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História Freak Out - Doces ou Travessuras?


Escrita por: sammye

Notas do Autor


Hey, hey! You, you! ♪♫
Bem, como dito antes, não tinha certeza se iria ter capítulos curtos por muito tempo e aqui estão os extensos e.e
Ah, talhe é tipo torso.
Desejo uma boa leitura! 💛

Capítulo 9 - Doces ou Travessuras?


Fanfic / Fanfiction Freak Out - Doces ou Travessuras?

 

Contemplei meu reflexo no espelho alto pairado em minha frente, virando o corpo um pouco para o lado e depois para o outro tentando descobrir se estava bom ou não. Ah, como eu adorava o Halloween! Uma das minhas épocas prediletas, depois do Natal, é claro.

Decidi muito em cima da hora se ia ou não na festa beneficente, sendo assim mal havia tempo de comprar ou preparar uma nova fantasia que fosse decente, daí optei por uma antiga remodelando-a. Não gostei, outra. E mais outra. Acabou que fiquei sem opções. Droga.

Quando dei por mim, tinha ficado sem escolha! Dei de ombros, ajeitando algumas peças mal colocadas para dar impressão que ao menos tentei. Finalizei a maquiagem com Gabe, ele sim conseguia fazer mágica. Depois terminei de me arrumar e segui pegando a bolsa com as entradas.

 

...

 

Caminhei pelo corredor às pressas, o local era uma instituição que possuía o cenário com diversas salas e armários espalhados, muito provavelmente à frente estaria o salão principal para mais ao fundo as “casas”.

Escancarei as portas ao chegar no saguão deparando-me com diversas pessoas espalhadas enquanto outros faziam pequenas aglomerações em cantinhos. A decoração com teias de aranhas, abóboras e luzes, fitas penduradas e alguns morcegos escondidos sutilmente. Também havia formas e máscaras completando o ornamento fantasmagórico, também tinha as luzes e “aparições” do refletor.

Olhei por cima dos ombros buscando alguém familiar, nada. Segui em direção à mesa, aproveitando para tomar um ponche. Com o copo em mãos, passei por entre os convidados esgueirando para chegar do outro lado na pista de dança. E antes que pudesse aproveitar a música, alguém chamou por meu nome. Olhei para trás — Oi?

— Olá! Cadê sua fantasia? – perguntou uma das organizadoras fantasiada de algum personagem.

— Essa é a minha fantasia!

— Pálida desse jeito parece mais uma assombração – pendi a cabeça para o lado arqueando a sobrancelha, era essa a intenção! Riu, pousando a mão em meu ombro — Venha, vamos tirar uma foto!

Bufei sem chance de responder se queria mesmo. Acompanhei seus passos para uma área mais decorada — Sem sua ajuda, assim como de muitos outros, não teríamos chegado à essa festa maravilhosa! – exclamou sorridente. Eu não sabia como definir esse “maravilhosa” pois estava mais a fim de sair para beber em outro canto ou jogar-me num cantinho de casa e assistir tv. A que ponto cheguei?!

Forcei um sorriso gentil, aproximando-me para a fotografia. A verdade é que não sentia tanta empolgação, estava receosa e assustada com o tanto de coisa que aconteceu na última vez. Balancei a cabeça exasperada, focando na câmera enquanto o fotógrafo pedia para ajeitarmos o enquadramento. Aquela voz me era familiar, mas de onde?

Decidi ser mais educada e tentar me entusiasmar, afinal era uma noite única! Consertei a postura, acompanhei a empolgação das garotas e fui no embalo. Após passar tempos tirando fotos, isso cansou, então retomei meu plano inicial que era beber e me divertir.

Assim que pisei para fora do cenário, alguém novamente me chamou. Grunhi enfurecida, voltando-me em sua direção gradativamente. Era o fotógrafo e... — O que você faz aqui?! – perguntei de supetão, curiosa.

— Oi para você também! Eu estou trabalhando.

