História Friends - Just best friends

No capítulo anterior.

-Você é muito má Lily Potter.-Implica meu pai e minha mãe o silencia com o olhar, abafo uma risada em meu copo de refrigerante e volto a prestar atenção na telinha. É tudo tinha voltado ao normal, penso com carinho jogando uma pipoca para o paçoquinha.

Pov. Harry: 

Meus dedos batucavam na mesa da sorveteria do Sr. Fortescue. Ainda não entendia porque mulher demorava tanto, minha mãe é assim, minhas tias, a Ginny também, e como demorava. Consultei o horário pela quarta vez. Realmente, Mel estava trinta minutos atrasada. 

- O senhor vai querer algo? - pergunta a garçonete com um sorriso insinuante. Não podia negar que ela é linda, loira com os olhos tão escuros que nem jabuticaba, o corpo malhado com curvas nos lugares certos, aquele uniforme colado ressaltava isso ainda mais. 

- Ah não, muito obrigado - agradeci sorrindo sem mostrar os dentes. - Estou esperando uma pessoa. 

O sorriso dela murchou assim que eu falei da tal pessoa, ela acenou e deu meia volta. 

- É isso mesmo produção? - pergunta uma voz doce e muito feminina, ergui meus olhos e vi ela. Mel é uma menina muito gostosa, de cabelos castanhos claros lisos, com olhos verdes musgo, pele bronzeada e boca rosada. Simplesmente linda naquele vestido de mangas cumpridas cor de vinho que valorizava muito o seu corpo. - O Sr. Galinha Potter não dando atenção para a garçonete gostosa? 

- As pessoas mudam, sabia Beckett?- Me levantei, e vou na direção dela. 

A comprimentei com um abraço apertado e um tímido beijo na bochecha. A conduzi até a mesa em que estava sentado. 

- Então, o que você irá querer? - perguntei, após ela olhar o cardápio.

- Um sundae bem grande de chocolate - ela disse com os olhos brilhando. - Não esqueça a cobertura extra. Olhei para ela assustado, não era de se esperar de uma garota pedisse uma coisa tão... Calórica. Geralmente, a maioria das meninas que eu saía pedia um picolé de fruta light. 

- O que foi? Vai dizer que aqui não tem sundae de chocolate? - ela arqueou uma das sobrancelhas. 

- Na verdade ia perguntar como você tem esse corpo - digo coçando a nuca envergonhado, antes de me levantar. 

- Picolé de fruta light não tem graça - ela me deu uma piscadela, entendendo o que eu tinha pensado. 

Após pedir nossos sorvetes, voltei a mesa. Mel estava tão concentrada em olhar as pontas do seu cabelo, que eu não resisti em dar-lhe um susto. 

- Puta que pariu, filho de uma égua! - diz ela me dando um tapa no braço. 

- Aí Mel, vai com calma aí - ri dela. - Daquia pouco vou começar achar que você é um mamute.

- Idiota - ela resmunga revirando os olhos. 

- Então, o que você quer cursar depois de Hogwarts? - perguntei, depois que meu riso cessou. 

- Música - e suas bochechas ganharam um leve rubor, o que a deixou bem mais fofa do que o normal.

- Você canta? Toca algo? - perguntei interessado, afinal quando se tem uma mãe professora de música, não tem como não se interessar por alguém que toca ou que pensa em fazer música.

- Bom, modéstia a parte, mas toco muito bem violino e piano - Respond rindo um pouco de minha cara surpresa.

- Música clássica? - Pergunto ligeiramente curioso, ela não fazia exatamente o tipo de quem curte música clássica.

- Isso - ela concorda feliz. - Também fiz aula  canto, porém não gosto da minha voz.

- Canta pra mim - peço sorrindo, e ela nega com a cabeça. - Por favor. 

- Ah não Harry - ela nega. - Mas e você? O que quer fazer? 

- Gastronomia - digo sorrindo, e ela me olha surpresa. - O que foi? 

- Você não faz do tipo de cozinheiro sabe? - diz ela rindo. 

