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História Freak Out - Penitência


Escrita por: sammye

Notas do Autor


Hey, hey you! 🎵

Olá, tudo bom? Dei uma sumidinha por um tempo, deu alguns problemas e eu ganhei um belo de um bloqueio criativo, mas estou vencendo essa guerra por enquanto u.u Nos capítulos anteriores, Avril marcou de encontrar o Detetive Thomas para um acordo com sua irmã, Misty visitou Damien e no final do capítulo ela sofreu uma crise alérgica devido aos atos de Seth.

Desejo uma boa leitura, nos vemos nas notas finais, sim? 💚

Capítulo 41 - Penitência


Fanfic / Fanfiction Freak Out - Penitência

 

Sentada num dos assentos do corredor em espera com a minha mãe ao meu lado, respirei fundo e encostei a cabeça na parede aguardando o retorno de minha irmã que nesse momento se encontrava dentro de uma sala muito provavelmente confessando sobre o roubo do pingente.

Entediada, balancei os pés suspensos impaciente com a demora e somente depois de incontáveis segundos a porta rangeu e o detetive Thomas saiu da sala com um semblante sério. Levantei apressada assim que ele se aproximou — O que houve? – perguntei receosa sob seu olhar que me encarava — Minha irmã vai ser presa?

— Acho melhor você perguntar para sua irmã, ela está conversando com seu advogado.

— Certo, mas ela conseguiu o acordo?

— O acordo estava válido para quem chegasse primeiro, então sim, ela conseguiu o acordo.

Não pude conter um sorriso aliviado por um momento, também pensei com remorso em Kendrick que estava passando por maus momentos ultimamente. Ainda que mal o conhecesse, sinto que não o ajudei tanto como deveria, fui sempre tão ríspida e grosseira que não consigo evitar sentir uma parcela de culpa, talvez se eu tivesse ouvido mais isso não teria chegado a essa proporção.

O celular do detetive tocou e ele pediu licença para atender afastando-se um pouco, permaneci no mesmo lugar aguardando seu retorno observando-o franzir as sobrancelhas numa expressão confusa — Seth? – não pude evitar a curiosidade em ouvir, ele estava conversando com aquele homem estranho — O quê?! – agora seu rosto empalideceu e sua feição fora de espanto — O que você fez?! – alterou a voz gritando enfurecido desligando o celular e partindo a passos pesados corredor a fora.

Não faço ideia do que aconteceu nesses segundos, mas Thomas se transtornou com a ligação. Tornei ao meu lugar no banco contando o tempo até o rever retornando pelo corredor com os olhos nebulosos e semblante rígido.

Levantei mais uma vez — Aconteceu algo?

Passou a mão no rosto até o cabelo — Você é amiga da Sil, não é?

— Sou sim, por quê?

— Seth ligou para tripudiar avisando que Sil precisava de socorro, conversei com Benedict logo em seguida e agora ela está hospitalizada – despejou claramente inconformado, seus punhos estavam cerrados e apesar da feição brava, dava para notar a preocupação em seus olhos.

Arregalei os olhos pasmada com a notícia — Como assim está hospitalizada? O que aconteceu? Eu a vi tem nem algumas horas!

Balançou a cabeça — Eu não sei direito o que aconteceu, parece que ela teve uma crise alérgica intensa – deu uma pausa respirando fundo e resetando a postura — Eu vou indo agora, preciso saber como ela está, preferi te manter informada porque achei que vocês fossem amigas – argumentou andando para trás se afastando sem me deixar responder.

Mamãe estranhou minha agitação e me chamou para sentar, no entanto o que eu queria mesmo era retornar ao hospital. Não pensei duas vezes, ainda de pé, pedi para que ela avisasse Michelle e ir me contando tudo depois porque teria que sair imediatamente. Peguei o carro no estacionamento e saí da vaga apressada manobrando o veículo para fora dali.

 

...

 

Chegando no hospital perguntei a recepcionista sobre Misty e ela me direcionou em direção à sala de espera onde Benedict conversava com Thomas, ambos se encontravam agitados gesticulando como se fosse uma discussão.