— Achei que trabalhasse numa pizzaria como garçom?

Franziu o cenho — Quando foi que disse isso?! Sim, eu trabalho lá como administrador de finanças, é do meu primo e apenas dou uma ajudinha. Como hobby sou um fotógrafo, estudei para isso nos últimos anos. – explicou, então sorriu e eu notei que não eram sardas naquele dia, o que ocasionalmente comentei — Meu rosto estava sujo? E por que não avisou?! – esfregou o rosto com a costas da mão — Deve ter sido minha irmã que estava brincando comigo.

Sorri — Que gentil, entrando nas brincadeiras da irmã! – proclamei. Depois pensei um pouco melhor — Mas por que ser fotógrafo justamente daqui?

— Caridade, decidi ajudar com o que podia. Ou só você pode ser a filantropa?

— Não foi isso que eu disse, só achei estranho...

— Também gosto de ajudar as pessoas quando posso, sabia?

Aish. Minha intenção não era lhe chatear, desculpe! – falei, suspirando — Obrigada, Kendrick. – fez uma careta perguntando “pelo o quê?” — Por ter salvo minha vida naquela noite, se não fosse...

— Não há o que agradecer – interrompeu, sua voz tinha um timbre amargo — Às vezes penso que se não estivesse zangado com Cord e estado ao seu lado, talvez... Ambos estivessem mortos, ou vivos.

Pendi a cabeça para o lado — Por que estava chateado? Não eram melhores amigos?

— Deixe eu tirar uma foto para registrar esse momento! – exclamou mudando o rumo da conversa. Ele quem pensa que esquecerei! Decidi aceitar a proposta, mas quando foi bater a foto, algo o incomodou. Esboçando um semblante de desagrado, manteve o olhar fixo além de mim. E quando olhei para trás, não vi nada, apenas pessoas dançando e curtindo a noite. Tirou a foto comigo olhando para o nada, o que me irritou — Você tem que ver sua cara de absorta, vem ver!

Fui à passos largos e pesados de raiva, como ele era inconveniente! Porém, quando vi a imagem tive que concordar, era como se tivesse olhando alguma paisagem, só que com a diferença da cara perdida estampada em minha face.

Analisei a porta atrás dele, era enorme e tinha “cadeados” quebrados de enfeite. Voltou em direção à entrada — A sala dos espelhos, você quer ir? – indagou, tornando a me fitar. “Sim”, respondi.  Novamente seu olhar se perdeu em algo, apressado, acrescentou — Bem, só vou buscar uma nova bateria no carro e volto para irmos, ok?

Arqueei a sobrancelha — Nos vemos lá então! – falei, pois não iria esperar por ninguém!

Educado, ofereceu-se para abrir a porta a qual segui em direção, adentrando. Quando voltei a olhar para trás, ele já não estava mais lá. Desapareceu juntamente com a fumaça que emanava do local.

Sala escura, ambiente sombrio com espelhos colocados em forma bagunçada formando um caminho o qual eu pedia para não ser um labirinto. Uns distorcidos, outros ovais, alguns pequenos e muitos gigantes. Possuíam a clássica teia de aranha nas bordas, diversos “desgastados”, alguns brilhantes, tudo da mais variada combinação.

Observei me reflexo agora rechonchudo e distorcido no espelho que era o dobro de mim. Em outro, virei um filete magrelo e alto. Gostei desse um pouco! Mais à frente um tinha o título “circo dos horrores” e quando parei de frente a ele, era a realidade: meu reflexo com no fundo milhares de refletores e um talhe entre os vidros.

Forcei a vista para enxergar melhor, aproximando-me da vitrina, não era apenas um talhe formando um torso, era sim uma silhueta encapuzada por uma máscara habitual de Dia das Bruxas e roupa escura. Antes que pudesse esboçar qualquer reação, o espelho jogou uma mão na tela como se fosse pelo vapor e em seguida um fantasma. Tasquei um grito horrorizado, recuando passos e correndo pelo corredor.

