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História Freak Out - Convergência


Escrita por: sammye

Notas do Autor


Hey, hey you!
Tudo bom?
Andei pensando se adiaria esse capítulo porque ultimamente as agendas andam corridas e dezembro é um mês meio afobado, porém já mudei os dias três vezes, uma quarta agora e depois seria o que, três vezes por mês? D: ~porque se deixar eu vou aumentando e me perco toda~ fora que o Natal está chegando!

Ah, o termo "levados" para a frase – se referindo à crianças – quer dizer de sapecas, travessos. E não sei se disse, mas mancebo é aqueles cabides que usamos para pendurar casacos.
Desejo uma boa leitura *♡*

Capítulo 18 - Convergência


Fanfic / Fanfiction Freak Out - Convergência

Estava sentada numa das mesas da cafeteria remexendo a colher da xícara com a cabeça apoiada na mão, encostada sobre o banca. Estava com o pensamento longe quando avisto do outro lado o senhor Ives se aproximar. Ele acenou em minha direção e eu o cumprimentei.

Caminhou apressado questionando se podia sentar ali comigo, fiz que sim meio desdenhosa. Ele pegou o guardanapo conforme se ajeitava — Olá, como vai? – perguntou. Apenas enviei um olhar cético, ele já deveria saber que me arrancaram do time — Liguei para você esses dias.

— Sim.

Suspirou — Olha, quero deixar claro que não tenho nada a ver com as indelicadezas daqueles dois.

— Eu sei – murmurei, repetindo mais uma vez.

— Não é o que parece. Eles disseram que você pediu para sair pois estava tendo divergências entre sua carreira e hobby.

Arregalei os olhos, atônita — EU O QUÊ?! – elevei o tom de voz e os olhares incomodados dos demais fregueses se voltaram em minha direção. Engoli a saliva em seco e corrigi o timbre — Sabe que isso é uma mentira?

— Claro que sei! – fez sinal para que a garçonete lhe trouxesse um chá — A Avril que conheci nunca foi de inventar desculpas para sair de alguma coisa, fora que você adora jogar. Eu investiguei um pouco mais a fundo, conversei com seu irmão...

— Matt? – interrompi, como ele sabia?

— Sim, ele veio me perguntar por que lhe tiraram de “tal maneira”.

— Eu não preciso que me defendam.

Assentiu — Por isso tenho uma proposta a lhe fazer. – falou com um sorriso amigável nos lábios e um brilho nos olhos — Estou para montar um time de verdade e queria você nele.

Revirei os olhos — Já conheço essa história. Para depois ser escorraçada e humilhada novamente? Não. – impus, dando um tapa na mesa.

— Peço desculpas por isso, aqueles dois passaram dos limites mas já estamos cuidando disso.

Cruzei os braços, arqueando a sobrancelha — E posso saber como?

— Scott continua com um time, ele ainda não teve o que mereceu por enquanto. Acabou se transtornando nos últimos meses e se tornou repugnante – contou, recuando para trás e aceitando o chá que lhe fora servido — Quanto ao Ethan, ele já não será juiz por muito tempo. Receberá um cargo quase oficial.

Bufei — E isso é um cargo ruim? Você mesmo tem um desses cargos!

— Será um Penalty Timekeeper. – respondeu, pousando as mãos sobre a mesa colocando os dedos envolta da aba a xícara levando-a até a boca.

Tapei a boca para reprimir um riso, porém não aguentei e caí na gargalhada. Ri tanto que quase fiquei sem ar — Ele vai ser encarregado de registrar os pênaltis, tempo e hora e ativar o cronômetro do jogo?! – perguntei retoricamente, ele concordou também rindo. Ah, esse era um ótimo castigo!

— Mas ainda não é com certeza, estou trabalhando nisso. Não é uma decisão minha, então...

— Pode ser que ele se safe – completei desanimada, desfazendo o sorriso. Inspirei — Fale mais sobre o time.

— Bem, estava pensando em lhe por no centro sendo tanto defesa quanto ataque como uma capitã, seria uma boa ideia, não acha?

— Você será o técnico?

Fez que não com a cabeça — Tenho outros trabalhos a fazer. Will é um grande amigo meu, jogamos juntos há alguns anos e tenho certeza que será um bom treinador. Ele é uma boa pessoa. – afirmou, sorrindo novamente.

