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História Freeze You Out - Eu não vou fugir de novo


Escrita por: jikookminluv

Notas do Autor


AMORES DA MINHA VIDA! Senti saudades, nunca fiquei tanto tempo sem atualizar, desculpem a demora ❤ e desculpem se houver qualquer erro! Eu escrevi esse capítulo correndo e não deu tempo de revisar, então se houver qualquer erro e puderem me avisar, eu ficarei muito grata! Boa leitura! ❤

[créditos da fanart ao seu respectivo autor]

Capítulo 4 - Eu não vou fugir de novo


Fanfic / Fanfiction Freeze You Out - Eu não vou fugir de novo

  Yuri acordou assustado, amedrontado... Sentiu o rosto molhado pelas lágrimas, o corpo suado... Tremia e sua respiração estava descompassada.

  Sentiu mãos em seus ombros e quando olhou para cima viu Victor. Tinha um olhar preocupado em seu rosto, mas como Yuri o conhecia bem, sabia que não perguntaria com o que tinha sonhado, a não ser que ele mesmo decidisse contar.

  Yuri apenas abraçou Victor muito forte. Aquilo recarregava suas boas energias. Abraçar Victor, sentir ele perto era a sensação mais confortante da vida de Yuri.

  - Victor... Eu nunca faria nada ruim pra você... - disse entre lágrimas. Não conseguia se recuperar desse sonho. Da lembrança do rosto de Victor, ali, machucado no chão, com medo... Por sua causa.

  - Eu sei disso... Seja lá o que for que tenha sonhado... - Victor desfez o abraço e segurou o rosto de Yuri próximo ao seu, olhando para ele de forma terna - confio em você, Yuri. Você definitivamente é a pessoa mais importante pra mim.

  O choro de Yuri foi abruptamente interrompido. Ele corou violentamente, lembrando dessa mesma expressão de Victor quando o beijou em seu sonho. Victor estava em cima dele e mantinha a mesma posição: sentado com as pernas abertas no colo de Yuri, as mãos segurando seu rosto.

  Yuri foi tomado pelo calor do momento. Passou os dedos pelas bochechas de Victor, agora muito mais rosadas que de costume e desceu lentamente para seus lábios, acariciando-os.

  O sentimento ruim que restara daquele sonho o fez ficar envergonhado e com medo demais para continuar com aquilo. Sentia que seu rosto estava em chamas... O mais intrigante foi a reação de Victor. Quando Yuri saiu debaixo dele com a desculpa que estava atrasado para se encontrar com Phichit, o albino pareceu decepcionado.

  Yuri se vestiu e saiu da casa de Victor logo após fazer seu café da manhã. Um de seus piores conflitos internos começou.

  Por que esses sonhos começaram logo agora? E junto deles, Georgi voltara a assombrar Victor... Nada daquilo fazia sentido.

  Se realmente fez mal a Victor... Não merecia estar com ele. Sabia que havia feito algo ruim... Sabia que o havia congelado e essa culpa o perseguiu durante muito tempo. Mas não esperava que fosse doer tanto vê-lo sendo congelado.

  Mandou um SMS para Phichit o encontrar em um restaurante. Phichit era seu melhor amigo, sempre o ajudara e era agora a pessoa que melhor o compreenderia. Porque depois de Victor, Phichit era a pessoa mais próxima a Yuri.

  Esperou em um parque até que desse a hora combinada.

  Já no restaurante, contou para Phichit tudo que estava acontecendo. O sentimento de contar algo a alguém antes de contar para Victor era algo novo. Victor era sempre o primeiro a saber de tudo, de certa forma, Yuri se sentiu culpado.

  Phichit ouvia a história impressionado. Os mistérios dos congelados sempre o intrigara, e Yuri já estava se arrependendo de ter contado, imaginando a enxurrada de perguntas que viriam a seguir.

