História Freedom - Good Night

" Good Night "

Olhando Tae com aquele sorriso vitorioso no rosto, Jin buscava em sua memoria onde ouvirá esse nome, soará tão familiar, até porque era. Encontrou por fim em suas memorias o que buscava. Então aquele era o Park Jimin.  

Enquanto isso, o loiro mantinha seus olhos nos outros, esperando alguma resposta. Estava aflito, por achar que, mais uma vez seria ignorado apenas por ser quem era.  

— Olá, eu sou Taehyung. – Finalmente o lilás notou o silencio e correspondeu com uma pequena reverencia. Olhando para o Dominante ao seu lado esperando também uma resposta essa que não veio.  

Jin perdido em seus pensamentos, foi arrancado brutalmente pela som da voz de Tae se apresentando. Ele sabia muito bem quem era o tal Anjo de bochechas fartas e não estava com tempo, nem vontade para apresentações desnecessárias, então apenas fez o que sempre fazia, virou-se de costas e caminhou até a escada, infelizmente sendo impedido, de desce-las, pelo mais novo. 

— Ah, e esse... – Segurando o braço de Jin o obrigou a voltar ao local onde estavam. – É Jin. – Sorria simpático, enquanto o moreno apenas revirava os olhos.  

— Lamento, mas não existe tempo para apresentações. – O mais velho permite-se falar, pela primeira vez – Tenho uma missão a cumprir, estou indo embora. – Soltando seu braço, vira mais uma vez para a saída.  

— Jin! Espera! – E mais uma vez Taehyung lhe impede. – Vem aqui um segundo. – Sussurra para Jin – Só um minuto Jimin! – Avisa ao outro anjo com um sorriso no rosto enquanto arrastava o moreno até o outro canto do cômodo.  

 Tae, primeiro, verifica se estar a uma distancia, que torne a conversa inaudível á Park para poder falar, ainda assim, sussurrando.  

— Jin, nós devíamos levar ele com a gente, pode ser util.  

— Não Taehyung! – nega com a cabeça - Você tem noção que nem você é pra está aqui. Não quero mais ninguém.  

— É serio Jin, eu realmente acho que ele é útil. Pensa comigo, seu "anel mágico" mandou você vim até aqui, "coincidentemente" ele está aqui e é o único anjo restante em toda a cidade. – faz uma pausa – Não acho que foi coincidência.    

— Tae, eu já disse que não. Olha, você pode até não saber quem é esse "Doce anjinho" , mas eu sei, e acredite é capaz dele ter sido deixado de proposito sim, mas não por um bom motivo. Eu não ire... 

— Ah! Desculpa, não queria atrapalhar, mas... Você está aqui por conta dos demônios, não é? – A voz de Jimin ressoou silenciando a conversa.  

— Demônios? – Jin interrogou, agora, mais interessado no menor.  

— Sim, os demônios que estão na cidade, não veio por isso? 

Taehyung e Jin se entreolharam por uns segundos, e o mais novo lançou um sorriso soberbo como se dissesse "eu avisei". 

Um silencio, constrangedor, tomou o local. Tae esperava alguma ação, vinda de Jin, como um convite ou algo do tipo e Park, apesar de não admitir, também esperava tal convite, já que se tratava do primeiro anjo que via no dia e pelo que notará seria o único por um bom tempo.  

— Você – Jin subiu seu olhar ao baixinho. – Vem comigo. – ditou, finalmente descendo as escadarias sem interrupções.  

  Jimin obedeceu sem questionar e o acompanhou, sendo imitado pelo lilás simpático. Passavam pelo salão principal da igreja em direção a sua entrada quando Tae resolve se  pronunciar.  

— Conte-nos sobre os tais Demônios Jimin – disse apoiando-se no mesmo enquanto andava.  

— NÃO! – Jin ditou a frente de qualquer fala de Park. – Não iremos falar disso agora, não quero arriscar.  

