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História Friends - Louis Tomlinson - 056. Pronta


Escrita por: sunzjm

Capítulo 56 - 056. Pronta


Fanfic / Fanfiction Friends - Louis Tomlinson - 056. Pronta

Tudo mudou muito rápido. Os dias se encontravam tensos demais e eu me via dividida em duas para esconder o que eu andava fazendo – escondendo especialmente de um alguém chamado Louis Tomlinson. 

Eu tinha encontrado uma forma de esquivar a maldita depressão e aquilo me deixou aliviada. Tirar a minha própria vida agora não fazia sentido, porque era impulsivo demais. Na verdade, curtir o que existia ao meu alcance parecia uma ideia bem mais interessante, e eu pensava muito naquilo quando estava relaxada e Louis vinha nos meus pensamentos.

O passado era mais parecido com anagramas, como se eu estivesse bagunçada e incompleta, como se fosse guiada pelos braços de outra pessoa. Era tudo muito embaçado, como um vidro coberto de vapor. 

Eu não sabia como tinha conseguido superar os meus problemas sem as drogas e eu me sentia uma tola quando imaginava o quanto fui fraca pela morte do papai. Tudo era tão fácil, a solução sempre esteve próxima de mim e a única coisa que eu fiz foi um milhão de perguntas para Deus. 

Aliás, fazia um mês depois do acidente e eu sequer fui ao cemitério, a fim de dar flores ao papai e mostrar que agora tudo estava bem novamente – com exceção de mamãe ligando e avisando sobre a sua volta.

— Quando será? — eu havia perguntado, enquanto tirava as minhas roupas íntimas de uma das gavetas e procurava um bom esconderijo para os meus novos objetos.     

— No meio desse mês, querida — respondeu ela, com uma voz exausta. — Meu chefe sugeriu mudar o contrato para que eu continuasse por mais três meses e blá-blá-blá... — mamãe riu, divertida. — Só que eu não consigo mais ficar longe de vocês e tenho medo de deixá-la continuar com todas essas tarefas.    

— Mas está tudo sob controle...

Na verdade, eu não tive responsabilidade nenhuma nos dias que se passaram. Louis, Tiago e Jane foram os únicos responsáveis por tudo em casa, junto com a ajuda de Claire aqui e ali. Eu não tinha certeza de como mamãe não sabia daquilo, porque ela realmente achava que eu estava dando um duro, sem a ajuda de ninguém. Nem Tiago tinha me dedurado.       

— Já está decidido, filha — disse ela, rindo de alguma coisa —, vou estar de volta à minha querida Londres no meio do mês, 'tá bem? Me espere.

Mamãe logo estaria de volta e eu teria que dobrar o meu estado de alerta. Obviamente, depois de ter passado por uma crise como aquela na noite em que Marly dormiu comigo, eu sabia que não conseguiria mais viver sem aquele líquido marrom. E eu não via problema nenhum naquilo, mas com certeza eu receberia a intolerância dos que estavam à minha volta, como Marly avisou. 

[…]

O resto da semana passou normalmente e tudo estava em uma perfeita harmonia – pelo menos a maioria das coisas. Eu aproveitei para ver Neil depois de ter passado tanto tempo. Ele cresceu alguns centímetros e estava mais lindo do que nunca.

Já meu irmão, percebi suas saídas constantes (era aquilo o que quebrava a harmonia) e a vontade de perguntar pra onde ele ia não existia. Nossa falta de diálogo e de olhares complicava tudo.  

Contudo, num sábado bastante calmo e repleto de amor, eu simplesmente fui direta e perguntei o que eu queria perguntar.     

— Não lhe devo explicações — foi essa a sua resposta, enquanto eu me distraía fritando ovos e bacon pro meu café-da-manhã.     

— Na verdade deve, sim — lhe corrigi, com um sorriso falso. — Esqueceu que sou eu quem está no comando, irmãozinho?     

— É mesmo? Pois não era o que parecia — debochou ele, com o mesmo sorriso falso. — A única coisa que você fazia era ficar enfiada dentro daquele quarto, pelo que eu me lembro.     

— Escuta...     

— Não vem exigir coisas de mim, ouviu?, como se estivesse se importando com alguma coisa — jogou ele, todo irritado. — Você só pensou em si mesma durante a porra de todos esses dias. 

Seu discurso tinha chamado a minha total atenção e eu logo senti um cheiro de queimado. Desliguei o fogo rapidamente e me virei para o meu irmão, sentado com um olhar de desafio.     

— A verdade dói, não dói?      

