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História Friends - Louis Tomlinson - 014. Conforto


Escrita por: sunzjm

Capítulo 14 - 014. Conforto


Fanfic / Fanfiction Friends - Louis Tomlinson - 014. Conforto

— Ah, você é a famosa Taylor? — perguntou Isabela, depois de cumprimentar mamãe com extrema gentileza. Acabei lembrando da noite em sua casa, quando ela puxou Louis como se tivesse prioridades. Logo me enraiveci e dei uma olhada no Tiago, que fazia uma careta me induzindo a ser simpática.

— Sou — respondi, mas não consegui dar um sorriso. Eu não sabia se ficava feliz por ele ou se o faria bater no próprio órgão genital, depois que todos fossem embora. Tiago parecia contente, mas por que ele tinha que escolher logo aquela garota?  

— Você parece com o Tiago — comentou ela, continuando com toda aquela simpatia. E me perguntei se aquilo era mesmo o seu “eu” verdadeiro. — Achei que ele fosse o mais velho dos irmãos, porque é o que parece.

Observei a sua roupa e o seu cabelo. Ela estava bonita e o casaco que usava me lembrava Jane, com o seu gosto por roupas. Percebi que Isabela também parecia estar contente com o meu irmão, mas eu não conseguia entender a situação. Logo, desejei saber como eles haviam começado um namoro.

— Todo mundo fala isso, os dois são semelhantes à minha família — mamãe sorriu, gostando daquele comentário. — Sente-se um pouco — pediu, puxando a garota para o sofá —, eu estou esperando apenas pelo Arthur…, um amigo.  

— Amigo nada, ele é o seu namorado — falei, ainda de olho no possível casal, que havia se sentado em um dos sofás. 

— Taylor! — mamãe me repreendeu, beliscando o meu braço. Antes que eu pudesse pensar que ficaria de canto perante os carinhos do Tiago e Isabela Turner – algo que oficializou o fato dos dois serem namorados –, a campainha soou pelo cômodo novamente. Mamãe arrumou o cabelo rapidamente e se colocou a entender a porta. Era o Sr. Roberts, que segurava um buquê de rosas.

Fiquei observando aquilo, sem conseguir encontrar uma posição confortável. Os dois rapidamente se abraçaram e falaram coisas um para o outro, que eu não pude escutar. Em seguida, vi um selinho discreto. Desejei não ter visto, aliás, porque acabei me sentindo solitária ali, no meio de quatro pessoas apaixonadas.      

— Oi, Taylor — o Sr. Roberts me cumprimentou, com um sorriso e um aperto de mão caloroso —, tudo bem?   

— Tudo — respondi, educada.  

— Arthur, esse é Tiago, o meu bebê, e essa é Isabela Turner, a namorada dele — mamãe os apresentou, depois que puxou o Sr. Roberts para perto do jovem casal, que já estava de pé e de mãos dadas. Isabela não parecia nem um pouco tímida e Tiago resolveu fechar a cara pro namorado da mamãe, que o cumprimentou com um aperto de mão. — Na verdade, é a primeira vez que Isabela vem aqui. Os dois começaram o relacionamento agora, pelo que estou entendendo. 

— Ah, isso é bom — disse o Sr. Roberts, amistoso. Eu, no entanto, fiquei tão sem jeito com aquilo que pensei em sair correndo para o meu quarto. A situação não estava tensa e o meu irmão não foi rude, o problema ali era Isabela Turner, afinal, eu continuava sem acreditar que ela e Tiago estavam mesmo em um relacionamento. 

Contudo, não fugi, apenas continuei no mesmo lugar. Mamãe não demorou para pedir que eu me sentasse e logo começou um interrogatório com Isabela. Permaneci calada, no meu próprio desconforto, e depois passei a sentir fome.

Em algum momento, para a minha alegria, mamãe pediu para que eu colocasse o seu buquê em uma jarra, e então foi a hora que eu consegui pensar e respirar direito. Subi rapidamente para o seu quarto e coloquei o presente dela em uma jarra que estava sobre a sua mesa de cabeceira. Não hesitei em pegar o meu celular e ligar para Jane.   

— Oi, Taylor, que surpresa... 

— Estava dormindo?  

— Sim. 

— Você não acha que ainda é cedo?  

— Acho, mas eu estava exausta. 

— Eu estou péssima, você não vai imaginar quem está aqui, sob o meu teto — falei, cheia de suspense e nervosismo — e, veja só, namorando o meu irmão! 

