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História Friends - Louis Tomlinson - 038. O passeio


Escrita por: sunzjm

Capítulo 38 - 038. O passeio


Fanfic / Fanfiction Friends - Louis Tomlinson - 038. O passeio

LOUIS

Eu ainda preferia que Taylor tivesse ficado comigo e não que visitasse George Wells, só que o que eu poderia fazer? Ela o amava e tinha esperanças de que ele fosse se tornar um homem diferente. Taylor acreditava muito naquilo, mesmo que todos tivessem o presenciado dormindo na rua, quando ele não tinha capacidade o suficiente para chegar em casa. 

— Eu vou sair hoje à noite — mamãe me avisou, assim que eu entrei em seu quarto. Ela andava de um lado pro outro enquanto segurava roupas, provavelmente porque iria sair para algum compromisso importante. — Vai ficar em casa? 

— Sair pra onde? — questionei, ignorando a sua pergunta. Sair não era uma palavra que fazia parte do cotidiano dela, na verdade, mamãe adorava ficar em casa, ou lendo, ou trabalhando no seu escritório, ou conversando com as suas amigas pelas redes sociais etc. 

Assim que terminei de falar, no entanto, mamãe parou de andar e me olhou, meio hesitante. Seu cabelo cheio de grampos e o rosto coberto por uma pasta verde me fizeram ter desconfianças. Entendi tudo quando ela começou a gaguejar. Na verdade, as próprias roupas dela gritavam que algo estava muito óbvio ali.  

— Tudo bem, tudo bem — repeti, levantando a mão para que ela desistisse de tentar se explicar —, quem é o cara? 

— Você não o conhece — respondeu ela, bem devagar. A ficha de caras que ficavam atrás dela não era muito grande, e isto porque eu ficava de olho. Eu odiava o fato de saber que existia a possibilidade de ela se envolver com alguém que não valesse as cinzas de um cigarro, assim como Ben. Eu conhecia todos os caras próximos dela – todos mesmo – e, para mim, nem um deles valia a pena, nem um deles parecia ser o bastante. — Eu tive um problema com o carro e ele me ajudou.  

— Certo, e por que você não me ligou? — eu quis saber, sem deixar transparecer a pequena raiva que começava a surgir. Eu queria conhecer o tal homem o mais rápido possível, analisar a sua vida e julgá-lo como aceitável ou inaceitável. Aquilo era essencial. — Eu resolveria de alguma forma. 

— Você estava na escola.   

— Ah.   

— Eu vou buscá-lo e vamos sair. Nem sei por que está com essa cara — ela disse, igualmente impaciente. — Eu tenho o direito de sair pra onde eu quiser, assim como você. Só não se preocupa, 'tá bem? — mamãe sorriu, caminhando até mim e segurando o meu rosto. — Você vai conhecê-lo logo, logo.

[…]

A vida de alguém geralmente não valia nada. Eu poderia sair andando por um bairro perigoso e ser assaltado por usuários de drogas. Eles me matariam e não pensariam a respeito. Teriam dinheiro para comprar o que queriam, a fim de satisfazer os seus vícios. E eu continuaria deitado no chão, morto. 

Tudo aquilo criava uma revolta enorme no meu peito. A vontade de mudar o mundo era tão grande, que havia dias em que eu pensava em fazer parte de um grupo de extremistas. As pessoas eram insanas, então por que não ser como elas? 

— Você é feliz? — perguntei para Neil, depois de responder questões sobre filosofia – algo que realmente induzia a uma reflexão. Peguei o filhote e observei o seu rosto peludo, à procura de algum sinal positivo. Fui ignorado completamente e ele continuou quieto, olhando em algum ponto no chão. — É sim, não é? Se Taylor não tivesse encontrado você perto daquela casa, provavelmente também estaria morto.

Recebi um miado como resposta e o pus no chão, contente por ter a responsabilidade de cuidar dele – cuidar de apenas algumas coisas, na verdade, porque quem fazia a maior parte era a Maggie. 

Observei o autorretrato que estava no livro e me vi nele, com Taylor. Ela, usando um vestido longo, flutuava e eu a segurava por uma das mãos; os dois próximos da nossa cidade, prontos para sentarmos sobre a grama e fazermos um piquenique sob a luz do sol, envolvidos em uma brisa silenciosa.*

Em busca da felicidade, mas já estando felizes.

Fui incomodado com o RHCP e os meus pensamentos evaporaram como a água. Fiquei confuso e percebi que era o meu celular que estava tocando sobre a mesa de centro. Taylor me veio na cabeça novamente mas, assim que atendi o celular, sem ao menos ver quem era, ouvi uma voz diferente.

— Oi, tudo bem? 

— Desculpa ligar de repente — disse ela, fungando —, mas é que eu realmente não queria conversar com a minha tia, entende? Ela está mal demais...

Era Marly Cooper. 

Era ela quem vinha ligando para mim naqueles dias, e era ela a garota que Taylor já imaginava, com uma preocupação inútil. Eu não estava querendo ser grosseiro com Marly, mas precisava ignorá-la algumas vezes apenas porque não queria brigas com Taylor. Por isso pedi para que Marly parasse de me telefonar, porque eu mesmo ligaria para ela quando pudesse. Eu sempre me esquecia, na verdade, mas tentava compensar falando com ela por quase meia hora.

Marly não tinha amigos em Londres e ainda estava sofrendo por causa da morte do Henrik. Ela estava à procura de desabafos e sabia, sim, que eu estava em um relacionamento, porque eu havia dito aquilo na segunda vez em que conversamos. Ela até disse que queria conhecer Taylor algum dia, e tudo o que eu sabia era que estava aliviado com as suas intenções. 

