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História Friends - Louis Tomlinson - 101. Meses


Escrita por: sunzjm

Capítulo 101 - 101. Meses


Fanfic / Fanfiction Friends - Louis Tomlinson - 101. Meses

TAYLOR

Cinco meses completos naquela clínica, ainda viva e bem de saúde, tanto fisicamente quanto psicologicamente.

Mas é claro que não foi nada fácil.

Setembro, o meu primeiro mês no Pranicômio (apelido que eu dei para a Orence entre o mês de setembro e outubro – uma mistura de prisão e manicômio). Depois do papo chato que eu tive com o Dr. Crosty vulgo Charlie Chaplin, precisei me despedir das pessoas que tinham me acompanhado até lá, porque eu já deveria ser internada.    

— Comporte-se, Taylor — mamãe disse, com os olhos cheios de preocupação. — Nós decidimos isso juntas, para o seu bem.     

— Eu sei, mamãe — falei, dando um pequeno sorriso. O fato era que eu estava meio chateada com ela naquele dia, porque ela disse na cara dura (e na frente do Dr. Crosty) que eu não era tão capaz assim. Ela disse que eu ficaria internada durante os cinco meses, sem poder ter o direito de sair quando completassem as quatro semanas, algo que eu considerei injusto. — Eu vou ficar bem.    

— Tchau, querida, eu amo você. 

Então ela me deu um abraço e um beijo de despedida. Seu futuro marido também se despediu, me aconselhando a seguir as regras que me fossem indicadas. E o meu irmão também fez questão de encher o meu saco pela última vez naquela semana, colocando o dedo molhado de saliva dentro do meu ouvido e me dando um tchau preguiçoso.

Quando aquilo terminou, cruzei os braços e fiquei observando os três seguirem os seus caminhos. Minha mãe abraçada ao Sr. Roberts e o meu irmão um pouco mais a frente, olhando para os lados, todo atento como se esperasse algum louco atacá-lo.

O Dr. Crosty vulgo Chaplin me chamou e então eu assenti. Logo já seguíamos pelos corredores macabros do Pranicômio, e mais logo ainda já estávamos em um consultório. Me indaguei o porquê de eu estar sentada em uma cadeira e em um lugar onde não havia ninguém, apenas o Dr. Crosty vulgo Chaplin escrevendo em sua prancheta. 

Minhas indagações, no entanto, não demoraram e uma enfermeira entrou na sala a fim de fazer alguma coisa comigo. Só quando ela começou a fazer piadas por eu ser uma “toxicômana” e enfiar uma agulha em mim com gosto, é que entendi o que eu estava fazendo ali. Era um exame de sangue. 

Não demorou e eu me vi descendo uma escada acompanhada do Dr. Chaplin. Uma mesa grande se estendia no meio do cômodo e vários rostos desconhecidos conversavam entre si enquanto comiam. 

— Primeiro iremos almoçar, certo? — o doutor disse pra mim e então nos aproximamos mais. — Olá, meus colegas, agora temos Taylor Hampton que fará parte da Orence também.

Todos olharam pra mim e eu encolhi. Recebi vários “ois” e “olás” e então uma garota com cara de psicopata apontou uma cadeira para que eu me juntasse a eles. Tentando ser simpática, aceitei a sugestão dela e busquei parecer o mais calma possível, afinal de contas, o meu coração se enchia de dor devido a falta de dignidade.

Onde é que eu fui parar?

Não olhei muito pra eles pois estava envergonhada demais ali, porém consegui perceber que havia pelo menos umas vinte pessoas naquele refeitório, sem contar comigo. Eu era como eles? Mas é claro que não, eu sequer tinha pensado em drogas enquanto estava ali dentro.

Viciada em drogas?

Quem?     

— Você está aqui por anorexia? — um homem que estava sentado à minha frente perguntou. Obviamente, quase engasguei com a ofensa. Quem ele pensava que era pra me perguntar aquilo?     

— É óbvio que ela está aqui por anorexia, Kaio — um outro homem com cara de rabugento falou, e então algumas pessoas riram, inclusive anorexos oficiais.     

— Eu não estou aqui por anorexia — praguejei, tentando manter um tom calmo e controlado. Eles não iriam me tirar do sério.     

— Ah, não? 

Todos me olharam com um ponto de interrogação e então eu vi um prato surgindo bem na minha frente. Durante um pequeno momento, tentaram falar com a enfermeira que veio deixar a minha comida, mas também não conseguiram irritá-la e logo estavam focando em mim de novo. 

Olhei pra comida à minha frente e não gostei. Não era nada parecida com a da Claire, da Naiara ou a da minha mãe.     

— Hã..., eu realmente tenho que comer isso? — olhei para o Dr. Crosty vulgo Chaplin, que observava tudo enquanto anotava em sua prancheta.     

