História Friends - É para isso que servem os amigos

No último capítulo:

Sou a última a sair do carro, entre os adolescentes, dando tchau para os meus tios e dando um beijo de despedida em meu amigo, saio do carro, mas mesmo assim escuto as tão temidas palavras.

"Nós vamos conversar quando chegarmos em casa."

Pov Harry:

"Nós vamos conversar quando chegarmos em casa." Esse realmente não é o melhor jeito de aliviar o clima, e eu sei muitíssimo bem disso, assim que a minha melhor amiga e (falsa) namorada sai do carro, eu escuto esse frase de meu pai, engulo em seco dolorosamente e desvio meu olhar para a janela ignorando os olhares preocupados de minha mãe e os irritados de meu pai.

Esse bebê, por mais que eu negasse, eu queria um irmão, mas eu tenho tanto medo e se minha mãe perder igual das outras vezes quando eu tinha cinco anos? E se o bebê nascer morto igual o da tia Lene? Ou se for raptado igual o irmão mais novo das gêmeas Patil? Minha mãe iria ficar devastada, poderia até mesmo entrar em depressão de novo, eu definitivamente não quero isso para ela, eu sei que não deveria ter dito aquelas coisas, mas não consegui controlar, eu queria um irmão, queria muito, mas eu estava com tanto medo. Sinto o carro dar uma freada brusca, me fazendo sair de meus devaneios, olho para frente confuso e percebo que já chegamos em casa.

—Não vai sair do carro?-Pergunta meu pai grosseiramente, e eu o olho com raiva.

—Pode deixar James, eu já estou saindo. -Falo com a voz dura e enfatizo sarcasticamente seu nome e ele estreita os olhos e abre a porta onde eu estava.

—Saí logo dai garoto, eu não estou com paciência, pra suas gracinhas. -Fala me puxando de dentro do carro com uma força desnecessária.

—Pode me soltar? Eu sei andar sozinho. -Reclamo com azedume e ele me olha com os olhos castanhos brilhando de raiva.

—Pois não é o que parece. -Ele retruca me puxando para dentro de casa sob o olhar de reprovação de minha mãe.

—James querido, seja mais calmo e aja como o adulto que você já é e solte o Harry, ele já não é mais criança. -Repreende minha mãe com calma, olhando-nos fixamente.

—Ele pode até não mais ser uma criança, mas está agindo como uma. -Meu pai retruca me soltando, minha mãe suspira pesadamente e nos olha com tristeza, antes de seguir para casa, vou atrás dela e escuto os passos de meu pai nos seguindo.Chegamos na sala e eu sem os olhá-los me sento no sofá com cabeça apoiada entre minhas mãos, meus pais se sentam na poltrona de dois lugares que ficava em minha frente.

—Por quê? Por que você fez isso Harry?-Ele pergunta com a voz ácida e sem tirar os olhos do chão, eu balanço a cabeça em sinal negativo. -Me diga olhando nos meus olhos! POR QUE VOCÊ FALOU TUDO AQUILO PARA SUA MÃE?-Ele grita com raiva me forçando o encara, o olho impassível, por mais que seu tom tenha me assustado.

—Eu não sei tá legal? Eu estou confuso. -Murmuro e meu pai me encara furioso e se levanta ficando na minha frente.

—E por "não saber", você tem o direito de falar daquele jeito com a sua mãe?NÃO!-Grita e minha o olha com repreensão e eu o encaro com raiva e me levanto.

—NÃO EU NÃO POSSO FAZER ISSO POR "NÃO SABER", MAS VOCÊ PODE, NÉ? POR QUE É ISSO QUE VOCÊ TÁ FAZENDO AGORA! EU NÃO DISSE ABSOLUTAMENTE NADA E VOCÊ FICA AÍ ME JULGANDO!-Grito com raiva e taco uma fotografia nossa no chão, vejo os olhos de minha se arregalar.