— Eu quero um contrato, quero isso assinado. Não permitirei ser hostilizada daquela forma novamente! – determinei, cruzando os braços.

— Não posso lhe dar esse privilégio, seria injusto com os outros. Teria que ser de igual para igual. Além do mais, há duas condições para você estar nesse time.

Franzi o cenho — Qual?

— Will pediu que sua carreira como cantora jamais interligue com a de jogadora, mesmo sendo um hobby ele quer levar isso a sério. E a segundo é que tenha compromisso com isso. – explicou, finalizando o chá.

Ponderei — Parece justo!

Assinalou — Estamos nos esforçando para ter um time de verdade, por isso a quero na equipe. Sei que é uma boa jogadora e que seria uma ótima capitã. Ainda estamos terminando de escolher os demais jogadores, então preciso saber qual será sua resposta.

Levei a mão ao cabelo, bagunçando-o. Ives aparentava ser uma boa pessoa, ele tinha um sorriso amigável e seu olhar era gentil, calmo. Senti que podia confiar nele um pouco, no entanto ainda estava com um pé atrás pelo o que ocorreu da última vez. Respirei fundo, refletindo — Sei que não posso te culpar pelo o que fizeram comigo totalmente, mas posso parcialmente. Preciso pensar um pouco nisso, você me dá um tempo?

Soltou um suspiro — Ah, tudo bem. Peço que pense bem, pois não queremos uma desistência logo de começo. De toda forma, obrigado por me ouvir – proclamou, remexendo a carteira para pagar sua bebida.

— Mas já vai embora? Termine de tomar seu chá!

Fez que sim — Não posso, tenho um compromisso para daqui a pouco. Tenha um bom dia, Avril. – despediu, levantando e dando-me as costas, saindo tranquilamente por entre as mesas.

Terminei de tomar meu café calmamente conforme ruminava a ideia de voltar a jogar Hockey. É claro que queria muito, todavia não deixaria que me ofendessem novamente. Acredito que não seja essa a intenção do senhor Ives, só que não posso dizer isso com clareza sem antes pensar melhor.

 

...

 

Passei alguns minutos em frente ao espelho encarando meu reflexo girando o corpo de um lado para o outro lentamente, fitando-me. Ultimamente andava meio pálida e isso me inquietava um pouco pois o Halloween já passou.

Balancei a cabeça, exasperada, deixando isso para lá e terminando de me arrumar. Em poucos minutos já estava pronta e mais que isso, encontrava-me postada em frente ao local buscando por entre as pessoas uma figura familiar.

Busquei com o olhar até enfim encontra-lo, ele aparentemente estava fazendo o mesmo que eu, olhando pelos cantos pairado em frente à entrada ao lado da fila. Sorriu assim que me viu, acenando.

Coloquei as mãos nos bolsos e caminhei em sua direção, aproximando-me — Oi! Tudo bom? – sorri ao cumprimentar.

Assentiu — E você?

— Vou bem. Vamos entrar? – fez que sim, abrindo passagem para que eu fosse na frente — Não tem um lugar certo?

— Tem, mas podemos pegar outro. Isso depende do dono do lugar, mas geralmente sentam aleatoriamente. – baixou os olhos retirando os ingressos do bolso e analisando — É por aqui – falou, conduzindo-me entre as arquibancadas.

Brody seguiu olhando para baixo, depois ergueu a cabeça e apontou para uma parte vazia. O acompanhei em direção ao local, pairando em frente e puxando para ajeitar a barra da blusa ao sentar do seu lado. Estava entretida olhando para o lado oposto curiosamente observando a locação quando escuto um murmúrio num tom familiar.

Franzi o cenho, virando a cabeça lentamente pendendo o corpo para frente tentando encontrar a dona da voz. Acima, na fileira de trás, lá encontrava a consultora com o mágico logo perto prestes a se aproximar dela quando um braço invade o espaço livre, ocupando a vaga. Era Damien sentando entre os dois justamente no momento em que as mãos deles iriam se encontrar.

Ele me encarou surpreso, quem estava atônita era eu! Embasbacada para ser mais precisa, mas será possível?!

— Meio metro, o que faz aqui?

— O que vocês fazem aqui? Estão me seguindo?!

Desapontada, Misty soltou um lamurio — Kane me convidou para assistir a apresentação – deu ênfase nas palavras, fuzilando o irmão pelo canto dos olhos. Então apontou logo para trás onde encontrava-se Benedict sentado calado apenas nos fitando.

