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História Freak Show - Capítulo 5


Escrita por: yoloramona1

Capítulo 5 - Capítulo 5


Aquela com certeza seria uma sexta-feira entediante. Eu não tinha dinheiro pra pedir algo pra comer, muito menos sair. 
Sendo assim, fiz um macarrão (minha única especialidade na cozinha além de bolo de caneca e omelete de caneca. Sou uma péssima cozinheira), e trouxe as cobertas para a sala e me preparei para uma maratona de filmes. 
Coloquei o meu melhor pijama, me deitei, comecei a comer, e coloquei Grease para rodar.  
Eram mais ou menos umas 21:40pm, eu estava deitada da maneira mais confortável do mundo, quando ouvi meu celular tocar do quarto. A preguiça me dizia para continuar deitada, porém o medo de ser algo sério gritou mais alto. Corri até o quarto a tempo de atender. Era número desconhecido. Atendi.
-Alô? 
-Anne? -disse a voz agitada.
-Sou eu... Quem gostaria? 
-É o Evan! 
-Nossa! Que surpresa... -me sentei na cama coçando a cabeça.
-Você tá ocupada? 
-Um pouco. Eu estava num momento extremamente íntimo com meu sofá até você me atrapalhar... -disse rindo um pouco.
-Ah, me desculpe. Jamais atrapalharia se soubesse que ele estaria aí! -ele disse rindo. -Mas sério. Tá ocupada? 
-Não, não estou. 
-Sei que já está um pouco tarde, mas eu preciso te entregar o dinheiro e pensei... Quer tomar alguma coisa? É sexta, tô sem nada pra fazer.
-Hum... Pode ser. Legal. 
-Beleza. O que acha do Griffin's Bar? 
-Não faço ideia de onde fica. 
-Posso passar te pegar? 
-Agradeço. 
-Me passa o endereço por mensagem. Em uma hora estou aí.
-Ok. Até. 
Desliguei. 
Ainda sentada na cama, fui tomada por uma crise de ansiedade. O que eu visto? Eu não sei se o lugar é chique. O que eu faço? Eu to horrível hoje, olheiras enormes!
Respirei fundo várias vezes até me acalmar, e comecei pelo básico: banho e maquiagem. Assim que feito, me vi dentro do closet, cem por cento perdida. No fim, decidi algo que eu julgava que daria para tudo: um vestido preto de bolinhas brancas, um oxford e uma jaqueta preta. 
Como já havia dado uma hora, presumi que ele estivesse chegando e decidi descer até a portaria do apartamento e esperar de lá. 
Enquanto esperava, recebi uma mensagem.
Matthew Kaulitz:
-Cheguei de viagem. Posso dormir aí?
Ele ia surtar se eu falasse que estava indo pra um bar com um cara.
Quando fui responder, chegou uma mensagem do Evan dizendo que estava na porta. 
Sai do prédio e ele esperava ao lado do carro, sorridente. O cumprimentei com um beijo no rosto e entrei no carro. Ele deu partida e iniciou o trajeto nas movimentadas ruas de sexta a noite em Nova Iorque. 
Ele estava em silêncio, então decidi responder Matthew.

Anne Schwammbach:
-Hoje não dá, tenho muito trabalho pra fazer. Faculdade+trabalho, tá pesado.

Matthew:
-Eu não vou atrapalhar. 

Anne Schwammbach:
-Hoje não dá. Sério.

Matthew:
-Você tá estranha. 

Anne Schwammbach:
-É só o cansaço. Preciso ir. Até mais.

Coloquei o celular na bolsa e olhei fixamente para a frente. Estávamos num semáforo, e pude sentir Evan me olhando. Olhei com o canto do olho e ele soltou um risada. Ri também, e nem sei do quê.