—ME RESPEITE QUE EU SOU SEU PAI!-Vocifera ele com o rosto lívido e eu senti meu estômago revirar quando raiva pura descia com veneno por meu sistema e o encaro com uma fúria cega e jogo um porta retrato qualquer em sua direção, que acaba por ser o que minha estava grávida quando eu tinha dois anos, por um triz não acerta sua cabeça o que um dia foi um belo porta retrato de uma família feliz, agora era estilhaços espalhados pelo chão, estilhaços que pareciam muito com o que acontecia com nossa família no momento, pedaços individuais. Cacos de vidro. Um cristal que um dia fora muito belo e agora é apenas, mais um monte de cacos.

—EU NÃO VOU TE RESPEITAR SE VOCÊ NÃO ME RESPEITAR!-Retruco o encarando com deboche e ele se aproxima de mim com raiva.

—VOCÊ VAI ME RESPEITAR SIM HARRY JAMES!- Grita ele me empurrando para o sofá. -VOCÊ VAI RESPEITAR SUA MÃE SIM, NEM QUE EU TENHA QUE TE FORÇAR A ISSO!-Ele berra fazendo minha mãe se assustar.

—VOCÊ NÃO PODE ME FORÇAR A NADA. NADA!-Retruco me levantando do sofá e tacando um vaso de minha mãe no chão.

—PRESTE ATENÇÃO, MUITA ATENÇÃO NO QUE EU VOU TE DIZER HARRY JAMES POTTER, EU VENHO ATURANDO ESSAS SUAS ATITUDES RIDÍCULAS DE CRIANÇA MIMADA DESDE QUE VOCÊ COMEÇOU O COLEGIAL, MAS AGORA CHEGA!-Grita ele segurando meu braço com força e me forçando a sair de perto de minha mãe ele me olha raivosamente e me joga no sofá. -Você está de castigo, chega de festas, chega de saídas, chega de cinema com a namorada, chega de vídeo game e computador, nada de carros ou mesada também, essa vida de príncipe mimado acabou, não quero saber mais de notas baixas, detenções, eu cansei de ser o pai bonzinho e você retribuir assim.-Fala duro e minha mãe o olha com exasperação.

—Chega vocês dois, eu não quero você falando assim como o meu filho James Potter e eu não te eduquei para ser assim Harry. -Ela fala nos separando, seu toque amoroso e maternal no braço queimava como ferro quente, então eu me Afasto sob seu olhar de choque.

—Não! NÃO! EU NÃO QUERO FAZER PARTE DA FAMÍLIA PERFEITA, E NÓS NÃO SOMOS UMA FAMÍLIA PERFEITA ENTÃO PAREM DE FINGIR QUE SIM!-Grito os assustando e jogo todas as fotos que tinha ao meu alcance no chão, sem ao menos olhar para trás ignorando os chamados de minha mãe eu corro, saio de casa correndo em direção a Toca sem ao menos perceber, alheio ao fato que minha nesse momento desmaiava nos braços de meu pai chorando, alheio que meu pai estava com lágrimas de arrependimento correndo por seu rosto, eu apenas fugi. Fugi de mim mesmo, fugi do caos que era minha mente, fugi sem ao menos olhar para trás.
E sem perceber de fato chego a Toca, e subo o muro, um ato que há muito tempo deixei de fazer, subi pela primeira vez em dois anos e direção ao quarto de Ron Weasley, entro na sacada de seu quarto e bato ainda incerto, espero alguns minutos e nada, vendo que ele não iria aparecer me viro para descer a sacada ou ir ao quarto de Ginny, quando escuto o barulho da porta de vidro correr e o vejo ali me encarando surpreso em seu pijama azul marinho.

—Acho que você errou a sacada Potter. -Ele comenta friamente me observando avaliador com um sorriso de deboche no rosto, ele tinha mudado tanto, mas no fundo eu sabia que ele ainda era aquele garotinho ruivo cheio de sardas que tinha medo de aranha que eu conheci quando ainda não sabia falar.