— Eu vou matar aquele desgraçado! – vociferou o detetive vermelho de raiva — Aquele filho da...

Ei! – interviu ele — Minha mãe não tem nada a ver com isso!

Thomas suspirou relaxando os ombros tensos — Eu sei, mas é que... Eu não acredito que ele fez isso e ainda por cima me liga para zombar! Isso não vai ficar assim, eu vou dar um jeito naquele verme miserável, o que ele fez foi um crime!

— Bem que eu queria que ele pagasse pelo o que fez, porém duvido muito que Misty o processará de alguma forma. – pronunciou desapontado.

— Eu não quero saber disso, ela pode até encobrir as atrocidades dele, mas por ter levado o meu afilhado ele não vai escapar!

Fiquei plantada ali escorada na parede da entrada aguardando minha deixa para entrar, os dois debatiam sobre alguma coisa que não consegui compreender direito. Após um tempo, desencostei e limpei a garganta chamando a atenção deles ao cumprimentar com um aceno.

— Avril? – Benedict estranhou minha presença.

— Eu a avisei antes de vir já que estávamos no mesmo lugar.

— Ah – assentiu, caminhei em sua direção para receber seus cumprimentos — Obrigado por vir – abatido, sua expressão era pesarosa.

Sorri fraco — E Misty, como está?

— Está bem, os enfermeiros estão com ela agora, ela está melhor.

— Mas foi grave?

— Seria se ela não tivesse se socorrido.

Ergui a sobrancelha, confusa — Afinal, o que foi que aconteceu?

Os dois se entreolharam soltando um suspiro antes de introduzir, o detetive iniciou contando que Seth havia “envenenado” Misty ao lhe fazer ter uma crise alérgica numa tentativa de pressioná-la a vender sua parte da casa para ele, e para causar mais impacto, ele deixou a coitada passando mal e saiu levando Noam consigo. Desesperada, a consultora acabou derrubando um móvel conforme tentava se reerguer e encontrou um kit de emergência na gaveta da mesinha que sua mãe, a senhora Raziel, havia deixado de prontidão.

O irmão prosseguiu — Ela injetou a dosagem, depois me ligou e ainda conseguiu chamar a ambulância, isso tudo sozinha! – sua voz continha um timbre orgulhoso.

— E o Noam?!

— Seth o deixou na casa de sua avó dizendo que Sil tinha pedido para trazê-lo, dessa forma Rosemary estranhou e ligou para Bene.

Respirei mais aliviada em saber que o pequeno Noam e sua tia estavam agora em segurança. “Esse irmão de vocês é um maluco, onde já se viu fazer uma coisa dessas?”, exclamei espantada com tamanha loucura e em resposta ele disse “Nós não somos irmãos”. Deixei o assunto morrer ali, e agora mais tranquila, perguntei sobre o estado de Damien.

— Ele está mais consciente um pouco, ainda meio desconexo, mas bem – respondeu o detetive.

— Você quer vê-lo?

Ponderei receosa fazendo uma careta, hesitando — Não sei não, nós não nos damos muito bem e acredito que ele não vá muito com a minha cara.

Thomas riu — E com quem que ele vai com a cara? – tive que rir concordando com a afirmação — Não se deixe levar pelas implicâncias de Damien, ele é meio irritante, mas gostaria de sua visita.

— Eu desconfio disso...

— Ele está dopado, o máximo que vai conseguir fazer é pedir sua ajuda para tentar fugir da cama.

Ri ao imaginar que ele seria mesmo capaz de tentar fugir, Thomas se ofereceu para me acompanhar, e antes de entrarmos no quarto, Benedict me chamou num cantinho pedindo com gentileza para que eu evitasse comentar sobre o ocorrido, pois ainda estavam decidindo a melhor maneira de contar a verdade.

— Não se preocupe, serei discreta – assenti e ele sorriu agradecendo a compressão, no entanto, afirmou que Damien poderia dar um jeito de tentar arrancar essa informação. Assegurei que tentaria não instigar a curiosidade dele e segui até a porta onde o detetive estava pairado, entrei no cômodo logo após ele.

