1. Spirit Fanfics >
  2. Frerard Picture Me slow updates >
  3. Capítulo 12

História Frerard Picture Me slow updates - Capítulo 12


Escrita por: Brokenmachine

Capítulo 14 - Capítulo 12


Fanfic / Fanfiction Frerard Picture Me slow updates - Capítulo 12

-Levar essa empresa é como dirigir um carro velho, é duro, pode doer, mas é melhor que essas merdas automáticas - repetiu o Frank mais velho, pela milésima vez – você tem total controle da máquina, só precisa checar todos os itens. Uma vez que você entende toda mecânica da coisa, tudo vai bem.

            -Entendi, pai – disse o fotografo, como se fosse o primeiro momento que escutou essa narrativa novamente. Só faltava ele repetir sobre o que o seu avô fez quando seu pai tinha 10 anos... ah, não, lá vem...

            -Quando eu tinha 10 anos, seu avô nos levou até a casa de campo e, na estrada vazia, me emprestou o automóvel dele da época e disse “vai em frente”. Eu achava que podia, segui as instruções e acelerei muito rápido – ele riu fraco, como sempre – acertei bem a cerca do vizinho chato, foi uma merda, sua avó ficou a tarde toda sem falar com ele.

            -Eu imagino – sorriu fraco, realmente imaginando a cena. Essa era a melhor parte de todo o conjunto da lição de moral.

            -O que eu quero que você saiba, Iero Jr., é que pode acelerar e se destrambelhar no início, mas vai dar certo. Eu te criei bem, cuidei das tua falhas e agora você pode errar na dose, mas vai se sair bem.

            -Eu vou... – e a voz do menor sumiu.

Era uma droga total administrar aquela empresa. Seu pai havia criado pequenos elfos que não pensavam sozinhos e dependiam fortemente das ordens de um superior, e aquilo parecia um inferno pra Frank. Ele não podia mais contar as vezes que mordia a língua para não mandar alguém ir diretamente para o  inferno, principalmente os puxa sacos.

Eram muitos.

Mais de 20, e ele podia contar. E Frank tinha certeza que eles o achavam bonzinho demais e fácil de conquistar. Era fato que Iero era bem mais calmo que o pai e um tanto mais solidário, mas isso não contava muito quando ele sabia que tudo era construído em falsidade e interesses. Ninguém iria ser promovido. A grana estava apertada e Frank se viu bastante desesperado quando o economista apareceu com todos aqueles números. Claro, ele ligou pro pai com pose de cachorro perdido e conseguiu que ele traduzisse as finanças. Aparentemente, iam ter que se render às tradições digitais e diminuir as versões impressas, investir em aplicativo. Essa segunda parte foi a única que animou um pouco o tatuado, já que teria que entrar em contato com jovens empreendedores e universitários pra potencializar o conteúdo on-line e off-line.

Mas acima de ter que lidar com todas as desgraças da empresa e do dia-a-dia estressante, Frank se sentia culpado por se afastar ainda mais de Lily e pela doença do pai. A quimioterapia começaria em alguns dias e a família estava avisada de todos os acontecimentos que se seguiriam: tonturas, enjoos, cabelos caindo, emagrecimento, fisionomia abatida...  era basicamente a morte dando um beijo simples em sua têmpora e toda vez que se lembrava disso, o fotografo, em contrapartida, se esquecia como era respirar.

            -Eu sei que você vai – a voz dura – agora siga para seus compromissos, preciso descansar antes de começar aquele processo de tortura. A medicina consegue avançar tanto, mas não dá um passo sobre isso. Devia ter virado médico.

            -Talvez sim – ele sorriu para a prepotência do pai e lhe deu um beijo na testa, dizendo que ligaria mais tarde e contaria sobre o dia.

Frank disse que estava indo ao escritório, mas na verdade ia encontrar com Gerard no Starbucks próximo do prédio, no Empire State, onde conheceu Ray, para um café e algumas reclamações. Way parecia ter virado seu porto seguro para as frustrações; tanto que ele mal deixava o modelo falar, e acabava por conhecer pouco da personalidade extravagante do artista. O ruivo acabava por ter aparecido em um momento perfeito para se aninhar em sua vida, sendo um amigo dedicado, sem horário e não muito exigente. No início, Iero admite que achava que tudo aquilo era puro interesse para que o projeto dos dois andasse e talvez Way tivesse uma maior ascensão social, mas aos poucos essa visão foi sendo desfeita, e ao observar a interação tão inocente entre Gerard e Lily, e a disponibilidade do mais velho, era um tanto reconfortante, parecia extremamente verdadeiro.

Logo que o menor adentrou no espaço avistou a cabeleira ruiva no balcão, já sendo atendido. O ruivo deu uma olhada rápida para porta, quando ouviu o sininho tocar e logos seus olhares se cruzaram, fazendo ambos sorrirem fraco. A atenção de Gerard novamente se voltou para a caixa, finalizando e pagando o pedido, logo indo se juntar a mesa com o fotografo.