— E a creche veio junto... – completei.

Antes que o detetive respondesse, sua irmã o interrompeu pedindo para que fosse buscar alguma bebida juntamente com o outro, ele relutou inconformado — Precisa de alguém hábil para carregar tantas coisas e um auxiliar para pagar a conta – proclamou, o instigando a aceitar. E lá se fora a dupla faísca e fumaça.

Assim que deram as costas, o mágico a encarou com um olhar pesaroso — Não quero ser rude mas... Seus irmãos, sabe? Não podemos ir para outro lugar? Eu conheço um canto mais... – ele tentava escolher as palavras conforme a mulher em sua frente esboçava uma reação diferente.

Virou em minha direção — Mas e a Avril? Não é justo deixá-la sozinha com aqueles dois! – respondeu indecisa.

Enviei um olhar para Brody, que assentiu e a respondeu — Nós damos conta, pode ir, não se preocupe! – falou, sorrindo gentilmente e a induzindo a ir. Os dois se entreolharam, agradecendo e saindo logo em seguida, de mãos dadas!

O encarei admirada — Que gentil da sua parte se dispor dessa forma!

Manteve o sorriso — E quem disse que não tenho uma carta na manga? Venha – puxou-me pelo braço cuidadosamente, descendo o degrau enquanto pedia passagem para as pessoas no caminho.

Fomos parar do outro lado, acomodei no assento buscando com o olhar os irmãos pois tinha receio que fossem buscar por Misty. Faltava poucos minutos para o espetáculo iniciar, encontrei Damien sentado com o cotovelo apoiado no joelho e a cabeça encostada na mão com a cara fechada, emburrado. Mais pro fundo, Benedict encontrava-se rindo de algo na tela do seu celular. Como eles eram opostos!

Brody chamou minha atenção avisando que iria começar. Foquei o olhar para o palco esperando a introdução, achei que fosse aparecer algum palhaço ou algo assim – afinal havia anos que não vinha ao circo – no entendo, surgiu um mágico fazendo uma apresentação com o truque das trocas de roupa, eu amava isso!

Depois fora vindo novas pessoas, diferentes artimanhas. Ele “cerrou” a ajudante e depois se trancou acorrentado dentro da caixa cheia d’água, meu coração quase saltou para fora quando o tempo fora passando. Pendi o corpo para frente e comecei a gesticular as mãos, aflita, balançando desesperada clamando para que parasse com isso.

Ao meu lado, ele se assustou com minha reação e perguntou se estava tudo bem comigo, respondi que sim ainda vidrada na cena. Enfim o ilusionista saiu dali e eu pude soltar o ar, suspirando aliviada.

Brody caiu no riso — Tem quantos anos que você não vem numa apresentação?

Respirei fundo, retornando à posição inicial — Pra ser sincera, tem alguns anos já. E você – olhei de soslaio para o cenário, agora era outra atuação — deve vir muito, certo?

“Mais ou menos”, respondeu — Eu vinha muito com a minha mãe quando era mais novo, mas isso antes do divórcio. Ela trazia Brandon e eu, nós dois dávamos um perdido nela e íamos cutucar as pessoas debaixo da arquibancada – contou, fazendo uma careta marota, que crianças levadas!

— Seu irmão? – assentiu — É difícil lidar com o divórcio ainda mais quando somos jovens.

Fez que sim — Seguiram suas vidas, ainda se casaram no mesmo ano – riu, balançando a cabeça e olhando para o longe — Minha mãe se divorciou tem alguns anos, agora ela diz não cometer mais a mesma burrada três vezes.

Segurei um riso — Meu pai diz a mesma coisa, apesar de que se dê bem com minha mãe e sejam bons amigos. Ele nunca mais se casou, já a mamãe acabou de terminar uma terceira tentativa.

— Meu pai também está no terceiro casamento.

Sorri e ele fez o mesmo. Voltamos a assistir a exibição, agora sim tinha um palhaço no centro. Estava tendo uma espécie de encenação um tanto antes do malabarismo. Só espero que não tenha maltrato à nenhum animal que senão ficaria possessa ali mesmo!

Estava evitando soltar um bocejo, não queria ser mal educada e insinuar que estava com sono ou entediada já que ele se esforçou para prevalecer o convite e ficou tão empolgado, isso seria falta de educação da minha parte. Mas o que podia fazer se estava com um sono inoportuno?!

