ;-;

Espero que tenham gostado, nos vemos no próximo, sim? *u* 💖 Até semana que vem, bae qq sz


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