Lembrando do pedido anterior, em vão, era sim a porcaria de um labirinto e eu já tinha perdido a saída. Contornos e proporções retorcidos complementavam meu pânico, já não sabia o que fazer, apenas surtar. Ouvi respiração próxima como se tivesse no pé do ouvido, meio perplexa e imóvel, girei o corpo feito robô para trás, deparando-me com uma crânio de ossos falsos – assim espero – me encarando — Oi.

Gritei, piscando atônita enquanto continuava paralisada. A engrenagem voltou ao seu estado normal esperando pelo próximo que caísse em seu conto. Levei a mão ao peito, rindo apavorada de meu próprio susto. Agora mais aliviada, percorri o caminho com menos pesar em busca da saída o mais rápido possível.

Dei um passo à frente, ouvindo um estralar logo atrás. Tinha mais alguém na sala? Fui burra o suficiente para perguntar e sem nenhuma resposta, mas ainda ouvindo ruídos, tive a leve impressão que estava sendo perseguida. Sem pensar muito, tratei de correr sem rumo desesperada.

Encontrei uma porta, essa estava trancada pelo lado de fora — O que você sabe? – questionou a voz levemente abafada, essa não fora a mesma do esqueleto anterior. Sem responder, marchei apressada para outro canto esbarrando nas decorações e atenta aos espelhos, contudo cada um mostrava alguma coisa diferente e irreal, tornando-se impossíveis de serem úteis.

Dei de frente com meu reflexo agora enorme, precisava de uma arma ou objeto para me defender caso fosse um psicopata, mas revirando os bolsos a única coisa que encontrei fora o celular. Encarei a tela — Vou me arrepender disso depois – murmurei, jogando com força o aparelho no vidro, quebrando-o em partes. Uma delas voou em minha direção, acertando minha mão de relance.

Sem tempo para reclamações, dobrei um pedaço da barra da blusa tentando cortar um pedaço com alguns dos cacos, depois utilizando o pano, aproveitei para arrancar um fragmento pontiagudo. Recuperei meu celular e o arremessei em direção ao vulto próximo, acertando-o em cheio. Assim que abaixou para desviar, aproveitei da distração e empurrei a porta que havia acabado de encontrar com toda força, caindo em frente no piso escorregadio. Era a casa mal assombrada.

Levantei ainda no calor da emoção, sem ter tempo para encarar o adorno bizarro com bruxas e espantalhos por todo canto, marchei em direção à única escada que estava bem em minha frente. Subi os degraus correndo chegando ao topo ofegante, por cima dos ombros tentei ver se vinha alguém ao meu encalço, ninguém. Apoiei no corrimão enquanto encarava a vista de cima buscando por alguma coisa fora do comum.

Na ponta dos pés, fitei o saguão pronta para descer. Pousei os pés no chão novamente, virando para frente e assustando-me com aquela “aura” sombria. Estava todo de preto com exceção da máscara alegórica em sua face, somente os olhos num tom claro fuzilava-me por entre o espaço. Elevou a mão e antes que pudesse fazer algo, com um empurrão jogou-me para trás.

Gritei, atarracando nas grades do corrimão. Entretanto, antes de cair, como sistema defensivo, grudei em sua roupa e o levei para trás junto comigo, agora o infeliz estava grudado nos meus dois pés pendurado enquanto fazia peso para me puxar. Não tinha como acertar-lhe um chute, pois meus pés estavam impedidos.

Ergui os olhos para o alto observando o caco caído na beirada, esforçando apenas com uma mão, puxei pelo cantinho o objeto pontiagudo para soltá-lo em direção à aberração. Quando consegui derrubar o fragmento, senti um alívio nas pernas em seguida de um grunhido. Não era muito alto, mas ainda assim para uma pessoa pequena como eu, qualquer altura era uma altura.