—Na verdade não Rony, eu estou na sacada, a menos que esse não seja mais o seu quarto. -Falo com a voz baixa soando arrependido, ele me encara surpreso e faz um gesto para mim entrar, ele entra e se senta na cama enquanto eu fico em pé olhando para o quarto que ainda parecia o mesmo de anos atrás, mas agora tinha alguns posters de bandas de rock e de futebol americano.

—O que você está fazendo aqui afinal?-Ele pergunta tentando manter o tom impassível, mas pude notar surpresa em sua voz.

—Eu estou com problemas Ron, muitos problemas e eu não conseguimos em alguém que pode me ajudar mais que você. -Falo com a voz baixa em tom de urgência e ele me olha estupefato.

—Eu pensei que estávamos brigados, ou aquilo era só uma ceninha? E por que você não pede ajuda a minha irmã, ela é sua namorada. -Ele pergunta me encarando com as sobrancelhas arqueadas e eu olho para baixo envergonhado, eu não podia contar isso para ela.

—Porque não é uma coisa que ela vai concordar comigo e eu não quero atrapalhar seja lá o que ela está fazendo, eu preciso conversar com você Ron, meu melhor amigo. -Explico com calma e ele me olha curioso, me sento na cama e olho diretamente para ele.-Me desculpe por tudo aquilo que eu disse a dois anos atrás, eu fui idiota, bem nós fomos,  eu não deveria ter me metido e você poderia não ter insistido tanto, eu quero voltar a ser seu amigo Ron, eu sinto falta da nossa amizade.-Falo com sinceridade e ele me encara com choque estampado no rosto.

—Olha Harry eu sei que o que eu estava fazendo estava errado, eu me arrependo de verdade, eu quero me desculpar com você, eu fui um idiota, um idiota completo, mas você sabe eu sempre fui idiota sem tato, então me desculpe mate. -Ele fala me olhando nos olhos com sinceridade, azul no verde, e ali eu vi que a nossa amizade ainda podia dá certo,  abraço apertado e ele retribui da mesma forma e me deito na cama com ele na cama de baixo.

—Então o que aconteceu para você aparecer aqui?-Ele pergunta brincando com uma bolinha pequena, olhando para o teto suspiro e começo a contar a história da gravidez da minha para ele até a briga do meu pai comigo, termino com a minha vinda até aqui.

—Cara você tá em uma confusão enorme, mas eu sempre pensei que você queria ter irmãos, o que te fez mudar de opinião?-Pergunta ele ligeiramente confuso e o encaro incerto se deveria contar a ele isso. Esse medo tão bobo e sem fundamento, suspiro profundamente e o encaro e ele me olha com um sorriso maroto no rosto. -Acho que eu sei o que vai te ajudar, ligue para os Marotos, vamos fazer uma reunião com eles e as Marotas e aí você conta o que tá acontecendo para todos nós, deal?-Pergunta ele com um sorriso no rosto confirmo e entrego meu celular na mão dele que digita rapidamente a mensagem no grupo e me entrega o celular e pega o seu celular.

Mensagem on:                    

Marotos e Marotas.com

 Pronglest: Hey preciso falar com vcs.

Pronglest:  Preciso de um encontro Marauder and Marotas hj 

Ginger: Pq? 

Pronglest: Preciso conversar com vcs, coisa séria

Cabeludo: O.k, oq aconteceu?

Cachinhos dourados: A tia Lily tá bem?

Morena trevosa: Onde?

Smurf: É pra todo mundo ir? Tipo eu tbm?

Roniquinho: Eu tô incluso? 

Ginger: RON?!

Cabeludo: QUÊ?

Cachinhos dourados: COMASSIM?

Morena trevosa: CÊ TÁ FAZENDO OQ AQUI?

Smurf :A BRIGA IDIOTA ACABOU?

Pronglest: Isso é oq eu vou explicar retardados!

Pronglest: Pode ser na casa da árvore dos Weasleys?

Ginger: Na minha casa? Pq?

Cabeludo: Onde vc tá?

Cachinhos dourados: Harry oq tá acontecendo.