— Eu... estava mal pela morte dele — tentei me defender. Depois daquilo, Tiago bateu com a mão na mesa, deixando de lado a sua refeição. Em seguida, ele levantou, se inclinando na minha direção. Foi uma mudança brusca de humor, na verdade, e eu não deixei de me assustar com aquilo.     

— E você acha que eu estive como? — perguntou, muito óbvio. — Ele era o meu pai também e mesmo assim eu tive que aguentar tudo sozinho. Isabela era a única que ouvia o que eu tinha para dizer, e agora ela está lá nos Estados Unidos..., na droga daquele teatro. — Tiago tirou os olhos de mim e coçou a cabeça, impaciente. — Todos estavam mais preocupados com você e mesmo assim você tentou se matar.     

— Eu...     

— Eu também... estive mal, Taylor — continuou o meu irmão, respirando fundo no meio da frase. — Agora, não vem dar uma de irmã companheira pra cima de mim.

— Mas eu me preocupo mesmo com você! — exclamei, sincera. Ele se tornar um garoto problemático era a última coisa que eu queria.      

— Não precisa — murmurou Tiago, dando de ombros —, estou ótimo, se quer saber. — Então deu as costas pra mim e saiu, me deixando com um sentimento de culpa. 

Todo aquele meu sofrimento não me fez pensar em mais ninguém, além de mim mesma e de alguém que já estava morto. Todos estiveram me apoiando. Louis tinha deixado de lado sua própria mãe a fim de ficar comigo, aguentando o meu drama; Jan, que seguia firme com a gravidez, também deu a sua atenção pra mim, mesmo que eu estivesse lhe irritando; até a minha mãe conversou mais comigo do que com Tiago – eu apostava o meu braço que sim. Talvez, na cabeça dela, eu precisasse mais de apoio.

Só que eu não fui a única que sofreu. Tiago aguentou tudo calado e precisou de mais atenção do que eu. Alguém que passou a detestar o próprio pai e que não foi capaz de perdoá-lo por um longo tempo. Só que em um único dia, tudo mudou, e um único dia que se tornou definitivo. Com certeza foi pior pra ele. E eu estive reclamando à toa, chorando à toa. Eu realmente era uma...

Egoísta.

Sim, eu era aquilo.

Entretanto, após respirar fundo, não continuei me culpando, apenas permaneci mastigando o meu café-da-manhã. Os pensamentos tinham se dissolvido e eu fiquei feliz com aquilo. 

Comecei a sentir falta do Louis quando o silêncio reinou e então vi que eu estava completamente sozinha. Louis não dormiu comigo naquela semana – nem Jane. Eu disse que estava bem e ainda prometi que não faria nenhuma bobagem. 

É claro que foi difícil convencê-los daquilo. Louis estava protetor demais, mas um pouco de persuasão foi o suficiente. Eu não queria que ele fosse, na verdade, mas espaço era o que eu precisava. Seria uma completa burrice deixá-lo ali enquanto eu me trancava no quarto com Marly, sem que ele pudesse entrar. 

Aquilo levantaria suspeitas.

Fiz promessas de me comunicar com ele constantemente pelo celular, mas, às vezes, Louis aparecia de surpresa. Tive sorte durante aqueles dias e ele me encontrava apenas na mesa da cozinha, separando o dinheiro das contas. Seu sorriso de orgulho era um bônus que eu não merecia e eu não conseguia entender como era capaz de me apaixonar novamente sempre que o via. Eu tinha tudo o que eu queria e ele era só meu. 

A única coisa que ia ruim e continuava atrelada às minhas costas era a escola. A minha falta de interesse nos dias passados gerou consequências e, na quinta-feira, eu fui parar na diretoria mais uma vez – por dormir na sala de aula. 

Era inevitável e, quando eu menos esperava, já estava com a cabeça sobre os livros, de olhos fechados. Na sexta-feira, eu me vi apelando para coisas erradas. Era a hora do lanche e, antes daquilo, eu tive mais um momento de cochilo durante a aula de cálculos – com algo atormentando a minha cabeça.     

— Você vai precisar me ajudar — eu disse ao Louis, desesperada só de pensar nas provas mensais naquele mês de maio.     

— É claro, vamos estu...     

— Não, você não entendeu — eu o interrompi, e então me aproximei mais, com medo de que alguém mais nos ouvisse além da Jan. — Você vai ter que me passar as colas dos exames.     

— O quê?...           