-Hey, você parece melhor – ele comentou

-Um pouco. Deixei Lily na escola hoje e tive que ir ao meu pai. Deus, G, eu tenho certeza que vou acabar doente também – ele disse, afundando a cabeça nas mãos coloridas por várias tatuagens.

-Você não vai, pare de graça – Way acertou um tapinha leve nos cabelos escuros do amigo – tudo vai se resolver, Frank.

-Eu nã-

-Você está duvidando de mim? – o mais velho arqueou a sobrancelha cheia e expressiva – Eu nunca menti pra você.

Iero gargalhou um pouco e escutou o nome de Gerard ser chamado. Ele se levantou, fazendo sinal para que o modelo permanecesse sentado e aguardasse. Rapidamente, o menor voltou com a bandeja nas mãos.

-Eu tenho que agradecer pela gentileza. Eu adoro este frappucino flor de sal, acertou em cheio.

-Sim, e só você gosta disso, com certeza – Gerard riu da cara cômica que o fotografo deu, esperando que ele tomasse um gole longo da bebida para então fazer uma cara de nojo

-Ew

-Você pode comer seu bolo de cenoura calado? – Iero riu, sendo seguido pelo amigo.

-Alright.

Os dois se calaram para apreciar a refeição, mas então foram atrapalhados pelo celular de Frank, que tocava alto. Logo ele se assustou por ter o nome da escola de Lily no visor do aparelho.

-Estranho – comentou antes de antender.

-Que foi? – Gerard voltou sua atenção para a face preocupada do amigo.

-Lily... – a voz do outro morreu ao atender o telefone e retornou para falar com a pessoa do outro lado da linha– Bom dia

-Lily... – Way o imitou, esperando pela resposta, mas recebeu apenas um pedido gestual de Frank para que aguardasse.

O menor apoiou a mão na testa e permanecia escutando atentamente a pessoa do outro lado. Gerard começou a ficar preocupado ao observar as mudanças de expressão do mais novo. Sua inquietação matava nesses momentos, ele queria ter o telefone em viva voz no meio da mesa.

-Entendo – Iero respondeu, se levantando rapidamente da mesa, o que causou um susto no mais velho – eu preciso de você – ele sussurrou um tanto desesperado, tirando o telefone da boca.

Gerard ensacou em um segundo seus lanches e pegou as bebidas de forma desajustada com as mãos, seguindo o homem que parecia desolado a caminho do carro. Way pedia licença entre os frequentadores da loja e tentava manter o passo firme e apressado de Iero. Nessa altura, a curiosidade já estava o sufocando totalmente.

Gerard fez algum tipo de manobra circense e conseguiu puxar a maçaneta do carro, enquanto Frank já tinha seu cinto colocado e o motor roncando, apenas esquentando para logo dar partida. O mais velho se sentou e organizou a comida em suas pernas, colocando o cinto e sentindo a aceleração de Iero só aumentar, indo em direção a escola da menor.  

À essa altura, Frank já não falava mais ao telefone. Este foi largado no console do carro, mas ainda assim, havia uma certa insegurança da parte de Way em pergunta-lo, mas não foi preciso, no sinal que Iero não conseguiu avançar, ele se virou pro ruivo e disse num tom quase choroso.

-Lily... parece que foram brincar com ela na escola – o timbre chateado não deixavam as palavras muito convincentes

-Que tipo de brincadeira, Frank?

Gerard temia a resposta, e que esta o trouxesse lembranças agressivas sobre sua própria infância.

-Bullying

O maior abaixou a cabeça.

-Eu imagin- Iero ia começar e Gerard o interrompeu.

-Sim.

-Foi o que pensei. Mas veja, eu já lidei com algo do gênero. Eu fui pai aos 17, Gerard, isso diz muito.

E realmente, dizia. Way nunca tinha feito as coisas para contabilizar a idade de Lily com a do pai, mas aquilo certamente era um assunto que os dois nunca entraram. Será que ela tinha mãe, ou sei lá?

-E... bem, eu era muito alternativo. Tinha uns rolos com uns caras também, eu...

Ok, Frank punk rock bissexual 2006. Isso era muito bizarro pra mente de Way. Tipo, quem diria. Homens? Ele nunca tinha pensando em Iero com caras. Isso era interessante, mas não algo pra se pensar agora.

Frank tinha se apresentado mais do que nunca agora, e deixado um ponto de interrogação maior do que jamais imaginado na cabeça do modelo. Gerard estava conversando consigo mesmo e provavelmente rendendo expressões memoráveis, mas decidiu respirar fundo e encarar a face desesperada do pai que dirigia loucamente por Manhattan em direção a filha que acabara de sofrer um trauma permanente.

-Eu já fui vestido de mulher pro colégio, Frank. Acredite. Eu sei. E por muito tempo usei presilhas no cabelo. Acredite. Eu sei. Um chute por semana na baixa temporada, 4 xingamentos e 2 sustos semanais no banheiro quando eles estavam de mal humor, ou seja, na época das provas.