  - Yuri, você sabe que eu odeio dar sermão em você... E que obviamente não entendo toda a sua situação. Conhecendo você posso arriscar dizer que está em um conflito interno terrível... Mas você não acha que está interpretando tudo da maneira errada? - agora Yuri que estava impressionado. Era realmente raro que Phichit levasse algo a sério, mas prestava atenção em cada palavra do amigo - Você sabe que são raras as reencarnações de almas gêmeas, e que o Victor teve uma atitude inusitada aceitando tudo isso. Os poucos registros de almas gêmeas que temos comprovam que a maioria não aceitava quem as congelou; sendo o congelamento de uma vida passada ou não. Mas o Victor sempre te aceitou, e agora você vai fugir de novo? - agora Phichit parecia levemente irritado - Não parou pra pensar que a vida pode estar te mostrando como você foi um tanto... Como posso dizer... BABACA na vida anterior, e que você deva mudar seus atos, em vez de simplesmente correr dos seus sentimentos de novo? - ele terminou de falar e deu um sorrisinho para Yuri, tomando um gole de seu suco em seguida. Yuri estava chocado. Aquela pessoa de rosto amigável realmente acabara de lhe dar uma bronca?

  Como sempre, Phichit lhe dera uma luz do que fazer. Tudo se encaixava na cabeça de Yuri. Precisaria fazer diferente dessa vez.

  - Phi, eu preciso ir... - disse depressa, levantando e indo em direção a porta, mas no meio do caminho, pareceu lembrar de algo. Voltou correndo e deu um abraço esmagador em Phichit, em seguida se apressou para a porta e correu pelas ruas.

  Enquanto corria, pensava em muitas coisas. Seja quem fosse aquele príncipe, não era ele. Viviam em realidades diferentes, mas Yuri nunca colocaria Victor abaixo de ninguém. Sabia disso, então por que tinha tanto medo de estragar tudo de novo?

 
  Quem sabe existia uma personalidade escondida dentro dele? Alguém egoísta... Alguém que congelaria a pessoa que tanto confiou nele.

  Os pensamentos negativos iam e voltavam a todo instante. Yuri sempre foi instável e sabia disso; então por que tomar alguma atitude agora? Que atitude tomaria? Como descongelar a alma de alguém? Seria a última coisa que faria, se preciso.

  Então finalmente uma idéia iluminou sua mente: o baile! O baile do reino e a formatura... A primeira chance de mudar esse karma. De fazer diferente dessa vez.

  Chegou na casa de Victor, ofegante mas cheio de energia. A adrenalina que corria em seu corpo era inexplicável. Sentia que estava próximo de encontrar as respostas pelas quais ansiara a vida inteira.

  Victor escutou Yuri entrando, derrubando várias coisas pelo caminho, fazendo muito barulho.

  Estava na cozinha tentando fazer algo parecido com um estrogonofe, mas tinha se tornado uma gosma laranja.

  Usava um avental cor-de-rosa e seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo.

  - Yuuuuri... Ainda bem que você chegou, eu tentei fazer o jantar, mas eu não sei se errei em alguma parte da receita... - disse assim que viu Yuri, fazendo beicinho.

  - Vic, Vic, Vic, Vic!!! - disse Yuri depressa, Victor sentiu a ansiedade que o outro sentia.

  Yuri parou em sua frente e segurou suas mãos, delicadamente. Tentou regular a respiração, mas quando falou, ainda tinha dificuldade em recuperar o fôlego:

  - Você me agraciaria com sua companhia para um baile?

  Victor corou violentamente. Até as orelhas ficaram vermelhas. A forma muito formal de falar, a voz mais grave... Nem parecia seu Yuri. Victor não sabia o porquê, mas sentia que era muito importante para Yuri que ele o acompanhasse, então assim o faria.

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  Depois que Yuri lhe fizera o convite, Victor ficou mais grudento que nunca. Durante toda a semana que antecedeu a festa, ele fazia manha e sempre convencia Yuri de dormir com ele.

  Era tão bom, mas por algum motivo não dormiam assim desde que eram crianças, a não ser quando pegavam no sono no sofá.

  Yuri não se incomodava que Victor lhe desse um abraço esmagador durante toda a noite ou em acordar com os compridos fios brancos em seu rosto e até dentro da boca algumas vezes, mas nas primeiras noites, seus nervos quase não o deixaram dormir.