- E faço qual tipo? - pergunto. 

- O tipo que coloca fogo na casa na tentativa de fazer ovo de microondas - diz ela rindo mais ainda, não consigo resistir e começo a rir com ela.

- Vamos fazer assim então - me aproximo mais dela -, eu cozinho e você canta. 

- Bom, você vai ficar com dor de ouvido e eu vou correr o perigo de comer uma gororoba, ou até o perigo de morrer queimada - diz ela pensativa, porém ria. - Tudo bem! 

Apertamos as mãos em sinal de "acordo fechado". Sua mão era macia, pequena e delícada, unhas bem feitas pintadas de um roxo escuro. Os nossos sorvetes chegaram, e os olhos de dela começaram à brilhar. 

- Realmente, sorvete é uma das melhores coisas do mundo - comentou, após sua segunda colherada. 

- 'Aham - concordei. 

- Sabe, nunca exprementei chocomenta - diz ela, lançando um olhar para a minha taça. 

Rindo, entreguei o meu sorvete para ela e puxei o seu. Fiquei observando sua expressão ao provar o chocomenta, foi engraçado a sua revirada de olhos e o sorriso que se formou em seus lábios, deixando suas covinhas à mostra. 

- Maravilhoso - comenta ela, dando outra colherada.

- Seu sundae também é bem bom - ri. 

- Mas agora pode devolver meu chocomenta? 

- Tudo bem - ela dá a última colheirada antes de me entregar.

Terminamos o nosso sorvete mais rápido do que gostaríamos. Mel agora tagarelava sobre sua família, era encantador o jeito que ela falava, deixava você prendido até no mínimo detalhe. Me lembrava do jeito cativante da Gina, Mel mexia as mãos igual a ruiva. 

 Por um momento meus olhos caíram em seus lábios, não eram tão carnudos quanto os da ruiva, porém não deixavam de ser atraentes. Fiquei imaginando, por alguns minutos, se seriam tão delíciosos de beijar quanto os de Ginny. 

- Harry, você tá prestando atenção em mim? - Mel perguntou rindo. 

- Ah, desculpa - pedi meio envergonhado. - O que você estava falando?

- Nada não - ela negou com a cabeça sorrindo. - Sua boca está suja.

Um arrepio percorreu minha espinha quando senti seu toque delicado no cantinho dos meus lábios. Fixei meus olhos no seu, realmente, o verde musgo era uma cor linda. Todavia em minha cabeça, martelava a cor chocolate.

- Obrigada, foi incrível - ela agradeceu, após, por muita insistencia minha, eu pagar a conta. 

- Magina, a gente podia combinar de ir no cinema - sugeri dando ombros. - Ou quem sabe uma pizza. 

- Eu adoraria - ela sorriu de uma forma tão meiga, que esse momento estava digno de um filme clichê. 

Ela ficou na pontinha do pé e deu um beijo demorado em minha bochecha e saiu andando. E eu não pude deixar de apreciar o seu rebolado.

A semana passou voando, logo a sexta feira chegou trazendo novidades. Desço do carro da minha mãe e me despeço dela, entro na escola a passos lentos em direção de meu armário, Ginny estava parada ali perto conversando com Adhara e Cath, pego meus livros do dia e caminho até elas, paro atrás de Ginny silenciosamente e tampo seus olhos.

-Oi Harry, agora você pode tirar as mãos dos meus olhos.-Ela fala com uma risada, tiro minhas mãos de seus olhos com um muxoxo irritado e a viro para mim.

-Como você sabia que era eu?-Pergunto a abraçando, depois de uma semana me recuperando, voltei a sentir o que sentia por ela, mas agora com a Mel tão próxima de mim, eu estava dividido, ao que parecia eu estava me apaixonando pelas duas, e não sabia com quem eu deveria ficar. 

-Seu perfume nunca muda, e as únicas pessoas que fazem isso é você e meus irmãos, não teria como ser outra pessoa.-Fala ela se virando e me abraçando, normalmente ela me beijava, mas como minha melhor amiga ela sabia que tinha alguma coisa errada comigo, só de me olhar.

