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História Freak Out - Eu não dou a mínima!


Escrita por: sammye

Notas do Autor


I don't give it up, I don't give a damn
What you say about that? 🎶

Hey, hey! Tudo bom? 💜 Eu estive pensando, e conversando, o que vocês acham de um "resumo" do capítulo anterior antes de cada capítulo já que é postado semanalmente?

*Cônjuge: matrimônio, casamento...
Eloquente: expressivo.

Capítulo 29 - Eu não dou a mínima!


Fanfic / Fanfiction Freak Out - Eu não dou a mínima!

 

Tentei pegar um atalho e evitar o congestionamento, porém peguei trânsito de toda forma. Estava irritadiça pela desavença com Lou e minha cabeça latejava. Peguei o celular para ler uma mensagem enquanto aguardava o sinal abrir novamente, o aparelho escorregou de minha mão no momento que fui guardá-lo, agachei para o pegar de volta, esticando o braço para alcançar debaixo do banco do carona enquanto apoiava a mão no volante.

Escorreguei um pouco até meu dedo esbarrar em algo, sorri triunfante ao alcançar o aparelho e quando finalmente o recuperei, uma batida repentina fez meu corpo pender para frente e no meio do impacto, pisei no acelerador. E “POW”! Bati o carro!

Outro baque brusco me fez levantar num pulo do banco, fechando e abrindo os olhos, aturdida. Busquei com o olhar por entre os demais motoristas, meu cabelo bagunçado tampava minha visão.

Um homem raivoso abriu a porta de seu veículo e desceu furioso em minha direção, também destravei a porta e saí para enfrentá-lo. Atrás vinha outro motorista, o que bateu em mim. O cara do carro da frente me encarou dos pés à cabeça — Tinha que ser mulher! Espero que tenha dinheiro para pagar o conserto já que teve o suficiente pra comprar a carteira – provocou, encarando-me.

Fitei-o, cética — Eu não tive culpa, foi ele – apontei para o outro homem — Quem bateu e fez meu carro colidir no seu!

Então o terceiro entrou na discussão — Mas você quem bateu nele, não eu!

Grunhi — Eu não vou pagar nada, a culpa não é minha!

Os carros ultrapassavam buzinando e reclamando citando xingamentos, ignorei isso enquanto mantinha um embate silencioso com esses dois. O primeiro me peitou, tentando impor sua masculinidade e me deixar coagida — Você vai sim pagar o conserto! – ordenou.

Olhei em seus olhos, ajeitando a postura e mantendo a educação, falei com a voz tranquila de que não tive culpa e ele pode tentar me persuadir bem como quiser, mas não irei dar o braço a torcer — Podemos resolver isso num tribunal.

— Você é rica, tem dinheiro para pagar o conserto. – falou o culpado disso tudo.

Voltei abismada em sua direção — Sim, eu tenho. Mas não vou pagar! Olha, eu posso até não cobrar o preço do mecânico de você, mas ele eu não vou ressarcir absolutamente nada, pra começo de conversa, foi você quem começou a confusão. – proclamei séria, de peito estufado.

— O quê?

Olhei para ambos — É isso mesmo, vocês que são “machos alfa” – risos contidos — Que se resolvam por si só.

Ouvi uma voz familiar próxima, virei para trás e levei um susto ao ver quem estava plantada em minha frente. Era a tal prima Miranda que me fitava curiosa com aquele par de olhos azuis — O que está acontecendo aqui? O sinal abriu e vocês estão congestionando mais ainda! – reclamou fuzilando-nos com o olhar.

Inspirei, respirando fundo e tentando manter a paciência. Sério, quem teve o prejuízo maior fui eu! Meu carro está amassado na frente e atrás e esses idiotas ainda querem me fazer pagar pelo o que não fiz?! — Esses cavalheiros aqui querem me obrigar a reembolsar o reparo de seus veículos só pelo simples fato de que tenho conta bancária. – apresentei os dois, mirando com a mão espalmada — Esse senhor bateu no meu carro que com o impacto acertou o dele e agora ele tirou o dele da reta e quer que eu pague a restauração do outro.