Pronglest: Todos os MAROTOS E MAROTAS e isso inclui o Teddy, a Mione e o Rony tbm! Eu não posso falar, mas vcs podem vir?

Sabe-tudo: Eu não posso Harry! Já tá tarde.

Smurf: Eu tô de castigo cara, não dá pra eu ir, não.

Pronglest: Dêem um jeito, pfv, eu preciso muito da ajuda de vcs.

Ginger: Okay, eu já tô indo pra lá.

Sabe-tudo: Eu tô indo tbm, mas só espero q vc tenha um motivo realmente bom.

Cachinhos dourados: Já estamos indo.

Smurf: Espero q seja um motivo mt bom, viu Potter?

Cabeludo: Olha eu e a Adh, estamos saindo agr pela janela, espero q vc não esteja me fazendo arriscar ficar de castigo e perder um episódio de Supernatural atoa.

Morena trevosa: Olha eu tô de pijama saindo só com um casaco básico por cima e cheia de fome, melhor vc ter bons motivos pra isso Potter.

Roniquinho: Vão ficar de ameaças ou vir?

Mensagem off:

Eu e o Ron descemos o mais silenciosamente possível levando cobertores quentes para colocar na casinha da árvore, ao chegarmos à cozinha, pegamos alguns biscoitos de doce e sal e oito latinhas de refrigerantes, levamos tudo para a casinha e quando chegamos lá depois de muito esforço para subir com tudo aquilo em mãos, encontramos uma Ginny impaciente e uma Hermione muito brava.

—Hey meninas. -Falo com um sorriso encabulado e o ruivo sorrir cúmplice para mim, Ginny revira os olhos e avança em minha direção se jogando em meus braços e me apertando forte contra si, para segundos depois me soltar e começar a me socar.-Wow calma ai ruiva, você mal me vê e já quer me bater é?

—Por que não me disse que tinha se entendido com o meu irmão, hein?-Pergunta ela acusadora me olhando avaliativamente, coço a parte de trás com a nuca e dou um beijo na ponta do seu nariz, com o cenho franzido e os olhos cor de chocolate estreitos em minha direção brilhando de raiva, ela se afasta e coloca as duas mãos na cintura, ficando assustadoramente parecida com a tia Molly e a minha com raiva.

—Porque não deu tempo né Ginny, eu e seu irmão acabamos de fazer a pazes. -Respondo olhando par o Ron que sorria para mim vitorioso, reviro os olhos por sua infantilidade e caminho até a minha melhor amiga sabe tudo, a abraço com a maior força que posso e a levanto do chão arrancando pequenos gritinhos seus.

Escuto barulhos vindos da entrada e segundo depois o grupo estava completo, sorrindo abertamente para eles, vou cumprimentá-los e depois do nos acomodar no pequeno espaço entre cobertores, biscoitos e refrigerantes com minha melhor amiga e namorada no meu colo, eles me encaram curiosos, afinal um reunião Marotos e Marotas não acontecia desde que tínhamos 12 anos e achávamos sexo nojento.

—Então Harry por que você nos chamou aqui afinal? Não temos reuniões assim desde 12 anos de idade. -Pergunta a Hermione com a voz mal se controlando de curiosidade e os outros. Exceto o Ron, concordam enfaticamente com sua pergunta.

—Bem vocês lembram da briga que eu tive com os meus pais mais cedo, certo?-Pergunto os olhando e eles concordam parecendo preocupados. -Bem meus pais assim que chegamos em casa começaram a brigar comigo, e eu acho que foi uma das nossas brigas, então eu sai de casa.-Falo dando de ombros como se não fosse nada e os outros me olham chocados.

—Como assim você saiu de casa? Tipo sair pela porta sem avisar nem nada?-Pergunta a Cath ficando histérica mexendo freneticamente em seus cachos loiros, seus olhos azuis cristalinos me observando com preocupação.

—É tipo eu sai, e vim pra cá e aí eu e o Ron nos entendemos e depois de eu explicar o que aconteceu, ele falou que seria melhor se eu falasse com vocês. -Explico com meus músculos ainda tensos da briga.