-Vamos no cinema hoje, hã? E depois nós podemos namorar um pouco, com mais privacidade.-Sussurro ao pé de seu ouvido galante, ela acena e sorri para mim com um sorriso sapeca.

-Depois da escola?-Ela fala no mesmo tom e eu concordo, ficamos conversando sobre coisas banais até o sinal bater, me separo das meninas e vou para minha sala de aula. 

As aulas da manhã passaram mais lentas que o normal e as que seguiram depois do almoço estavam mais chatas do que ficar de vela para meus amigos. Agradeço a toda divindade pelo final dessas aulas horríveis e vou ao encontro da ruiva que estava na porta a minha espera.

-Oi pimentinha.-Cumprimento a abraçando de lado, beijando sua bochecha, ela ri e me abraça apertado.

-Oi Harry-bear.-Responde ela com um sorriso maroto, faço uma careta pelo apelido ridículo que ela me deu.

-Não me chame assim em público Gin.-Peço com a voz manhosa e ela ri jogando a cabeça para trás.

-Certo, little baby.-Zomba ela me empurrando em direção do portão de entrada através do mar de pessoas que nós olhava com um sorriso de diversão no rosto ou faziam comentários.

Chegamos no portão tão rapidamente quanto possível e eu vejo o carro com Hagrid à minha espera.

-Olá Harry, Ginny.-Cumprimenta Hagrid com um sorriso amigável.

-Oi Hagrid, como você está?-Fala Ginny se acomodando no assento que fica perto da janela. O meu assento. 

-Eu vou muito bem Ginny, e você como vai?-Responde Hagrid com um sorriso.

-Cansada e morrendo de fome.-Fala a ruiva apoiando o rosto em meu ombro.

-Folgada.-Murmuro sob a respiração e ela bate em meu peito.

-Cala a boca Harry.-Responde ela no mesmo tom de olhos fechados. Suspiro resignado e começo a falar com Hagrid sobre futebol e baseball, Hagrid para na casa dela e eu com muita dificuldade consigo acordá-la, apenas minha namorada sai, falando que vai se arrumar e já voltava, espero por aproximadamente 45 minutos sem fazer nada além de fuçar meu celular, quando a ruiva volta, vestindo agora uma calça jeans de lavagem escura colada ao corpo, uma blusa de frio de lã azul claro, ankle boots pretas de salto e uma jaqueta de couro preta, para completar o visual uma bolsa prata, brincos de argola da mesma cor e um cordão com um pingente de uma chave, seus olhos estavam bem delineados ressaltando a cor chocolate, a sua sombra era marrom combinando com seus olhos, a boca estava de uma cor vermelha irresistível e é claro seus longos cabelos ruivos soltos com apenas alguns cachos na ponta.

-Desculpa a demora amor, minha mãe me prendeu em casa.-Se desculpa me dando um beijo casto nos lábios, faço um muxuxo com as mãos indicando para ela esquecer isso e peço a Hagrid para nos levar para casa, assim que chegamos subo pro meu quarto com Ginny, enquanto ela ficava vendo televisão, tomo um banho e coloco minha roupa de sempre, calça jeans preta, blusa de frio verde escura e minha jaqueta de couro preta, calço os meus tênis de cano baixo também pretos e estava pronto.

-Vamos Ginny?-Chamo ela pegando meu celular e a carteira.

-Sim!-Responde animada, e logo nós dois saiamos de minha casa, chamo um táxi, já que logo Hagrid teria que sair para buscar minha mãe, em menos de meia hora chegamos ao shopping.

Assim que passamos pela porta giratória, sou puxado por Ginny para uma loja de maquiagem.

-Gin, a gente veio aqui para ir ao cinema lembra?-Falo aborrecido enquanto a ruiva me arrastava entre os apretechos que eu nunca aprenderia os nomes.