— Quem?        

— Isabela Turner — sussurrei, com medo de que as paredes pudessem me ouvir, afinal, todo cuidado era pouco. 

— Você não atacou a garota, ou atacou?      

— Claro que não! 

— Ah... bom, você se importa se eu dormir um pouco enquanto você fala? — ela questionou, mudando de assunto. — Estou com muito sono. 

— É claro que eu me importo — reclamei, rude. — A sua saída com aquelas pessoas foi tão cansativa assim que não tem tempo pra mim?   

— Hum — Jane gemeu, como se me repreendesse por fazer drama àquela hora. — Não é isso, Taylor, e eu nem sei como chegou a essa conclusão. 

— Se eu contar uma coisa a você, promete que não vai dizer nada pro Louis? — perguntei de repente, lembrando do convite do Adrian. — Nada mesmo? 

— Se eu prometer, vou estar mentindo — confessou ela e então eu bufei. Realmente fui tola por perguntar aquilo, a nossa amizade era como um ciclo, no qual ninguém poderia quebrar regras e esconder nada de ninguém. Mas eu estava o quebrando e induzindo Jane a fazer o mesmo. — Desculpe… 

— Então esquece, não era nada. 

— Agora eu preciso saber, Taylor — disse Jane, aumentando o tom novamente.  

— Se Louis souber, o mundo pode explodir — expliquei, sem exageros. — Sério, você não pode contar nada a ele, Jan. Me promete que não vai contar nada ao Louis! — busquei não gritar, mas acabei exagerando. Eu precisava compartilhar aquilo com alguém e Louis não era uma boa escolha. — Promete... 

— Depende do que você vai me dizer — respondeu ela, muito óbvia. — Porque, se estiver planejando a morte da Isabela, eu vou ter que fal… 

— Porra, não é isso! — exclamei, já meio alterada. — Escuta, é um encontro com uma pessoa... 

— O quê?! — berrou Jane, e então imaginei que ela tivesse se levantado da cama, incrédula. E fiquei arrependida por ter usado a palavra errada. — Ah, eu não acredito! — ela voltou a exclamar, e então percebi que estava sorrindo. — Eu não acredito que você vai ter um encontro! Por Deus…      

— Só que eu vou precisar desligar agora. — Então desliguei a chamada, devido ao nervosismo de ver Isabela Turner ali, bem na minha frente, toda bonita e singela.

— Desculpa se eu te assustei — ela disse, afável —, mas a Sra. Hampton pediu para que eu a chamasse, pois já vamos nos servir...  

— Tudo bem — eu disse, guardando o celular no bolso. Logo me apressei ao sair dali, mas Isabela interrompeu o meu caminho. O que ela queria, afinal? 

— Então... — começou, indecisa —, você parece não gostar muito de mim. Fiz alguma coisa contra você?

Claro, você nasceu e conheceu o Louis. 

— Não. 

— Eu soube que é a melhor amiga do Louis — comentou ela, com a mesma seriedade e os olhos fixos nos meus. — Tiago acabou comentando.  

— Sou uma das melhores — lhe corrigi, pensando na Jane, que provavelmente estava puta da vida por eu ter desligado o celular na cara dela —, por quê? 

— Por nada — Isabela deu um pequeno sorriso, parecendo nervosa. — É só que eu não pensei que ele fosse mudar tanto, entende?  

— Como assim? — perguntei, desconfiada.

Ela queria mesmo mostrar que sabia de mais coisas do que eu?   

— Louis não tinha muitos amigos — respondeu Isabela, nostálgica — e, quando o apresentei aos meus na festa que fiz na minha casa, alguns deles já o conheciam. 

— É, ele tem muitos amigos agora — afirmei, cruzando os braços —, mas os verdadeiros são somente Jane e eu. Os outros são só os outros.

Todas as pessoas da London Greenwich haviam se aproximado do Louis porque viram que ele e Henrik Peterson estavam próximos, algo que foi somente por causa do status. Louis era uma pessoa interessante, era legal, simpático quando queria, bonito e inteligente, mas o pessoal da London Greenwich não se importava muito com isso, apenas com reputação.   

— Sim, eu sei disso — Isabela sorriu, descontraída —, o seu irmão me contou o quanto vocês três são unidos. Me contou também dos seus ciúmes... — completou, me analisando. — Acredito que talvez seja esse o problema aqui.

Imaginei todas as coisas que Tiago pudesse ter contado sobre si, sobre eu e sobre mamãe. Ele com certeza estava muito apaixonado, mas eu não deixei de ficar irritada.   