—Então você estava aqui? Tipo o tempo todo? E você veio andando da sua casa até aqui sozinho? Nesse escuro?-Pergunta Hermione me olhando incrédula e eu aceno afirmativamente sem saber o que ela queria dizer com isso, ela me olha e se levanta parecendo prestes a surtar e me encara como se eu fosse louco. -Você é maluco Harry? Você poderia ter sido assaltado, esfaqueado, agredido, Deus você poderia ter sido até mesmo morto!-Ela fala com um olhar de reprovação sobre mim e as outras meninas da sala, inclusive minha namorada, se voltam para mim com o olhar preocupado, beirando a histeria no rosto.

—Você tá bem?-Pergunta a Adhara passando a mão pelo meu braço tentando encontrar algum machucado invisível ali, enquanto as outras tentavam o mesmo em outras partes do meu corpo.

—Meninas eu tô bem, sério, não aconteceu nada, eu só chamei vocês aqui porque o cabeça de fósforos ali, me falou que eu deveria desabafar com vocês, não só com ele.-Falo e o ruivo citado me olha com falsa raiva, jogando uma almofada em mim que bate em meu rosto entortando perigosamente meus óculos.

—Vê se cala a boca do seu namorado para ele parar de falar merda Gin.-Ele brinca, me empurrando em direção da ruiva que estava me olhando com raiva, mas sorri instantaneamente quando seu irmão fala.

—Ele não calaria aboca nem se eu fizesse outras coisas com ele, Ron. -Retruca maliciosa olhando sugestivamente para o meu corpo e eu a olho surpreso, enquanto as orelhas de Rony ficavam vermelhas e o mesmo ria junto com os outros a olho falsamente ofendido e ela sorri inocente para mim.

—Então é assim ruiva? Você me namora só pelo corpo?-Pergunto com as mãos no coração, falando dramaticamente e ela me olha com um sorriso irônico.

—Nah, pela comida que você paga pra mim também, alias você bem que podia ser mais atencioso com sua querida e linda namorada e a levar no cinema para ver aquele filme super legal de comédia romântica, né amor?-Ela fala se aproximando de mim e me abraçando, e antes mesmo que eu pudesse em pensar em responder, ela roça seus lábios de leve nos meus, mas quando eu tento beijá-la de fato, ela se afasta com um sorriso maroto no rosto e desce seus lábios para o meu pescoço intercalando entre mordiscar e beijos molhados, a abraço apertado envolvendo minhas mãos em sua cintura e ela sorri presunçosa. -Sem palavras Potter?-Pergunta com malícia e tenta sair de meu abraço e eu a seguro mais forte.

—Não, mas eu poderia dizer que eu estou sem fôlego, e que se você for uma namorada boazinha eu vejo quantos filmes de comédia romântica ou qualquer outra coisa que você quiser, e te dou quanto chocolates você pedir. -Falo ao pé de seu ouvido e dou um beijo em sua bochecha.

—Eu achei que nós tínhamos vindo aqui, para você falar uma coisa importante e não para ver a melação de vocês dois, sério deveria ser proibida essa coisa toda de demonstração de afeto em público, toda vez que vocês entram nesse mundinho do amor em que só existem vocês me dar vontade de vomitar meu almoço todo. -Reclama o Teddy com rosto fechado em uma careta de nojo e repulsa.

—Vai se foder ursinho e nós estávamos apenas conversando em voz baixa, mas você está certo, eu chamei vocês aqui porque...bem porque, ai eu não consigo falar.-Exclamo irritado me afastando da ruiva que outrora estava abraçada a mim e todos me olham estupefatos por uma tão repentina e sem sentido explosão, escuto uma onda de suspiros e todas as meninas me puxam para um abraço.

—Por que você não fala pra eles o que você ia falar para mim?-Pergunta o Ron, quando todos estamos sentados novamente e aceno e conto a história toda para o Teddy e ele me olha surpreso, assim como os outros que mesmo estando lá, não pensaram na briga e/ ou não puderam me perguntar por que de tal explosão, acrescento também a briga que eu tive com meus pais e as meninas quando termino de contar me olham chocadas com os olhos brilhando de lágrimas contidas e o rosto manchado de lágrimas que não conseguiram conter.