-Eu sei amor, mas é tão raro essa loja entrar em promoção que eu não resisto, olha comigo só um pouquinho vai.-Pede ela com os olhos castanhos brilhando e um sorriso pidão no rosto, sem conseguir dizer não a tamanha fofura, concordo e me deixo ser arrastado pela minha namorada. Ela pega uma cesta de compras e começa a procurar por só Deus sabe o quê, e pedia a minha opinião para tudo mesmo que eu não entendesse de nada, quando estávamos procurando por um rímel que ela queria, acaba por esbarrar em uma outra menina e com o impacto as duas caírem no chão, ajudo primeiro a minha namorada e depois a menina morena que ela derrubou.

-Ai minha nossa mil desculpas, eu sou mesmo uma desastrada.-Pede a menina com a voz suave pegando suas coisas do chão.

-Não foi nada não, a culpa nem foi sua, e sim do imbecil do meu namorado.-Responde Ginny com descaso, resmungo baixinho com palavras que arrancariam uma bela bronca de minha mãe.-Aliás eu sou Ginny Weasley.-Fala a ruiva estendo a mão para a menina que se levanta e sorri para a minha namorada. A menina era a Mel, a garota por qual eu estava me apaixonando.

-Melissa Beckett.-Responde a morena, apertando a mão da ruiva, Ginny olha para trás e me vê, a Mel também me olha um pouco surpresa e sorri, as duas que estavam mais ou menos longe de mim, se encaminham de braços dados como se fossem velhas amigas até a mim. Meu cérebro gritava perigo, e por mais incrível que pareça meu coração concordava.

-Harry, eu achei que tinha te pedido para ficar perto de mim.-Briga a ruiva colocando a cesta em minhas mãos com brutalidade.-Essa é a Mel, Harry por sua culpa eu derrubei a pobrezinha no chão.

-Minha culpa? Você derruba ela e a culpa é minha?

-Sua culpa sim! Eu pedi pra você pegar o rímel pra mim por que estava muito alto e você não quis!-Reclama com raiva, ignoro a ruiva e me viro para a morena.

-Oi Mel, tudo bem?-Cumprimento com um sorriso e dou um abraço nela, ela me dá um beijo na bochecha.

-Oi Sr. Galinha Potter.-Responde com um sorriso sapeca e eu faço uma careta para o apelido, Ginny para com o seu monólogo e olha para nos dois.

-Vocês se conhecem?-Pergunta meio surpresa e meio...feliz?- Menos mal, assim tenho uma companhia feminina para me ajudar a escolher o que eu quero, se você não se importar é claro Mel.-Fala a ruiva olhando para a Mel com expectativa que confirma, as duas se viram para ir atrás de mais maquiagens e o caralho a quatro, quando eu puxo o pulso da ruiva

-Ei Ginny e o filme?-Pergunto já irritado, eu literalmente odeio fazer compras.

-Só mais umas coisinhas, baby.-Pede ela com a voz doce e eu novamente não consigo negar, ela sorri feliz e me dá um selinho rápido, volta para o lado da Mel e as duas começam a olhar as coisas, quando nós finalmente saímos da loja de maquiagem segurei as duas pela cintura com firmeza, eu certamente não ia entrar em outra loja.

-Vamos vocês duas, eu fiquei quase uma hora lá dentro, eu certamente mereço um descanso né?- Peço as arrastando para longe da loja de roupas, e para me manter em pé já que eu só poderia retirar o gesso, na segunda feira, segurava Ginny na cintura com a mão descansando na curva para seu bumbum e a da Mel um pouco mais em cima.

Elas certamente são a minha passagem só de ida para o paraíso em uma cama e o inferno na terra ou a cadeia, pois suspeito que a bigamia ainda seja crime.

-Harry Potter tire sua mão pervertida da minha bunda!-Resmunga Ginny colocando a minha mão exatamente em sua cintura, céus eu amo provocá-la e de propósito deixo as minhas duas mãos escorregarem para ambas as bundas e aperto com força.

As reações foram imediatas e praticamente iguais, tanto a Mel quanto a Ginny cora e dá um tapa em meu braço e além de apanhar de duas meninas, quase caio de cara no chão na frente de todas aquelas pessoas.

