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História Friends - Louis Tomlinson - 045. Tolerância


Escrita por: sunzjm

Capítulo 45 - 045. Tolerância


Fanfic / Fanfiction Friends - Louis Tomlinson - 045. Tolerância

LOUIS

A visão de todos que estavam ali, principalmente da Taylor, me levou novamente (e infelizmente) às lembranças que eu insistia em evitar. No entanto, consegui afastar aquilo antes mesmo que se tornasse constante.

O Greenwich Cemetery não estava cheio, mas percebi que eu não conhecia a maioria das pessoas que estavam à nossa volta. Fiquei muito receoso, na verdade, porque Taylor ficou sem reação alguma. A única coisa que ela fez foi se aproximar do seu pai e observá-lo. Taylor não chorou e a sua calma excessiva só me fazia duvidar de que havia alguma coisa de errado.           

— Ah, querida, nós estamos sentindo tanta falta dele... — uma mulher usando um pequeno chapéu falou, enquanto tinha os braços envolta da Taylor. Deduzi que fosse alguma das irmãs do George. 

Três das outras mulheres que estavam ali resolveram se aproximar da Taylor também, que nem pestanejou na direção delas, apenas agiu como se não estivessem ali. Fiquei parado um pouco atrás delas, atento ao que pudesse acontecer. Não havia mais ninguém atrás de mim e quem estava ao meu lado eram Jane e Claire, que se encontravam totalmente desconfortáveis. A alguns passos mais à frente, próximo de um homem gordo e calvo, estavam Tiago e Isabela; e, um pouco mais ao lado, estavam Will e Josh, que eram os seus amigos.

Alguns minutos mais tarde, outras pessoas se juntaram a nós. Eram quatro homens e três mulheres, que se adiantaram em ir até o caixão. Seus soluços se juntaram aos soluços das irmãs do George e não demorou até que o caixão estivesse rodeado de gente.    

— Onde será que está a mãe dele? — Jane perguntou, enquanto enroscava o seu braço ao meu. — Eu não a vi com as filhas.     

— Aquela mulher de trança perguntou ao homem que acabou de chegar como a mãe deles estava — comentou Claire do meu outro lado, também com o braço envolta do meu —, e parece que ela passou mal com a notícia.     

— Puxa vida...

Logo ficamos absortos em pensamentos. Imaginei como a mãe do George ficaria depois de acordar e saber que o filho dela havia mesmo falecido, e acabei lembrando da minha própria mãe.

O padre chegou minutos depois, acompanhado de coveiros. Suas vestes brancas e o seu ar calmo só serviram para me deixar mais desconfortável. Tive que evitar em revirar os olhos quando ele começou a dizer que os planos de Deus deveriam ser compreendidos.

Claire saiu do meu lado antes mesmo que eu percebesse e então se juntou ao Tiago do lado oposto. Este último estava com um ar triste e parecia fazer de tudo para não chorar. Não deixei de lembrar que foi exatamente daquele jeito como eu fiquei no enterro do meu irmão mais novo.     

— Louis, estou mesmo preocupada com a Taylor — Jane voltou a falar, cochichando muito discretamente —, veja só o jeito dela.           

— Não achei que ela agiria assim — confessei, atropelando as palavras do padre também de uma maneira discreta. Estávamos preocupados, é claro, porque conhecíamos Taylor mais do que a nós próprios. E o fato de ela não expressar o que sentia era pior do que vê-la quieta da maneira como estava.

Depois de palavras e mais palavras sobre George Wells, o caixão foi levado para o local onde seria enterrado. Não consegui me aproximar da Taylor, porque os seus tios e tias faziam de tudo para tentar manter uma conversa enquanto encostavam o dedo nela e no Tiago. Assim, Jane, Claire, Isabela, John, Will e eu acabamos seguindo todos eles de longe, como um grupo de pessoas perdidas que não sabiam o que fazer.

Os coveiros logo começaram o seu trabalho e foi mais um momento de choro para os que estavam ali. Tive um sobressalto quando de repente alguém se aproximou da Jane e disse:     

— Atrasei por causa da escola.

Olhei para trás e não consegui me segurar:     

— O que caralhos você está fazendo aqui, seu…    

— Louis, estamos em um enterro!... — Claire me repreendeu, segurando o meu braço fortemente. — Não fala assim, pelo amor de Deus.     

— Eu vim dar apoio a ela, é claro — respondeu Adrian, muito sério. Jane mexia uma das pernas despreocupadamente, como se escondesse algo e então entendi o que havia acontecido. — Eu não poderia ficar em casa de braços cruzados.     

— Mas que merd…     

— Controle-se! — Claire voltou a falar e me forçou a prestar atenção na cerimônia. A chegada inesperada de Adrian Carrington com certeza foi tudo para tirar a paciência que eu estava guardando para Taylor. Culpei Jane, porque eu tinha toda a certeza de que ela havia avisado sobre o sepultamento.

