História Friends By Choice - Presas

•Malluh POV•

Abri meus olhos quando senti empurrões e chamadas. Abri lentamente os olhos vendo um cara com uma calça colada verde, junto com uma camisa da liga da justiça. Ele, com seus olhos verdes e cabelo escuro, estava na minha frente tentando me acordar.

- Malluh, minha florzinha de purpurina, acorda - Chris me empurrava delicadamente. Abri mais os olhos e encontrei ele com uma expressão triste.

Não se enganem. Chris até pode parecer homem, mas ele não é. É só ele abrir a boca que as meninas saem correndo.

- Oi, o que você tá fazendo aqui, Chris? - Ajeitei os meus cabelos meio castanhos e verdes nas pontas lisas.

- Eu vi o vídeo que postaram, eu sei que foi a Madduh. Resolvi ver como vocês estavam, a Madduh não acordou ainda, aquela preguiçosa! Mas quando ela acordar, vou dar uns tapas naquela bunda! - Exaltou

- Ok - Me levantei e fui escovar os dentes. Geralmente eu não acordo de mau humor, mas hoje, eu seria capaz de matar alguém. Escovei oa dentes e fui a procura de uma roupa.

- Senta aqui, florzinha de purpurina - Chris me levou até a minha cama e me sentou do lado dele. - Me conta o que houve ontem.

- Eu discuti com a Madduh por ela ter postado o vídeo e as palavras dela me machucaram muito. Eu não aguento mais, Chris.

- Como assim? - Piscou os olhos, ele sempre fazia isso quando queria que eu o contasse algo.

- Não aguento mais ela. Não aguento mais ela falando de tudo que eu faço e o que eu não faço, ela fala da minha roupa, do meu cabelo, do meu corpo, das minhas notas, dos meus gostos. Ja cansei de ouvir ela falando que eu sou feia, apesar que eu sou igual a ela. Não quero mais aguentar o sarcasmo dela, as risadas sem importância, as piadas sobre mim, as notas boas dela em matemática. Eu não quero mais tentar ajuda-la, ja que ela não quer ajuda. Não quero ser mais irmã dela, não queria ter a cara dela. Ja cansei de tudo isso! - Desabafei. Chris é meu melhor amigo e o melhor conselheiro que tenho, mesmo ele sendo...podemos dizer...mesmo ele tendo muito fogo no rabo!

- Ei - Passou a mão pelos meus cabelos - Eu sei que você está cansada de tudo isso, mas o que acha de uma festa hoje a noite?

- Eu não tô pra clima de festas não, Chris. Eu só quero ficar deitada, comer chocolate com sorvete e assistir Pretty little liars. - Me deitei.

- Nada disso! - Me puxou de volta - Você vai sim! Você pode dançar e extravasar tudo, além do mas, você ama dançar que eu sei.

- Eu sei mas...

- Sem mas! Ou você vai na festa ou eu contrato um striper pra fazer um show para nós dois aqui.

- Como é que é? - Me levantei

- Isso mesmo, na realidade, eu realmente quero que você desista de ir pra eu poder babar no corpo de um striper gato e sarado. Mas, se você quiser ir pra festa, eu vou. É bom que lá tem mais de um striper pra babar. - Sorri com o sorriso malicioso dele.

- Você não tem jeito, Chris!

- Eu nasci pra bombar meu amor! - Deu um giro e um pulo.

- Ok, ok. Me ajuda a escolher uma roupa pra festa?

- É claro! Mas ô ja vou falando que você vai ter que escolher alguma coisa sexy, porque se não, eu bato na tua cara!

                           ★★★

Podemos dizer que Chris escolheu um look super sexy. Um vestido vermelho - que é a cor predileta dele -, com uma abertura nas costas e com rendas nos braços, ele não tinha decote na frente, mas era bonito e vinha um pouco acima do joelho.
Depois de falar com a Madduh, ele foi pra casa se arrumar. Ja que ele falou:"Malluh querida, vai ter um monte de gatos lá. Você acha mesmo que eu não vou me arrumar? Ah, querida você esta enganada! Aliás, tem um babador pra me emprestar?"

Tomara que ele não tenha convidado a Madduh, hoje era o dia de dançar sem ligar para o amanhã e eu não queria ninguém me atrapalhando.

A noite chegou e eu pedi para usar o carro da minha mãe pra ir a festa. Eu usaria o carro do papai, mas ele está em uma viagem de negócios. Ela deixou e não me disse nada sobre o horário que eu voltaria. Ela sabe que eu sou responsável e não vou passar dos limites. Mas ainda sim, falou que eu deveria tomar cuidado com a polícia, por mais que eu saiba dirigir certo, sou menor de idade e não tenho carteira ainda.  Ja com a Madduh, é capaz dela passar anos falando o que ela não tem que fazer, mas ela acaba fazendo do mesmo jeito.