Ela encarou os dois de soslaio com um olhar persuasivo, seus olhos possuíam uma ira contida que pareciam chamas, chegava a assustar — Eu sou advogada, podemos ir para a delegacia agora mesmo resolver esse assunto. Você foi vítima e a consequência da batida lhe fez reagir. Em toda ação há uma reação, efeito dominó. – cruzou os braços, enviando um olhar para ambos.

— Calma, dona. Podemos resolver isso num diálogo – o brutamonte suplicou. Engraçado que segundo atrás ele estava tentando me intimidar.

Encostei no capô do carro de braços cruzados esperando que eles se manifestassem, o homem que estava à esquerda seguiu até o outro à direita e começaram a discutir algo enquanto eu estava sob olhar da advogada.

Miranda abriu a boca para sibilar algo quando uma voz ao longe a interrompeu, ela congelou. Um homem alto e robusto veio em nossa direção, dono se um semblante sério, ele tinha cabelo loiro e seus olhos eram esverdeados — Miranda?

Ela não virou para cumprimentá-lo, apenas soltou um suspiro – ainda no modo estátua – e fechou os olhos murmurando algo — O que você faz aqui?

Ele se aproximou — Você não quis atender...

— E você me perseguiu?

— Foi você quem fugiu!

— Eu não fugi – rebateu, abrindo os olhos e finalmente o encarando — Você quem... O que faz aqui? – sua voz estava carregada, por um instante hesitou e deixou a emoção transpassar por seu timbre, deixando a voz falha. E em instantes, tomou um tom mais rígido.

O rapaz a fitou contemplativo, parecia estar tentando escolher as palavras. Tinha um olhar sereno apesar da expressão séria, e sua voz continha um toque de preocupação. Quando o olhar dos dois se cruzaram, eu finalmente pude perceber. Boquiaberta, constatei: eles se gostam! E não é pouco não, dava pra ver o quanto ambos relutavam e isso que os vi juntos tem nem dois minutos! Fazer o que se o corpo corresponde ao chamado e os olhos entregam tudo, não adianta tentar esconder.

— Como pode ver, estou trabalhando.

— No meio do tráfego? – arqueou a sobrancelha, desconfiado.

— É uma briga de trânsito, não está vendo? – ralhou entre os dentes, irritada — Ela é minha cliente.

Sou?

— E você está atrapalhando! – prosseguiu.

— Estou? Que lástima! – disse, irônico — Não tem problema, eu espero. – cruzou os braços e sorriu provocativo, isso a fez bufar. Pelo visto os dois tem os nervos à flor da pele.

Ri, desencostando do carro e dando a volta até onde estava o outro problema. Felizmente, a sensatez tomou a vez e ambos fizeram um acordo, como eu não iria cobrar pelo reparo, o primeiro que colidiu iria bancar o terceiro. Concordei com essa decisão, dando-lhe as costas e voltando para dentro do automóvel.

Girei a chave, observando pelo retrovisor os dois amantes discutindo calorosamente, ela dava um passo à frente para desafiar e ele correspondia à essa atitude. Pobre Damien, sua paixonite já tinha alguém que não era ele.

Balancei a cabeça, rindo. Saí daquela vaga, passando ao lado dos outros veículos parados, o sinal abriu e enfim poderei voltar para casa, mas antes disso teria que dar uma parada no mecânico. Droga!

 

...

 

Cheguei na residência dos Bydwell no meio da tarde do dia seguinte, esfreguei as mãos nos braços tentando espantar o frio enquanto aguardava para ser atendida. Quem abriu a porta fora Damien com uma cara de poucos amigos, ele não me deixou nem respirar antes de perguntar se descobri algo interessante. Observei sua inquietação, ele estava visivelmente ansioso e agitado, marchando de um lado para o outro murmurando algo que não pude distinguir.