O caixão logo foi posto dentro de sua determinada cova e vi os parentes do George jogarem flores, inclusive Taylor com os seus miosótis. Os coveiros passaram a pôr a terra de volta no lugar e eu me coloquei a ir onde Taylor estava, pronto para lhe dar segurança. 

Ela tinha os braços cruzados e olhava para o caixão como se pudesse ver além da madeira. Recebi alguns olhares de suas tias, mas as ignorei e abracei Taylor de lado. Um som ecoou pelo local e, depois de olhar para o céu, percebi que uma chuva viria a qualquer momento. Os trovões agora se misturavam ao som dos gemidos de dor da família de George Wells.

Após as lamentações e uma pedra ser fixada ao chão com o nome dele, as mulheres que ali estavam começaram a se afastar aos poucos, depois de pôr rosas sobre o túmulo.     

— Se vocês quiserem, podem ir à casa da mamãe hoje à noite. Estão convidados, 'tá bem?... — uma mulher de cabelo comprido avisou, tocando Taylor no braço. Os seus olhos estavam inchados e ela não me pareceu um bicho de sete cabeças, como Taylor insistia em dizer. Na verdade, a sua tia me pareceu muito caridosa.     

— Tudo bem — respondi, dando um pequeno sorriso —, talvez possamos comparecer. — Então ela assentiu e se dirigiu à Taylor:     

— Estamos indo agora, querida — e afagou o seu braço, prestativa. — Espero que essa dor passe logo. — Taylor assentiu de leve e recebeu um beijo na testa. Em seguida, a sua tia foi embora enquanto seguia as suas irmãs. 

Ficamos quase a sós.     

— Taylor? — a voz que eu mais odiava no mundo soou atrás de nós dois, ansiosa. Taylor então se virou e deu de cara com Adrian. O infeliz mantinha uma expressão de compaixão e tristeza, e logo se colocou a abraçá-la. — Eu sinto muito — disse ele, quase como um sussurro. — Tudo vai melhorar, acredite. 

Fechei as mãos quando a raiva resolveu me atormentar. Assim que pensei em tirar aquelas mãos de cima de quem eu amava, senti alguém segurando o meu braço. E era claro que deveria ser ninguém menos do que Jane Collin, a garota que se dizia ser a amiga.     

— Será que poderíamos ir embora? — uma outra voz se aproximou de nós dois e eu virei o rosto, vendo Tiago logo em seguida. — Eu não aguento mais ficar aqui. 

Seus olhos também estavam vermelhos e ele não olhava diretamente para mim, e sim para a pedra com o nome do seu pai. Logo, a chuva que eu achei que cairia a qualquer momento apareceu, timidamente.     

— Tudo bem, vai pro carro — mandei, depois de suspirar. Ele então não demorou e saiu, caminhando até Isabela e Claire, que tinham as suas bolsinhas sobre as cabeças. — E você também — avisei à Jane enquanto me soltava do seu leve aperto. Logo tentei me aproximar da Taylor e do imbecil do Adrian, que ainda estavam abraçados, só que Jane não deixou. — O que você quer?!

— Você não vai fazer bobagem, né? — perguntou ela, evitando ao máximo mexer os lábios. Depois me olhou como se fosse a minha mãe. — Acabamos de terminar um enterro, você sabe...      

— Poderia ir logo pro carro?

Jane então saiu, hesitante, e eu logo me aproximei o bastante para tirar Taylor dos braços do infeliz. Adrian pareceu se divertir, mas lancei um olhar tão ameaçador que ele simplesmente tirou as mãos de onde não deveria tocar e tentou segurar o meu olhar da mesma forma.     

— Bom — ele deu de ombros —, estou indo, Taylor. — Assim, olhou para ela e ousou dar um beijo em sua bochecha. — Nos vemos depois. 

E saiu. 

Xinguei Adrian mentalmente e tentei puxar Taylor para que fôssemos pra fora do cemitério. A chuva então começou a ficar mais forte e quase me desesperei, porque percebi que Taylor estava chorando novamente e sem querer sair do lugar.     

— Temos que ir — avisei, apressado.    

— Não vou deixá-lo sozinho — ela choramingou e se ajoelhou de frente ao túmulo, cruzando os braços. Olhei em volta e todos já pareciam ter se dado conta da chuva, andando pra fora do cemitério. Aos poucos, íamos nos molhando e eu já começava a sentir o frio.     

— Taylor, o seu pai não gostaria que ficasse assim, no meio de toda essa chuva — eu falei, a puxando da grama. — Por favor, aceite toda a situação. Nós não podemos fazer mais nada…     

— Mas... ele vai ficar nesse lugar horrível — disse ela, aos prantos. E não era de se estranhar que chorasse daquele jeito, afinal, ela esteve calada demais na hora do sepultamento. Quase não enxerguei o seu rosto direito e apenas me agachei perto dela.      

— Não é você mesma que acredita que as pessoas vão para um lugar melhor depois que morrem? — eu disse, ansioso. — Não deve ter sido diferente com ele. Você disse que ele se arrependeu de tudo, então vai estar bem no lugar onde está agora — completei, mesmo tendo a consciência de que o que eu falava não fazia sentido algum.     