O coração de Frank se apertou imaginando as cenas contra a criança doce e amigável que devia ser Gerard, mas ao mesmo tempo, Iero agradeceu por ele ter superado e estar do seu lado agora. Por mais que soubesse o que conversar e entendesse a situação, Frank se sentia incapaz por dentro, e seus sentimentos eram sobre esconder sua filha do mundo para sempre, protege-la, mas sabia que esse não era o tipo de conversa a se ter ou atitude a ser tomada. Seu sangue borbulhava.

-Eu sinto muito – ele sussurrou, estacionando.

-Nós sentimos muito – Way correu para alcançar Iero, que já se aproximava da entrada do colégio, e assim que o fez, tocou suavemente seu ombro e disse firme que “estava do lado dele”.

Entraram discretos e já encontraram com a diretora no corredor principal.

-Sr. Iero...

-Minha filha. Primeira coisa. Minha filha.

Ela assentiu e direcionou os dois homens até sua sala, onde Lily estava numa cadeira afastada, completamente encolhida contra a parede.

-Li – Gerard gemeu baixinho, enquanto Iero pegou a pequena em seus braços e afagou os cabelos claros.

O modelo se aproximou aos poucos, dando um pequeno beijo na bochecha da menor.

A diretora se sensibilizou, dando um espaço para que os três – se questionando profundamente quem era o ruivo em roupas modernas – até que se pronunciou.

-Frank, podemos conversar em particular?

Iero olhou com desespero para filha e então pra Gerard, ele falou sem palavras, apenas com o olhar que cuidaria da menor. O tatuado saiu da sala, indo para os corredores e deixando a menor nos braços do ruivo.

-Hey, Li – ele disse, fazendo-a erguer o rosto assustado, sem lágrimas e afins, mas assustado.

-Elas me empurraram – ela disse, sem que ele ao menos questionasse – mas isso é normal

-Isso é normal? – Gerard repetiu dando ênfase na primeira palavra, passando os dedos entre os cabelos de cobre, brincando como ela costuma fazer com os dele.

-Não conte ao papai, Gee – ele fez uma careta, denunciando que iria sim contar pra ele mais tarde – tudo bem... – e abaixou a cabeça – e depois elas me prenderam no banheiro e disseram umas coisas feias.

-Que coisas feias, Li? – Gerard questionou ainda com calma.

-Eu não sei, eu comecei a chorar e não ouvi. Só que eu ia ficar sozinha.

-Lily, não minta pra gente...

-Eu não quero falar, Gee. Você me entende.

E droga, ele entendia.

-Entendo.

Eles sorriram e se abraçaram por um tempo. Gerard sabia que teria que contar tudo isso ao Iero e provavelmente a diretora já estava fazendo metade do trabalho, mas ele também compreendia o fechamento da menor e esperava ter aprendido, com suas próprias experiências, como faze-la escavar e explicar a importância de falar. Ele estava se sentindo estranho, e meio responsável.

-Quando chegarmos na sua casa, vamos desenhar o homem-aranha.

-Você vai? – ela perguntou animada, ainda aninhada no pescoço pálido.

-Sim, eu vou.

Gerard estava se convidando, sim.

Quando Frank adentrou na sala, ele se deparou com a cena amigável e não pode deixar de sorrir e agradecer ao inconveniente modelo por o importunar tanto.

-Vamos? – ele disse fraco, ainda surpreendendo a diretora e também a Way, que se sentiu mais convidado ainda.

Saindo da escola com os dois dando as mãos, a pequena, Frank entregou as chaves do carro ao mais velho, dizendo que confiava nele para tamanha responsabilidade de leva-los para casa a salvo novamente. Iero se acomodou no banco de trás com a filha em seus braços. Ligou para o trabalho avisando que Lily estava seriamente resfriada e pediu pra que a Anne não deixasse que a notícia chegasse aos ouvidos de seu pai, deixando-a no cargo de tudo.

-Você, Iero, deveria passar esse cargo diretamente pra mim. Eu vou enlouquecer – a falação no escritório era tamanha, e ele sabia que Anne estava correndo para todos os lados, mas se divertindo também e aprendendo muito.

-Anne, sabemos que você faria melhor que eu, e não reclame, isso tudo vale hora extra dobrada. Que tal Londres nas férias?

-Você é um chefe maravilhoso. Nunca reclamei – ela disse risonha – melhoras para a magrela.

-Obrigado – ele sorriu e desligou. Depositando um beijo nos cabelos da menina.

Enquanto isso, um Gerard Way meio descuidado no transito se permitia ás vezes observar a cena familiar através do retrovisor com um sorriso no rosto. 


Notas Finais


Galerinha, as férias chegaram! yey! Agora é melhor de atualizar.

Gostaria de desejar um feliz natal à todos que acompanham a fic, comam muito! Obrigada por tudo <3 inclusive pela paciência de esperar a att

Desculpa não responder os comentários agora, mas estou um pouco corrida D: mas já venho!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...