Entrei. Puxei a almofada par sentar e aceitei o chá que Misty ofereceu, levei a xícara até os lábios e o encarei conforme aguardava que a bebida esfriasse um pouco — Sim, a princípio não encontrei muita coisa e quando estava de saída, consegui descobrir algo – introduzi, tomando um gole da bebida calorosa, depois comentei sobre Keid e isso fez o detetive se revoltar.

— Como assim você esteve no mesmo local que ele várias vezes e nunca percebeu isso antes?! – esbravejou, soltando os braços rígidos e tensos, inconformado.

Fiquei desconfortável sob seu olhar de repreensão — Ele era da equipe secundária – defendi-me, retribuindo o olhar de volta — Não participava desses treinos, não tinha como saber!

— Que inútil. – ralhou irritado.

Ergui os olhos — Oi? O que você disse? – sondei na defensiva. Pousei a xícara na mesinha e levantei num pulo, ofendida — Não sou inútil, pelo menos consegui algo, e você?!

Riu presunçoso — Bem, eu descobri que ela tinha uma filha de seis anos.

Cruzei os braços — E o que mais?

— E isso nos dá uma nova suspeita: o pai da criança.

Desdenhei — Isso não passa de hipótese.

Ele criticou — Estou cansado, isso é um fardo. Eu tenho que te carregar para todos os lados porque você fica me ameaçando caso não aceite.

— E isso funciona – ressaltei.

Ponderou — Mas você mal conhece os métodos, às vezes se atrapalha e nos atrapalha. Você é apenas uma cantora, sua função é estar em cima de um palco cantando e não em campo buscando um criminoso.

Atônita com tamanho disparate, ergui a sobrancelha — Pera lá, você está dizendo que sou um incômodo, é isso? Um fardo? E quem foi que notou a testemunha na cena do crime?

Ele revirou os olhos, dando uma volta conforme rebatia — Isso porque estávamos abalados com a morte de nossa mãe.

— Detetives profissionais de verdade não se deixam abater no meio do trabalho.

— Era a nossa mãe! Você subiria num palco após perder a sua?

— Provavelmente, sim. Abalada, mas subiria e cumpriria a minha “função”. – cutuquei.

Bufou — Até porque um show é menos cansativo que uma investigação.

— Você quem pensa!

Ele passou a mão pelo cabelo, bagunçando-o — De toda forma, não estamos progredindo nenhum passo e você não está ajudando.

Fitei-o, cética — E isso é minha culpa?

— Sim, porque você não deveria estar envolvida, nossa atenção fica dividida porque alguém tem que cuidar de você caso arrume alguma confusão. E como expliquei antes, estou enfadado de ter que te carregar por todos os cantos.

— Você me carrega? – indaguei incrédula. Ele estava me irritando!

— É o que parece – respondeu. Sua voz soava fria, distante, com uma certa amargura, eu diria — Não consegue nem enxergar o óbvio bem debaixo de seu próprio nariz e ainda chega aqui se gabando como se fosse um triunfo.

Quê?!

— Eu não...

— E agora – prosseguiu ignorando meu protesto — Temos mais um para investigar e estamos novamente atrasados. Honestamente, olha... Eu não te culpo por ser incapaz – argumentou tentando ser educado. Ele disse isso mesmo? Estou me segurando para não lhe acertar uns tapas — Isso acontece porque você, como a maioria das pessoas, não consegue ser apta para essa questão. Não quero parecer rude – falou, ah imagina... — Mas gostaria que você soubesse que não é o bastante e que isso está ficando inconveniente. Estamos perdendo tempo.

Um grito nos chamou nossa atenção — Damien! – sua irmã o interrompeu tentando evitar com que ele dissesse mais alguma coisa ofensiva, porém aquilo já era o suficiente. Eu sou um fardo, um peso para eles?

