História Friday - Capítulo Cinco

 Com o passar do tempo à lua já estava fixa no céu. O pessoal já havia armado uma fogueira, com pedaços de madeiras que haviam caçados e acenderam com um dos isqueiros que estava na bolsa.

Enquanto isso os que estavam feridos se limpavam com uma blusa suja qualquer.

Com as coisas que Jake e Thiago conseguiram resgatar do ônibus, outros forravam uns lençóis no chão que tinham nas mochilas e fizeram às mochilas de travesseiro. Alguns trocaram de roupa com as que sobraram, outros emprestavam alguns dos seus casacos ou blusas que restaram para os que não conseguiram resgatar as mochilas e assim já estavam prontos para dormir um pouco. Alguns deles estavam cansados de tudo desse dia e já estavam deitados. Outros com o pouco de energia que restava ou apenas não queriam dormir, para não pensar sobre o que ocorreu com Ricardo, ficaram sentados perto da fogueira conversando.

— Gente, eu e o Bruno vamos dar uma volta. - Bárbara estava em pé e dizia olhando para Maiara que estava sentada perto da fogueira. - Alguém quer ir?

Atrás da morena, estava seu namorado Bruno fazendo gestos com o dedo e a cabeça de discordância.

Bárbara e Bruno namoravam o mesmo tempo que Thiago e Maiara, começaram praticamente juntos. Bárbara é bastante alta, havia encontrado o namorado perfeito, um que fosse mais alto. Ela tinha cabelos castanhos escuros até o seu ombro e odiava Megan por causa de problemas de infância, chegaram a brigar com puxões de cabelo e tudo e sempre que dava para falar mal ou estragar a vida dela, Bárbara fazia. Bruno já não ligava para nada disso, até falava com a Megan. Ele é um garoto muito interesseiro, que adora diversão, na verdade nem gostava da Bárbara, mas sim de sexo e do dinheiro dela, pois seu pai tem uma condição financeira ótima. Bruno está sempre com seus cabelos bagunçados ou arrepiados e esse menino tem uma cara de vagabundo, a verdade, é que ele não gosta de trabalhar.

— Amiga estou muito cansada! – Dizia a japonesa prendendo o cabelo.

— Ainda mais que o Thiago não vai querer ir e eu não vou deixar ele aqui sozinho né! – Afirmava olhando para Megan que estava sentada um pouco distante delas com Jake.

— Você está certa amiga. – Dizia Bárbara. – Então depois a gente se fala.

— Não demora amiga, já está muito tarde.

— Tá bom mamãe! – Juntas as duas riem.

Bárbara pega na mão de Bruno e eles saem andando.

Os casal caminhava de mãos dadas e com a outra mão segurando uma lanterna. Eles também estavam conversando, mas no meio do caminho, lá no meio da mata, os dois encontram um acampamento velho e deserto e vão andando em sua direção.

— Amor, está afim de sexo no mato? – Pergunta olhando para as cabanas destruídas.

— Você é ridículo cara. – Dizia rindo, soltando sua mão e dando uns tapas no braço de seu namorado. – “Acampamento Serra Cristalina”. Que medo! - Ela lê a placa que estava toda acabada, cheia de poeira e com muito mato a sua volta, parecia que há muito tempo ninguém ia a esse acampamento.

— Aqui é o lugar que minha mãe me falava quando eu era pequeno. – Eles andavam devagar e conversando.

— Sério? O que aconteceu nesse lugar?

— Ah, ela me contava que um garoto foi morto e o outro foi afogado por um grupo de amigos, então a mãe desses garotos apareceu, querendo se vingar e matou todos. Só uma garota sobreviveu. Ela disse também que essa garota que sobreviveu matou a mãe deles e que o menino que foi afogado sobreviveu e quer vingança!

— Sério? – Assustada, Bárbara para imediatamente de caminhar. Os dois estavam indo em direção a uma cabana que tinha um pouco na frente.

Esse acampamento estava velho, contudo antigamente, nos anos 80, quando funcionava parecia ser bem divertido. Havia várias cabanas. Hoje em dia, elas estão todas destruídas, só uma que não estava tanto, logo a primeira, que fica em frente a uma lagoa. Lá havia um píer, mas estava destruído também.

Bárbara e Bruno estavam andando em direção a esta casa, porém estavam passando ao lado do lago.

— É sério cara, ele ainda está por aí e vai sair da água pra te mata! – Assustando-a, ele se abaixa e taca o pouco de água que pegou no lago com sua mão.

— Mentira! Bobo! – Os dois começam a rir e a morena sai correndo, secando seu braço, correndo atrás de Bruno, em direção à cabana.