— Sim, Taylor — ele respondeu, gentil. — É importante que os pacientes comam o que lhe é servido. Não queremos que vocês tenham um outro tipo de vício, não é mesmo?     

— Mas eu não quero comer isso — murmurei, olhando a comida de novo.     

— Então você estava mentindo quando disse que não era anoréxica — o tal Kaio falou, me dando uma rápida piscadela.     

— Eu não sou anoréxica — repeti, um pouco mais alto e lento, a fim de deixar claro.     

— Então qual é o seu problema?

Eu iria responder “nenhum”, mas deduzi que aquilo iria me trazer um problema de verdade com o Dr. Chaplin, que não parava de analisar cada gesto meu.   

— Drogas — respondi, ainda sem tocar na comida.     

— Ah, sério? — a garota com cara de psicopata perguntou, surpresa. — Olha só, Sam, ela é viciada em drogas.

Olhei pro tal Sam e, por um instante, fiquei meio paralisada, afinal de contas, ele era o único garoto bonito e charmoso ali. Este último me deu um tchauzinho e eu logo comecei a comer o que tinham me dado, a fim de me manter distraída.     

— Muito bem, Taylor — o Dr. Crosty me encorajou, abraçando a sua prancheta. — Tenho certeza que logo vai se adaptar aos nossos critérios.

Ignorei as palavras dele e, então, quando terminei de comer aquela coisa junto com os outros, o Dr. Crosty me chamou para conhecer uma Judith.     

— É a sua acompanhante.     

— Acompanhante em quê?     

— Acompanhante de quarto — respondeu ele, muito óbvio. Logo imaginei uma louca varrida que ficava rindo pro vento e acabei ficando tensa. Eu poderia ficar como eles? 

Só que, quando o Dr. Crosty abriu a porta do minúsculo quarto, vi alguém totalmente diferente do que eu imaginara – pelo menos em alguns aspectos.     

— Olá, eu sou Judith Hughes — disse ela, esquivando a sua mão rechonchuda na minha direção. — E, por favor, não pense em me chamar de Jude daqui a alguns dias. Por favor mesmo, hã? — a mulher sorriu pra mim, com gentileza.

Parecia ser inofensiva e então eu sorri também.  

— Eu me chamo Taylor Hampton. Prazer em conhecê-la, Judith — eu disse, apertando bem a sua mão. Mesmo que eu parecesse louca ao dizer aquilo, me sentia mais ridícula do que eu realmente era perto de Judith. Estava claro que ela tinha uma compulsão por comida e eu desejei que o meu problema fosse como o dela. Ela era gorda e era algo ótimo pra mim.     

— Talvez você desse uma arrumada em tudo isso aqui, Judith — pediu o Dr. Crosty, apontando para a bagunça de roupas que estavam fora do armário.

Judith então mandou um olhar de morte pro Dr. Crosty quando este se virou pra mim e me chamou para pegar as minhas malas. Eu quase morri tendo que levar tudo sozinha, mas sobrevivi e logo estava com a mala dentro do cubículo onde eu dormiria. Me senti meio claustrofóbica e tive vontade de chorar por saudades da minha casa.     

— Sinta-se em casa — disse ele, como se lesse os meus pensamentos, e eu logo tive vontade de matá-lo por ser tão cruel. — A sua terapia em grupo começa em alguns minutos, é melhor não se atrasar, você está no grupo da Samille.

Samille não parecia um nome fora do normal, apenas esquisito. Só que não relevei aquilo, afinal, o que não foi esquisito no Pranicômio desde que eu fui internada? 

Depois de me informar aquilo, o Dr. Crosty vulgo Chaplin pediu para que eu me juntasse aos detentos no refeitório e em seguida ele saiu, com um sorrisinho sob aquele projeto de bigode. 

Saí do quarto e me vi naquele corredor enorme e sem cor. Abracei o meu próprio corpo e me senti a pior pessoa de todas. Eu não deveria estar ali, mas eu estava porque fui burra. O meu lugar era na minha casa, na frente da tevê e comendo pipocas. Ou então com as pessoas que eu amava, sendo uma adolescente normal...

Todos estavam em suas casas naquele momento e eu estava internada naquele manicômio cheio de loucos e especialistas que insistiam em dizer que eu tinha um problema. Quem precisava insistir que eu tinha um problema? Eu já sabia daquilo perfeitamente. Aceitei ser internada porque tinha receios de permanecer na minha casa, achando que eu poderia ter uma recaída. Só que entrar naquele lugar já tinha mudado a minha percepção. Eu disse que poderia cuidar de mim mesma, e poderia, sim.

Só que eu não poderia ir embora e teria que ficar os cinco meses presa. Permaneci ali parada no corredor, pensando se eu deveria ou não ir até a tal sessão de terapia. Samille não poderia falar de mim logo no meu primeiro dia, ou poderia? Deduzi que não, por isso segui para me juntar aos detentos.