Ela disse para que eu não ligasse para o mau humor dele, mas eu já estava cansada de ser ofendida e humilhada. Entendia o ponto de vista dele, só que não sou obrigada a aceitar tudo e ouvir calada.

Sei que a intenção dele não era ser – extremamente – ofensivo, no entanto ele não conseguiu transmitir a sutilidade que queria, ele expôs um fato, tanto no Hockey quanto aqui eu só faço trapalhadas. Todavia, é o que gosto de fazer e não vou desistir só porque ele disse que não sou capaz. Tenho meu orgulho e amor próprio, do mesmo modo como também tenho determinação, e sendo assim...

— Acabou? – perguntei após ouvir o que ele tinha a dizer. Respirei fundo e engoli o rancor — Eu não sou uma detetive, não é meu dever saber distinguir o que é ou não é o óbvio. Estou dando o meu melhor para ajudar e se isso não for o suficiente, eu me retiro desse caso. – proclamei seriamente, olhando-o nos olhos.

Agradeceu — Ótimo, agora tenho um problema a menos sem você no meu pé.

Assenti — Certo, boa sorte na investigação porque eu estou fora. – afirmei. Dito isso, peguei minha bolsa e saí tranquilamente porta à fora.

Não, não iria desistir assim tão fácil. Ele pode dizer o que quiser, nada irá me fazer mudar de ideia. Irei continuar nessa investigação quer ele queira ou não, pois quando eu quero, eu consigo.

Sorri triunfante ao sair, iria mostrar para aquele arrogante que eu posso ser uma grande detonação e que seu problema está apenas começando!

 

...

 

Chegando em casa, observei um homem saindo pela porta da frente acompanhado por Molly, a faxineira. Estreitei os olhos, fitando-o conversar com ela amigavelmente, estavam rindo de algo, provavelmente de alguma coisa que ele disse. Tinha ombros largos, seu cabelo era loiro escuro e curto, usava uma camiseta preta por baixo da jaqueta verde musgo com um capuz e trajava uma calça jeans. Ele olhou para a entrada de soslaio e depois que me viu, virou para me observar melhor. Seus olhos eram verdes.

O encarei curiosa conforme caminhava até os dois com a chave em mãos — Olá, posso ajudar? – perguntei árida.

Formou um sorriso amigável ao me ver de perto — Olá! – estendeu a mão para um cumprimento, aceitei.

Tentei reconhecer de onde havia o visto antes — Você me é familiar – não pude evitar comentar.

Fez que sim — Sim, você também estava na despedida da senhora Raziel.

— Oh! Você era algum familiar?

Negou — Sou próximo da família, Damien e eu somos velhos amigos.

Anotação mental: Amigo de imbecil, idiota é. Esse vai para a lista juntamente com Kendrick.

— Okay... E o que faz aqui mesmo? – perguntei desconfiada.

— Sou o detetive Thomas Reichs.

Revirei os olhos, tinha que ter mais um pra vir pegar no meu pé — O que foi dessa vez? Sério, eu já disse tudo da outra vez – murmurei, soltando o peso dos ombros e lamuriando.

Ele riu — Sou Tommy, conhece? – fiz que não, então ele deu um passo à frente para se reapresentar — Sil me indicou, ou algo do tipo. Enfim, ela pediu um favor e vindo dela só podia ser algo importante. – explicou tranquilamente, guardando o celular no bolso.

— Ah! Você?! Achei que viria depois...

— Estou num mal momento?

Olhei para a porta de relance, Molly já havia se retirado — Mais ou menos. Venha, vamos entrar que aqui não é o local mais apropriado para essa conversa – proclamei abrindo passagem para que entrasse.

Thomas pediu licença ao entrar, aguardou para que o guiasse até o escritório e agradeceu pelo café servido por Ellen. Se acomodou na cadeira em frente à mesa, eu sentei na poltrona. Ficamos nos encarando por um tempo até ele resolver falar. Toda vez que ria – o que notei ser constante – seus olhos ressaltavam a expressão, como se rir para ele fosse seu habitual. Gostei disso! Até que enfim um detetive menos ranzinza.