— Você ainda acredita nessas mentiras. – Dizia abraçando-a e parando em frente a dois degraus para subir na entrada da cabana.

— Vem, vamos entrar.

Eles sobem os degraus, que eram de madeira, parecia bem podre e velho, já estava crescendo um pouco de mato ali, mas ainda era resistente. Bruno empurra a porta, pois já estava aberta.

Lá dentro da cabana não tinha muita coisa, porque também é muito pequeno. Logo quando se entra, é um corredor bem curto, que não havia nada. No meio desse corredor havia um buraco, mas tinha espaço suficiente para pular ou passar ao lado. Os dois apontam à lanterna para dentro desse buraco, mas era um pouco fundo, não dá para ver muita coisa, então eles seguem olhando a casa. Depois desse corredor vem um quarto, bem pequeno também, só tem duas camas de solteiro, mas elas estavam juntas para ficar como uma cama de casal e uma prateleira em volta da cama, com alguns apitos sobre ela e muitos brinquedos quebrados no chão. Bruno aponta com a luz da sua lanterna para cabeceira da cama e vê escrito “Jason’’ em uma e na outra cama escrito um “F”, o resto do nome estava riscado, parecia ter sido por uma faca. Bárbara vê uma porta no quarto e entra, é um banheiro, estava fedendo muito lá.

— AAAH! – Ela grita e colocando a mão na boca. Ao apontar a luz e ver o que estava lá dentro, a morena assustada olha para o Bruno e sai do banheiro.

Quando o rapaz aponta a luz da lanterna para ver o que havia, ele vê muito, muitos cadáveres. Alguns no chão e outros pendurados na parede.

— Ai meu Deus! – Ele tampa o nariz – Vamos sair daqui agora! – E se vira dando à mão para Bárbara, andando em direção à saída.

Bruno e Bárbara estão andando rapidamente para sair da cabana, finalmente os dois chegam à porta e a abrem, antes de descerem os degraus, o casal olha para frente e dão de cara com o Jason, parado em pé lá na entrada do acampamento, segurando um facão. De repente o assassino começa a correr na direção deles.

— Fudeu! Entra, entra! – Dizia Bruno aflito, entrando de volta para cabana com Barbara, fechando à porta desesperado.

Bárbara começa a correr e pula o buraco que havia ali no meio do corredor. Bruno ao fechar a porta célere, se vira e começa a correr, distraído não vê o buraco e cai. Jason arromba a porta, com um chute e vem correndo, até pular no buraco. Como Jason vem muito rápido, Bruno ainda estava deitado, só tinha conseguido se virar, estava de barriga para cima. Então o assassino fica em pé em cima do Bruno e enfia o facão em seu olho. Bárbara estava de quatro assistindo tudo de cima, Jason levanta a cabeça e a olha. Quando a morena vai se levantar, o assassino retira rapidamente o facão do olho de Bruno e enfia por baixo do chão; pois é de madeira e estava podre, atravessando-o seu pé e em seguida, ele retira.

— AAAH! – Ela grita e começa a tentar correr mancando.

Bárbara desesperada entra no quarto, fecha a porta, se vira e vai em direção ao banheiro, trancando a porta também. A morena vai andando para trás, pois está de costas e não vê o cadáver no chão, fazendo-a cair sentada. De repente Jason abaixo dela, enfia o facão por baixo, acertando a mão dela. Aquele buraco é uma entrada para um túnel subterrâneo pela cabana toda.

— AAAH! – Com muita dor, ela pressiona seu pulso.

Jason retira o facão da mão dela e a morena se levanta, se vira e quebra o vidro com uma madeira que estava no chão. Ligeiramente pula para fora da casa, que dava na floresta, iniciando uma fuga, mancando e pressionando sua mão direta na esquerda que estava ferida e sangrando bastante.

— Graças a Deus estou chegando!

Depois de um pouco de uma corrida mancando, desviando-se das matas, Bárbara percebe que está chegando ao local onde seus amigos estão dormindo. Ao olhar para trás, a morena vê Jason correndo atrás dela. Ela olha para frente e continua a correr o mais rápido que consegue. Bárbara encosta-se em uma arvore e percebe que chegou onde seus amigos estão. A morena fica aliviada e vê todos dormindo. Quando ela se desencosta da arvore e olha para trás novamente, Jason não tão distante para de correr e joga o facão na sua direção que acerta no meio de sua cabeça.

— Bárbara? – Maiara acorda assustada com um grito, se senta e olha para os lados para ver se era alguém, mas não vê nada.