—Vocês nunca brigaram tão feio assim, né?-Pergunta Hermione com a voz chorosa e eu aceno abraçando Ginny que ainda chorava compulsivamente.

—Nunca brigamos de verdade, sempre foram coisas bobas, mas agora parece que eu pisei em seu ego ou alguma coisa assim. -Falo dando de ombros como se não me importasse por mais que dizer isso me trazia o sentimento estranho de um frio no peito, meus amigos obviamente não pegaram a mentira e me encaram desconfiados, suspiro derrotado e sinto as lágrimas que vinha segurando desde do começo da briga voltarem com força.-Eu realmente não sei o que fazer, eu estou me sentindo tão confuso e perdido e não tenho idéia do que fazer quando for pra casa, o olhar no rosto deles foi esmagador.-Confesso baixinho com a voz embargada, porém sei que todos conseguiram ouvir pelo silêncio que habitava a casa da árvore.

—Mas Harry você sempre quis um irmão, e é apaixonado por crianças, então por que você ficou tão irritado quando descobriu a gravidez da sua mãe?-Pergunta a Adhara me encarando com curiosidade.

—A verdade é que eu estou com medo, mesmo que vocês não lembrem, mas minha mãe já esteve grávida antes e perdeu, e agora eu tenho medo de acontecer de novo e ela não superar, ela ficou muito mal nas primeiras vezes, foi assustador, ela não comia, não dormia, nem falava, só ficava olhando fixamente para um ponto perdida em pensamentos. -Respondo com a voz ainda embargada e sinto meu rosto ser coberto pela lágrimas que eu segurei durante toda a noite, eles me olham compreendendo o meu medo e me abraçam chorando, mesmo Teddy que nunca gostou desse tipo de demonstração de afeto.

—Mesmo que isso seja uma coisa muito fofa, em falta de palavras melhores, só isso não justifica o fato de que você esteja com medo, tem certeza que não tem algo a mais?-Pergunta Hermione cautelosamente, limpando os traços de suas lágrimas com a manga do casaco.

—Na verdade, não é só isso, teve muitas coisas que aconteceram com grávidas que a gente conhecia, tem a filha da Sra. Figg que se matou depois de perder o segundo filho, eu tinha cinco anos quando aconteceu, eu vi o corpo dela sem vida preso por uma corda no pescoço a sustentando no ar, foi horrível, e depois uns anos depois minha mãe perdeu outro bebê e ficou uns bons meses doente e com depressão, ela tentava fingir que tava tudo bem, mas eu conseguia perceber que tinha alguma coisa errada, então quando nós tínhamos dez anos o bebê da sua mãe nasceu morto e eu vi a minha madrinha passar por muitos problemas até ela voltar a ser a pessoa de sempre e então dois anos atrás o irmão recém nascido das gêmeas Patil que foi raptado no hospital e eu fiquei sabendo que a mãe delas ficou quase um ano para se recuperar do trauma.-Falo baixo com a voz embargada e eles me olham chocados por ainda me lembrar de tais coisas que com certeza eles não eram capazes de lembrar corretamente.

— Caralho, só tragédia - murmura Gina. - Deu até um medinho de ficar grávida.

— Que é isso ruiva! - a provoco cutucando sua barriga. - Eu vou querer ter um time de futebol.

— Ah, vai sonhando. - ela revira os olhos, me dando um empurrão.

— Grossa. - resmungo, retrucando o empurrão.

— Aí seu besta! - diz ela, e continuando nosso ato infantil, dá outro empurrão.

— Vem cá Tomatinho. - a puxo para um abraço, a qual ela tentava sair, mas sem sucesso algum.

— Quem diria hein, essa ruiva conseguiu por coleira no Veado. - comenta Matt divertido.