-Você tá bonita hoje. -ele disse.
-Quer dizer que nos outros dias eu não estou? -perguntei com a sobrancelha erguida.
-Sempre está. Mas hoje tá especialmente bonita. A roupa tá linda. -ele olhava fixamente para a rua.
-Me sinto sendo elogiada pelo amigo gay do colegial. Ele sempre me colocava pra cima dizendo que eu era linda.
-Ele precisava dizer? Você já não sabia disso? 
-Não... As coisas eram diferentes há uns anos... Na verdade, ainda é difícil. -Suspirei. -Mas é bom ouvir elogios. Obrigada. A propósito, amei sua meia de dinossaurinhos. 
Ele riu e balançou a cabeça. 
Paramos em frente ao tal bar que ele havia comentado. Estava um pouco movimentado. Olhei um pouco nervosa em volta. Ele desceu do carro, então eu também desci e o segui pra dentro do bar. Ele nos guiou para uma mesa escondida no segundo andar, na varanda, que dava pra ver tanto o interior do bar, quanto à rua, e eu calmamente observava as belíssimas luzes de Nova Iorque. Gostava daqui, mas sentia falta da Alemanha. Muita falta. Evan me tirou do meus pensamentos abanando sua mão na minha frente. O garçom ao lado dele, provavelmente esperando o meu pedido.
-Uma Coca-Cola, por favor. -falei enfim.
O garçom anotou e foi embora.
-Sério que eu te trouxe num bar para tomar refrigerante? -Evan perguntou rindo.
-É que eu não havia lido o cardápio e não queria ter que fazer ele esperar, e estava com sede, então pedi qualquer coisa, de início. Mas saiba você que eu não sou de beber.
-Estou decepcionado. Não é de beber? -ele balançou a cabeça negativamente. -Pensei que pudéssemos ser amigos.
-Você é amigo apenas de quem bebe? Pois infelizmente, não seremos amigos. -fiz cara de choro. 
Ele enfiou a mão no bolso e tirou a carteira.
-Preciso te dar o dinheiro antes que esqueça. -ele contava algumas notas. -Toma. Obrigado por aguentar a demora.
-Obrigada. -guardei o dinheiro na carteira. -Afinal... Se não for muita intromissão... Onde usará aquele terno? É muito lindo mesmo.
-Temos uma premiere amanhã. -ele disse bebendo um gole de sua bebida rosa que acabara de chegar.
-Aqui mesmo? -perguntei enchendo meu copo com a Coca-Cola.
-Sim. Ainda bem. Porque estou desanimado de viajar. Não iria se fosse em outro lugar. 
-Você parece bem animado hoje.
-É diferente. O clima tá pesado.
Entendi que ele se referia ao seu relacionamento, mas achei que seria inadequado prolongar o assunto, então apenas assenti com a cabeça.
-Você namora? -ele perguntou.
-Bom... -cocei a cabeça.-Sim, mas não é algo que eu diga "nossa, super namoramos", é só "é, nos chamam de namorados". -ri triste.
-O que ocorre? -ele perguntou e logo percebeu que era um assunto meio delicado. -Se não se importar, claro. -disse sem graça.
-Não. Tudo bem. Eu não tenho outras pessoas com quem desabafar mesmo. -sorri triste. -Bom, eu estou aqui há dois anos. Eu vim de Berlim. Nunca fiz aula de inglês lá, então urgentemente fui colocada em aulas intensivas. Ele estava na mesma que eu, e também era vindo da Alemanha. Devido à isso, acabamos nos tornamos amigos. Ele era a única pessoa com quem eu conversava. Sempre fui muito reclusa. Aconteceu uma paixãozinha e um namoro. Acontece que a paixão passou, mas o namoro ficou. Então é tudo meio sem graça, meio sem amor... Porém sem ele seria pior, eu não tenho amigos. É culpa minha mesmo, eu me afasto sempre e me fecho para as pessoas. Enfim, é isso. -terminei tomando um gole da minha bebida.
-Você não aparenta estar fechada pra mim. -ele sorriu. 
Acho que eu corei, porque senti meu rosto ficar quente. 
-Incrível história da vida amorosa de Anne Schwammbach. -disse em gesto de apresentação.
Ele riu.
-Eu te entendo perfeitamente. -ele. balançou a cabeça.
-Ele queria me ver hoje. -falei.
Evan me olhou.
-E aí?
-Eu disse que tinha muito trabalho pra fazer. -disse rindo. -De certa forma não estou mentindo. Mas farei amanhã. 
-Nem me lembre de amanhã! Só de lembrar que vou ter que sorrir até as bochechas doerem...
-Oh meu Deus! Que trabalho horrível... -eu ria da cara de tédio dele e ele revirava os olhos.

