História Friends - Capitulo II: Falling in The Dark Pt.2

Acordei na manhã seguinte e haviam mais de 500 mensagens de texto e ligações de variados números.

 Entrei no histórico de chamadas e procurei a única que eu havia atendido. Liguei para Clarice, que logo me atendeu.

“Kate? Finalmente! ” – Ouvi a mesma suspirar do outro lado da linha.

“Me encontra na praça de sempre, por favor ‘Clari’! ” – Pedi, tornando a chorar como na noite anterior.

“Claro! Estarei lá! ” – Ela desligou o telefone.

Levantei e fui até meu armário. Coloquei um moletom cinza, uma calça jeans preta e um ‘vans’ qualquer. Coloquei meu celular no bolso da calça e deixei o apartamento, sem nem mesmo tranca-lo.

Cheguei na praça e não vi Clari em lugar algum. Andei até um banco e quando estava prestes a sentar sinto alguém me puxar e me abraçar por trás, me surpreendendo.

“Ainda bem! Kate, você me assustou. Porque não respondia as minhas mensagens e ligações? ” – Ela exclamou num tom de preocupação, chamando a atenção de algumas das pessoas que passavam por ali.

Me virei e vi a aquela figura, 4 anos mais velha, de cabelos castanhos e olhos cor-de-mel que expressavam tristeza.

Eu a abraço fortemente, grudando nossos corpos e a surpreendendo um pouco. Logo eu estava chorando novamente, e ela que havia retribuído o abraço também começou a chorar.

 Ficamos lá, em pé, apenas chorando abraçadas por uma meia-hora. Ela me chama para sentar num banco próximo a nós e eu apenas concordo.

 Sentamos e eu repousei minha cabeça em seu ombro. Ela pegou o celular e discou um número do qual eu não consegui enxergar. Ela ficou uns 15 minutos no celular e logo desligou, guardando o mesmo na bolsa que carregava consigo no ombro.

 Um Táxi parou a nossa frente e dele saíram dois garotos.

O primeiro era um garoto alto e moreno, de cabelos negros e olhos castanhos.

E outro totalmente o oposto, baixo e pálido, de cabelos platinados e olhos negros. Aparentemente asiático.

“Oi!! ” - Disse o garoto mais baixo.

“Clari, porque nos chamou aqui? ” - O moreno se pronunciou, sem ao menos cumprimentar Clari.

“Primeiro: Oi ‘pra você também. Segundo: Cumprimenta os outros também. Terceiro: Vamos numa cafeteria ou algo assim primeiro! ” - Clari disse rapidamente, se levantando.

“Oi. ” - O moreno disse seco e começou a caminhar.

“Não liga para ele não, ele é tímido demais para falar direito! A propósito, meu nome é Park SungHyun e o seu? ” - O mais baixo disse se aproximando de mim. A este momento, todos caminhávamos até uma cafeteria a uns 15 minutos da praça.

“Kate Lee Clark. ” - Falei. “O que você é da Clari? ” - Perguntei diretamente.

“Ah, bem... Acho que posso me autodenominar o ‘Melhor Amigo Gay’ dela! ” - Ele falou sorrindo.

“Você é gay? ” - Perguntei surpresa.

“Sim, porque? Ai meu Deus, você tem algum preconceito? Me diz por favor? ” - Ele falou afobado.

“Não! ” - Eu ri com o seu ato. - “Sempre quis ter um melhor amigo gay. O único que eu conheço se mudou para o Japão! Por falar em Japão, você é da Coréia? Sei que não tem nada a ver com o Japão, mas isso me lembrou a Coréia e que também me lembrou da Lilly! ” - Disse rapidamente. Ele apenas riu.

 Sua risada era parecida com a de Kim, o que me fez ficar com um olhar triste.

 “Sabe... ” - Ele começou. - “Clari me falou sobre a Kim! Ela parecia ser alguém muito especial para todas vocês! A forma que Clari falava de Kim me dava até um pouco de ciúmes. ” - Ele falou, dando uma risada fraca.

“Sim, ela era muito especial. Sempre nos apoiava, dava broncas, nos deixava chorar em seu ombro, nos fazia rir com suas piadas idiotas e a forma como olhava para a comida... ” - Algumas lágrimas caíram. - “Era como uma mãe! ” - Sorri fraco ao lembrar de quando Kim passava em casa todo sábado na hora do almoço, com sacolas cheias de ingredientes para fazer um almoço para nós duas, ela sempre dizia “Só vou comer e depois vou embora! ”, mas sempre acabava dormindo antes de mim enquanto assistiam a um filme qualquer na Netflix.

“Eu te entendo! Eu considerava o Mark uma mãe, mas logo percebi o quanto ele era apaixonado por mim e vice-versa e acabamos namorando. Isto a quase 4 anos atrás, quando eu tinha 18 anos! ” - Ele sorriu. - “Ah, Mark é o ‘Garoto rude’ que está junto da Clari. ” - Ele avisou.

“Você realmente ama ele né? Percebi a forma como você olha para ele! ” - Ele corou e eu ri.

A conversa seguiu com ele falando sobre vários ex-namorados e até ex-namoradas.

 Na cafeteria, continuamos a conversar sem prestar a mínima atenção na conversa dos outros dois ali presentes e sem nos incomodarmos se estávamos falando alto demais. E foi neste tempo que eu percebi que Hyun, com eu o chamava, fazia de tudo para que eu me distraísse e não me lembrasse da Kim.