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História Friends - Louis Tomlinson - 037. Nostalgia


Escrita por: sunzjm

Capítulo 37 - 037. Nostalgia


Fanfic / Fanfiction Friends - Louis Tomlinson - 037. Nostalgia

TAYLOR

A chegada até a casa do papai foi algo tão lento, que eu deduzi que Louis estivesse fazendo aquilo de propósito. Ele havia demorado quase meia hora e eu esperava que papai não tivesse desistido de nos esperar. 

Louis resolveu estacionar bem na frente de casa, só que do outro lado da rua. Avistei papai no jardim, agachado de costas enquanto mexia em algo na grama seca. Soltei um sorriso involuntário quando percebi que ele não estava bêbado, apenas fumando um cigarro.   

— Algo suspeito? — sussurrou Tiago, cauteloso.

— Não, muito pelo contrário — respondi, feliz como um bebê sorridente. Saí da BMW, quase saltitando, e continuei com os olhos fixos no homem. Ele parecia mais gordo e o seu cabelo havia crescido. A rua estava movimentada ali e reconheci o rosto de alguns vizinhos. Carros e ciclistas passavam por nós e o ar daquele lugar me parecia leve. 

Rapidamente senti saudades de quando brincava com as crianças. Era comum eu correr pela calçada; pular corda era uma das minhas brincadeiras prediletas; andar de bicicleta me fez ter muitos arranhões, só que eu não deixava de o fazer, apenas por diversão. Eu brincava de boneca com as primas e as amigas que me visitavam em casa, enquanto ficávamos entre as flores que ainda existiam no quintal onde papai se encontrava. 

Eu sempre adorei tudo aquilo.    

— Desistiu? — perguntou Tiago ao meu lado, mas apenas revirei os olhos e dei um tapa em seu ombro. — Por que me bateu? Foi apenas uma pergunta.     

— É claro que eu não desisti — falei, evitando me irritar com bobagens. Puxei Louis pela mão e arrumei a minha mochila nas costas. Assim, nos aproximamos e percebi que papai estava, na verdade, praticando jardinagem, com as suas luvas amarelas. Ele usava um macacão e tive vontade de rir daquilo. Dava um ar mais jovem a ele. — Papai? — eu o chamei e então ele virou a cabeça, se surpreendendo segundos depois. — Olá…     

— Taylor? — murmurou ele, a voz grave. Então se levantou e tirou o cigarro da boca, para depois jogá-lo no cinzeiro que estava no chão. Ele me deu um sorriso enorme, tirou as luvas e eu quase chorei por ver os seus olhos brilharem.        

— Eu disse que viríamos — falei, sorrindo. Logo, sem aguentar mais de saudades, lhe abracei fortemente. Rapidamente senti um cheirinho de lar, com a nostalgia quase tomando conta de mim.     

— É tão bom vê-los — disse papai, olhando todos nós e me soltando. Percebi as suas mãos tremendo, mas não entendi, porque não parecia nervosismo. — Filho... 

Ele colocou o mesmo sorriso no rosto e se aproximou do Tiago. Fiquei observando aquilo e o meu irmão apenas olhou pra mim, quase que desesperado. Pus uma expressão de encorajamento e ele voltou a fitar o nosso pai. 

Eu sabia que Tiago sentia falta dele, de alguma forma, e que precisava mais do seu abraço do que eu. Louis então se aproximou de mim e me deu um rápido beijo, para depois acompanhar a cena.      

— Eu queria tanto ver você — continuou o meu pai, segurando os ombros do Tiago. — Está enorme, meu filho…, maior do que a Taylor — ele sorriu, só que o meu irmão apenas se manteve neutro, um tanto desconfortável. — Vamos lá, me dá um abraço. 

Papai abriu os braços e não consegui ver a sua expressão. Comecei a ficar tensa assim que Tiago demorou demais para se mexer.     