-Você é um babaca Potter.-Resmunga Ginny irritada e coloca a minha mão em sua cintura.-Se você tirar a mão daí eu vou chutar as suas bolas.

-Você é um idiota pervertido Harry Potter.-Fala Mel entre dentes com raiva e tira a minha mão de sua bunda e a coloca na curva exata da cintura.-Faz isso de novo que o chute dela vai parecer a picada de um mosquito com o que eu vou fazer com você.

-Vocês são duas puritanas chatas e muito violentas, sabiam?.- Reclamo meio divertido e elas me encaram com tanta raiva, que durante o resto do caminho para o cinema fico obedientemente calado.

-Ah Harry vamos ver A Dog's Purpose?-Pede Mel com aquela carinha pidona dela.

-Não, eu não vou ver filme água com açúcar Mel.

-Vai Harry por favorzinho!-Pede Ginny com os seus famosos olhos de cachorrinho perdido. 

Quinze minutos depois eu estava na fila de ingressos para A Dog's Purpose, com duas garotas muito animadas para ver um filme sobre cachorros, eu segurando dois baldes gigantes de pipoca, uma sacola com lenços de papel e chocolate, enquanto as duas seguravam o refrigerante. Injustiça isso? Magina querida impressão sua. 

-Sabe, se vocês querem tanto ver um cachorro tem o meu, ele é muito bonito e mais barato, e olha só vocês podem até brincar com ele.-Falo tentando convencê-las de não verem esse filme.

-Sim, o paçoquinha é lindo e tudo mais Harry, mas não vêm acompanhado de trilha sonora.-Fala Mel com os olhos verdes brilhando.

-É, nem tem o dom de mudar de corpp quando morre e nem tem um dono super gato!-Completa Ginny quase dando pulinhos no lugar, olho para elas incrédulo.

-Você está insinuando que eu sou feio, Ginny?-Pergunto mal humorado e as duas desatam a rir.

-Ah desculpa, ferir seus sentimentos moreno.-Fala a ruiva entre o riso, rosno mal humorado para ela e espero na fila impaciente. A fila demora um pouco para andar, e após dez entediantes minutos, compro os malditos ingressos.

-Harry desfaz essa cara de mau humor, vai?-Pede a ruiva me abarcando por trás e me dando um beijo no pescoço, a puxo pra minha frente e dou um beijo casto nela. 

-Tá, mas da próxima vez eu não caio na manha de vocês duas.-Falo meio emburrado e me sento com os braços na frente do peito.

-Ai que bonitinho, ele parece um criança mimada que a mãe não quer comprar o brinquedo.-Fala a morena sarcástica.

-Eu não sou mimado.-Resmungo pegando um chocolate.

-Ninguém nunca disse que você era amor.-Retruca a ruiva risonha, mas logo volta a prestar atenção no filme.

-Eu só posso ter jogado pedrinhas na cruz.-Reclamo enquanto assistia o filme e as minhas acompanhantes se debulhavam em lágrimas.

Após uma hora saímos do cinema, as duas ainda chorando copiosamente, quando como em sincronização olham pra mim quando eu furtivamente pego um lencinho.

-Você tá chorando Harry?-Pergunta Melissa obviamente segurando o riso.

-Claro que não.-Respondo mal humorado por ser pego em um momento desprevenido.-É só um cisco que caiu no meu olho, nada de mais.

-Aham sei, agora ciscos caem nos dois olhos, conta outra que nessa a gente não cai babe.-Retruca Ginny sarcasticamente.

-Vocês são muito chatas, eu hein.-Reclamo irritado e vou pisando duro em direção ao ponto de táxi, escutando a conversa surrada delas e os risinhos irritantes. A Mel segue com a gente e eu pago o dela, como o belo cavalheiro que eu sou, Ginny segue comigo para casa, mas antes de saímos da rua em que a Mel mora a ruiva adormece.