As paredes eram num tom neutro sem muitos detalhes no ambiente além do leito, ele estava jazido na maca conectado aos aparelhos, havia um curativo cobrindo um ferimento em sua cabeça, sua pele abatida continha lesões e algumas partes estavam enfaixadas e outras com gazes. De olhos fechados, imaginei por um segundo achei que estivesse dormindo, contudo quando Thomas o chamou ele abriu os olhos vagarosamente como se aquilo fosse um esforço severo.

— E aí, como está se sentindo? – perguntou casualmente pondo as mãos nos bolsos e sorrindo.

Damien fechou os olhos — Vá se – cessou a fala engolindo a saliva antes de retomar — Ferrar – sua voz saiu arrastada como se ele estivesse bêbado ou atordoado.

Riu — Tenha bons modos, você tem visita!

Ele abriu um olho sem dizer mais nada, entendi que cada palavra era muito difícil de ser pronunciada — Mis... Ty?

Olhei pelo canto dos olhos o detetive desviar o olhar — Vamos deixar você descansar um pouco e voltamos mais tarde, só viemos dar uma passada para ver como estava e agora temos que resolver alguns assuntos.

“Isso envolve minha irmã?”, ele levou um bom tempo para formular a pergunta recebendo um sonoro “Não” como resposta, porém isso não era o suficiente para mantê-lo quieto, Damien obviamente estranhou a ausência de sua irmã que normalmente estaria ao seu lado desde o momento em que acordasse.

— Avril?

— Sim?

Agora ele estava com os olhos trêmulos, mas arregalados o suficiente para me fitar — Pode. Ria?

— O quê?

— Me diz – enrolou um pouco para completar — Zer a verdade?

Nesse momento, direcionei o olhar para seus olhos que brilhavam de preocupação, não adianta esconder, ele sabe que algo não está certo — Okay – respirei fundo e soltei as mãos balançando-as angustiada — Misty estava muito agitada e passou horas sem nem tirar um cochilo, então ofereci um calmante e embora tenha recusado diversas vezes, ela capotou no sono desde que tomou e agora está dormindo. – menti descaradamente surpresa comigo mesma.

— Então achamos melhor não contarmos isso porque ela ficaria muito triste se soubesse que falamos que ela acabou dormindo quando você mais precisava dela. – completou ele com tanta convicção que até eu acreditei.

Damien me fuzilou com o olhar como se dissesse “Você dopou minha irmã!”, mas o lado bom era que ele não podia fazer suas implicâncias de sempre e muito menos ser grosseiro. Saímos da sala assim que uma enfermeira veio cuidar dele, despedi-me apressada e saí um pouco antes do detetive que estava rindo de alguma coisa que não pude decifrar.

Senti um pouco de culpa por mentir dessa forma, todavia eu não podia me intrometer nessa história, era uma briga entre irmãos. Antes de retornar para casa, passei no quarto onde Misty estava e troquei algumas palavrinhas com ela que agora estava longe de qualquer risco — Obrigada por ter me ajudado nisso, peço desculpa por tê-la feito mentir – desculpou-se frustrada.

Ela estava com os olhos baixos analisando o tecido de seu cobertor, fui até ela forçando um sorriso tranquilizador — Não se preocupe com isso, eu não iria intervir dessa forma na vida de vocês. Eu estimo melhoras, espero que consiga resolver a situação com o seu irmão de uma maneira não muito hostil, me mantenha informada, pode ser? – pedi preocupada e ela sorriu agradecendo pela gentileza. Carinhosamente a abracei com cuidado e me despedi calmamente deixando-a descansar novamente.

Assim que cheguei em casa, telefonei para minha irmã perguntando como havia sido a negociação e ela me explicou que teria de arcar com algumas consequências de seus atos irresponsáveis, Mich demonstrou arrependimento por ter feito tanta confusão e por ter “matado” Cord indiretamente. Por mais que eu não tivesse nada a ver com seu envolvimento, novamente sinto-me culpada por não ter impedido que a situação chegasse a esse ponto, eu poderia ter interferido muito antes disso acontecer e acabei não fazendo nada.

 

...