Ele se recompôs, agora sério, retirou o celular novamente. Achei que estivesse enviando sms e realmente era o que ele estava fazendo — Você não veio aqui para fazer perguntas? – questionei já impaciente, cruzando os braços e apoiando as costas no encosto do estofado.

Abaixou o aparelho — Primeiro você tem que me dizer o que aconteceu para que eu posso fazer as perguntas, não?

— E como farei isso se você parece estar mais entretido com a tela do celular?

— Ah, é que eu anoto as coisas no bloco de notas do meu telefone. Algum problema nisso? – perguntou, pendendo a cabeça e olhando-me nos olhos como se tivesse tentando prever minhas ações — Se quiser posso pegar uma caderneta também.

— Não, não. Sem problemas!

Se Misty o escolheu para me ajudar, isso quer dizer que ela confia no trabalho dele, certo? Então eu podia relaxar e contar o que havia acontecido sem medo de ser exposta. No entanto, mesmo assim, preciso confirmar isso — Você mantém sigilo?

Sorriu — Sigilo do que? Você está na minha investigação, eu preciso do seu relato como de qualquer outra pessoa.

Sorri de volta, ele me parecia ser menos antipático que o esperado. E se fosse, ao menos era bem educado ao contrário de seu amigo — Tudo bem. Vamos começar por Cord, ele era o ex-namorado de minha irmã mais nova, Michelle. – introduzi, inspirando para tomar paciência. Lembrar dele me causava raiva — Eles namoraram há alguns anos, depois se separaram porque ele a traiu e por anos não se relacionaram mais.

— Você tem certeza ou é o que acredita?

— Está insinuando que minha irmã mentiu para mim?

Girou a cadeira, apontando com a caneta — Isso é você quem está dizendo.

Bufei — É o que acredito, ela disse que estava com raiva e não queria mais o ver nem pintado de ouro.

— Mas eles voltaram, não?

— Sim.

Ele assentiu, pensativo. Depois me encarou — Por um acaso, essa sua raiva toda dele é por algum motivo específico?

— É óbvio que sim, ele traiu minha irmã!

Balançou a cabeça — E você não sentia nenhuma atração por ele?

— O QUÊ?!

Arregalei os olhos e ele pareceu se divertir com meu espanto — Sabe, esse lance de opostos se atraem e onde há guerra há amor... Essas filosofias da vida.

— E você por um acaso é psicólogo ou detetive?

Touché!

— Olha só, já basta seu amigo testando minha paciência hoje e agora me vem você com essas perguntas idiotas?!

— E mesmo assim você se deixa levar facilmente, talvez seja por isso que Damien lhe tire a paciência.

Suspirei pela milésima vez — Está bem – resmunguei — Não, eu não sentia nada por ele. Até porque na época em que eles namoraram eu estava comprometida com meu cônjuge.

— Não seria a primeira vez na vida que uma mulher bem resolvida se apaixonaria por alguém enquanto mantém um enlaço.

— É, mas esse não foi o caso. Eu amava Deryck com todas minhas forças, éramos eloquentes. – respondi, trazendo para a mente os bons momentos. Nas festas a gente bebia e eu subia nas mesas, ou ele sempre perdia o carro e fazia a gente se perder no estacionamento — Espera, isso não tem nada a ver! – concluí, pasma.

Riu, desencostando da cadeira — Desculpe, essas perguntas são necessárias.

— Ok. – respirei fundo — Respondendo sua pergunta: Não, eu nem sequer sentia algo por Cord, ele por si só já me irritada e não era do bom sentido, não como uma brincadeira, ele era rude e áspero, vivia me zoando por ser baixinha e esnobando meu cargo no time dizendo que eu era a mascote.

— Entendi... Você o detestava?