A mão foi deslizando, tentei segurar com a outra, no entendo precisaria de um impulso e no momento sentia meu corpo exaurido clamar por socorro — Avril! – chamou, busquei-o com o olhar aturdida — Aqui, segure minha mão – proclamou, estendendo o braço por entre as barras.

Como foi que me encontrou? Aliás, o que estava fazendo aqui?!

— Escutei seu grito quando estava saindo, achei que fosse por causa das surpresas pelo mapa, porém uma inquietação fez com que sentisse necessitada de vir verificar – argumentou ainda com as mãos postas para me ajudar.

“Ou sentiu que tinha mais alguém além de nós!”, pensei. Tinha três opções: ou confiava em sua pessoa, tentava arriscar me segurar sozinha ou cairia para junto de sabe-se lá quem. Por instinto, soltei o peso de uma mão e no impulso me joguei em sua direção. Segurou-me firmemente, puxando meu corpo ocioso para cima.

— Você está bem?

— O que acha? Fui perseguida!

— Percebi, você está ferida.

Baixei os olhos em direção à machucado em minha mão ao quebrar o vidro — Ah isso não é nada, já tive piores!

Negou, apontando para minha barriga — Não é dessa que estou falando. – segui em direção para onde estava guiando para enfim notar e sentir o corte recém feito. Era aparentemente superficial, sangrava, mas dava para saber que não era tão profundo. Questionei-me quando fora feito para chegar à conclusão que havia sido no nosso breve encontro segundos atrás antes de me empurrar.

— Precisamos sair daqui!

— Venha – ameaçou me pegar no colo para me carregar já que estava lesionada, recuei um passo — O que foi?

— Não sou nenhuma donzela em perigo, eu sei me defender!

— Jura?! Eu nem percebi, sabe!

Dei de ombros, olhando para baixo em busca de nada. Então desci cada degrau cautelosa com Kendrick indo em minha frente por pura teimosia. Buscamos por uma saída, infelizmente a maioria era tudo porta de enfeite para as peças feitas.

Quando enfim encontramos uma, ele a abriu de supetão ao arrombá-la. Seguimos em frente, agora era um corredor quase igual ao que passei quando cheguei com a diferença das imagens e pichações pela parede.

No fim do corredor, possuía apenas uma porta com uma placa branca e fonte regular escrita “janitor”. Ouvindo passos, ele abriu a porta e me empurrou para dentro apressado, nos trancando dentro do pequeno cubículo.

Ficamos ali por alguns minutos parados e com a respiração ofegante, um cheiro peculiar passou a me sufocar quando senti fumaça passando pela fresta debaixo da abertura — Isso é fogo! – ele pronunciou atento à porta, quando alguém estava muito próximo, abriu a porta bruscamente, acertando-lhe em cheio — Fique aí! – me recomendou.

Ah, claro! Que não.

— Onde está?! – perguntou o estranho.

— Eu não sei!

Contemplei os dois dialogando. Sai apressada deixando-o para trás conforme buscava pela parede o extintor. Estava preso numa redoma de vidro a qual tinha emperrado, tentei quebrar o vidro mas esse era difícil. Se não tivesse tacado o celular naquela coisa antes...

Corri de volta para a salinha buscando por algo para abrir a caixa, retornei segundos depois agora já pronta para retirar o item dali. Quando consegui, mirei em direção aos dois e gesticulei para que ele se afastasse, apertando a alavanca e despejando em direção do fogo juntamente com o perseguidor. A fumaça tornou a subir e quando finalmente abaixou, o local estava vazio.

Encarei o homem parado ao lado, desligando e virando o objeto para ele — O que está fazendo?!

— Onde está o que?! – bradei furiosa. Franziu o cenho — Olha não se faça de burro! Eu sei que está encobrindo algo e não vou deixar me por nessa confusão de novo!

— Sério que está me ameaçando com isso? Se ativar esse negócio, irei aí e jogar em você de volta!

— E aí levantarei esse treco e acertarei sua cabeça. Fim! – sorri desdenhosa.

— Você mal consegue levantar esse trambolho do chão!