— Como é? 

— Escuta, Taylor — Isabela se aproximou mais, cautelosa. — Louis fez parte da minha vida e ele foi importante. Mas, quando eu fui embora com a minha família, não consegui manter o mesmo contato. O tempo foi se passando, a minha vida foi melhorando e o problema de ficar longe dele foi então diminuindo, até não existir mais. E eu vejo que aconteceu a mesma coisa com ele, fico feliz por isso, pelas suas conquistas, pela sua força quando eu soube que Austin havia falecido... E também fico muito feliz que ele tenha encontrado vocês duas. 

— Ah... — eu disse, sem jeito.

Ela parecia estar sendo sincera. 

— Entendo que tenha medo de perdê-lo, afinal, ele é incrível — Isabela novamente me deu um sorriso gentil, junto com um dar de ombros. — E eu não posso confortá-la dizendo que eu não vou mais trocar uma palavra sequer com ele, porque isso seria errado.

Àquela altura, eu já me sentia uma idiota. Isabela Turner estava ali, tentando resolver algo que não precisava ser resolvido. Na verdade, o problema estava em mim, por pensar que ela tiraria a atenção que Louis tinha nas duas amigas que ele tinha. Ela conseguiu perceber o meu incômodo perante aquilo e realmente pareceu honesta com as palavras. 

— Eu só quero que fique tranquila. A amizade que eu tive com ele foi incrível e divertida, mas o destino não permitiu que isso continuasse e tudo ficou no passado. Agora, no futuro, eu estou feliz e ele também. Todos nós estamos e eu gosto muito dele.

— Tudo bem — murmurei, abaixando a cabeça.

Depois ela me chamou para descermos juntas, mergulhadas em um silêncio que não era desconfortável e nem tenso. Me senti bem, na verdade, e percebi que Isabela Turner não era mais um motivo de estresse. Ela já não era mais uma preocupação.

[...]

O jantar com o Sr. Roberts correu perfeitamente bem. Isabela foi adorável o tempo inteiro com ele e com a mamãe. Tiago parecia estar com o coração mole e não conseguiu ser indiferente com o Sr. Roberts. Mamãe estava feliz por todos estarmos juntos e acabou chorando.

Eu não consegui dormir direito durante aqueles dois dias por causa da viagem dela, que infelizmente havia chegado. Eu estava com medo, ansiosa, triste e muito nervosa. A ansiedade era porque eu seria a responsável por toda a nossa casa, com a ajuda da Claire, já a tristeza era por precisar ficar longe da mamãe, que era mais do que a minha base. O nervosismo, no entanto, tinha a ver com o encontro com Adrian Carrington, que me fazia encolher somente ao pensar. 

Era sábado e Jane estava ciente de que eu iria me apaixonar pelo garoto, esquecendo assim Christian Menson. Eu não concordava com uma parte daquilo, porque eu tinha chances, sim, de esquecer Christian, porém não de me apaixonar por Adrian Carrington. Ele era uma ótima pessoa, mas eu simplesmente não conseguia nos imaginar juntos.

Na sexta, depois da escola, precisei implorar à Jane para que não contasse nada ao Louis sobre o encontro que não era encontro. Ela aceitou de mau grado e disse que não era o certo. Como sabia do meu encontro com Adrian, foi fácil despistar Louis com a sua ajuda. Fui obrigada a mentir, contando que decidi ir à casa do papai juntamente com Tiago. Jane, obviamente, fingiu estar incomodada com aquilo, e Louis, como sempre, achou uma péssima ideia. 

Mamãe já havia arrumado todas as suas malas na sexta-feira enquanto eu estive na casa da Jane, e ela só estava se preparando psicologicamente para o que viria em algumas horas. O Sr. Roberts também estava por ali, a fim de pôr tudo em ordem. 

— Já estou pronto! — Tiago desceu a escada, correndo quando ouviu mamãe chamá-lo pela milésima vez. — Não precisa ficar nervosa. 

— E onde está a Claire?!         

— Eu não encontro os meus brincos, Tania!  — Claire gritou do segundo andar, muito agitada. — Eles estavam aqui em algum lugar! 

Tiago resolveu sair daquela gritaria e logo pegou as duas malas grandes que estavam no meio da sala de estar, para levá-las pra fora.  

