Eu simplesmente não queria mais segurar as lágrimas, meu subconsciente gritava para eu deixa-las sair e mostrar não só com palavras e gestos o que ele significava para mim.
Aquele baixinho tatuado de sorrisos gigantes e louco.
Sua pele estava tão suada no momento em que eu revelei todo esse sentimento. Nós nos encontrávamos no lugar menos provável para uma declaração. O destino talvez não fosse o mais cruel e talvez não fosse o perfeito, mas era como se eu soubesse o quanto sem sentido seria toda a minha mísera existência se eu levantesse e não tentasse. Isso seria tão estúpido, porque todos nós nascemos com um propósito, não tentar era falhar por nada, como se eu não fosse um nada.
A fama pela qual lutei, os meritos e meus desenhos, nada disso aquecia meu coração, sempre faltou algo. A única coisa que tive certeza era a que eu não iria me privar. Eu conquistaria o que falta na minha vida.
Acho que os meus pulmões estavam implorando por ar e eu não queria respirar, não enquanto o melhor aroma do mundo estivesse distante de mim.
Me senti tão exausto, emocionalmente... Rendido. Não de uma forma ruim, eu finalmente me sentia rendido à vida, a vontade de me jogar. Eu nunca me cansaria de lutar, estava cansado de esperar ter a certeza de algo que eu já tinha. Senti como se aquele homem a minha frente fosse o remédio que minha alma necessitava. Ele era todo o brilho e cura que o meu ser gritava por tal.
Aquele era o nosso momento. O momento do nosso futuro ser escolhido pelas nossas palavras. Nós faremos isso juntos.
"Nunca jogue palavras tão importantes como essas para fora de seu corpo sem a permissão do seu coração. Se isso não for traçar seu destino, se sua alma não concordar. Porque se você o fizer... Vai estar jogando fora toda a sua essência, você será um ser desconhecido, algo não confiável por você mesmo".
Eu não poderia esperar até ele assimilar tudo o que estava se passando naquele lugar. No momento em que eu poderia fazer em um lugar mais reservado, um momento de privacidade. Mas todas as pessoas que estavam ao nosso redor, essa era toda a plateia que merecíamos. Não as quatros paredes de um quarto de hotel ou as quatro portas de um carro.
Eu estava em um lugar onde ele pudesse ter certeza que eu não seria capaz de ser um covarde.
O caminho até nossos corações, até mesmo se for o sentido da dor, de dizer a palavra que cura qualquer ferida da alma se for da verdadeira voz.
A palavra que deixa sua voz irreconhecível sempre que citada, que faz se destacar entre todos, que torna mais humano. A mesma palavra que arranca sangue, talvez traga a morte, mas também traz a vida. A palavra que deixa borboletas no estômago se dita especialmente íntimos.
Amantes tem corações fora da leis da consciência.
Por que quem controla seu coração para dizê-las a apenas uma pessoa?
— Ninguém...?
— Exatamente!
Calma... Esse não é o meu caso? Ou...
Destino seja compreensivo, é tudo o que eu peço.
Minha mente, meu corpo, minha garganta, minha pele molhada, meu coração e mais importante; Minha alma. Todos estavam prontos para deixa-la dançar com minha língua e meus lábios.
Eu estava sentido como se minha alma fosse capaz de sangrar se minha língua não se movesse.
Esse era o instante.
Olhos aflitos, mãos tremulas, a adrenalina que ainda percorria seu corpo, gotas de suor escorregando do seu rosto, suas roupas molhadas, seus lábios entreabertos, seus ouvidos atentos, seu peito subindo e descendo em movimentos descompassados, sua respiração quase nula. Suas sobrancelhas franzidas e sua pele brilhando... Tão memorável.
Uma palavra.
— Eu te amo! — Meu tom de voz era ofegante. Fiz uma pequena pausa vendo seu olhar vacilar por menos que segundos, olhei em seus grandes olhos novamente e repeti, porque eu necessitava falar com todas as letras. — Eu te amo Frank.
Não tive tempo para ver todos os rostos ao nosso redor. Surpresos, decepcionados, raivosos, alegres, emocionados. Não tive tempo para saber o que aquelas milhares de vozes estavam gritando ou apenas... Soluçando. Porque Frank era o meu tudo naquele momento. Seus olhos não estavam mais presentes no momento em que ele deu passos trôpegos em minha direção, sua alma estava exposta, através de suas pupilas.
Ele parecia tão atingido e descrente, mas acima de tudo, tão aliviado. Eu poderia até rir da maneira estranha que ele caminhou até mim como um zumbi, mas ao invés de soltar aqueles zumbidos estranhos por seus lábios, saia apenas palavras desconexas, que eu identifiquei como as minhas. Ele estava repetindo minhas declaração e de repente seus olhos estavam demonstrando tudo o que estava sendo reprimido pela incerteza.
Dos seus olhos vieram as respostas e ele continuou a cada passo que dava em minha direção. O sorriso que estava estampado em meu rosto era leve, uma liberdade que mesmo se não fosse correspondida (o que me mataria) eu estava livre por finalmente poder me revelar. Por ele saber que a verdade.
Frank gritavam em silêncio. Eu tinha total consciência que o atingi. Ele estava em um tipo de transe, estava exatamente como sempre esteve, como quando me olhava e imaginava nosso amanhã ou em déjà vu de nossos momentos. Como quando consegue ver através de meus olhos, e ele realmente consegue.
Sei que ele me enxerga como se eu fosse a própria definição de transparência. Frank já sabia da minha verdade, da confusão que era meu ser e nós esperamos por essas palavras. Ele continuou a caminhar até mim e estava com o seu melhor sorriso no rosto. O sorriso orgulhoso, o sorriso digno de lágrimas, o sorriso de gratidão.
— Também te amo Gerard. — Frank diz entre um soluço alto que escapou de sua garganta e então se atirou encima de mim e eu o agarrei.
Beijei seus lábios.
Depois desse beijo, uma nova fase se iniciou em nossas vidas, uma em que a palavra "Amor" se tornou presente em nossas vozes e eu fazia questão de repeti-las quantas vezes fosse preciso para que meus demônios acreditassem que eu venci.
Somos dois seres humanos cheios de problemas em escutar a consciência. Nós não somos homens capazes de seguir as regras.
"Nós não tivemos um fim, nossa melhor Ideia teve e nada pode nos parar."
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