Revirei os olhos — Quer testar?

Bufou — Abaixa essa droga logo que aí eu posso pensar no seu caso e responder suas perguntas, você mesma vive me acusando com suas palavras e quer que confie em ti?

Cruzei os braços, abaixando o extintor — Por que estava zangado com Cord aquele dia?

Levou a mão à testa, soltando um suspiro inquieto, depois encostou na parede — Ele era meu melhor amigo, como se fossemos irmãos.

— E no entanto, você estava praticando um hobby suspeito ao invés de estar com seu melhor amigo.

— O que tem de errado jogar xadrez numa festa? Você aceitou!

Levantei o dedo para apontar uma cláusula — Mas eu estava lá só pela pizza!

Torceu o nariz, esboçando uma careta antes de rir — De dia é um lanchonete e de noite um club bar, o dono aluga para duas pessoas distintas. Por isso tinha a área livre lá atrás – explicou, desencostando da parede — Vamos sair daqui primeiro e depois conto tudo – veio em minha direção pronto para segurar minha mão, desvencilhei apressada — Ok, tudo bem...

Agora com as mãos postas na cintura, bati o pé no chão aguardando impacientemente por uma explicação plausível. E sem isso não iria a lugar algum!

— Está bem, você venceu! – elevou as mãos em sinal de redenção — Eu tive um irmão mais velho aos catorze, ele era esportivo, estudioso, divertido e educado. Infelizmente, aos dezenove adoeceu, foi enfraquecendo e sucumbindo à dor e tristeza por não poder mais fazer o que sempre amava. Morreu meses depois, assim, repentinamente. – contou, pausando para respirar e digerir as recordações — Minha mãe surtou, sofreu e se martirizou. Meu pai cansado disso logo se separou e na mesma semana já arranjou outra como se não tivesse precisado procurar pois já tinha uma. Eu vi minha mãe sofrer, chorar. Por isso nunca fui a favor do que Cord fez com sua irmã, Michelle.

Arqueei a sobrancelha — Conhece Mich?

— Acha que não conheceria a namorada do meu melhor amigo?!

— Ah, só achei estranho ela não ter falado sobre você. É estranho da parte dela não comentar de alguém tão bonitinho. – cocei a cabeça, pensativa — Mas enfim, continue.

— Obrigado! – exclamou irônico, tornando a falar. Contou que após perder seu melhor amigo e ídolo, conheceu Cord no colégio e viraram bons amigos. Cada um com sua notória diferença, é claro, e por isso quando descobriu que ele havia feito uma loucura, tentou de toda forma reverter a situação, não conseguindo — Ele amava sua irmã.

— Sério?! Eu nem percebi isso com o tanto de galhada que ele colocou nela, a coitada mal conseguia entrar na sala sem enroscar os chifres na porta. Virou adorno de Natal! – desdenhei sarcástica.

— Não me trate como se eu tivesse culpa, nunca concordei com esses atos dele! Quanto mais falava, menos me ouvia, e foi por isso que deu no que deu!

Cruzei os braços — Para de culpar o defunto, nesse momento ele deve estar na portinha tentando encontrar uma vaga lá no céu porque o inferno já está lotado. O que o coitado fez?

Deu um riso antes de responder — Para reconquistar Michelle ele quis dar uma prova de que mudou impossível de se concretizar legalmente, então foi lá e furtou um pingente e deu para ela.

Arregalei os olhos, mudando a postura. Status de irritada para embasbacada — O QUÊ?! Ele deu um item roubado para minha irmã?!

— Pior que isso é que o item surrupiado já era afanado. – completou. Levei as mãos ao peito irritada, sentia as bochechas arderem de raiva, eu iria matar aquele imbecil! — Tentei convencê-lo a pegar de volta e devolver, porém se recusou a pedir para ela, o que nos fez discutir, brigar, para então nos distanciar. Estava com raiva por ele ser tão cego...

— Cega é aquela anta burra da Michelle! – interrompi irritada e ele continuou falando sem dar bola.