[…]

Aquele mês de setembro não trouxe nada de benéfico pra mim (não aos meus olhos), eu continuava me sentindo um lixo e, às vezes, me via pensando em fugir, pedindo a ajuda de algum detento e voltando pra casa. 

Só que o problema não estava realmente na vontade de sair daquele lugar, o problema estava no fato de eu querer fugir para usar drogas; usar a heroína que tanto me fez mal. E, quanto mais eu pensava nela, deitada na cama do quarto, mais eu me sentia pior, pior e pior...

Era algo que eu não estava sabendo controlar. 

As terapias em grupo eram um pesadelo. Durante o mês de setembro foi apenas um filme pra mim, porque eu apenas ouvia e via Samille extraindo toda a tristeza e culpa que os detentos sentiam. Ela perguntava sobre tudo: família, infância, a relação que tinham com os seus pais e irmãos etc., e depois os acusava de coisas como “você espancava a sua mulher” ou “você traía o seu marido por conta disso e daquilo”, ou mais “você foi egoísta e pensou só em si mesma”.

Tudo aquilo, depois da sessão (e até mesmo durante ela), causava uma enorme confusão na vítima da Samille, porque o detento chorava tanto que até eu sentia pena. 

Às vezes, quando ela trazia convidados para as sessões (como as esposas dos detentos, ou os filhos, ou os amigos), era pior ainda. Era como se ela estivesse cutucando a ferida das pessoas com uma agulha. 

Aquelas sessões aconteciam toda segunda e toda sexta, e eu me vi na mesma vibe, guardando e guardando as dores que eu sentia no peito. Eu não sentia vontade nenhuma de falar com ninguém e desprezava todos dali. Todos fizeram mal a todos e agiam como se fossem bons. Eles não assumiam os seus erros e depois choravam, como se aquilo fosse mudar alguma coisa.

Eu detestava aquele lugar.

A primeira visita que eu tive, uma semana depois de estar internada, foi uma luta interna, e eu me senti pior do que já estava.     

— Filha — mamãe disse, com um sorriso triste —, como está?     

— O que você acha? — murmurei, sentada no sofá enquanto olhava os outros detentos com as suas visitas. Naquele domingo, só mamãe foi me visitar, o que ajudou no mal-estar.     

— Não se adaptou ainda? — ela perguntou, sentando ao meu lado. Logo senti a sua tensão e resolvi ser sincera.     

— Eu quero que me tire daqui — falei, olhando para ela e buscando trazer todo o meu desespero através dos olhos. — Não quero continuar nesse lugar, é ruim.     

— Arthur disse que se sentiria assim, mas é porque ainda não se deu a chance de melhorar e…     

— Ele não sabe de nada — lhe interrompi, muito irritada. — Não é ele quem está internado em uma clínica de reabilitação.     

— Combinamos isso, Taylor, nós duas — disse ela, bem baixinho. — Você aceitou, você decidiu…     

— Mas este lugar é ruim... — sussurrei, e então comecei a chorar. — Me leva embora daqui, por favor.   

— Taylor — mamãe se desesperou e pôs a mão sobre o meu ombro, olhando em volta como se tentasse ser discreta —, eu assinei um contrato, não posso tirá-la daqui.     

— Então eu só vou ficar as quatro semanas e depois vou embora — decidi, limpando o rosto bruscamente. — Você não pode me obrigar a ficar em um lugar que eu não quero.

Só que foi diferente.

Aguentei todas as quatro semanas um pouco mais calma, iludida achando que iria embora logo, como o Dr. Crosty tinha dito na avaliação. Quando preparei a minha mala, sem que ninguém soubesse, senti que havia alguém me observando. Era Judith, a minha colega de quarto.     

— Mas o que você está fazendo? — ela quis saber, e percebi que realmente não estava entendo nada.     

— Arrumando as minhas coisas, porque eu não tenho problema nenhum e vou embora — respondi, convicta. — O meu lugar não é aqui.     

— Eu pensava como você, Taylor — ela falou, enquanto mexia o seu grande corpo até o armário de roupas, a fim de olhar alguma coisa que eu não consegui prestar atenção —, mas então convidaram a vaca da minha irmã pra prestar um depoimento sobre mim nas sessões de terapia e tudo foi por água abaixo.     

— Eu realmente sinto muito — falei, sem me importar tanto com aquilo. — Talvez eu veja você daqui a algum tempo.     

— É, talvez.

Mas eu vi a minha colega durante todos aqueles cinco meses dentro da clínica. Na verdade, sendo mais exata e sincera, não foram todos os meses porque, simplesmente, como ela entrou antes de mim (dois meses atrás), saiu bem antes.

Depois de arrumar a minha única mala, passei pelo refeitório onde estavam todos acomodados conversando e tomando os seus chás de cada dia.     

— Ei — ouvi alguém me chamando e acabei revirando os olhos, sem que ele visse —, para onde vai? Não estamos autorizados a passar desta escada. 