Logo que chegamos em casa tenho a árdua tarefa de acordar a pequena e muito forte ruiva que dormia em meu ombro. Quando finalmente consigo acordar a ruiva, subimos para o meu quarto com biscoitos e latinhas de coca, tranco a porta e vou até minha amiga que atacava as batatas chips que eu peguei jogada na minha cama, pego um pacote de biscoito recheado e me jogo ao lado dela.

-Gi nós precisamos conversar.-Falo rápido e baixo com medo de sua reação e ela me olha fazendo sinal para mim esperar ela engolir o que comia.

-Eu sei o que você vai falar e eu entendo.-Ela fala com um sorriso confidente, ela olha para mim com os olhos brilhando em malícia e ri.-Quem é a menina?

-Você não está com raiva de mim?-Pergunto surpreso por sua reação e pela pergunta descarada.-Como você sabia que eu queria terminar?

-Harry, nós somos melhores amigos, você não consegue esconder isso de mim.-Ela fala revirando os olhos castanhos que brilhavam com diversão e fecha minha boca que tinha caído em choque sem eu perceber.-Agora você já pode fechar a boca, mas como assim não tem ainda? É a Mel, não é?

-É, você não vai ficar com raiva dela, né?-Pergunto me lembrando da morena simpática que ela derrubou no shopping a alguma horas atrás e poucos minutos depois elas já agiam como se conhecessem à anos.-Eu me sinto meio estranho quando tô perto dela. E de você. Completo mentalmente, eu não sabia por quem estava apaixonado e agora precisava descobrir quem é a minha melhor amiga e quem é a garota que é minha namorada.

-Óbvio que não Harry.-Comenta a ruiva rindo e depois se vira para mim.- Mas não vai magoar ela, eu me apaguei muito aquela morena maluquinha.

-Tá bom, mas você não está brava comigo mesmo?-Pergunto me sentindo inseguro.

-Não Harry eu não estou brava ou com raiva da Mel.-Ela fala me encarando com sinceridade.-Só não me esqueça tá?-Pede ela me abraçando com força, me encarando com seus grandes olhos cor de chocolate brilhantes de lágrimas não derramadas.

-Nunca, sua amizade é a coisa mais importante que eu tenho e conheço, eu nunca vou te abandonar ou esquecer.-Respondo a encarando com firmeza e a segurado em meus braços, beijo sua testa e ela me olha com um sorriso calmo e sincero.

-Obrigada por estar aqui comigo Harry.-Ela fala se aconchegando em mim, a seguro com força.-Mas fala que sentimentos?

-Você não desiste mesmo né foguinho?-Suspiro em derrota e ela ri confirmando o que eu já sabia.-Ah minhas mãos suam, meu estômago parece ter borboletas dentro e eu me sinto tímido perto dela.

-O Harry cafajeste Potter tá apaixonado, caramba!-Ela exclama rindo e eu a empurro da cama rindo de sua careta.-Que cavalheiresco de você melhor amigo.-Reclama ela se levantando e se aconcehgando em mim novamente.

-E pra isso que serve os amigos melhor amiga.-Brinco a puxando para perto e bagunçando seus cabelos, ficamos alguns minutos quietos apenas curtindo a presença um do outro.-Obrigado por não desistir de mim.-Sussurro com um sorriso para ela, que ainda naquela mesma posição liga a televisão e coloca em um filme, ficamos abraçados vendo filme durante a tarde toda, logo a hora do jantar chega e ela tem que ir embora. 

A levo até o portão e me despeço dela com um abraço apertado e um beijo na bochecha, assim que ela saiu, senti um vazio estranho no peito, apesar de estar feliz por ela não estar brava ou magoada comigo, eu sentia como se eu estivesse deixado algo passar, um espaço em branco em minha mente. Não sei se era sequelas do acidente ou algo padecido, mas uma vozinha em minha mente dizia que tinha coisa errada ali, e não era nada bobo, eu estava deixando algo muito sério passar. Tento esquecer esse sentimento de algo faltamdo, era esquisito e ruim, o coração pesava e eu sentia meu coração palpitar com força, meu co ciente falar que tinha uma coisa muito errada alí.