  No último dia antes da festa, Yuri foi dormir preocupado. Phichit havia acabado de lhe lembrar que Georgi também estaria nessa festa... Isso só significava uma ruga a mais em sua testa; mas isso não o abalou. Não tanto quanto o sonho que teve nesta mesma noite...

  O dia do baile finalmente chegara. O reino estava arreglado para receber os convidados, pessoas passavam para lá e para cá a manhã inteira.

  Vez ou outra se podia ouvir alguns falando sobre a alma gêmea do príncipe, mas todo o caso estava sendo encoberto o máximo possível.

   O príncipe se sentia mal. Não por ele... Claro que sentia vergonha, estava frustrado consigo. Gostaria de poder consertar tudo; mas era tarde. O vazio e a tristeza voltaram ao seu peito.

  Será que ele ao menos iria ao baile? Será que falaria com ele outra vez? Seus sentimentos dentro do princípe não eram mais tão nítidos quanto antes... Uma alma gêmea faz parte de você, do seu ser. Perder qualquer parte disso é algo chocante demais!

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  A noite chegara. Quando o príncipe chegou ao salão, todos pararam para o reverenciar. Haviam duques, duquesas, princesas, príncipes, barões... Não era exatamente uma ocasião especial, era um simples baile de inverno, mas sempre era organizado no intuito de auto-promover o reino.

  Entre a multidão, seus olhos castanhos se perderam tentando encontrar qualquer traço de seu loiro, mas não havia sinal dele.

  O príncipe sentiu que deveria procurar nos jardins. Por que ele estaria naquele lugar que deveria lhe trazer à tona uma lembrança terrível? Não tinha convicção de que realmente estaria lá, mas precisava arriscar. Precisava corrigir seus erros; só não sabia como.

  Estava acostumado a se esgueirar entre a multidão, fugindo dos olhares das solteiras que cobiçavam o herdeiro do trono.

  Conseguiu chegar ao jardim, iluminado apenas pela luz da lua. Pôde ouvir o baile começando, a música instrumental melancólica parecia acompanhar seus sentimentos daquela noite.

  Lá estava ele. Haviam feito um penteado que esconderia sua mecha branca. Estava sentado em uma mureta, a expressão muito serena. Sabia da presença do príncipe, mas não desviou os olhos do céu para olhá-lo.

  - Não deveria estar aqui, vossa majestade. - disse secamente, ainda sem olhar para o moreno, que sentia seu estômago revirar.

  O príncipe não sabia o que falar, apenas continuava a aproximar-se lentamente. Tinha medo até de tocá-lo, de ferí-lo novamente...

  Quando o loiro o olhou, seus olhos azuis, sempre tão profundos, não expressavam nada.

  - Eu sei! Suas obrigações... Seu reino... Nunca esperei um conto de fadas. Sou grato por ter me tirado da minha vida de escuridão... Mas assim que eu conseguir juntar algum dinheiro, partirei. - o coração do príncipe quase pulou para fora de seu peito. Não conseguia falar nada, sua garganta doía com a angústia presa ali. - Eu jamais escolheria atrapalhar sua vida... - o loiro sorriu levemente, os olhos fechados. Aquele sorriso tão gentil, mas sem alegria alguma...

  - N-não... - o príncipe se aproximou mais, as lágrimas começavam a brotar em seus olhos. Estava desesperado para falar algo que o fizesse ficar. Acariciou seu rosto, mas o loiro não esboçou muita reação, apenas corou levemente. - E-eu te... A-

  - O senhor o quê, sua majestade? - era o conselheiro real. Tinha a conexão mais próxima com o rei que qualquer pessoa do reino. Ambos olharam para ele com espanto. - devo lembrar-lhe que, como herdeiro do império, esses boatos que têm surgido recentemente são muito... Inadequados.

  O príncipe tirou a mão do loiro, e prestou atenção a cada palavra do homem. O outro também ouvia tudo com atenção, mas não parecia realmente se importar.

  - Eu gostaria de poder confiar no senhor... Mas acho que será uma vergonha para o reino quando descobrirem esse caso... - o queixo do príncipe caiu. Estava assustado... Tinha medo de seu pai, tinha medo do que iriam pensar dele...