— Tem certeza que foi uma boa ideia trazê-lo? — Louis cochichou no meu ouvido, igualmente tenso. — Ele não parece muito contente.     

— Foi uma boa ideia trazê-lo, sim — respondi, confiante. — Olha só, o papai está feliz em vê-lo. — E então, pro meu grande alívio, Tiago se aproximou do papai e o abraçou, meio duvidoso.     

— Me desculpa — ouvi o meu pai dizer, com a voz embargada. — Eu pensei que não viria, sabe? Só que você está aqui, e estou tão aliviado… 

Assim, ele soltou Tiago e deu alguns tapinhas em seu rosto. Ficou daquela forma por longos segundos e percebi que ele não estava acreditando que o meu irmão realmente havia resolvido ir vê-lo. Só que, junto com a incredulidade, é claro, estava a felicidade, e dava pra sentir a energia de longe.      

— E… — papai voltou a olhar para trás e pôs os olhos no Louis. Fomos pegos de surpresa, na verdade, e ele logo nos viu de mãos dadas. — Oh... parece que temos uma novidade aqui, não é? — disse, encarando o nosso contato físico.     

— Então — eu comecei, encorajada —, nós estamos… juntos há um mês e alguns dias. Desculpa não ter informado isso antes a você.           

— Juntos? — Papai olhou para Louis e se aproximou mais. — No caso, namorando? — Louis olhou pra mim e depois assentiu, muito normal. — Certo. E como você vai, rapaz? Também está diferente, sabia? 

Papai logo ergueu a mão para que Louis a apertasse.     

— Olá, Sr. Wells — disse Louis, e apertou a mão dele. — Estou ótimo e... espero que o fato de Taylor e eu estarmos juntos não seja um incômodo pra você. — Agradeci a Deus por Louis estar utilizando a sua gentileza. Uma discussão era a última coisa que eu queria ver naquele dia.     

— Podemos ver isso depois — disse papai, mas não entendi aquilo. — Tenho certeza que você não será louco o suficiente para fazer algo que a deixe mal.     

— É claro que não. — Louis largou a mão do papai e eu senti os seus olhos em mim. — Eu a amo e tenho respeito por ela.     

— É, eu tenho certeza que sim — papai concordou, sem tirar os olhos de Louis. Parecia que tudo estava correndo muito bem entre os dois e eu ficava contente por saber que papai já conhecia Louis o bastante, mesmo que este último não fosse muito com a sua cara.      

— Então, eu preciso ir — avisou Louis, sério. Ele deu um rápido aperto de mão no papai e me olhou. — Me liga mais tarde… — Depois me deu um beijo na testa e em seguida saiu, após se despedir do Tiago, que olhava em volta como se lembrasse dos dias em que passara ali.     

— Podem entrar e sintam-se à vontade — papai falou, com uma leve euforia. — Eu tenho que dar um jeito nesse jardim, ele está um desastre.

Fiquei surpresa quando botei os pés dentro de casa. Estava tudo muito limpo e arrumado, bem diferente da última vez em que eu fui até lá.     

— Até que o lugar continua legal, né? — comentou Tiago, observando tudo. — Está exatamente como era antes.     

— Não, não estava assim — eu disse, andando até a cozinha. — Papai limpou tudo para quando chegássemos. 

Abri a geladeira e a vi cheia de comida. Os armários também estavam abastecidos e eu me vi balançando a cabeça positivamente, claramente orgulhosa dele. Eu ficaria do lado do meu pai e o ajudaria no que ele precisasse. Poderíamos voltar a ser como antes e talvez ele até pudesse voltar a ser o pai que eu tanto amava.

Por nós.

[…]

Mamãe havia se separado do papai e durante algum tempo tudo ficou muito ruim para nós. Depois da compra da nossa casa, as coisas voltaram aos eixos sem que percebêssemos. Tiago parou com as suas saídas na tarde da noite e eu parei de ficar tanto tempo enfiada dentro do quarto. Havíamos conseguido nos unir ainda mais. 