Sou retirado - muito bruscamente - de meus pensamentos por minha mãe me chamando para o jantar, me direciono à cozinha, passando olhando para mesa de jantar que logo estariamos usando, com o feriado de natal chegando os parentes que me viram quando eu tinha uns seis anos de idade, iam dar as caras, e me sento na cozinha espaçosa onde uma mesa de madeira nobre e limpa com tanto esmero que meu reflexo dava para ser visto de longe, minha mãe estava terminado a comida e eu podia sentir o cheiro delicioso de seu  guisado, ajudo meu pai a colocar a mesa enquanto a minha mãe terminava de cozinhar, pois apesar de termos empregados para isso minha mãe gostava de cozinhar pelo o jantar, já que ela não custama estar em casa para o almoço, e fazer as tarefas sempre que pode, acabamos de arrumar a mesa, e minha mãe traz a comida com a ajuda de meu pai.

-Como foi a escola hoje Harry?-Pergunta meu pai após alguns minutos de silêncio, com apenas o barulho dos talhares no prato.

-Um saco completo.-Respondo engolindo com pressa a comida e quase engasgando, recebendo um olhar de reprovação da minha mãe por tal ato.

-Mastigue antes de engolir Harry.-Fala ela me passando um copo de suco.

-Por que foi tão ruim?-Pergunta meu pai me olhando divertido.

-Porque está todo o time treinando menos eu, já que não posso jogar futebol tudo culpa desse gesso maldito.-Reclamo irritado apontando para o gesso com a colher.

-Mas a temporada não começa apenas depois das férias?-Pergunta minha mãe confusa, já que como ela era líder de torcida, sabia exatamente quando tinha os jogos de cada equipe esportiva da escola.

-Sim, mas esse ano a gente acha que temos chances contra a Kaplan International.-Falo com um suspiro e meus pais me olham com carinho.

-Eu sei que é difícil para você filho, mas logo você já pode voltar a jogar.-Fala meu pai tentando me animar.

-Como vai seu namoro com a Ginny querido?-Pergunta minha mãe tentando ir para um assunto mais leve, pobre mamãe, nem sabe da notícia.

-Bem você vê mãe, eu e a Gin, bem nós pensamos e decidimos que pelo bem da nossa amizade era melhor acabar com o namoro.-Fala coçando a parte de trás da cabeça, em um sinal claro de desconforto.

-Mas vocês estavam tão bem querido, o que aconteceu?-Pergunta ela me olhando mais avaliativa, e eu suspiro.

-Não tava dando muito certo mãe, achamos melhor terminar antes que estragasse nossa amizade.-Falo tentando passar a verdade para o que falava.

-Entendo, mas como ela ficou?- Insiste minha mãe, me encarando curiosa.

-Normal, mãe.-Falo evasivo.-Mas você não deveria perguntar como eu estou?-Falo com a sobrancelha arqueada.

-Ora, conhecendo você do jeito que conheço, sei que foi você que acabou com tudo não ela e também sei que logo vai estar cheio de namoradas de novo.-Responde com um dar de ombro e coloca mais comida no prato.

-Quanta fé em minha mamãe, chego a ficar tocado.

-Ela está certa e você sabe disso Harry.

-Caramba pai, cadê o apoio masculino? 

-Eu fico do lado vencedor filho, e eu sou casado, tenho que concordar com a minha linda esposa grávida.-Responde ele dando um beijo demorado na minha mãe.

-Ei! Eu estou comendo, vão fazer isso em outro lugar, tipo bem longe de mim.-Falo emburrado.

-Bendita hora em que fui ter filhos.-Reclama meu pai com as mãos pra cima.

-Bendita hora em que eu concordei ter filhos isso sim!-Fala minha mãe colocando mais comida em seu prato.

-Lily querida, acho que você está exagerando.-Comenta meu pai olhando hesitante para minha mãe.

-Eu estou grávida James, eu vou comer o quanto eu quiser!

Continua...