— Louis…     

— Taylor, por favor. — De relance vi algo cortando o céu. Logo, contei três segundos e o barulho do trovão soou pelo cemitério. — Temos que ir embora. 

Virei na direção onde Jane havia saído com Claire e Tiago, depois puxei Taylor comigo. Ela ainda estava hesitante, mas pareceu não ter forças para me impedir de levá-la até o carro que, por conta da chuva, estava solitário no acostamento. 

Assim, depois de andar por alguns minutos sob a chuvarada, abri a porta do passageiro e coloquei Taylor lá dentro, para depois dar a volta e sentar no meu lugar. Ela ficou chorando durante a viagem inteira e espirrava em determinados intervalos de tempo. Precisei desligar o ar do carro, depois de ter uma pequena imagem dos meus músculos congelados.     

— Droga... — reclamou Claire, assim que paramos em frente a casa dos Hampton —, deveríamos ter trazido um guarda-chuva.

Depois de estarmos seguros sob o teto, totalmente encharcados e com frio, segui com Taylor pela escada e fui atrás de uma toalha.     

— Troque de roupa — pedi, pondo o seu pijama sobre a cama e desatando a minha gravata. — Vou trazer um comprimido e alguma comida.

Quando desci, Jane se dirigiu para mim com um ar aflito.     

— E então, por que demoraram lá dentro?     

— Onde está a Claire? — eu quis saber, caminhando até o depósito de comprimidos dentro do armário.       

— Ela foi se secar no quarto de hóspedes.     

— E Tiago?     

— Disse que dormiria. 

Assim, quando percebeu que eu não falaria mais nada e que eu estava mais preocupado com o sanduíche e com o copo de suco, Jane resolveu repetir a primeira pergunta.     

— Isso não está muito óbvio? — joguei, irritado.     

Jane suspirou, pesarosa.     

— Desculpa por ter contado ao Adrian onde estaríamos. Eu realmente achei que não haveria problema algum. Na verdade, sequer pensei direito sobre isso.    

— Que bom que tocou nesse assunto — eu disse, parando o que estava fazendo e olhando pra ela. — Qual é a sua? Parece até que gosta quando aquele imbecil fica com os olhos dele em cima dela.     

— Não — Jane pareceu ofendida —, está pondo palavras na minha boca. Você deveria agir como um adulto, sabia?       

— Quer dizer que agora eu que sou o culpado por isso? — joguei, perplexo. — Ele aproveitou que Taylor estava sensível; aproveitou a oportunidade que teve porque sabia que eu não poderia quebrar a cara dele na frente das irmãs do George. Ele quer... quer a Taylor, entendeu? E não está se importando com nada. Você, Jane, sabe muito bem quais são as intenções dele!...     

— Louis…     

— E eu sinto muito, porque também não me importo com o que pode acontecer — continuei, muito claro. — Simplesmente não posso deixar que ele fique se fazendo de vítima, ou então que fique pondo os pés aqui. Eu não vou deixar.     

— Será que pode me ouvir? — perguntou Jane, muito calma. Revirei os olhos e peguei em uma bandeja, a fim de pôr o sanduíche, o copo com o suco e o comprimido. — Você tem que confiar mais no seu relacionamento com ela.     

— O problema não é confiar — falei, impaciente. — Eu não quero que ele se aproxime dela, não quero que eles tenham contato e nem que sejam bons amigos. Eu não quero e pronto, é tão difícil de entender?!     

— Você ouviu o que acabou de dizer? — Jane ficou preocupada novamente e se aproximou, quase incrédula. 

— Escuta — suspirei, enquanto contava até cinco —, eu já disse que confio na Taylor. Só que ela acabou de perder um pai e qualquer tipo de relação que tenha pode se tornar intensa demais.     

— Certo — Jane pareceu compreender e depois cruzou os braços —, então você está com medo de que ela se sinta muito apegada ao Adrian caso ele passe tempo demais com ela? 

Jane falando aquilo em voz alta parecia muito pior. O fato de que Taylor começasse a se aproximar demais de Adrian Carrington era pior do que um soco, principalmente quando ele tinha o objetivo de fazê-la sentir algo a mais além da amizade.     

— Eu não quero perdê-la — murmurei, depois de longos segundos. Olhei para a mesa à minha frente e não consegui evitar as imagens de uma Taylor ao lado de alguém que não era eu.     

— Louis — Jane suspirou, como se não concordasse em absolutamente nada comigo —, para de se preocupar com coisas impossíveis.     

— Não é impossível — eu disse, muito racional —, aquele cara pode mesmo conseguir o que quer.     

— Taylor ama você — falou Jane, muito óbvia —, e ainda continuo achando que é impossível ela ter olhos para outra pessoa.     

— Mesmo assim — murmurei, pegando a bandeja atrás de mim. — Eu não vou arriscar, e é melhor você parar de cooperar com a aproximação deles dois.


Notas Finais


Gente, perdão qualquer erro! Espero que tenham gostado, digam as suas opiniões ou críticas. A gente se vê amanhã! ❤


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