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História Freak Out - Singularidade Momentânea


Escrita por: sammye

Notas do Autor


Hey, hey! You, you sz
Feliz ano novo, meu abores! 📣 🌟

Capítulo 23 - Singularidade Momentânea


Fanfic / Fanfiction Freak Out - Singularidade Momentânea

 

Estava com o tablet em mãos conversando com meu irmão mais novo através de uma chamada pela internet. Ele se encontrava num cenário típico do Réveillon, com luzes e objetos festejando a chagada do novo ano. Perguntou como as coisas estavam por aqui e eu respondi que por enquanto tudo ia bem. Ouvi um chamado e ele virou a cara para o lado gritando que já ia, então após escutar passos rápidos, uma moça o empurrou, tomando seu lugar mantendo o aparelho em mãos — Oi!

Ela tinha um longo cabelo levemente ondulado numa tonalidade de castanho escuro e olhos também castanhos, os lábios rosados medianos e os olhos com uma maquiagem de leve apenas realçando os cílios — Então você é a Bea? Ah, olá! – exclamei, acenando.

Assim que ouviu o nome, Dam cessou os passos e me empurrou para o lado retirando o tablet de minhas mãos — Você que é a noiva do Benedict? – perguntou, observando-a minuciosamente.

Ela sorriu — Sim, e você deve ser o Damien, certo? – ele concordou — Ouvi muito falar de você.

— Aposto que muito mal né?

Negou — Pelo contrário, Ben disse que...

Agora fora Bene quem interrompeu, empurrando-a para o lado e retomando o aparelho. Ao meu lado, ele ralhou — Eu queria ouvir o que ela tinha a dizer, devolve pra ela!

— Ela já foi!

— Foi nada!

— Foi sim!

— Não foi!

Revirei os olhos — Ah já chega vocês dois! – ordenei. Dam entregou o aparelho em minhas mãos novamente dizendo não estar interessando em conversar com ele. Assim que deu as costas, Bea retornou a falar chamando a atenção.

— Vamos, amor, vai começar a queima de fogos.

— Um instante, vou passar a virada com minha irmã.

Ela sorriu, tocando em sua face e virando seu rosto, depositando um beijo rápido em seus lábios. Depois saiu apressada — Eu ainda queria saber o que ela ia falar... – resmungou Damien ainda ao lado aguardando.

— Vai continuar querendo saber.

Antes que pudesse dizer algo, a queima de fogos se iniciou e então meu irmão me abraçou, beijando meu rosto e erguendo Noam no colo para desejar feliz ano novo. Do outro lado, Bene desejou suas saudações para nosso próximo ano dizendo que nos amava. Dam saiu de perto logo depois, sendo conduzido por seu filho, deixando-me quieta aqui.

— Eu lhe amo, minha irmã. Desejo que esse ano seus sonhos se realizem, e que tenha muita produtividade, criatividade para solucionar seus casos e muita alegria, pois o mínimo que você merece é a harmonia. Ah, e muita paciência que viver com aquela praga não é fácil! – desejou contente, rindo.

Sorri, levando a mão ao peito e fechando os olhos antes de recitar — Também lhe amo, maninho. Que seu ano seja iluminado e agraciado, que seus projetos se tornem reais e que o amor preencha seus dias. – proclamei, levando a mão aos lábios e enviando um beijo, ele fez o mesmo.

Logo veio sua noiva empolgada, também desejou seus cumprimentos para o novo ano para depois chamar meu irmão. Bene se despediu dizendo que agora tinha que ir e que retornaria mais tarde, não o segurei por muito mais tempo, queria mesmo é que se divertisse lá já que aqui estávamos mais quietos.

E quando encerrei a chama e olhei pela janela, avistei os dois agachados quietinhos no meio do jardim aprontando alguma coisa. Saí vagarosamente os espreitando para ver o que estavam maquinando. Meu irmão acendeu um dos fogos de artifícios pequenos, aqueles que davam para segurar em mãos. Ele segurou as mãos do menino com cautela e manteve o objeto em suas mãozinhas para que Noam aproveitasse a sensação de segurar sem se machucar.

Quando me aproximei, ele me ofereceu um para que formássemos uma rodinha e ficássemos ali passando as horas, juntos, curtindo a queima de fogos do nosso jeitinho. Não pude deixar de notar que havia comprado dois a mais, seria para mamãe e Bene? Deixei isso de pra lá por um instante e curvei o corpo, aceitando o convite e agachando em seguida, acompanhando os dois que riam de alguma coisa que perdi no meio do percurso. Eles estavam sorrindo, contentes, e isso já bastava para tornar aquela noite especial. Pois, mesmo na ausência de um, estava aqui com os meus rapazes.