Era o Kaio

  — Ah, é? — eu olhei pra ele, com deboche. — Então me impeça de subir. — Era uma provocação, é claro, porque ele não teria a ousadia de tocar em mim.   

— Taylor — ele me chamou, com um ar de alarme —, o Dr. Crosty autoriza a nossa entrada apenas na Sala de Jogos e hoje ainda nem é sábado. Você nem está com o seu crachá, por isso não pode subir essa escada. Se a Donna ver você, estará encrencada.     

— Olha, me deixa em paz! 

Busquei ignorá-lo e voltei a subir a escada. Logo me vi em um corredor iluminado e totalmente diferente do que era lá embaixo. Era o corredor que eu vi poucas vezes, quando conheci o doutor com cara de ator e quando fui para a Sala de Jogos. Antes que eu batesse na porta do Dr. Crosty vulgo Chaplin, outro alguém chamou a minha atenção.     

— Ei, você não deveria estar aqui. — Era a recepcionista que me recebeu junto com a minha família, no meu primeiro dia naquele hospício. — Não está com o crachá de autorização!

Eu a ignorei também e abri a porta do consultório do Dr. Crosty. Ele então se assustou quando me viu ali, mas aquilo não me impediu de dizer o que eu queria dizer.     

— Exijo a minha liberdade — foi o que eu falei, dando um tapa na mesa dele, revoltada com a minha vida. — Completei as quatro semanas e eu quero ir embora.

Aquilo foi uma perda de tempo. 

Eu realmente acreditava que ninguém poderia me manter ali sem o meu consentimento. Mas é claro que poderiam, quem eu pensava que era? 

E quem disse que foram os enfermeiros? Não, não, não... Também não foi o Dr. Crosty e muito menos Samille, a minha terapeuta. Foi nada menos que um questionário enviado por um e-mail, onde alguém dizia aquelas coisas de mim para pessoas desconhecidas. Foi um caso bastante ruim e que me deixou quase sem palavras.     

— Pelo que estou vendo aqui — o Dr. Crosty deu uma olhada no computador, concentrado —, você ainda não tem a capacidade de viver por aí sem a monitoria dos nossos especialistas. Como eu disse, Taylor, você é uma toxicômana e está internada na clínica onde eu trabalho. Não posso deixá-la sair sem que esteja totalmente bem.     

— Eu não sou essa coisa que você 'tá falando — reclamei, totalmente ofendida. — Não sou mais! Eu já estou bem, não 'tá vendo?     

— Pelo que estou vendo aqui… — ele repetiu, e eu não fui capaz de me controlar:     

— Vendo o quê? — Levantei e tentei ver o que estava escrito no computador. Só que o Dr. Crosty o fechou rapidamente, muito calmo. — O que tem aí sobre mim?     

— É um e-mail do Sr. Tomlinson — ele falou e, por um momento, fiquei olhando pra ele, sem nenhuma reação. 

A primeira coisa que eu senti foi um frio na barriga, assim que ouvi o nome dele, só que depois passei a ficar desconfiada.     

— Deixe eu ver isso — pedi, me sentando na cadeira e deixando a coluna ereta, realmente achando que ele iria deixar eu ver o misterioso e-mail.     

— Não, você não pode.     

— Como assim não posso? — revidei, rindo. — O e-mail é pra mim, Dr. Crosty, é claro que eu posso lê-lo.   

— Esse e-mail não é pra você — explicou ele, muito paciente. — Ele é pra mim e para a Dra. Samille.     

Fiquei perplexa, é claro. Como Louis poderia enviar um e-mail para alguém que ele sequer conhecia?  

— Mas isso não faz sentido!      

— Um e-mail foi enviado para o Sr. Tomlinson, para a Srta. Collin e para outras pessoas que convivem com você — ele explicou mais uma vez, me observando. — Era um questionário que a Dra. Samille necessitava.   

— Quem falou deles?     

— Pesquisamos o seu histórico — falou o Dr. Crosty, com cara de quem sabia da minha vida mais do que eu. — A sua família também ajudou.     

— Droga... — resmunguei, pondo os cotovelos sobre a mesa e passando a mão sobre o rosto, me sentindo totalmente traída. — Olha..., eu preciso saber o que ele falou de mim. Eu não fazia nada de mais e ele e a Jan não tem nada pra falar. Já está tudo muito claro, eu usei drogas e pronto. Já foi…, já passou. 

Olhei para o doutor, tentando acreditar em mim mesma.     

— Pelo que estou vendo aqui — ele abriu o notebook e deu um suspiro triste —, você decepcionou muitas pessoas, Taylor. Se embriagava e foi expulsa da escola por conta disso; mentiu pro Sr. Tomlinson, para a sua melhor amiga, mentiu para a sua mãe... e ainda tem outras coisas que eu prefiro nem comentar porque a Dra. Samille fará isso logo. Você tem certeza de que não fez nada de mais mesmo?      