— Eu não gostava muito dele, mas confesso que admirava sua capacidade em fazer minha irmã feliz, ela sim conseguia ver através de seus defeitos claramente visíveis. Mas ele não se contentou com ela, e isso sim me irritou, pois partiu seu pobre coraçãozinho em dois.

Arqueou a sobrancelha — Quantos anos sua irmã tem? Dezesseis?

— Ela é três anos mais nova que eu, então já é uma adulta.

Concordou — Onde você estava na hora da morte dele?

— Jogando xadrez com Kendrick.

— Onde?

Hesitei um pouco em responder, todo mundo estranhava isso como se fosse algo absurdo — Numa festa... Na mesma que Cord fora assassinado.

— Ok... – suspeitou, fitando-me intrigado — E quem é Kendrick?

— É o melhor amigo de Cord.

Thomas pendeu a cabeça — Vejamos bem, você não gosta do cara mas anda com o melhor amigo dele?

Bufei — Não, você não está entendendo! Eu mal conheço ele, conversamos pela primeira vez naquela festa – tentei explicar nervosa com as insinuações desse detetive. Ele era educado e descabido.

— Vamos combinar que é no mínimo exótico jogar xadrez numa festa...

— Era uma aposta, se eu vencesse ele iria me pagar uma pizza, eu amo pizza!

— Percebi...

Grunhi — O que isso tem a ver? Por que estou falando de mim?!

Puxou a cadeira para perto, apoiando os braços na ponta da mesa e curvando o pescoço para me olhar nos olhos — Preciso de todas as repostas para não ter dúvidas depois, se bem que é óbvio que terei de toda forma. Enfim, você é uma peça essencial e eu preciso entender o que aconteceu – explicou seriamente, sua voz era forte e ao mesmo tempo sutil — Vamos retornar ao que realmente importa: sobre Cord.

Concordei de imediato, ele não parecia estar querendo me provocar ou irritar com certas perguntas, até porque era até compreensível essa suspeita, afinal pessoas assim – como eu e Cord – geralmente se atraem, ao menos é o que diz nos relatos. Graças a Deus nunca cheguei a ver charme em sua hostilidade. Tudo bem que tinha uma queda por “garotos problemas” no colegial, mas nunca tão ao extremo como Michelle. Sempre fui mais chegada em garotos que saibam me dar valor, pois sou muito especial.

Voltei à noite do crime, depois relatei meus diálogos com Michelle e o fato dela saber que o colar era roubado, também contei sobre a festa de Halloween e o acidente de minha irmã. Thomas rabiscava página atrás de página redigindo o que lhe era notificado, ele foi atencioso aos detalhes e me perguntou coisas que não tinha prestado atenção antes, como no tom de voz de Mich ou nos gestos irrequietos de Kendrick.

Logo a “entrevista” tinha chegado ao fim, deixando seu cartão em cima da mesa, o detetive levou a xícara até os lábios e tomou a última dose de café antes de se levantar da cadeira. O acompanhei até a porta de saída onde ele agradeceu pela hospitalidade e se despediu dizendo que agora tinha um caso para resolver e que qualquer coisa que lembrasse era para entrar em contato com ele.

Ele parecia estar de bom humor, talvez seja por isso que esteja sendo tão simpático? Não nego que é muito bonito e charmoso, apesar disso ainda não confiava nele, algo me dizia que esse homem se tornaria impertinente em algum momento a seguir. “Diga-me com quem tu andas que lhe direi quem és”.

Contudo, o detetive Reichs disse uma coisa que ficou vagando por minha mente. “Na sua percepção, um ato representa uma coisa. Mas num todo, pode significar outra”. Isso me fez pensar.

 


Notas Finais


Tadinha da Avril, o Damien foi muito ríspido com ela ;-;

Espero que tenham gostado, adorei muito esse capítulo! Nos vemos no próximo, sim? *💖*

*Prévia do próximo capítulo: http://i.imgur.com/9erHjV1.jpg


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