— A intenção era recuperar o item, tentei observar se estava com o colar no pescoço aquele dia, infelizmente ela estava com outro pingente. Aí eu vi você.

— E veio pronto para descobrir alguma pista.

— Exatamente!

— Por fim, Cord acabou morto por um item que não o pertencia e agora minha irmãzinha está em perigo! Isso me faz lembrar que talvez a pessoa não estivesse atrás de mim quando pressionou meu punho e sim buscando por Mich! – esbugalhei os olhos alarmada, recordando o que havia me contado dias atrás. Quando baixei os olhos e olhei para minhas mãos, percebi que Kendrick havia posto o extintor em seu devido lugar sem que eu percebesse. Fiquei pasma.

Estava cabisbaixo — Não queria ter envolvido sua família nisso, ainda não acredito que Cord morreu por burrice!

Ergui a cabeça, determinada — Amanhã irei à delegacia.

— O quê?!

— Se você quer ser cúmplice de um roubo e assassinato, fique à vontade, agora eu não deixarei que ninguém chegue perto de minha irmãzinha! – bradei, batendo o pé no chão, dando meia volta e marchando corredor à fora. Até esqueci que tinha alguém ao meu encalço minutos atrás.

Atrás vinha ele tentando me convencer a não fazer isso e que era arriscado, em vão, pois já tinha me decidido.

Conforme caminhava, maquinava em mente o momento em que ela disse ter visto algo.

 

“— Estávamos dançando quando notei um cara baixinho num canto pouco atrás dele, depois no bar, encontrei o mesmo vulto. Mais uma vez, lá estava o estranho conforme namorávamos em uma área mais reservada. Cord disse: ‘Vou ao banheiro e assim que esse idiota entrar atrás de mim, o pegarei na saída.’ E então, não o vi mais. Quando fui pedir para procurarem...

— Idiota, isso que dá querer bancar o machão.”

 

Era irônico que o jumento era alto e forte sendo que a descrição de Mich era um cara de estatura média. Então ele teria esperado Cord fazer exatamente o que havia feito?!

Abri a porta de volta para o salão, saí com o cabelo desgrenhado, roupa amassada e rasgada, toda desengonçada com Kendrick logo atrás. As pessoas olharam em nossa direção pensando coisa errada e impura, o empurrei para o lado, saindo às pressas para outro canto.

Uma das mulheres que me chamaram para a fotografia, aproximou-se de espreito — Eu achei que tinha ido embora, se tivesse falado antes, poderia ter encontrado um lugar mais adequado e...

— Para com esse fogo, mulher! – interrompi irritada. Não iria contar a verdade para não estragar a festa beneficente, até porque à essa altura o maluco já tinha desaparecido — Eu me perdi, um espelho caiu em cima de mim e ele me socorreu. Olha – apontei para o ferimento, esbanjando o sangue seco grudado na camisa.

— Oh! Vou chamar um médico!

A detive antes que saísse — Deixe disso, nada que uma bebida não resolva – pronunciei cética, arrebatando um ponche sobre uma bandeja novamente e seguindo para o plano inicial: beber até não poder mais e esquecer por um minuto tudo o que aconteceu. Por que não, de forma alguma deixaria esse “ritual” de toda festa acabar em coisa ruim. Iria mudar esse hábito e seria hoje! Agora!

Ergui a taça para o alto, bradando uma frase antes de tomar um gole rápido — Happy Halloween!

 


Notas Finais


Alguém vai acordar com uma ressaca lindja desse jeito q
Estava meio cismada com essa capítulo, tinha outros planos, mas por fim acabou saindo assim. Sei que não é um dos melhores até então, mas né x.x

Alguma crítica ou sugestão?
Espero que tenham gostado, nos vemos no próximo, sim? *o* 💖

🌟 Ah, surpresinha! Que tal uma "prévia" do próximo capítulo? http://i.imgur.com/czdStTi.jpg


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