— Mas ele está pondo toda a culpa em mim — reclamei, muito irritada e me sentindo traída. — Louis não falou tudo, porra!     

— Vamos lá, Taylor, acalme-se — pediu o Dr. Crosty, sacudindo a mão para que eu sentasse de novo. — Isso é importante para a sua recuperação.   

O que eu iria falar, afinal? Não havia nada pra dizer, Louis contou as coisas ruins que eu fiz e aquilo iria me prender por mais quatro meses. Era somente aquilo, o suficiente para me fazer chorar de tanta frustração.    

— Eu não acredito nisso...     

— Você vai entender depois — disse o doutor, gentil. Então ele levantou, pegou no meu braço delicadamente e me levou para fora do consultório. De longe, vi a tal recepcionista emburrada de frente pro seu computador. Tive muita vontade de lhe bater, confesso. — Vá falar com a Donna, sou eu quem estou lhe autorizando. 

Ele tirou um abençoado crachá do bolso e o colocou no meu pescoço. Em seguida, me levou até uma outra porta, que era uma salinha cheia de remédios, onde eu vi Donna. Ela era a enfermeira da noite e eu até gostava dela.      

— Dê a ela um pouco de suas bolachas, Donna — pediu o Dr. Crosty, dando um sorriso a ela. Parei de chorar e fiquei soluçando, enquanto o doutor saía apressado e me deixava ali com a Donna.     

— Sente-se um pouco, querida — ela empurrou uma cadeira rosa pra mim e eu logo sentei, obediente. 

Pensei mais no Louis enquanto ela colocava algumas bolachas em uma tigela. Como ele poderia ter feito aquilo? Eu já estava internada em uma clínica de reabilitação a fim de buscar um pouco da melhora e ele ainda tinha a maldade de contar as coisas que eu havia feito? O que ele queria, afinal? Me deixar pior do que eu já estava? Era algum tipo de vingança?     

— Louis está sendo muito cruel — murmurei, fungando e pegando a tigela das mãos da Donna. — Ele está sendo falso!     

— Não deve ter sido tão ruim — ela falou, me observando com aquele seu chapeuzinho na cabeça. 

Fiquei perplexa novamente.     

— Como não? Ele falou coisas horríveis.      

— Coisas que você fez...    

— Mas isso não vem ao caso — cruzei as pernas e comecei a comer as bolachas, nervosa com tudo. — De qualquer forma, ele falou de mim.     

— Provavelmente, Louis é uma das pessoas que mais conhecem você — disse ela, pensando alto — e eu não me admiro que ele fale do seu vício.     

— Eu estou péssima — confessei, me enchendo das suas doces bolachas —, e com raiva. Ele também não é nenhum santo, ora.     

— Pense em como ele deve ter se sentido mal falando sobre você — ela pediu, com um ar gentil. — Se a conhece muito, então é porque deve gostar muito também. Tenho certeza que não foi fácil pra ele.     

— Ele me odeia — murmurei, parando de comer e fitando as bolachas. Louis me odiava e foi aquilo o que ele falou na última vez que nos vimos. — Eu é que tenho que aceitar isso. Você não pode me dar algum desses seus remédios? Ou algum calmante?     

— Como é? — ela ficou confusa com a súbita mudança de assunto, depois olhou em volta e começou a rir. — Ah, Taylor, por favor...     

— O que foi?      

— Você não deve ingerir nenhum tipo de psicotrópico, mocinha — ela me lembrou, voltando a ficar séria. — Olhe só, se estivesse lá fora agora, iria procurar um jeito de se drogar a fim de melhorar.

Eu não queria admitir, mas era verdade. Se ninguém estivesse me prendendo no meu quarto ou estivesse perto de mim, seria o que eu faria.

Depois de comer mais bolachas e de entregar o meu crachá para Donna, voltei para onde eu não deveria ter saído. Quando cheguei, todos estavam em seu habitat natural, conversando e tomando chá. Senti que falavam de mim e, assim que dei as caras, todos me olharam, curiosos. Pela primeira vez senti vontade de falar com os detentos. Por isso, pus a minha mala no chão, sentei perto do Kaio e abaixei a cabeça, envergonhada.     

— Taylor! — Helena, a garota com cara de psicopata, exclamou. — Você está lembrando a minha cara da vez em que eu me cortei, o que aconteceu?     

— Achei que fosse embora — riu o Kaio, bebericando o seu chá. — Não abriram as portas?     

— Não é isso — respondi, coçando a parte de trás da cabeça. — Só estou me sentindo meio mal.     

— Foi o questionário, não foi? — perguntou ele, e até fiquei surpresa com a sua rapidez mental. — Todos os que estão aqui há mais ou menos um mês recebem um questionário. Quem falou de você?     