Após encerrar a apresentação, levantei-me num pulo e esperei que os demais espectadores saíssem do caminho em fileira para que pudéssemos descer. Do lado de fora o cenário transformou-se numa espécie de feirinha, com barracas de jogos, doces e até mesmo um de adivinhações. Avistei Damien apontando para o local enquanto Misty tentava empurrá-lo para longe dali rumo à saída.

Balancei a cabeça rindo ao contemplar a cena, deixando isso para lá. Passamos em frente à um senhor que vendia balões, uma garotinha passou em minha frente com um e eu movi a cabeça para acompanhá-la com o olhar. Do meu lado, ele indagou se eu queria algum, respondi que não de imediato. Não era uma criança, embora fosse um tantinho pequena.

Quando dei por mim, estava secando o balão da garota. Fazer o que se a bexiga chamava minha atenção?! Era uma estrela tão linda e eu adorava isso. Ele virou para o vendedor e pediu uma, pairei ao seu lado de imediato com os olhos brilhando pedindo por uma em especial. Saí dali saltitando a cada passo com o balão da Hello Kitty enquanto ele seguia logo atrás, rindo.

Depois, Brody questionou se eu queria comer alguma coisa, respondi que sim já que a fila que estava para ir era a da pizza. Assim que foi atendido, pediu — Duas pizzas, por favor. – elevou a mão para chamar a atenção.

Fitei-o curiosa — Mas e você, não vai comer nada?

Ele piscou aturdido, franzindo o cenho — Três? – arqueei a sobrancelha — Quatro?

Ri da careta que ele fez — Estou brincando, duas já basta. – proclamei, completando em seguida “para mim”.

Concordou, pegando as massas sobre uma bandeja conforme caminhava em busca de uma mesa vaga. Encontramos uma no canto, puxei a cadeira e sentei de frente a ele antes dele se acomodar — Vou buscar uma bebida, deseja algo?

— Uma Vodka com gelo, por favor. – brinquei, arregalou os olhos surpreso — Estou brincando, você acha mesmo que eu sou uma bebum?

— E se tivesse vinho?

— Também não recuso!

Riu, balançando a cabeça enquanto seguia para outra barraca, gritei avisando que queria um suco mesmo. Pousei os braços sobre a mesa aguardando com que voltasse, levou alguns minutos para retornar, colocou um copo de plástico vermelho perto do meu prato — Suco de Kiwi. – avisou dando a volta na mesa, pegando seu copo e levando até os lábios.

Franzi o cenho — O quê? E o seu é do quê?!

— O meu é Coca-Cola. – falou. Fuzilei-o com o olhar indignada, o que o fez pender para trás gargalhando — Brincadeira, é suco também!

— De kiwi?!

Fez que não. Então puxei meu copo e encarei o líquido, não era desse sabor — O seu é de laranja. Tinha apenas desse e de maracujá, como você está com sono e ainda tem que dirigir de volta para casa, não achei uma boa ideia escolher esse – explicou atenciosamente, puxando sua pizza.

— Espera, você sabia que eu estava com sono?!

— Sim...

O observei pronto para comer de talher — Isso é um homicídio! – comentei, irevoltada. Elevou os olhos, confuso — Um assassinato contra a Sra. Pizza. Não se aproveita nada assim, com a mão é muito melhor! – proclamei. Soltou o talher e pegou o papel, revirei os olhos, quanta frescura — Com a mão é melhor!

— Você é uma espécie de guru da comida ou algo assim?!

Ri — Só estou lhe ajudando! – falei, mordendo a pizza e virando a face. Observei o balão pendurado na cadeira ao lado conforme aproveitava a refeição, uma ideia súbita passou por minha mente e sem pensar muito, disse de supetão — Você sabe qual o nome da família do homem invisível? – ponderou, negando — Transparente!

Piscou atônito, pousando o cotovelo na mesa e apoiando a cabeça tapando o rosto tentando não rir, engoliu o riso, negando pra si próprio. Então comentei que tinha um arsenal de piadas do mesmo calibre — Ah, eu também tenho uma! Qual o nome do peixe que pulou do edifício? – proclamou. Pensei, confusa. Por fim respondi que não sabia — Atum!

Atum? Aaah! Tum!

Caí no riso — A sua vem com efeito sonoro e tudo? Aaatum! – fez que sim, rindo — Ok, o que é o que é... – esfreguei as mãos, ajeitando a compostura ansiosa pela próxima advinha.