Naquele momento, papai também estava fazendo a sua parte. Ele estava mudando e parecia que as coisas também estavam se resolvendo aos olhos dele.     

— Olha só o que eu encontrei! — Tiago exclamou a uma certa distância de mim. Nós dois havíamos decidido ajudar papai com a jardinagem. É claro que Tiago não ficou perto dele por muito tempo, pois só a sua presença ali já era o suficiente. 

Depois de ouvi-lo gritar pra mim novamente, parei de molhar a grama com o regador e olhei na direção dele.     

— O que é isso? — eu quis saber, tentando enxergar o que ele segurava. Tive um problema enorme com aquilo, porque a minha visão simplesmente passou a ficar embaçada há algumas semanas atrás. Pisquei algumas vezes a fim de tentar ver melhor, mas só piorou e eu não tive foco algum. Me senti uma mulher de sessenta anos depois daquilo. — O que você está segurando?     

— Por acaso você está com miopia?           

— Acho que sim — respondi, preocupada com a possibilidade de ter que usar um óculos. Tiago ia se aproximando e melhorava cada vez mais a possibilidade de eu ver o que ele segurava. Rapidamente joguei o regador no chão e corri pra perto do papai, assim que percebi que Tiago segurava um pequeno sapo. Ele logo começou a rir, tentando se aproximar de mim. 

Papai estava confuso e parecia cansado, mas logo pediu para que Tiago soltasse o “pobre” sapo e me deixasse em paz.

Estávamos ali há um bom tempo e eu já sentia fome. O jardim havia melhorado: estava limpo e não havia grama seca por ali; papai havia plantado árvores na frente de casa e logo elas cresceriam; eu havia plantado flores e estava ansiosa para vê-las brotarem. Já Tiago, limpou a parte de trás do quintal e tudo parecia mais espaçoso.     

— Agora ela só precisa de uma pintura nova — eu comentei, olhando a nossa casa. — A tinta está descascando.      

— Talvez no próximo final de semana vocês me ajudem com ela — sugeriu papai, tirando as luvas amarelas. — Não vou conseguir terminar sozinho.      

— Combinado. 

Sorrimos um pro outro e mais uma vez me senti feliz.

A nossa lista de afazeres não existia, na verdade. Passaríamos o dia inteiro em casa – talvez tentando consertar a tevê que estava com problemas – e no domingo é que teríamos um dia diferente. Papai prometeu nos levar para um lago que ele conhecia ao norte e fora de Greenwich. Iríamos pescar com ele. 

Eu achei hilário, na verdade, porque o tempo de alguma forma continuava úmido e eu não conseguia me imaginar pescando naquele clima. Depois da pesca, jantaríamos fora no The Gate Clock. 

Eu estava ansiosa e, mesmo que papai estivesse sem dinheiro para nos levar em qualquer outro lugar, eu ficaria contente apenas de sentar ao seu lado no sofá da sala, o vendo folhear as páginas do jornal local ou então concentrado em poemas.     

— Eu vou preparar o almoço — ele me tirou dos devaneios e o vi andando até a porta aberta —, já está quase na hora.      

— Vou ajudá-lo.

Durante algum tempo, nunca imaginei papai em uma situação como aquela. Ele agora cozinhava para si, lavava as suas próprias roupas, arrumava a casa e ia sozinho ao supermercado – situações que mamãe sempre fazia ou onde ele ia acompanhado com um de nós (nunca sozinho). 

Antes de entrar para a cozinha, no entanto, caminhei até o meu quarto e resolvi ligar pro Louis, que atendeu no segundo toque.     

— Oi, meu amor — disse ele, muito alegre. — Está correndo tudo bem por aí? — Logo segui em contar tudo: desde a casa limpa, até os lugares em que iríamos no domingo. — É tão bom ouvi-la falando dessa maneira — Louis riu, como se pudesse me ver. — Consigo sentir a sua felicidade daqui, acredite.      