— Louis... — sussurrei, tão magoada que senti vontade de morrer. — É o meu namorado. — Resolvi não corrigir a mim mesma sobre o fato de não ser mais namorada do Louis, porque ninguém precisava saber. Era doloroso ter que falar daquilo para pessoas que mal me conheciam. Para eles, Louis ainda era o meu namorado, mesmo que aquilo não fosse mudar a minha situação. — Talvez ele tivesse razão em algumas coisas, mas não tinha a necessidade de dizer isso. Foi o meu passado e eu não tenho mais problema nenhum. Não há nada de errado comigo.      

— Eles não ligam se continuamos errados ou não — disse Eva, uma mulher de olhos caídos e voz pesada (qualquer um diria que tinha bebido). — Estão pouco se lixando, somos nós que estamos aqui dentro sendo injustiçados por dois ou três copos de cerveja; não eles, que bebem uma garrafa inteira em dois minutos.     

— Sim, você tem razão — a voz grossa do Alfredo, um homem de cabelo grisalho e vestes escuras, soou irritada pelo refeitório —, ele são uns levianos malditos.   

— Você deve ter ficado muito chateada — disse Kaio, todo atencioso. — Mas por que você não pensa bem sobre tudo isso, Taylor?

Como é?     

— Só o que eu fiz esses dias foi pensar — joguei, desabafando para todo mundo ali —, e eu sei o que eu fiz. Eu errei ao deixar que aquela garota enchesse a minha cabeça, que me fizesse acreditar que eu não era nada e que a heroína iria me trazer coisas boas. Eu já sei de tudo isso, já me arrependi há vários dias e não é à toa que estou aqui! — Coloquei os olhos em cada um ali dentro, imaginando o que eles poderiam ter passado, assim como eu. Talvez também tivessem sido enganados? — Mas eu já estou bem, e quero ir embora. 

Todos ficaram me olhando, é claro, pensativos.   

— Você está dizendo que não é mais viciada em heroína e que está tudo bem agora? — perguntou Helena, com uma ruga entre as sobrancelhas.     

— Sim — respondi, mas percebi que não tinha tanta certeza. Qual era o problema, afinal? Marly simplesmente tinha plantado algo que estava impregnado no meu corpo.

Eu definitivamente me odiava.

Todos olharam entre si e eu não soube o que pensar. Me senti envergonhada novamente, mas percebi que não tinha me arrependido de ter dito o que eu disse.  

— Você vai conseguir resolver essa situação, Taylor — falou Kaio finalmente, me dando leves tapinhas no ombro. — Vai conseguir, você vai ver.

[...]

Aquele mês de setembro se foi e entrou o mês de outubro, onde eu continuava na mesma, apenas respirando e seguindo o fluxo. Nas visitas que tive com mamãe, não toquei no assunto de ir embora. Ela não poderia fazer nada porque, para o próprio psiquiatra, eu ainda era uma “toxicômana”.

O mês de outubro em si também não trouxe nada de benéfico pra mim. As sessões em grupo continuaram e Samille ainda não tinha tocado na história da minha vida – muito menos no e-mail de Louis, Jane ou da minha família. 

Fiquei chateada com todos. Toda noite eu deitava no meu quarto imaginando como eu poderia fazer para seguir com a minha vida. Eu praticamente tinha perdido uma pessoa de especial pra mim e pensava que tinha perdido outra, Jane Collin, porque ela nunca tinha ido me visitar e era ela quem eu mais esperava todo domingo.

E ela nunca apareceu.

Não naquele mês.

Eu chorei tantas vezes durantes as noites no Pranicômio…, nunca participava das conversas direito, não respondia ninguém direito, não aceitava ir até a Sala das Distrações ou até a biblioteca, apenas ficava sentada no sofá, escutando a conversa dos outros enquanto tomava chá e mais chá. 

Para mim, foi o pior mês, porque eu tinha a consciência de que não sairia dali tão cedo. Também tinha um certo receio de não conseguir superar aqueles pensamentos onde eu me via fugindo da clínica e indo até o prédio do Phill, à procura de qualquer droga. 

Aquilo me perseguiu por vários dias e tive muitas conversas com as enfermeiras, tanto com Donna, que era do turno da noite, quanto com Lucy, que era do turno da manhã. Elas simplesmente não conseguiam tirar nada de mim.

Nada mesmo.

Houve um dia que eu simplesmente me vi no chão da cozinha, após a aula de culinária, com a mão sangrando e sangrando. Agatha – a chefe da equipe –, Kelly, Andy, Judith e Alfredo estavam todos em volta de mim, aflitos e nervosos, tanto com a situação quanto com o meu choro, que era mais do que histérico. Eu tinha me machucado com a faca de cozinha e foi um acidente por conta dos devaneios.     

— Todos fiquem longe, por favor — pediu Agatha, que era anoréxica e já estava em seu quarto mês na clínica. Logo, não demorou muito para que alguém (Maurice) voltasse com a Donna.    