 

Os dias passaram vagarosamente como se a cidade e as pessoas que a habitavam tivessem perdido a velocidade e andassem todos em câmera lenta. O dia de retornar para Los Angeles havia chegado, e eu estava devidamente empolgada com a viagem, com o evento e com quem possivelmente encontraria no decorrer do dia. Entretanto, Brody cancelou nosso passeio ao teatro quando ligou avisando que seu irmão mais velho havia se machucado ao esquiar nos Alpes da Suíça com sua esposa e ele teve de ir visitá-lo o mais depressa possível. Não nego que fiquei desapontada pelo desencontro, mas família é mais importante e eu senti orgulho de vê-lo se preocupar tanto com seu irmão.

Tentei aproveitar minha breve estadia, seriam apenas dois dias, visto que decidi não prolongar. Retornando para casa, aguardei a semana passar intercalando meus afazeres e visitando meus amigos sempre que possível quase todos os dias. Uma pessoa em questão percorria minha mente atazanando meus pensamentos: Louise. Ela estava acompanhando Randy num campeonato e voltaria na cidade em questão de pouco tempo, e eu estava ignorando todas suas chamadas, pois sentia muita raiva. Michelle até mesmo me perguntou o porquê dessa atitude e eu preferi não responder, isso era um assunto nosso.

Quando retornou para a cidade, mal pude esperar um dia e já me prontifiquei em ir procura-la. Agora, estou parada na frente da sua casa com o carro ligado, desliguei o veículo e fiquei observando a residência de longe. Ponderei, a melhor coisa seria confrontá-la mesmo? E se eu não gostasse da resposta? E se ela afirmasse minhas suspeitas?

Hesitei muito antes de tomar a decisão final, estava para sair quando a porta abriu e Randy notou minha presença — Avril? Como vai? Quanto tempo, mascote! – cumprimentou com um sorriso, ele parecia estar feliz.

Terminei de abaixar o vidro da janela — Oi! Estou bem e você? – sentia raiva de Louise, não dele, então não precisava ser ríspida.

— Vou bem também. Faz tempo que não te vejo em campo, você está inativa?

Fiz que não — Fui expulsa do time, então recebi um convite para participar de outro que ainda está em formação – expliquei tranquilamente. Louise apareceu na porta para se despedir dele, e acenou como se tudo estivesse bem assim que me viu.

Fechei o carro e desci pisando na grama seguindo pela trilha que ia até a entrada principal desviando de seus cumprimentos, Randy entendeu que precisávamos conversar e saiu nos deixando a sós. Entrei em sua casa com a cara fechada e não me acomodei em nenhum assento.

— O que houve, Abby? – perguntou aparentemente preocupada pousando as mãos em meus ombros.

Ergui o braço e me desvencilhei de suas mãos — O que houve? Sem rodeios, vamos direto ao ponto: você me traiu?!

— O quê?

— Não se faça de sonsa, Louise! Eu sei que foi você quem me expôs para o mundo todo ao por a boca no trombone e dizer que Deryck não esperou nosso divórcio firmar para ter outra, agora a pergunta em questão é, foi com você que ele se emaranhou?

Ela piscou várias vezes atônita com a pergunta — Você está insinuando que eu te traí com o Deryck?!

Arqueei a sobrancelha e cruzei os braços batendo o pé no chão impaciente com sua dissimulação — O que você acha? Eu descobri que a minha melhor amiga simplesmente tripudiou em cima de mim!

— Eu aposto que foi aquela detetive lá, não foi?

— Você não respondeu minha pergunta.

— Sim, fui eu quem contou sobre Deryck. Mas não, eu nem sequer olhei para ele, se o seu amor é cego o meu não tem que ser!

Virei a cara rindo de nervosismo, passei a mão no rosto para não passar um tabefe em sua cara — Por que você fez isso comigo?

Ela deu meia volta agitada — Não foi você quem eu quis atingir, foi o Deryck. E funcionou direitinho, não deu em outra que Rebecca logo deu um pé na bunda dele ao saber de suas mentiras.

— Sério que você queria atingir o Deryck? – questionei sarcástica — E não pensou em mim?