Algumas horas se passaram assim. Quanto mais drinques, mais íntimos parecíamos, e a conversa fluía com intensidade. Rimos muito e conversamos sobre várias coisas. 

Certa hora peguei meu celular para olhar as horas. 2:04am. 
-Evan! Preciso ir. Está tarde. 
Ele concordou com a cabeça e chamou o garçom, fazendo um gesto com a mão, como se escrevesse com uma caneta, e o garçom entendeu que ele pedia a conta. Alguns minutos se passaram e ele voltou, segurando a conta. Deu na mão de Evan que analisou. 
-Me deixe ver. -pedi pra ele.
-Não precisa.
-Quanto fica pra mim? -perguntei enquanto pegava a carteira. 
Nem deu tempo. Ele já estava passando o cartão, e o garçom se foi.
-Evan! -o repreendi. -Não somos um casal, eu claramente deveria ter pagado minha parte.
-Não tinha necessidade. Eu te convidei. -ele deu de ombros.
-Ok. -me dei por vencida. -Realmente faria falta quando eu fosse comprar chocolates pra sofrer no meu sofá. 
Ele riu e saímos do bar. 

Havia várias baladas naquela rua, o que a tornava um pouco movimentada, e eu observava as pessoas distraidamente. Evan destravou o carro e eu entrei calmamente, quando meu olhar cruzou com um outro olhar conhecido. Eu gelei. Fiquei absurdamente nervosa. Era Matthew. Ele estava na frente de uma balada. Ele estava na frente se uma garota que estava encostada em um carro, suas pernas no meio das dela e uma mão em sua cintura. Ele soltou rápido ao me ver. Evan já estava andando com o carro, que passara na frente de Matthew. Eu só pude olhar com decepção e ir embora. 

-Anne? Tá tudo bem? -ele passou a mão na minha perna.
-Acho que não. Ou sim. -respirei fundo. -Na verdade, acho que ja tenho a solução de um problema. 
-Não entendi. O que houve? -ele parecia intrigado.
-Acabei de ver Matthew em frente se uma balada, estava com uma garota...
-Não posso imaginar como está se sentindo. -ele dizia em tom de pena.
-É um pouco triste ver isso acontecer, mas acho que é melhor assim. Finalmente um motivo concreto pra terminar tudo. 
Eu estava com um pouco de raiva. Evan percebeu. 
Passei o caminho todo com a cara colada na janela, observando a cidade sendo regada pela chuva que havia começado. Vi meu prédio se aproximar e Evan estacionou. 
Suspirei e me virei para ele.
-Obrigado pela noite de hoje. 
-Não precisa agradecer. Foi ótimo pra mim. Precisava sair do meu mundo um pouco. -ele sorria levemente.
-Que bom. Vou indo então. 
Me aproximei e beijei sua bochecha. 
Abri a porta do carro e ia saindo com ele pegou minha mão.
-Anne, se precisar de qualquer coisa. Me ligue. Mande mensagem. Sinal de fumaça... Qualquer coisa! 
-Obrigada, mesmo!
Sai do carro e entrei no prédio.


Notas Finais


Espero que estejam gostando :)


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