— Mamãe, antes de viajar, vai me deixar sem uma das mãos? — eu perguntei, gentilmente. Naqueles dias ela esteve bastante emocional e carinhosa, por isso segurava a minha mão com muita força sem ao menos perceber. Assim, rapidamente se assustou e me soltou. — Obrigada. 

— Desculpe, querida — e me deu um beijo na testa. O dia não estava congelante como normalmente ficava e eu também agradeci por aquilo, pois não me preocuparia com a chuva enquanto estivéssemos indo pro Heathrow. A vista era bonita e eu não queria perdê-la. 

— Inferno!, não vou mais procurar nada — Claire reclamou, descendo a escada com uma cara emburrada. Não evitei em rir daquilo, pois ela sempre me lembrava Louis quando estava nervosa e xingando. — Está tudo certo. 

— Pois agora temos que ir — mamãe disse, e então avistei o Sr. Roberts entrando em casa. Ele estava com cara de sono e os cabelos bagunçados.       

— O minicab chegou — foi o que disse, muito calmo, ao contrário da maioria de todos ali perto —, e não podemos demorar tanto.  

Claire e eu nos colocamos a seguir para o antigo carro preto. Tiago estava próximo do porta-malas junto com o motorista e mexia no celular, sério demais para alguém que agora vivia conversando com a namorada. Entramos todos no carro e logo fiquei entediada, porque a viagem até Heathrow não seria rápida. Talvez durasse no máximo uma hora e, mesmo que a vista fosse interessante, eu não gostava de estar presa por muito tempo. 

Quando se passou mais alguns minutos, mamãe e o Sr. Roberts finalmente entraram no táxi, apressados, e então seguimos pelas estradas. Se não fosse pelos fones de ouvido, Tiago teria passado todo o caminho reclamando, nos bancos de trás. Claire, um pouco mais a frente, parecia preocupada e tensa. Mamãe estava ao seu lado e falava um monte, tudo aleatoriamente. Já o Sr. Roberts, parecia exausto, porém satisfeito. 

Depois que chegamos ao T5, ele precisou despachar o motorista porque Claire, Tiago e eu ficaríamos até o momento do embarque. Afinal, eu queria aproveitar todas aquelas últimas horas ao lado da mamãe, pois passaríamos três meses longe uma da outra.

Ela logo fez o seu registro de entrada e o Sr. Roberts fez o mesmo, enquanto ficamos aguardando acompanhados de uma Claire que falava sobre um assunto que não tinha um nível alto o suficiente para prender a minha atenção. Tiago havia parado de usar o celular e também passou a observar o local, igualmente distraído.  

Felizmente, o tempo passou lentamente e eu não deixei de me agarrar à mamãe. Nem pude continuar com toda aquela melosidade pois, depois de terem passado pelo detector de metais, ela e o Sr. Roberts nos levaram direto para uma lanchonete. 

Aceitei o direito que o namorado da mamãe nos deu de pedir qualquer coisa e me entupi de comida. Claire recusou educadamente por estar de dieta e mamãe resolveu ingerir apenas a boa e velha água, porque estava com medo de vomitar na viagem. Tiago também se juntou a mim e comeu tudo o que a sua barriga aguentou. 

Após terminarmos e depois de tudo completo para o voo, tínhamos chegado ao portão de embarque B. Foi um dos momentos mais estranhos, na verdade, e eu estava com uma vontade enorme de chorar. No decorrer do tempo, mamãe me lembrava sobre o que eu não poderia fazer dentro de casa, e, quanto mais ela falava, mais eu me encolhia junto dela, ansiosa. E aquilo continuou até uma voz eletrônica fazer a primeira chamada para o voo do Canadá. Depois daquela informação, me vi agarrando mais ainda o corpo magro da mamãe, juntamente com Tiago.       

— Eu não queria que você fosse! — murmurei, entristecida. Tiago concordava, mas as suas emoções eram as mais escondidas ali. — Deveria ter aceitado a ajuda do Sr. Roberts. Reclama que eu sou obstinada, mas você é tão pior quanto eu. 

— Taylor! — Claire me repreendeu, quando viu que as pessoas em nossa volta nos olhavam, com um olhar torto. — Você já tem dezessete anos, contenha-se!   

— Desculpa, só estou triste. 

— Vou sentir muito a sua falta, mamãe — Tiago disse, abraçando-a fortemente. — Não gosto de saber que estará longe dos meus cuidados.

Também busquei dar um abraço no Sr. Roberts, que estava ali por perto todo sem jeito, enquanto observava a cena. Ele parecia desconcertado e pensativo. 