— Okay – afirmou se contendo.  

 Revirando os olhos e imitando o mais velho, silenciosamente, Tae, que estava ao lado de Jimin, arrancou uma risada tímida do novo membro da "AngelSide", que foi como resolveu chama-los. Apesar dele mesmo não ser um Anjo. Saíram finalmente da igreja, prontos para entrar no automóvel, quando um barulho foi ouvido. Jin puxou a espada, subitamente, pronto para usa-la, sendo tranquilizado por Tae e voltando ao caminho do carro.  

A igreja já havia sido deixada para trás a um tempo, e o silencio reinava no ambiente, ninguém sequer, ousava falar algo. Vez ou outra Jin olhava pelo retrovisor Jimin sentado no banco de trás, perguntando-se era possível confiar nele. Não que o anjo houvesse mentido alguma vez, mas pela sua "fama".  

Infelizmente sua "fama" não vinha de um bom feito, Park era bem popular entre os Anjos todos conheciam sua historia. Tudo bem que com o passar dos anos, e anjos, ela foi modificada e aumentada, mas o ponto chave era sempre o mesmo: O anjo que falhou. 

Jimin era um Guardian e possuía uma função, cuidar e vigiar seus protegidos, e isso nunca havia sido um problema a Park durante milênios ele cumpriu sua tarefa de maneira exemplar, sem erros.  

"Claro!" Alguns diria, "uma tarefa tão fácil, apenas observar um humano". Entretanto muito além desse cuidado ia a proteção. Guardians também eram responsável por manter demônios longe do humano em questão. Depois de exilados, uma das maneiras que eles acharam de continuarem na terra de maneira imperceptível - pelo menos aos anjos de hierarquia baixa - era possuir um humano, e essa tarefa tornava-se quase impossível com um mundano que possuísse um Guardian ao seu lado, apenas alguns humanos não possuíam, sendo eles:  aqueles que haviam se envolvido com rituais e afastado seus próprios anjos, aqueles que estavam com Guardians longe, por qualquer motivo e recém nascidos.  

Quando um humano estava em formação, no útero, um Guardian já era designado a ele, entretanto o próprio Anjo não sabia até o momento de seu nascimento obrigando-os a voar até o local, e os demônios viram ai uma escapatória, teriam apenas que chegar antes dos Guardians para que pudessem quebrar o cordão de ligação do humano com o Guardian, fazendo assim eles perderem a localização. Mas isso nunca havia dado certo, todos os Anjos eram mais velozes que demônios, até o dia em que o novo protegido de Park foi designado.  

Park, por algum motivo, que hoje variam de historia para historia, não chegou a tempo. Alguns dizem, irresponsabilidade, outros que ele fez de proposito "estava acomunado com os demônios, um traidor" e uma minoria que ele fora impedido por outros demônios. Mas o fato é que Park fora o primeiro e único anjo que não conseguiu chegar, a falhar.    

— Então... – A voz animada do motorista, o tirou, como de costume de seus pensamentos, acabando com o silencio do carro. – Que tal  cantar uma musica pra passar o tempo? – interrogou, sem resposta.  

Tae não admitiria, mas ele se incomodava, até demais, com o silencio daquele carro e faria qualquer coisa para tirar aquele clima pesado.   

— Um, dois, três anjinhos. – começou assim mesmo, cantando alegremente enquanto balançava a cabeça, chamando a atenção dos dois anjos no carro. – Quatro, cinco, seis anjinhos.  Sete, oito, nove anjinhos. Dez em uma pequena nuvem. – soltou as mão do volante fazendo o número 10 com as mãos, para logo pô-las de novo. – Iam viajando pelo céu a frente, quando um demônio se aproximou. E o pequeno Jin olhou pra baixo e a nuvem quase, quase virou oh, oh. – cantarolava prolongando a ultima silaba. – Vamos, me acompanhem. Um, dois... - Parou assim que seu olhar caiu em Jin. O Dominante estava inexpressivo. – Não. Okay. Sem música então. 