Tomei banho, vesti meu vestido e fui me maquiar. Passei pó, blush, delineador, máscara de cílios, um pouco de sombra preta em meus olhos escuros, um batom claro e meu perfume doce de sempre. Coloquei meu salto agulha preto e desci. Ja estava abrindo a porta de motorista do carro, quando uma voz me chamou.

- Você acha mesmo que eu vou deixar você dirigir? - A Madduh estava com um vestido preto, com uma abertura na frente, sexy, um pouco abaixo do joelho. Com um salto plataforma de cor clara e uma sombra clarinha nos seus olhos. Seu cabelo castanho com roxo estava em uma trança de lado.

- Pra onde você vai?

- Pra o mesmo lugar que você né! O Chris também me convidou. - Chris seu filho da mãe! - Sai, deixa eu pilotar - Ela tomou a frente.

- Claro que não! Eu cheguei aqui primeiro, eu vou pilotar. Além do mas, é capaz de você sair atropelando todos.

- Pode até ser, mas eu sei da sua insegurança no volante, então me da logo a merda dessa chave! - Pegou a chave da minha mão com fúria e entrou no carro. Ela estava certa, eu ainda tinha medo de pilotar um carro. Por isso, sentei no lado do motorista bufando.

- Vamos logo com isso! - Peguei meu celular e comecei a ler umas histórias.

- Malluh - Madduh pigarreou - O Lucas tirou o seu vídeo do ar. - Olhei pra ela sem acreditar

- Isso séria um pedido de desculpas? - Perguntei. Sabia que era, mas sabia como era o orgulho dela. Assim como o meu, ela não iria admitir.

- Não, não séria. Só queria que você soubesse. - Virou sua atenção para a estrada.

- Tudo bem, obrigada. - Falei olhando pela janela.

- Não agradeça a mim, agradeça a Lucas. - Continuei olhando pela janela - Quer saber? Vamos dar um pouco de adrenalina nessa merda. - Ela virou na curva, o carro fez um ruído estranho e a Madduh acelerou estrada abaixo.

- Você ta ficando Louca, Madduh? Diminui a velocidade! - Gritei. Eu não queria morrer agora, não mesmo. Tinha uma vida, uma família, amigos e uns filhos de Arthur que ainda iriam nascer.

- Para de ser medrosa, Malluh. E curte. - Ela passou por vários carros, que buzinavam e gritavam:"Louca!". Eles tinham razão, ela era louca.

- Ja chega Madduh! - Gritei segurando forte no banco.

- Calma, não vai acontecer nada! - Sorriu. No mesmo instante, uma viatura da polícia estava atrás da gente, pedindo pra parar. Um calafrio correu pelo meu corpo, eu não podia ser presa. Não podia!

A Madduh encostou o carro ainda com um sorriso no rosto. "Como ela consegue ficar assim depois da enrascada que nós entramos?"- pensei.

Logo, uma policial saiu do carro e bateu no vidro.

- Posso saber por que tanta velocidade? - Perguntou se apoiando no carro. Eu estava pronta pra pedir mil desculpas e sair dalí no mesmo instante, quando Madduh se pronunciou:

- Sabe como é né, seu policial. A gente acabou de saber que um amigo nosso está no hospital e estávamos indo até lá. - Apertou o volante.

- Sei - A policial olhou pra nós duas como se não tivesse acreditado. É primeira pessoa que não acredita nas mentiras bem feitas da Madduh - Tanto faz, me mostre a carteira!

- Certo - Madduh começou a procurar e tirou a carteira da nossa mãe. - Tome

- Karen Almeida? Nossa que ótimo! Acham que eu sou uma besta que vai acreditar que você é essa tal de Karen Almeida?

- Acontece policial, que saímos tão depressa dentro do carro da do nossa mãe, que esquecemos da carteira. - Ela falou como seu tivesse culpa. Foi ELA que disse que iria dirigir.

- Saíam do carro - A policial abriu a porta da Madduh pra que ela saísse e outro policial - que não nem tinha visto -, abriu pra mim. Saímos na mesma hora e eu fui de encontro as duas. - Identidade. - Ordenou

- Olha, quem é você pra mandar na gente em? Que eu saiba quem me pariu foi minha mãe e não você! - Madduh aumentou o tom de voz.

- Baixe o tom de voz mochinha. Eu posso até não ser a sua mãe, mas eu posso mandar te prender, você gostaria disso? - O modo como ela encarava Madduh me deu medo.

- Eu gostaria que você pegasse essa tua bola cheia de mandantezinha e enfiasse no seu...

- CALA BOCA, MADDUH! - A interrompi antes que ela falasse besteira e fossemos presas por desacato a autoridade. Entreguei minha identidade para a policial e peguei a bolsa da Madduh, dando a dela.

- Olha vejamos só! As gémeas são menores de idade e não tem carteira ainda. - A policial sorriu e depois fechou a cara - Virem-se. Vocês estão presas.