— Sei que o senhor é o meu professor — eu disse, muito séria —, mas eu não me responsabilizo pelos meus atos caso não cuide da mamãe como cuida de si mesmo, 'tá bem?  

— É claro que eu vou cuidar, Taylor — ele disse, igualmente sério. — A partir de agora, é a sua mãe antes de mim.  

Assenti, satisfeita. Logo, depois de mais palavras de apoio e carinho, mamãe se afastou, acenando para nós com os olhos lacrimejados. Choraminguei, abraçando Claire de lado enquanto limpávamos os nossos rostos.  

— Vocês duas, por favor..., mamãe vai conversar conosco por chamadas de vídeo, por chamadas de áudio, por mensagens instantâneas, por fotos ou por qualquer outra coisa que quiserem — reclamou Tiago, envergonhado com todo aquele drama —, então engulam o choro.     

[…]

Voltamos para casa em um táxi alternativo e, assim que pus os meus pés na sala de estar, vi que já passavam das dez. Percebi os meus olhos vermelhos e então resolvi subir para voltar a dormir. 

Quando deitei e dei uma rápida olhada no meu celular, avistei chamadas perdidas do Louis e mensagens instantâneas da Jane. Resolvi, primeiramente, falar com o primeiro deles, que ligou cinco vezes.   

— E então? — Louis perguntou, inquieto. — Já chegou de Heathrow? Como está se sentindo? — E então comecei a chorar mais uma vez, sem querer. — Ah, Taylor… — ele trouxe aquela voz calma e doce —, não chore. 

— Não gosto nada de tudo isso — confessei, magoada. — Foi horrível ter que me despedir da mamãe por ela estar precisando de ajuda. Por nós estarmos precisando de ajuda, na verdade.   

— Eu entendo — ele disse, compreensivo —, imagino o que esteja sentindo, mas você não precisa chorar. Se continuar, eu vou ser obrigado a encontrá-la.  

— Estou bem, não se preocupa. 

Conversar com Louis em momentos de tristeza era bom e ao mesmo tempo ruim. Às vezes ele era um amor, nos dizendo palavras confortantes e nos abraçando quando precisávamos. Mas ele também conseguia ser frio como as manhãs em Londres, totalmente sem tato e apenas jogando opções do que poderíamos ou não fazer perante o nosso problema. Eu nunca sabia o que esperar dele, porque existiam várias surpresas dentro das caixinhas que guardava. 

— Você vai conversar com a sua mãe pela internet — garantiu, muito confortante. — E, mesmo que não seja a mesma coisa, você se sentirá um pouco melhor, meu amor. Hoje em dia conseguimos fazer contato com qualquer pessoa no mundo.

— Tem razão, me desculpa.     

— Não precisa pedir desculpas — Louis riu, preguiçoso. — Tem certeza mesmo de que vai até a casa do George? — perguntou de repente, e então eu fiquei confusa. 

— Como assim?  

— Como assim o quê? — questionou ele, passando para a seriedade. — Foi o que você disse que faria. E eu continuo achando que não é uma boa hora, Taylor, talvez ele precise de mais algum tempo sozinho.

Acabei entendendo todo o assunto. Louis estava comentando sobre a mentira que eu contei. Eu tinha avisado a ele que iria até a casa do papai, só que, na verdade, eu me encontraria com Adrian Carrington.  

— Ah, é mesmo — murmurei, atrapalhada. — Preciso vê-lo, sabe? 

— Se quiser, posso convencer Jane para que possamos ir com vocês dois — sugeriu ele, prestativo. — Você sabe que, mesmo estando com um pé atrás, não penso duas vezes antes de ir junto.

Louis estava sendo tão atencioso e protetor, que tive vontade de enfiar a cabeça dentro de um vaso sanitário, devido a vergonha. Eu sequer procurava trazer mentiras e omissões para o nosso relacionamento, eu contava o que acontecia dentro da minha cabeça e pronto. Mentir era a última coisa que eu poderia pensar quando buscava evitar alguma briga, mas, quando se tratava do Adrian, Louis simplesmente ficava insuportável e, portanto, acabei fazendo o que eu não deveria fazer.  

— Não precisa, Lou — eu disse, bem baixinho. — Tiago e eu temos que encontrá-lo sozinhos. 

Eu tinha a consciência de que não deveria esconder aquilo dele, mas, caso soubesse, o que ele faria? Gritaria comigo? Não me perdoaria? Me esqueceria?  



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