Jimin até havia achado engraçado o jeito infantil do humano, mas não ousaria contrariar Jin, não agora, pelo menos. 

Entraram no apartamento, ainda em silencio como todo o resto da viajem e o caminho até o local. Dessa vez Jin conseguiu olhar o local em detalhes, o lugar era bonito, grande e muito arrumado, parecia até intocado, como se ninguém vivesse ali. Possuía uma sala espaçosa, e um enorme sofá aparentemente bem confortável, um corredor aparentemente levava aos quartos e por trás das portas de correr de vidro uma sacada com uma bela vista de Seoul.  

— O Jimin já pode falar ou iremos ficar no jogo do silencio por mais tempo? – o dono da casa fala se jogando no espaçoso sofá.  

— Ainda não. – Jin sai vasculhando a casa entrando em cada comodo.  

— Sabia que é uma falta de educação, sair bisbilhotando as casas alheias, ainda por cima com o dono presente.   

— Calado Taehyung – Jin volta a sala revirando os olhos. - agora que sabemos que demônios estão aqui perto, todo cuidado é pouco. – Jin não admitiria arriscar e falhar na missão. – Entretanto, não há perigo, pode falar Jimin.  

O loiro, ainda na porta, andou até a sala ficando próximo do sofá, onde Tae estava jogado. Respirou fundo.  

— A uma semana, eu sentir algo diferente, estava perto de uma reserva florestal, um pouco afastada da cidade, no começo eu pensei que havia... – Jimin hesitou – Enfim, mas notei que era uma energia um tanto quanto negativa, decidir segui-la, eu entrei um pouco na reserva e ao lado de uma árvore estavam dois demônios. Canalizei imediatamente a minha mana, para não ser descoberto. Eles estavam conversando sobre algo, que não consegui escutar. Porém o mais entranho era que... – Mais uma hesitação – Eles estavam em seus corpos.   

— Impossível. – Jin afirmou. – Demônios não podem voltar a Terra em seus corpos, eles foram banidos.  

— Eu também achava que era -subiu sua voz alguns tons, logo voltando a normaliza-la – Mas Jin a mana era muito forte, e se fossem humanos sendo possuídos eu ao menos havia sentido. Além de você estar aqui, isso pra mim já é uma grande prova de que eu estou certo. 

Jin parou um momento, ele estava assustado, algo assim era novo demais, importante demais. Poderiam ter mandado alguém melhor, não conseguiria enfrentar sozinho dois demônios, ainda mais esses estando com seus corpos. E se fossem dois dos "Sete Maiores" ou até de um nível parecido. Ele não poderia, sua mente gritava para desistir "Vá embora, diga que é fraco, que não vai conseguir", mas ele não podia, outro lado em si insistia em ficar, não havia o que temer, ele era um anjo de segunda hierarquia, podia lidar muito bem com míseros dois demônios. E esse lado era grande, o tomava por completo, nunca fora tão racional o quanto parecia, era talvez mais instintivo, e seus instintos diziam para ele acabar com isso agora.  

De supetão Jin, dirigiu-se a porta, Tae que já estava quase cochilando no estofado, assustou-se com a rapidez do anjo.  

— Vamos taehyung, não temos tempo a perder. – Ditou abrindo a porta. 

— Ir para onde Jin? – Tae tentava manter-se acordado. 

— Atrás desses demônios, me leve a essa reserva agora. 

— Você enlouqueceu. Já está tarde eu passei o dia dirigindo para todo lado. Se eu ao menos pensar em dirigir agora vou ocasionar um acidente, você é um anjo, mas olha eu tenho amor a minha vida.  