— Não precisa chorar, Marly — eu disse, enquanto ouvia os seus choros pelo celular —, está tudo bem. Se não estiver, vai ficar, acredite.  

— Desculpa.  

— E também não precisa ficar se desculpando o tempo inteiro — dei uma risada, observando Neil brincar com uma pequena bolinha que Taylor trouxe de casa. — Não estou irritado. 

— Será que poderíamos nos ver? — ela perguntou, depois de alguns segundos. Eu nem esperava por aquilo, na verdade, então logo me senti desconfortável.  

— Não sei se é uma boa ideia, Marly.  

— Por favor — disse ela, começando a chorar novamente —, não é nada de mais. — Claro que me senti na obrigação de aceitar. Ela estava apenas precisando conversar e ser insensível não era uma boa opção, eu precisava enfiar aquilo na minha cabeça.  

— Tudo bem.

[…]

Resolvemos nos encontrar em uma lanchonete no Centro. Ao entrar, procurei Marly com os olhos e, após curtos segundos, vi o seu claro cabelo ruivo próximo da janela de vidro. Ela já tomava um cappuccino e os seus olhos estavam vermelhos. Marly usava um vestido rosa e muitas pulseiras nos dois braços.  

— Oi de novo — lhe cumprimentei, tocando o seu ombro e sentando à sua frente —, melhorou um pouco? 

— Mais ou menos. É bom sair de vez em quando, não é? — comentou ela, me olhando. — Eu já estava quase enlouquecendo com o clima na casa da minha tia. 

— Como ela está? — perguntei, depois de fazer o meu pedido. Eu nunca mais havia visto a Sra. Peterson e a última vez foi no cemitério, no enterro do seu filho.      

— Bem quieta e fechada como uma pedra — respondeu Marly, dando de ombros. — Parou de chorar, mas não está como eu a conheço. 

— Deve estar sendo a maior barra pra vocês — eu comentei, observando as minhas próprias mãos. — Tudo o que aconteceu foi horrível. 

— Sim..., ele era tão jovem, não era? — sua voz soou embargada. — Eu simplesmente não consigo aceitar o fato de que não vou ter a oportunidade de vê-lo outra vez.  

 Entendo o que sente — eu disse, lembrando da dor de ter perdido o meu irmão. Eu também nunca mais o veria, nunca mais ouviria a sua risada nem veria o seu sorriso..., ou os seus olhos. — Entendo perfeitamente. 

— E o que você fez pra conseguir aceitar o que aconteceu com o seu irmão e com o seu pai? — ela perguntou depois de alguns segundos, enquanto se inclinava na minha direção. 

— Bom — esperei que a garçonete deixasse o meu café sobre a mesa e saísse —, foi um pouco difícil — prossegui, escolhendo bem as palavras. — Na verdade..., foi difícil pra caralho — e a sinceridade só fez com que Marly se encolhesse na cadeira. — O apoio que recebi é que me proporcionou dias melhores. 

— Mas você tinha muitos amigos, então deve ter recebido muita ajuda — falou ela, depois de tomar um gole da sua bebida. — Pode ter sido mais fácil assim.  

— Não, muito pelo contrário — expliquei, distraído. — Apenas Taylor e minha mãe me ajudaram nisso. Na época eu não conhecia tantas pessoas assim.  

— Taylor — ela murmurou e olhou através da janela de vidro, balançando a cabeça para frente e para trás, bem devagar. Bebi um gole do meu café e apenas observei a garota à minha frente. Ela parecia perdida em pensamentos e tinha um vestígio de sorriso em seu rosto. — Taylor é muito importante pra você, não é?        

— Muito.  

— Eu preciso conhecê-la antes de ir embora.  

— Por quê?   

— Podemos virar amigas, quem sabe?

Não contive uma risada, é claro.  

— Eu não sei se você pode contar com isso — eu disse, achando tudo muito improvável. — Taylor não é o tipo de garota com muitos amigos, e eu acredito que isso seja mais por opção. Na verdade, é muito claro que seja apenas por opção. 

— Você vai ver — Marly sorriu novamente, como se gostasse do desafio —, vamos nos tornar mais unidas do que qualquer coisa. 

[…]

Tive que deixá-la em sua casa depois que saímos da lanchonete. Eram quase seis horas, mas eu não me apressei com nada. Taylor já havia mandado uma mensagem pra mim e estava tudo muito normal e bem. Jane me esperava em sua casa e eu estava curioso com o que poderia me falar. Àquela altura, estava tudo em paz.  

— Você não quer entrar?   

— É melhor não — respondi, buscando não ser rude. — Desculpa.  

— Ah, tem certeza? — Marly insistiu, tirando o cinto de segurança. — Minha tia está lá dentro, ela pode nos fazer um chá.  

— É, eu tenho certeza. 

Apenas dei um pequeno sorriso para ela e me assustei assim que Marly se inclinou na minha direção, a fim de me beijar. Fiquei nervoso, é claro, mas logo percebi que a sua intenção era apenas beijar a minha bochecha. Logo, eu simplesmente quis ir embora dali o mais rápido possível.  

— Até mais, Louis.


Notas Finais


(*O passeio, de Marc Chagall, é um autorretrado do pintor com a sua amada mulher Bella. Sobre a grama há uma toalha vermelha disposta para piquenique. Ao fundo, está a sua aldeia natal, na Rússia. Essa imagem eu encontrei no meu livro de filosofia, de Maria Lúcia de Arruda Aranha; provavelmente vocês podem encontrar ela na internet).

Espero que tenham gostado, me digam as suas opiniões ou críticas E NÃO ESQUEÇAM DE DEIXAR OS FAVORITOS, É MUITO IMPORTANTE PRO PROGRESSO DA FANFIC. É ISSO, BEIJOOOOOS 💙💙💙💙💙


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