 

~x~

 

O ano mal havia começado e eu já estava disposta a enfrentar os dias buscando por trabalho, no momento meu único caso se tornou numa cama de gato e Damien não estava tão focado nisso quanto eu, ele passava mais tempo enrolando para procurar as pistas do que realmente investigando. Acredito que já estivesse cansado dessa brincadeira, talvez eu devesse lhe dar seu espaço?

Olhei meu reflexo no espelho, pensativa. Havia tanta coisa para fazer que mal tinha paciência para aguardar. Estava terminando de reler as anotações do meu caderno de informações quando ouço alguém batendo na porta. Falei para entrar, então meu irmão colocou a cabeça entre a porta avisando que tinha visita à minha espera.

Fechei o livro e recuei para trás com o banco, levantando-me enquanto apoiava na penteadeira. Ajeitei a blusa levantada e recompus a postura, caminhando lentamente para fora do quarto. Chegando na sala, avistei Avril sentada aguardando no sofá da sala — Você disse visita, ela é quase de casa já! – proferi, franzindo o cenho.

Fez que sim — Verdade, eu deveria ter dito incômodo né?

Levantou num pulo, ralhando — Ei, eu estou te ouvindo, viu?!

— Sinal que não é surda.

Fitou-o cética — Eu poderia descer ao seu nível e embarcar nessa infantilidade, porém tenho assuntos mais importantes para tratar – proclamou com a cabeça erguida, depois virou o corpo em minha direção — Podemos conversar? – assenti — Em particular.

Concordei com a cabeça, apontando para a direção do escritório da mãe Raziel. Seguiu em minha frente e eu a acompanhei logo atrás, parou em frente a porta para que eu abrisse, girei a maçaneta, sinalizando para que entrasse primeiro como uma boa anfitriã. Insisti para que sentasse num dos assentos, contudo recusou dizendo preferir ficar de pé por ser breve.

Olhando-me nos olhos com um semblante sério, pronunciou — Preciso da sua ajuda em um caso, poderia me acudir?

— O que houve?

Fechou os olhos por um breve momento, suspirando — É minha irmã e o caso Cord. Gostaria que investigasse isso mas que passasse distante de ter ligações comigo, entende?

— Você não quer que descubram ligação com você?

— Exatamente. – concordou. Respirou fundo — Houve mais indícios de que isso está longe de se solucionar... Sinto que minha irmã está envolvida nisso de alguma forma um pouco mais do que diz estar, quero protegê-la disso, me entende? – perguntou e eu respondi que sim — Kendrick veio dizer algumas coisas, não que eu confie totalmente nele, mas o jeito dele de agir até que faz sentido.

— Como assim?

— Antes de tudo, foi ele quem revelou a história. Que depois Michelle confirmou, para depois os dois se jogarem um contra o outro. Talvez Cord tivesse enganado os dois? – questionou-se, confusa — Parece que aquele pingente devolvido era falso e isso tinha a ver com o acidente que Mich sofreu, por isso peço que me socorra nesse assunto, e também por esse motivo peço total distância com meu nome para que minha irmã não desconfie que fui eu quem pediu. Bom, pelo menos não por enquanto. Prometi não me meter nisso, mas não consigo...

Baixou os olhos, mantinha as mãos entrelaçadas, seu semblante era de angústia e dúvida, claramente estava receosa. Ponderei, embora fosse meu sonho tratar de um caso que não fosse adultério, não poderia prometer uma investigação justa e válida no momento — Olha, talvez eu saiba uma forma de não relacionar seu nome ao meu.

Ergueu a cabeça — Como?

— Tenho um amigo, ele é um ótimo detetive, o Tommy. Eu poderia conversar com ele e pedir para que cuidasse disso imparcialmente, no entanto até você entraria na mira de investigação.

— Sem problemas, eu aceito!

Sorri — Problema resolvido!

Fez que não e eu perguntei o que mais a importunava — Tenho outro pedido a fazer, se puder, é claro.

— Pois diga!

— Esse é mais superficial e menos primordial que o outro. – informou — Acho que você já sabe que espalharam um rumor sobre o meu divórcio e isso realmente é o que menos me incomoda, a questão é que a notícia veio por meio de “alguém do meu círculo” e por mais que digam que isso é apenas uma lorota, não consigo deixar de pensar que alguém que eu conheça e confio possa estar me traindo.