Ficamos ali pelos próximos minutos trocando charadas e piadas do mesmo nível, era engraçado que apesar de uma ser pior que a outra, estava divertido rir de tamanha tontice. Depois de um tempo, olhou de relance para o relógio. Fiz o mesmo, pegando o celular e visualizando a hora.

— Tem que ir?

— Amanhã acordo cedo.

— Mas é domingo!

Concordou — Irei buscar minhas irmãs.

Oh — Você tem irmãs?

— Na verdade é o que mais tenho, irmãos tanto mais velho quanto mais novos.

Sorri — Você parece ser um cara bem família.

Ponderou — Mais ou menos, sou um tanto distante da família. Porém, me importo muito com minhas irmãs mais novas, elas são jovens ainda e influenciáveis. E bem, não tenho muito contato com elas – argumentou, terminando de tomar o suco — E você, tem irmãos?

Assenti — Tenho um irmão mais velho e... – baixei os olhos recordando que ainda estávamos sem nos falar, tentei contatar Michelle esses dias, contudo ela me ignorou — uma irmã mais nova. – disse, por fim, soltando um suspiro entristecida.

Pendeu a cabeça para o lado, observando-me — A qual você está brigada...

Concordei, mordendo o lábio. Respirei fundo, soltando o copo e arrebatando o celular para levantar, estava realmente ficando tarde e eu estava morrendo de sono. Brody também se ergueu, empurrando a cadeira de volta ao lugar.

Seguimos caminhando pelo pátio rumo ao estacionamento, uma parada antes e estava com uma pipoca em mãos. Brody hesitou em comprar uma para ele — Está de dieta? – perguntei, fitando-o dos pés à cabeça.

— Claro que não! Como se eu precisasse disso! – rebateu de imediato — É que não estou com fome, jantei antes de sair de casa.

Arqueei a sobrancelha — Hum... Medo de perder o tanquinho? Nem dá para perceber os quilinhos a mais com essa camisa, relaxa!

Ele passou a mão na barriga, fazendo uma careta indignado — Está insinuando que estou gordo?

— Ih, toquei na vaidade? – comentei, fechando os olhos e respirando fundo, olhando para o pipoqueiro, perguntei — Certeza que não vai querer nenhuma?

— Doce. – murmurou meio esbravejado.

Acho que o irritei. Segurei o riso — E isso não vai estragar a sua dieta?

— Eu não estou de regime!

Ergui as mãos para o alto em sinal de rendição — Ok, ok, calma! – comentei, provocando. Fuzilou-me com o olhar.

Conforme caminhávamos, puxei o pacotinho de pipoca doce de sua mão e despejei sobre a minha que era salgada, depois devolvi pela metade. Ficou me encarando atônito — Ué, você disse que não estava com fome... Aliás, doce engorda. Estou lhe fazendo um favor!

Fitou-me de soslaio — Você vai me atazanar com isso eternamente né?

— Uhum!

Segui dando passos largos balançando os braços para frente e para trás cantarolando uma música. Encontrei meu carro entre os outros, abri a porta e levei uma remessa de pipoca até a boca. Ele estava pairado ao lado — Obrinhada ponha conwite, wim dirritir ruinto – murmurei com a boca cheia.

— Quê?

Elevei a mão, fazendo sinal para que aguardasse. Engoli a pipoca — Obrigada pelo convite, foi divertido! – corrigi, sorrindo amigavelmente — Podemos repetir isso mais vezes! – sorriu de volta, fazendo que sim com a cabeça. Ele fora cortês em fazer o convite e aguardar que pudesse vir, fora divertido sair um pouco sem arrancar meus cabelos no final da noite. Era bom ter um novo amigo.

Coloquei a bexiga no carro para depois por o saquinho de pipoca num cantinho, ajeitei o banco antes de sentar. Brody fechou a porta cuidadosamente — Boa noite! – falei, abaixando o vidro.

— Boa noite!

Girei a chave prestes a dar partida — Até mais!

Acenou mantendo o sorriso cordial — Até! – despediu-se. Arranquei com o carro, saindo do estacionamento e seguindo para a saída. Pelo retrovisor o avistei pairado ali perto averiguando se estava tudo bem.

 

...