— É — eu suspirei, mexendo nos meus ursos de pelúcia —, eu realmente estou muito contente em ver que ele está mudando. Foi algo que eu sempre quis, você sabe.     

— Não quero estragar o seu dia — disse Louis, depois de alguns segundos —, e você sabe que eu te amo muito, mas... não espere muito dele, Taylor. Infelizmente ele vai voltar a beber, uma hora ou outra.     

— Não se preocupa — falei, desejando que ele estivesse errado —, eu vou estar preparada caso aconteça. Não vai ser a primeira vez, não é?     

— É isso.     

— O que vai fazer durante o dia?      

— Eu não faço ideia — respondeu ele, indeciso. — Acho que... Ei, por que você fez isso? — lhe ouvi perguntar de longe e tentei entender o que estava se passando. “Faz horas que estou tentando chamar a sua atenção, Louis, sua mãe está precisando de você lá no quarto”, foi o que eu achei que a Maggie havia dito, quase aos gritos. — Estou ocupado, vou em um instante. Agora volta a ligar a tevê, por favor — respondeu Louis, e foi quase impossível não escutar a Maggie resmungando. Ouvi a voz de outra pessoa e deduzi ser o Peter.     

— Diz que eu disse oi pro Peter — pedi pro Louis, achando graça da discussão deles. Peter era filho da Maggie que adorava conversar, e eu o achava muito adorável. Sempre conversávamos sobre coisas místicas e Louis detestava aquilo. — Faz dias que eu não o vejo.    

— Taylor disse oi pra você — Louis deu o recado e rapidamente eu ouvi um barulho estranho no celular, como se o tivessem jogado dentro de um copo de água. — Ei!      

— Me dá isso aqui... — a voz eletrônica do Peter soou de repente. — Olá, Taylor! — ele disse, enquanto Louis reclamava do outro lado da linha.     

— Como está?     

— Sabe como é — respondeu ele, a voz triste —, mamãe anda me enchendo para que eu desista de virar astronauta.     

— Ah, que pena...

“Será que você poderia entregar o meu celular?”, a voz do Louis soou ao longe, irritada. “Eu preciso conversar com a minha namorada.”     

— Calminha aí — pediu Peter, apressado. — Nos falamos depois, Taylor, até mais! — ele gritou novamente e um zumbido surgiu no meu ouvido.     

— Desculpa por isso — disse Louis, depois que os socos e as risadas entre eles desaparecerem. — Acho que vou ter que responder algumas atividades da escola.     

— Vai ficar o dia todo fazendo isso? — eu perguntei, com uma voz de tédio. — Puxa vida…     

— Não exatamente — respondeu ele, rindo. — Jane me mandou uma mensagem e quer que eu vá até lá hoje à noite. Ela quer conversar.     

— Certo — dei um suspiro e ouvi papai chamando por mim —, agora pode desligar o telefone? Eu preciso ajudar papai no almoço.     

— Ah, então desligue você. — Revirei os olhos e me senti uma boba, porque antes eu achava ridículo que casais discutissem por causa daquilo. No entanto, eu estava fazendo a mesma coisa. — Vamos lá.     

— Louis…     

— Eu amo você, Taylor.     

— Eu também amo você. — Senti aquela mesma leveza, como se eu fosse um balão com gás hélio. — Mas…     

— TAYLOR, QUERIDA — Papai voltou a gritar e eu me apressei em andar na direção da cozinha, gostando daquela atenção.     

— Tudo bem, eu vou desligar — avisei e Louis concordou depois de cinco segundos. Sorri após ouvir a sua reclamação e me coloquei a ajudar o papai.



Notas Finais


Eu amei escrever a parte da Taylor, parece que o pai dela se saiu bem, não é mesmo? ❤ E isso vai durar até que a Taylor vá embora? Hã????

E quanto à Jane?

O que vcs acharam da atitude do Jack? 👀👀👀

Digam o que acham, é importante 🎈❤


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