— Foi por você que eu fiz isso!

— Ah é? E por quê?

Louise hesitou — Eu não queria te magoar, mas essa foi a melhor forma que encontrei para me vingar daquele imbecil! Você desconfia da minha fidelidade, mas nunca nem sequer parou para observar Emma, não foi? – arqueei a sobrancelha, confusa — Quando você me contou que ele não tinha esperado pelo divórcio, eu já sabia.

— Sabia?

Assentiu — Eu peguei ele dizendo para Emma que “Isso foi um erro, um equívoco e que jamais deveria se repetir” e ela disse “Eu não acredito que fizemos isso”. “Isso”, você sabe o que, né? – ralhou irritada, seu rosto estava vermelho — Eu acreditei ter entendido errado, então deixei por aí, mas quando você veio me contar eu liguei A mais B e cheguei nessa mesma conclusão que você está agora.

Ela foi despejando tudo que sabia sem me deixar reagir, estava claramente irada com minha desconfiança e isso a enfureceu, então Louise continuou contando coisas que eu descobri não querer saber. Ela quis expor Deryck para se vingar do que ele fez comigo e no meio do processo a minha exposição fora um preço, pelo o que foi revelando, Emma se envolveu com ele e por isso as duas estavam se estranhando desde então. Parando para pensar, Emma e Louise andavam afastadas, apesar daquele dia termos dormido na casa dela, as duas mal trocaram palavras. E sempre que eu notava elas estavam fulminando uma a outra com o olhar.

Enquanto ela divagava soltando tudo o que guardava, eu recordei de nossa conversa de manhã naquele mesmo dia sobre meu encontro com Deryck.

 

“— Eu vi vocês ontem. – naquele momento sua voz tinha um timbre de repreensão.

— Michelle e eu?

— Você e o Deryck.

— Ah... Só trocamos uma conversa, não teve nada demais.

Você vem com essa história de perdoar e acaba se machucando, é melhor para vocês dois que não fiquem tão próximos, não quero lhe ver magoada de novo.”

 

E depois ela persistiu para que eu afirmasse se essa página estava realmente virada. Ela não queria me ajudar, ela queria que eu me afastasse para não descobrir nada sobre os dois!

— Muito conveniente para você agora por a Ems no meio da confusão, não acha? – não pude deixar de ser cética, embora tudo se encaixasse, ainda assim era muito suspeito.

Louise se ofendeu com a insinuação — Claro! Você prefere acreditar numa pessoa que te deixa sozinha quando mais precisa do que confiar na palavra da sua amiga de infância? Afinal, o que são mesmo anos de amizade, não é mesmo? – debochou indignada.

Revirei os olhos — Mesmo se isso for verdade, não muda o fato de que você me apunhalou!

— Eu estava te defendendo! Você iria o deixar sair dessa impune e eu não podia deixar isso acontecer, qual é, ele te convidou para ser madrinha do casamento dele! – bateu o pé no chão — Isso é um absurdo! Ele estava te fazendo de idiota e eu não iria assistir isso de camarote.

Fechei os olhos e respirei fundo, sentia muita raiva de Louise, de Deryck e agora de Emma, de todos eles por terem mentido de uma forma absurda — Como você quer que eu acredite? Estou cercada por traidores – senti meus olhos arderem e a visão embaçar, ergui os braços e os juntei perto do rosto tentando não demonstrar emoção.

Lou baixou a guarda e esboçou uma careta triste, ela veio em minha direção e segurou em meus punhos erguidos — Me desculpe, Avril. Eu sei que te machuquei, mas eu juro que nunca iria te trair – ela me envolveu num abraço e apoiou sua cabeça em meus ombros, fiz o mesmo, desarmando minhas defesas e deixando as lágrimas rolarem pelo meu rosto que ardia.

— Mas você escondeu isso de mim!

— Eu quis te proteger, pois sabia que a verdade iria te ferir mais ainda – argumentou passando a mão em meu cabelo, afagando-me.

— E agora eu sou uma completa idiota, disse ao Deryck que ele estava perdoado, fiz um papel completo de besta!