Ela estava séria, não demonstrava emoção ao fazer esse pedido ou citar a separação, dando ênfase que o fato do rumor não a estorvava, ao meu ver. Senti determinação em seu timbre de voz — Tudo bem, isso eu posso resolver. Você tem uma lista de suspeitos de pessoas que poderiam ter acesso a esse tipo de informação? Tipo amigas próximas que sabiam bastante do seu relacionamento.

— Como se uma delas fosse a traidora?

— É você quem está dizendo!

Arqueou a sobrancelha, confusa — Sim, posso dizer alguns nomes. Mas não acho que sejam elas, pode ter algum parente... Ou talvez isso tenha vindo do lado dele?

— Então vamos investigar isso também, irei descobrir quem quer que seja!

Sorriu, agradecida — Obrigada pela ajuda! Irei reembolsar todo o trabalho, não se preocupe.

— Eu até negaria por você ser alguém próxima, mas admito que no momento estou precisando de dinheiro para planos futuros e não posso recusar um cachê. – tive que ser sincera, senão seria falsidade de minha parte. E ela compreendeu, afirmando que iria pagar de toda forma mesmo.

Ofereci um chá ou café, recusou dizendo que tinha que ir e que não iria mais tomar muito do meu tempo. Ela se foi apressada como se estivesse afobada, Avril parecia um tanto nervosa ou ansiosa, não sabia definir com tamanha certeza pois, ultimamente, andava meio relapsa e desconexa das percepções.

Deveria ter sido mais compreensiva e oferecido amparo? Por que não percebo isso antes?! Mamãe sempre me aconselhava nisso! Sentia tanta falta dela que a cada respirada me fazia viajar em uma memória antiga ou até mesmo mais recente.

Balancei a cabeça negativamente, murmurando “Não, não” e erguendo a cabeça, não iria me perder nessa nostalgia mais uma vez.

No armário, peguei um pacote de salgadinho e marchei até a sala retirando o telefone da base, seguindo até o quarto. Fechei a porta com o pé, puxando a cadeira em frente à escrivaninha e jogando o corpo sobre o estofado, apertando as teclas.

Chamou, e chamou. Até que enfim fora atendido — Olá?

— Thomas.

Ouvi um ruído como se fosse um suspiro — Silenna.

— Pra você é Misty.

— Ah, desculpe! Esqueci que você usa mais o seu nome de guerra.

— Do jeito que você falou eu me senti como se fosse uma prostituta. – ralhei incomodada.

— Não, não – negou de imediato, mudando o tom de voz — Você entendeu errado, não foi o que quis dizer. Sabe que jamais diria algo assim de você, eu a respeito, de verdade – tentou consertar aparentemente nervoso com as palavras, isso me fez rir — Do que está rindo?

— Você continua levando a sério tudo que digo?

Bufou — E dá para saber quando você está brincando?! – reclamou, zangado. Eu me desculpei por tê-lo provocado — Enfim, querida, o que deseja?

— “Querida”? – repeti entre os dentes — Ora, não me chame assim.

Ouvi outro suspiro — Força do hábito, esqueci que agora você está saindo com um cara aí, foi mal.

Franzi o cenho, surpresa — O QUÊ? Que cara? De onde tirou isso?!

Fez um murmúrio e eu o consegui imaginá-lo franzindo a sobrancelha e coçando a cabeça — Bem, foi o que seu irmão disse. Comentou que estava saindo com um mágico, algo do tipo. E eu até pensei que você dá tantas voltas que sempre retorna às origens.

Grunhi, cerrando o punho — Damien... – praguejei entre os dentes, rangendo-os — Não, não estou saindo com o Kane. Somos apenas amigos.

— Amizade colorida?

— Não, eu disse: amigos! Estou farta e irritada dessa mania de tacharem a amizade entre um homem e uma mulher, isso é revoltante. Fora que não estou interessada em nenhum relacionamento no momento, muito menos ele.

— Isso está me cheirando a um fora...

— Ah vá se lascar!

Riu — Mas enfim, o que desejava falar comigo? Para você ligar assim depois de tanto tempo só podia ser algo sério, estou errado?

Ele quis dizer que sou interesseira ou entendi errado?! Ignorei a hipótese — Preciso que cuide de um caso para mim – falei após respirar fundo e levar o salgado até a boca, aguardei um pouco para prosseguir — É de uma amiga.

Estranhou — Desde quando você tem amigos?

— E isso lhe importa?