 

Abri a porta de casa lentamente, deixando os sapatos no cantinho perto do mancebo e carregando a bolsa debaixo do braço com o balão enroscado na alça. Passei perto do telefone, ouvindo as mensagens recebidas. Fez um ruído para reproduzir a primeira — Oi, filha. Aqui é a mamãe, você vem para o Dia de Ação de Graças? – questionou, encerrando a chamada. Passei para a próxima — Olá, Avril Lavigne. Aqui é Nathalie Reid da gazeta – informou de onde vinha para ser direta ao assunto — Gostaria de falar sobre Deryck Whibley? – bufei, passando para a próxima chamada. Depois veio Matthew Wise do jornal local, em seguida Annie Davies do programa de fofoca, cessei em Nick Pratt pois perdi a paciência com essas perguntas impertinentes referentes ao Deryck. O que deu nesse posso em reviver esse assunto repentinamente?! Fiquei apenas um dia longe do telefone e olha no que deu.

Larguei as chaves ao lado do aparelho e subi apoiando a mão no corrimão da escada, passei pelas portas até chegar no quarto. Precisava de um banho, mas antes gostaria de descansar. Soltei o peso sobre os ombros e caí na cama, apoiando a cabeça no travesseiro. O telefone tocou, hesitei em atender. Olhei o remetente, decidindo aceitar — Amy? – chamei surpresa, olhando o relógio. Eram 3h05.

— Oi, Avril! Desculpe estar lhe incomodando nessas horas, sei que é tarde mas por um acaso você não viu o Matt por aí?

— Não...

— Não está o escondendo?

Sentei na cama — E porque o esconderia?

Suspirou — Tivemos uma discussão feia hoje de noite e ele saiu bravo de casa tem algumas horas, estou preocupada.

— Ele não é de dar sumiços, já tentou ligar para mamãe? – respondeu que sim — E para meu pai? – disse o mesmo — Michelle?

— Ela não atendeu.

— Não me surpreendo, ela desliga o telefone e não atende chamadas depois da meia noite – relembrei. Respirei fundo, esfregando os olhos — Fique tranquila que a última coisa que Matt seria é ser irresponsável, ele deve estar na casa de algum amigo. – concordou, sua voz estava aflita — Boa noite, Amy. Você é minha cunhada preferida!

Riu — Sou a única que tem! – exclamou antes de se despedir.

Espreguicei, respirando fundo, arrastando o corpo para fora da cama prestes a tomar um banho. Um ruído no corredor me chamou a atenção, então caminhei até o lado de fora e observei uma fresta iluminada na porta entreaberta do fundo do corredor. Segurei o travesseiro firmemente, deixando minha mão avermelhada, o usaria como defesa caso fosse um maníaco.

Dei passos lentos e cuidadosos evitando fazer barulho, cheguei na ponta dos pés em frente ao cômodo. Toquei na madeira e empurrei cautelosa colocando a cara no vão receosa para então me surpreender com Matt esparramado na cama do quarto de hóspedes. Suspirei. O ruído que parecia um porco tento um enfarte era apenas ele roncando, estava com a cabeça para fora da cama.

Levei a mão ao peito, respirando aliviada. Então marchei penosamente até meu irmão, pegando o lençol como cobertor e me encaixando ali do seu lado nos pés da cama como fazíamos quando crianças. Fechei os olhos, tentando dormir, no entanto um ronco alto me fez saltar — Matt, cala a boca! – ralhei irritada, acertando-lhe um golpe com o travesseiro. Engoliu o barulho e se remexeu murmurando algo, ficando quieto depois. Assenti vitoriosa, apoiando a cabeça debaixo das mãos, fechando os olhos para enfim cair no sono. 

 


Notas Finais


Samy estava indecisa com esse capítulo, para não dizer receosa. Pois acabou meus capítulos prontos e fazia semanas que estava tentando escrever esse sem perder a linha. Acontece que consegui escrever o começo semana passada e após postar o último, percebi que não tinha o próximo, sendo assim entrei em pânico. Não sei se devem ter percebido mas sou muito surtada com prazos e dedicada ao extremo, chegando a ficar doente de nervosismo e ansiedade com medo de decepcionar vocês ;-; Por isso o capítulo saiu extenso, porque eu planejei tudo com carinho havia tempos e me recusei a cortar as partes, está fora de cogitação u.u
Então eu acho que os próximos capítulos em diante sairão compridos mesmo.


Enfim, espero que tenham gostado de coração, pois eu gostei muito *☆* Nos vemos no próximo, sim? 💖


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