Sorriu fraco — Não, não fez. Você mostrou compaixão, perdoou um erro humano, foi gentil e amorosa. Ele quem não soube aproveitar a pessoa incrível que tinha ao lado, e agora está sozinho por aí porque não tem relação afetiva com ninguém, ao contrário de você que planta flores por onde passa – encorajou-me afastando-se um pouco e passando a mão pelo meu rosto limpando as lágrimas — Ele quem é um completo idiota. “Por que os homens são tão baixos?” – recitou acrescentando que de altura ele não era muito alto mesmo.

Ri um pouquinhoGarotos são tão difíceis de se confiar – concordei, depois suspirei — Isso não muda o fato de que fiz papel de trouxa e ainda entrei no ninho da cobra.

— Não se preocupe com isso, o que é daquela – ela censurou sua própria fala — Está muito bem reservado.

Arqueei a sobrancelha — O que está planejando?

Ela não respondeu, apenas deu um sorriso largo cheio de malícia e me apertou num abraço pedindo desculpas pelo o que havia cometido. Antes eu estava com muita raiva, transtornada e magoada com sua atitude, mas agora sabendo de tudo, eu me sentia menos mal. Quer dizer, ainda doía o fato de ser traída por uma amiga próxima, no entanto era menos difícil quando se tinha uma pessoa leal ao seu lado, e apesar dos poréns, Lou me provou isso mais uma vez.

Sem guardar rancor decidi desculpá-la pelo o que tinha feito, pelo menos ela não disse “Eu te falei”, ao contrário disso ela me mostrou que eu sou mais forte. Minha vida segue em frente normalmente e a dele estacionou num mesmo lugar. Deryck está colhendo o que plantou, eu estou magoada com sua traição, não por ele ter ficado com alguém já que estrávamos separados, mas sim por esse alguém ser uma amiga minha. Independente do que houver, ele me perdeu de verdade dessa vez. Quanto a Emma, eu não tenho cabeça para pensar no que fazer com ela, não sou eu quem precisa correr atrás de alguém para me sentir bem, ela ficou apenas com resquícios, uma sobra e eu sinto pena dela se for para analisar bem a sua pobreza espiritual.

Abracei minha amiga mais uma vez com muita força sem a mínima vontade de soltar, meu coração encheu de alegria por tê-la por perto, e quando abri os olhos, notei um álbum de fotografia deixado aberto sobre o sofá. Soltei minhas mãos e ela estranhou — Avril?

Dei a volta por ela agachando para pegar o álbum — Tem uma foto do time – comentei analisando a imagem que fora tirado um pouco antes de Cord vir a óbito.

— Sim, Randy era do time, esqueceu? Ele guardou recortes, fotos, vídeos, essas coisas. – ela alisou os braços espantando o frio. Continuei com os olhos vidrados na fotografia — O que foi que você tanto encara aí?

 

“— Ontem veio um homem procurá-la, – informou Gianne com a postura rígida — ele era alto de porte físico atlético, moreno de olhos castanhos escuros.”

 

— Ei, Avril? Terra chamando! – ela acenou com a mão na minha frente.

Ainda atônita, continuei interligando a ordem dos fatos — Alto, de porte físico atlético, moreno de olhos castanhos escuros – repeti o que me fora dito como uma mensagem gravada.

Ela franziu as sobrancelhas — De quem você está falando?

— Dele – apontei com o dedo para um membro da equipe que estava um pouco mais afastado na foto, apesar da descrição ser vaga, eu sabia que era ele — O Derek Owens.

— Derek Owens?

— Sim, o Keid. – constatei pasmada — Keid foi me procurar em casa, eu preciso voltar agora e rever as gravações da câmera de segurança para ter certeza! – concluí determinada saindo correndo com o álbum em mãos passando pela porta feito foguete apertando várias vezes o botão para destravar o carro enquanto ouvia Louise gritar:

— Avril, espera!

 


Notas Finais


Já imaginou se Avril gosta disso de álbum de fotografia e ao invés de músicas ela faz um da Abbey Dawn? A linha de roupas que não desfia! s/z

Obrigada a quem chegou até aqui, nos vemos no próximo, sim? 💖


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