— Se eu não for bem, Louis, estarei sem saída no final do ano — lembrei, ainda com o mesmo tom de desespero. — Preciso da sua ajuda… 

Naquela mesma hora, Adrian resolveu passar por ali perto, me dando um sorriso enorme, junto com um aceno de cabeça. Depois fez a mesma coisa com a Jane, e eu logo me vi retribuindo o sorriso, inevitavelmente. 

Aquilo não foi uma boa ideia para alguém que estava tentando convencer o namorado a dar colas, na verdade. Louis olhou para trás e rapidamente voltou o olhar para a sua comida, com uma carranca no rosto. Resolvi não forçar a barra e não falei mais sobre colas – porque eu já sabia que ele me ajudaria.

No sábado pela tarde, no mesmo dia em que eu tive um papo com Tiago, eu estive ciente de que Marly Cooper viria mais uma vez para saber como eu estava. Eu queria pedir algo a ela e contar sobre o problema que eu estava tendo antes de voltar pra casa da London Greenwich. E fiquei ansiosa com a sua chegada. 

Contudo, antes de mais nada, falei com Louis pelo celular e avisei que estava tudo bem. Ele queria sair comigo naquela noite para o aniversário de Daniel Hayle, um de seus amigos, e eu achei uma ótima ideia, então acabei aceitando sem pensar duas vezes.     

— Eu não posso continuar me drogando na escola — falei para Marly, assim que achei que era o momento adequado. Ela fumava um cigarro e os seus olhos estavam vermelhos como pimenta. — Estou correndo riscos de me pegarem no flagra. 

Pressenti que logo teria uma crise e então me vi procurando um dos saquinhos que Marly tinha me dado dentro da minha gaveta de calcinhas. Assim, fui rápida em ter tudo nas mãos.     

— Sim, eu tinha mesmo pensado nisso — disse, parecendo se lembrar de alguma coisa. Assenti freneticamente e então a vi esmagar o cigarro na parte de trás de um copo vazio, para depois jogá-lo em um dos bolsos de sua bolsinha. — Eu lhe trouxe isso.

Ela tirou de um outro bolso algo retangular e prateado, para em seguida estendê-lo pra mim. Era uma cartela de comprimidos azuis.     

— Que remédio é esse? — perguntei, curiosa.     

— Ele vai servir pra acalmar— respondeu Marly, séria. Peguei aquilo e o joguei na cama, não tão aliviada. — Tome um desses pois ajuda a amenizar a crise.    

— Obrigada — falei, e então me coloquei a preparar a minha dose sozinha. Marly tinha me presenteado com um isqueiro e duas seringas reservas no dia depois da noite em que passou comigo.     

— Sairemos hoje à noite — avisou Marly, um tanto eufórica —, e vou apresentá-la a algumas pessoas.     

— Hoje à noite?     

— É, por quê? 

Marly esperou até que eu me picasse do jeito como ela tinha me ensinado e então continuou me observando. Quase me esqueci do que estávamos falando, na verdade, após ter a dose correndo junto com o meu sangue.     

— Hoje eu não posso — falei, me encostando na cama. — Tenho... tenho um aniversário para ir. Louis me chamou e eu aceitei. — As cores e o ambiente já estavam bem mais bonitos.     

— Desmarque. 

Pensei ter ouvido errado, então levantei a cabeça lentamente para fitá-la. Ela estava linda como sempre, é claro, com uma jaqueta preta e uma boina na cabeça. Entretanto, a sua expressão não combinou com nada daquilo.     

— Como é?     

— Eu disse pra desmarcar, faça isso.     

— Mas eu quero ir — insisti, fechando os olhos —, faz um tempo que não sa...     

— Eu não ligo — ela me interrompeu, sorrindo —, hoje à noite todos eles vão estar juntos e eu quero que você os conheça, entendeu?     

— Eu achei que você não tinha amigo nenhum.   

— Arranjei uns... 

Ela então sorriu novamente pra mim, só que o seu sorriso não chegou aos seus olhos. Acabei fazendo o que ela pediu, afinal de contas, Louis e eu poderíamos sair uma outra noite. E eu também estava curiosa para saber quem ela iria me apresentar. 

Obvivamente, Louis não entendeu de primeira o que eu tinha dito e, quando percebeu o que eu queria dizer, ficou bastante chateado. Não falei para onde ia, mas disse que sairia com Marly. Era quase possível ver as rugas em sua testa, mas ignorei aquilo. Eu disse que o amava e que avisaria quando estivesse em casa.      

— Pronta? — perguntou Marly, lá pela noite quando chegou vestida em um vestido jeans e meia-calça. 



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