— Mas o que é isso? — ela perguntou, e então se agachou perto de mim, olhando para a minha mão toda mutilada. — Puxa vida, Taylor, você deveria tomar mais cuidado. Vamos, levante-se e engula todo esse choro.

Fiz aquilo e ela me levou para a sua salinha de remédios. Infelizmente não consegui nenhum medicamento para dor, Donna apenas limpou a minha mão, dizendo para eu parar de reclamar “porque eu precisava aprender a aguentar a dor”, passou uma pomada e amarrou um gaze sobre o meu ferimento, algo que era habitual para mim mas que eu já tinha esquecido. 

Continuei no mês de outubro, seguindo com as tais regras, participando de palestras, de missas, de sessões de terapia, de pressões psicológicas feitas pelo meu próprio cérebro, de aulas de culinária, de devaneios e de tudo o que não era bom (pelo menos durante o mês de outubro), e eu já começava a achar que mamãe estava gastando o dinheiro dela com algo que não iria pra frente: eu mesma.

Até que chegou o mês de novembro, o mês onde eu tive mais mudanças, tanto físicas quanto psicológicas. E isto porque Samille começou a trabalhar “em cima de mim”. 

Os outros detentos agora tinham que ouvir a história da minha vida, assistir ao filme onde se contava tudo sobre a querida Taylor Hampton, com direito ao maior drama possível. Tive que fazer e passar pelo que eles passaram nos meses anteriores, onde eu não fiz parte do roteiro.

Foi algo horrível e eu até desejei a morte da Samille, sendo honesta. Ela me perguntou sobre a minha infância, sobre a minha família, sobre as pessoas que eu gostava e sobre os meus incômodos; me acusou disso e daquilo e tentou entender toda a confusão que se passou quando eu comecei a usar heroína. 

Ou seja, ela falou de todos os meus podres a quem quisesse escutar, com palavras de um Louis irritado e de uma Jane toda magoada e cheia de lágrimas. Ela extraiu todo o suco de sentimentos e coisas que eu tinha dentro da minha cabeça e do meu coração. Foi algo extremamente profundo.

No começo, ela foi devagar, é claro, me entregando um questionário, onde eu precisava responder algumas perguntas sobre mim. Depois eu precisei fazer um texto contando a história da minha vida, algo que parecia fácil mas que encheu o lixeiro de papéis amassados. 

Após aquilo, no decorrer do processo de terapia e durante os dias da semana, recebi a visita da minha mãe e do Tiago. Eles foram convidados para falar da decepção que eu tinha me tornado (em um futuro próximo, eu soube que Jane e Louis também tinham sido convidados, mas que não aceitaram), e mamãe chorou tanto quanto eu durante aquela sessão.

No dia em questão, percebi que eu não tinha entregado apenas a decepção para ela e para Tiago; eu também levei um saco cheio de coisas ruins que eles não mereciam. Era um saco de lixo infestado de tristeza, de preocupação, de pânico, de medo, de raiva e de desafetação. Eu fui um nada para a minha família. 

Eu trouxe uma paranóia tão grande para a mulher que me colocou no mundo, que a deixava vivendo no passado, onde esta vivia se perguntando o que diabos poderia ter acontecido comigo enquanto ela esteve em Guelph e eu em Londres, destruindo a minha vida aos poucos com a heroína.

— Ela sempre foi tão certa — mamãe tinha dito, chorando e me deixando pior. — Nunca tive nem um tipo de preocupação em relação a ela. Taylor fazia o que pedíamos, tinha juízo, ia bem na escola e com a maioria de suas notas, me fazia perguntas quando tinha dúvidas sobre garotos ou sobre a vida. Ela era contra qualquer rebeldia e eu sempre podia contar com ela. Era eu — ela apontou para o próprio peito — quem pedia para que ela saísse um pouco, para que se divertisse com os seus amigos, porque ela simplesmente me deixava aliviada e acomodada ao ficar no quarto dela estudando, ou ouvindo músicas, ou conversando com Louis ou com a Jan, longe de coisas ruins como as drogas ou a violência. — Mamãe limpou os olhos e olhou para Samille, que ouvia tudo atentamente. — Quando Tiago me falou aquilo, eu fiquei sem enxergar durante um minuto. Foi como se tivessem jogado uma bomba dentro da minha cabeça, onde tudo se embaralhou e se deslocou. Eu senti tanta raiva que não aguentei e fui gritar com ela.

E aquilo continuou. Tiago não olhava para ninguém, apenas fitava as próprias mãos. Ele não era de chorar na frente das pessoas, mas percebi que estava como mamãe, porém controlado.

O mês de novembro foi exatamente daquela maneira. Mamãe foi convidada mais algumas vezes a fim de participar de toda a situação, onde Samille buscava me fazer olhar para o que eu tinha de bom. 