  - Eu não tenho nada com essa pessoa! - Victor o olhou, desapontado, mas o príncipe não percebeu que o outro ainda tinha alguma esperança até aquele momento.

  - É muito bom que tente esconder, mas seria perfeito se não tivesse realmente nada acontecendo... Eu não sou inocente, meu caro príncipe... Eu cuidei do senhor desde que era um bebê. O ajudei em muitas coisas e mesmo que não tenhamos criado um vínculo fraterno, sei que sempre esperou conhecer sua alma gêmea, se apaixonar, casar-se e amar essa pessoa... Mas esse é um amor proibido! - o homem falava tudo muito calmamente mas seus olhos transmitiam sentimentos ruins.

  Em um impulso, o príncipe falou alto:

  - Eu não amo! Eu não sinto nada por essa pessoa, só senti pena dele! Me deixe em paz!

  Nesse momento uma lágrima desceu pelo rosto do loiro. Um vento muito forte balançou seus longos cabelos, que agora estava ficando inteiramente branco. O príncipe o olhou com assombro, como se só agora se desse conta do que acabara de dizer.

  - Não... Não... - ele segurou o menor em seus braços. Ele havia perdido a consciência e em seguida a visão do príncipe também começou a ficar turva. Ele se agarrou ao corpo do outro, e a última coisa que pode ouvir foi a voz do conselheiro chamando ajuda, ao longe.

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  O príncipe teve um sonho, como um flashback no dia em que encontrou sua alma gêmea. Ele via tudo embaçado, mas pôde ouvir com clareza sua própria voz que dizia: "De hoje em diante eu vou proteger você. Não tenha medo." Ele não o protegera. Ele fora seu veneno, o destruiu por dentro. Queria acordar; sabia que aquilo era um sonho, estava consciente, mas não conseguia abrir os olhos.

  Quando finalmente acordou, se sentou abruptamente; já estava em sua cama e era dia. Algo faltava! Passou a mão em seu corpo, procurando o pedaço que faltava, mas não lhe faltava uma parte física. Ele havia perdido a presença da metade de sua alma. Queria gritar, mas não conseguia. Aquilo não doía, mas era um vazio que nenhuma pessoa no mundo poderia explicar.

  - NÃO O SINTO! POR QUE... - o príncipe chorava e gritava, um choro sem lágrimas, um grito agonizante. Seus soldados vieram lhe ajudar, o seguravam, tentavam acalmar-lhe - eu não consigo sentir... Não consigo... - seu olhar estava perdido, estava desesperado. - Quero vê-lo. ME DEIXEM VÊ-LO...

  Os empregados trocaram olhares entre si, desconfiados. O príncipe não se aclamava, se jogava e se contorcia no chão. Até que um deles disse:

  - Vossa alteza... Fizemos o possível... Sinto muito, mas ele não resistiu.

  Depois daquele momento o príncipe nunca mais conseguiu sentir nada. Nem tristeza. Nem desespero. Nada.

  Trancou-se em seus aposentos, a mente perdida em total escuridão; enlouquecera. Ali passou o resto de seus dias, adoecendo sem causas aparentes e sentindo seu corpo enfraquecer mais a cada dia, até que o último suspiro lhe fosse tomado. Antes que seus olhos se fechassem pela última vez, um resquício de sanidade clareou sua mente e aqueles belos olhos azuis foram tudo o que conseguiu pensar com clareza antes de morrer.

  Então, muitos anos depois, a terra os chamava novamente. A vida lhes concedera uma nova chance.

Um garotinho nascia. A enfermeira o pegou nos braços e sorriu para a mãe:

  - É um menino!

  A mãe, sorrindo, o pegou em seus braços e acariciou o pequeno rosto.

- Seu nome será... Yuri!


Notas Finais


Eu confesso que essa capítulo ficou meio pesado, mas agora os sonhos já acabaram... Parece que estamos na reta final XD hehe
Senti falta de algumas pessoas no último capítulo ;-;, mas como sempre, a todos que comentaram: MUITO OBRIGADA! Nunca vou me cansar de agradecer o apoio de vocês! ❤
Espero que tenham gostado, até mais *-*


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