— Tem que ser uma amiga muito importante para lhe fazer se dispor a me ligar...

— Vai ajudar ou não?

— Eu a conheço?

Ponderei — Não que eu saiba, não diretamente.

— Preciso que fale um pouco mais!

Revirei os olhos — Outra hora eu passo aí, não posso transmitir essas informações por telefone.

— Tudo bem, essa é a sua deixa? Tenha um bom...

— Tchau – interrompi, abrupta, encerrando a ligação em imediato.

Levantei da cadeira pronta para devolver o telefone à base, no meio do caminho, encontrei meu irmão sentado no sofá entretido com o celular enquanto a tv estava ligada. O chamei a atenção e ele questionou o que havia acontecido.

— Desde quando você ganhou o direito de espalhar minha vida pessoal por aí?

Arqueou a sobrancelha, confuso — Por aí, onde?

— Tommy.

Abriu a boca, expressando um “Ah” para depois ter a audácia de dizer que fora apenas um comentário entre bons amigos. Isso me irritou muito, então bati na mesa e decretei que não queria mais que ele falasse da minha vida abertamente com as pessoas por aí, ele não tinha esse direito, eu o respeitava, dizia apenas o que ele permitia, daí ele vem e faz isso comigo?!

Expliquei que Kane e eu não temos envolvimento romântico algum e que somos apenas amigos, ele por sua vez, afirmou que eu estava me escondendo novamente e enclausurando qualquer forma de contato com o mundo exterior com receio de um relacionamento. De toda forma, isso era problema meu!

— Vou ser direta – disse, por fim, impaciente — Se isso se repetir, aceitarei a proposta de Benedict e irei morar com ele em Lyon.

Desfez o riso triunfante, mudando para uma careta surpresa e se levantando num pulo — Você vai me abandonar?! Misty, somos irmãos! Bene vai roubar minha irmã também? Eu vou matar aquele intrometido e aí quero ver quem é que vai cuidar de você lá! – protestou inconformado.

A notícia parece tê-lo surpreendido, pois ficou meio atordoado e exaltado, me arrependi de ter perdido a compostura e de ter sido cruel com ele dessa forma. O maior medo dele era ficar sozinho, assim como Bene, e de fato, eu estava remoendo a ideia de sair de casa havia um bom tempo — Calma, Dam.

— Calma? Você solta uma bomba dessas e pede pra ter calma? Com quem você aprendeu a ser tão irritante?!

Isso me fez rir — Com quem será né? – respondi, aproximando-me dele para pousar as mãos em seus ombros tensos, tentando acalmá-lo — Você se estressa muito fácil, tem que relevar.

— Não era eu quem estava soltando fogos pelas ventas segundos atrás e ameacei deixar minha família para trás apenas por um comentário bobo!

Esbocei um riso, entrelaçando meus braços envolta de seu pescoço e o puxando para um abraço, apoiei a cabeça em seu ombro, alisando seu cabelo, afagando-o — Não se preocupe, meu irmão. Eu só disse isso porque estava com raiva, e mesmo que um dia chegue a morar fora, jamais lhe abandonaria. Somos parceiros da vida, lembra? Apenas preciso da minha independência assim como você necessita da sua – falei calmamente tentando transmitir tranquilidade.

Ele me abraçou fortemente — Eu já perdi a mamãe, e Bene mora longe. Só tenho você e o Noam, e quando ele crescer vai querer morar sozinho, e então...

— Não pense assim – interrompi. Ele era mais sentimental do que aparentava ser — Noam jamais lhe deixaria. E Bene também se importa muito contigo. Já mamãe, nunca irá nos abandonar onde quer que esteja, você não sente a presença dela? A sua aura cuidando de nós? – perguntei, olhando-o nos olhos, ele fez que sim.

— Mas talvez Bene não goste tanto de mim... Pego muito no pé dele.

— Porque é o irmão mais velho, é a sua forma de cuidar dele. E ele entende isso.

Afastei um pouco, encarando-o — Se você diz...

Dei um tapinha de leve em seu ombro, depois encerrei essa conversa sobre abandono e avisei que tinha que sair para resolver uns assuntos. Damien apressou em se entrepor na saída questionando onde eu iria, mas quanta ousadia!

Informei que iria sair sem dizer para que local e ele insistiu em me acompanhar. Indaguei o porquê desse súbito interesse e a resposta fora que da última vez em que saí sozinha, fui baleada. Então, tentando não ser grosseira, expliquei que só porque aconteceu uma vez não quer dizer que acontecerá sempre.