A minha falta de autoestima foi encontrada na primeira vez que a sessão tinha sido focada em mim, e Samille também buscou melhorar aquilo. Falamos da Marly várias vezes e Samille dizia que eu poderia xingar se eu quisesse. Era um direito meu, porque Marly foi uma espécie de base para toda a confusão.

Também falamos do papai e do que a sua morte me trouxe. Foi a pior parte, porque aquilo ainda era difícil de ser digerido sem uma dose de heroína por perto. Eu “saí” da depressão por causa da heroína e, sem ela, tudo voltava de novo, e bem pior do que antes. 

Aos poucos, com os conselhos e as descobertas da Samille, eu ia entendendo tudo bem devagar. No começo do mês de dezembro, eu já começava a respirar sentindo um calor dentro do meu peito, algo que me fazia suspirar e dizer “o mundo precisa de mim”.

As palestras também ajudaram. Às vezes falavam sobre álcool. Às vezes falavam sobre drogas. Às vezes falavam sobre religião ou de outras coisas que também eram interessantes, como o estudo das estrelas, do corpo humano, dos alimentos e de tudo um pouco. E eu comecei a prestar atenção em todas.

As reuniões com os NA também foram de uma grande ajuda, e Helena e Sam (o garoto bonito que na verdade era gay) se tornaram os meus amigos dentro da Orence (Pranicômio já não existia mais no meu vocabulário). 

Histórias como a minha, cabeças que pensavam da mesma forma que eu, pessoas que realmente me entendiam e que estavam dando uma chance a si mesmas... Tudo aquilo estava sendo ótimo e eu me via mais e mais viva a cada dia.

Eu acabava tão ocupada pensando em várias coisas que poderia fazer no futuro e fora da Orence, que não pensava na heroína ou no que ela foi pra mim. Eu estava conseguindo andar na direção do meu objetivo, que era estar melhor para mim mesma e para os outros.

O mês de dezembro trouxe muitas coisas boas. Eu estava bem, mas o que Louis e Jane sentiam perante a mim era uma coisa que eu ainda precisava resolver. Eu acreditava que poderia ser perdoada e aquilo me motivava, mas também que só iria acontecer quando eu completasse o tratamento. 

Só que Jane colocou aquela ideia de lado – pelo menos em relação a ela – e me visitou na clínica. Foi no terceiro domingo do mês de dezembro, onde uma neve bem tímida caía lá fora. Estava lá eu, esperando pela minha mãe, por Arthur e Tiago, mas me surpreendi quando os vi passando pela porta da sala de estar muito bem acompanhados. 

Fiquei congelada e os observei se aproximarem, sorrindo pra mim, assim como Jane Collin, Jack Mayson e...    

— Ai meu Deus — murmurei, sentindo os olhos marejarem. Jane ficou bem na minha frente, também com os olhos marejados de alegria, segurando um bebê dorminhoco.     

— Você está tão linda, Taylor — sussurrou ela, com a voz embargada —, e eu senti tanto a sua falta. 

Eu sequer conseguia falar de tanta emoção e felicidade. A minha melhor amiga estava bem ali na minha frente e segurava a sua filha. E ela era tão bonita, com as suas bochechas rosadas e um sorrisinho devido aos seus sonhos cheios de anjos. 

Não me demorei e abracei Jan, tentando ter o máximo de cuidado possível por causa do seu bebê. Senti aquele cheiro que me acompanhou em diversas ocasiões, de um xampu que nós duas usávamos desde quando tínhamos nos aproximado mais e mais. Minha melhor amiga estava de volta e trouxe consigo um presente cheio de pureza.     

— Esta é a Elisa — ela disse, entregando Elisa para mim —, e já está com um mês. — O momento era todo nosso: Jane, Elisa e eu. Meu sorriso não saía da boca e o meu indicador acariciava a bochecha da pequena que estava nos meus braços. — Você não pôde estar comigo no parto, mas eu fiz questão de trazer a Elisa até você. Isso é mais importante do que você imagina.     

— Vocês são importantes — eu disse, olhando pra ela toda emocionada. Daquela vez, ela tinha me abraçado. Vi mamãe, Arthur, Tiago e Jack nos olharem com atenção, felizes com o que viam. Parecia que não havia mais ninguém ali, apenas o nosso grupo. E era uma sensação incrível. — Não sabe o quanto eu estou feliz que tenha vindo, Jan — falei, um pouco mais séria e com a alegria preenchendo o meu peito por completo.    

— Desculpe não ter vindo antes — ela disse, meio triste —, mas é que precisávamos desse tempo...     

— Eu sei, e eu já entendo — falei rapidamente, a fim de não lhe trazer a culpa. — Não se preocupa com isso, você está aqui e é isso o que importa. Eu amo você, Jan.

Ela sorriu e se emocionou também.

— Eu amo você, Taylor.



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