— Tae tem razão Jin, eu avistei eles a uma semana atrás, eles não devem mais estar lá. Taehyung é um humano, tem necessidades. Se você realmente precisa dele, deixe-o dormi por hoje. Temos o dia todo amanhã para procura-los. – Jimin se fez ouvir.  

Jin odiava ceder, não queria ceder, poderia estar colocando tudo a perder se não fosse agora, mas olhar para o mais novo e vê-lo pendendo pro lado no sofá enquanto deixava as pálpebras pesarem, fazia-o repensar. Não admitiria nunca, mas aquele humano de sorriso estranho havia despertado em si algo. Apesar de vez ou outra trata-lo mal, não conseguiria suporta de nenhuma maneira que algo de ruim o acontecesse. Aquilo amolecia seu coração.  

— Tudo bem! – cedeu fechando a porta do local e voltando para perto dos outros dois. – mas iremos amanhã cedo. 

Deitado no sofá novamente e de olhos fechados, Tae estendeu seus braços para Jin, que por sua vez olhou para Jimin que retribuiu seu olhar confuso.  

— Me leva, pra cama. – O garoto pediu manhoso.  

Jimin riu abafado e Jin fez uma cara de descrença. 

— Não Taehyung, eu não vou te levar.  

— Por favor Jin – continuava com a manha – eu fiz tudo pra você hoje, to cansado demais pra andar.  

Jin suspirou fundo e pegou o garoto nos braços, adentrando no corredor e lhe perguntando onde ficava o quarto, deixando Jimin sozinho na sala, contendo uma risada. 

O garoto de cabelos lilases acabava de ser colocado em sua cama e se aconchegava entre os lenções aos poucos, ainda com olhos fechados, suas ações eram tão infantis, chegando a fofura', Jin prendia um sorriso, ao observar aquela cena. Não poderia se apegar a ninguém ali, estava só pela missão, apesar de parecer uma sensação tão agradável, era errado demais. Deixou o garoto parar de se mexer no leito e caminhou até a porta.  

— Fica aqui. – a voz manhosa quebrou o silencio do quarto, assustando Jin. 

— Achei que você estivesse dormindo. – O anjo fala se virando para olhar o garoto sentado na cama.   

— Eu to' – Afirma e fecha os olhos.  

— To' vendo. – sorri irônico – Você espera que eu fique aqui pra que mesmo? Não me diga que tem medo do escuro. 

— Talvez... – deitou-se novamente na cama.  

Jin deixou outro sorriso escapar e caminhou até uma poltrona, próxima a cama do mais novo sentando-se. Tae virou seu corpo de lado encarando o mais velho que o olhou confuso.  

— Não vai me dar nem um "boa noite" ou talvez um "Bom sonhos Taehyung" – falou fazendo um bico 

— Sonhos? – A confusão nos olhos de Jin só crescia.  

— É hyung, sabe, aquelas imagens que sua cabeça projeta quando dorme, sobre os seus desejos, inconscientes, reprimidos. – disse simplista tentando manter os olhos abertos. 

— Anjos não dormem, TaeTae. – praguejou-se por deixar o apelido sair tão facilmente, mas o garoto estava tão cansado que mal havia escutado. – Não precisamos.  

— Ah! – Disse com os olhos já fechados e respiração pesada. – Que triste.  

Foram suas ultimas palavras antes de adormecer completamente, mas essas duas palavras haviam grudado em Jin "Que triste". Será mesmo que não sonhar era algo triste. Ele nunca pensou na probabilidade de dormi, ou até sonhar, nunca havia nem mesmo sentido esse desejo, mas depois da fala do mais novo e de tudo que virá no dia se perguntava se era mesmo triste anjos não realizassem tal ato. Entretanto afastou os pensamentos, julgando-se por pensar como um "Anjo caído" logo se recompondo e voltando a atenção ao garoto adormecido, que já deveria estar no quinto sono.  

— Boa noite TaeTae. – dessa vez deixou o apelido sair livremente sem medo de ser escutado. 

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