— E a Cath em você, Black. - mostro a língua pra ele, em um geste muito maduro da minha parte.

— Oi? Não me coloquem no meio não. - diz a loira erguendo as mãos. -'Tô sabendo de nada não.

— Viu. - diz Adh sorrindo maliciosa. - Só falar "Black" que a Loirinha já se manifesta.

— Ah vai lavar a casa da cachorra né 'meu. - manda Cath rindo, revirando os olhos. - No dia em que colocarem coleira no imundo do Black, vai chover elefantes coloridos.

— Me lembro quando o Matt treinava beijo com uma maçã. - lembra Rony rindo.

— E você com sua mão. - revela Gina rindo.

— E o Clóvis, Gininha? - pergunta Teddy, deixando a ruiva escarlate.
— Quem é Clovis? - pergunto, franzindo o cenho pra menina que meus braços envolviam.

— Você não se lembra do Clóvis? - pergunta Hermione rindo muito.

— Nossa Veado! - ria Matt. - O Clóvis!

— A girafa! - diz Adh, já vermelha de tanto rir.

— Que girafa gente? - pergunto começando a me irritar.

— Aquela azul. - diz Teddy divertido. - A Ginny andava pra cima e pra baixo com ela, dizia que era o namorado dela.

— Aaah, o Clóvis! - finalmente me lembrei da tal girafa azul de pelúcia, e comecei a rir.

— Finalmente! - exclama Mione.

— Deixem o Clóvis, por favor! - pede a ruiva, que agora voltava pra coloração normal. - Ele foi um bom namorado.

— Que fim levou a girafa? - perguntou Cath se recompondo das gargalhadas.

— Certas pessoas arrancaram a cabeça dele. - diz Ginny fuzilando Matt e Ron com o olhar.

— Já está tarde. - avisa Hermione após olhar no relógio do Rony. - Vamos?

— Devíamos nos reunir mais vezes. - sugere Adh se levantando.

— Aham. - concorda Gina saindo dos meus braços.

Me despedi deles, deixando Ginny por último.

— Aonde você vai dormir? - pergunta ela, me abraçando.

— Vou para a casa do Matt. - diz ele dando ombros. - Mas acho que vou voltar pra casa mesmo.

— Fica aqui. - ela me olhando com um olhar pidão.

— Eu preciso pensar. - digo lhe dando um selinho demorado. - Se eu ficar aqui não vou conseguir.

— Ok então. - diz ela mordendo o lábio inferior e olhando pra tudo menos pra mim.

— Pede. - falo rindo, sabia que quando ela mordia o lábio e fazia desse jeito com os olhos queria pedir algo.

— Nada, só quero um beijo mesmo. - ela sorri, ficando na pontinha do pé.

— Isso nem precisa pedir Ruiva. - sorrio carinhosamente, tomando o seu rosto em uma das minhas mãos, acariciando sua bochecha.

Colo nossos lábios gentilmente, em um toque tímido. Logo a ruiva entreabre seus lábios, permitindo que eu aprofundasse o beijo. Ela me enlouquecia, com sua língua tocando a minha lentamente, numa espécie de tortura. 
Separei nossos lábios por conta da falta de ar, ainda conseguia sentir o gosto se sua boca. Ginny ainda tinha seus olhos fechados, e na sua boca um pequeno sorrisinho. Ela é adorável.

— Boa noite. - digo beijando sua testa.

— Boa noite.

Segui meu caminho, pensando tudo no que tinha acontecido. Então de repente sinto algo bater em mim e caio no chão, escuto um 'crack' no impacto, e bato sem querer minha cabeça no asfalto, ao longe escuto vozes chamando meu nome, mas tudo o que eu sentia era uma dormência, antes de minha visão se escurecer por completo.

Terceira pessoa: 
Eram três e meia da manhã, quando o telefone de tocou, um ainda sonolento James Potter atendeu, e recebeu ali naquela hora, umas das piores notícias de sua vida, seu filho - por enquanto o único- estava no hospital, e foi ali que seu mundo desabou.

Continua...