E ele me ouviu? Claro que não! Persistiu tanto que quando saí ele veio logo atrás como se fosse meu guarda-costas ou uma de segurança. Girei o corpo, dando meia volta e o encarando na entrada de casa. Cruzei os braços — E você vai deixar Noam sozinho? – questionei, arqueando a sobrancelha. Ele fez uma careta descontente de volta, se dando por vencido.

Sorri triunfante, retornando a caminhar pela calçada. De longe, o ouço gritando — Se cuide! E nada de perseguir bandidos, ok?! – elevou os olhos tentando me visualizar.

Fiz que sim com a cabeça respondendo sua pergunta. Continuei caminhando sem rumo, na verdade disse que iria sair apenas por desculpa para espairecer um pouco, agora teria que buscar algo para fazer.

Passei pela sorveteria, tomei um sorvete. Depois passei pela praça e estava saindo de lá com uma pipoca quando avisto Kane fazendo para um cliente o mesmo truque de cartas que fez comigo da primeira vez. Fui me aproximando lentamente como quem não quer nada, perguntando se poderia tentar, ele ao ouvir minha voz, levantou a cabeça e desconfiou — Quem me garante que não tem nenhuma carta na manga dessa vez?

— Ah, eu estou sem casaco!

Riu, concordando. Decidi o deixar em paz com seus fregueses, acomodei-me num banco próximo apenas contemplando as apresentações. Após alguns minutos, ele encerrou e veio caminhando lentamente em minha direção — Como foram as festas?

— Foi bom. – respondi, estava apoiada no encosto do banco com a mão encostada na cabeça — E lá, como foi? Achei que fosse voltar só semana que vem, não o esperava encontrá-lo aqui hoje.

Franziu o cenho — Nossa, então sou uma presença desagradável?!

— Quê? Não, seu bobo!

Ele riu, empurrando minha bolsa para se sentar ao lado — Na verdade, eu tive que voltar ontem para pegar umas coisas... Sabe aquela minha prima? – assenti — Ela veio a falecer, então minha tia pediu para que eu a ajudasse por uns tempos.

— Isso quer dizer que você vai embora? – questionei entristecida.

— Por um tempo, sim...

Baixei os olhos.

— Mas eu voltarei, pode deixar!

Soltei um suspiro, decepcionada. Mal ganhei um amigo e já o perdi — Tudo bem, se for por um bom motivo, é justo.

Virou o corpo, fitando-me — Vou sentir sua falta.

— Também sentirei saudades.

— Aliás, eu senti muita saudades!

Afirmou com tamanha convicção que fez minhas bochechas arderem.

— Sentiu? – indaguei, surpresa.

— Uhum!

Sorri — Obrigada?

— Pelo o quê?

— Não sei!

Balancei a cabeça, exasperada. Já não estava entendendo mais nada, me perdi no rumo da conversa.

— Posso lhe dar um beijo?

Recuei, apreensiva — O quê?!

Riu — Calma, digo, em sinal de carinho.

— Ah, então assim, sim.

Kane se aproximou lentamente, tocando em minha face e abaixando minha cabeça, com ternura, tocou os lábios em minha testa depositando um beijo carinhoso. Depois se afastou, sorrindo calorosamente. Era isso que eu gostava nele, e admirava, ele era muito gentil e me respeitava, sabia me ouvir e como não ser invasivo.

Após um tempo, ele levantou e me conduziu até seus equipamentos dizendo que iria me ensinar alguns truques e que eu seria sua assistente hoje. Nos divertimos testando os visitantes, alguns eram incrédulos, céticos, e outros mais curiosos. Sentia minha alma rindo com tamanha empolgação, isso estava em minhas veias, fazia parte do meu ser. E retornar à esse mundo por míseros minutos já bastava para me deixar abobada.

 


Notas Finais


Hoy, eu desejo um bom ano para vocês, repleto de realizações! E aquelas mensagens de praxe também, mas claro, desejo muita criatividade e inspiração, ânimo e força de vontade para trilhar esse caminho, porque acredito que não é o ano que nos faz, nós quem os formamos, ao meu ver, é claro. Não há como afirmar que coisas ruins não irão acontecer, por isso torço para que os problemas encontrem soluções. Então estimo um bom ano e que seja radiante/iluminado ✨

E que se for pra ser um 2015 "2.0", que fique em 2016 mesmo qq sksajkasjk Parei cof cof

Espero que tenham gostado, nos vemos no próximo, sim? 💖


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