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História Friends - Louis Tomlinson - 063. Sozinho


Escrita por: sunzjm

Capítulo 63 - 063. Sozinho


Fanfic / Fanfiction Friends - Louis Tomlinson - 063. Sozinho

LOUIS

Taylor precisava ver que a situação não era fácil e que eu com certeza não estava de brincadeira. Ela precisava entender que eu não poderia desculpá-la por tudo. Depois do que eu soube, depois que a Sra. Hampton ligou perguntando se ela estava comigo, então a raiva de antes só piorou.

Marly poderia estar no alvo da Jan, mas eu realmente precisava pôr limites na minha relação com Taylor. Talvez aquilo a fizesse pensar duas vezes antes de criar algum outro problema.     

— Vem — eu disse, puxando-a pro quarto —, vamos conversar… — Jane resolveu não ir conosco a fim de nos dar privacidade, e supus que – estranhamente – tivesse ido fazer companhia ao Jack na sala de estar. — Está pedindo desculpas pelo que fez ontem ou por ter escondido sobre a bebida? — eu me fiz de desentendido, após ficarmos de frente um pro outro.     

— Por tudo — sussurrou ela, envergonhada.

Fiquei calado e a observei, esperando por algo mais claro. Ela não parecia totalmente sincera e arrependida. Estava querendo resolver as coisas entre nós dois, mas era só aquilo, e eu tinha uma leve impressão de que ela faria todas aquelas coisas novamente.      

— Louis — Taylor se aproximou mais de mim e segurou as minhas mãos, como se procurasse algo —, você não vai me deixar, ou vai?     

— É difícil responder isso estando irritado com você — confessei, sério. — Aliás, deveria estar preocupada com outras coisas.     

— Desculpe.

Taylor me soltou e abraçou o próprio corpo.     

— Vive pedindo desculpas e volta a fazer tudo de novo — reclamei, frustrado. — Você poderia evitar isso, seria melhor pra todos nós.    

— Não..., eu não consigo.     

— Desde quando gosta de ficar bêbada daquele jeito? Você estava de castigo pelo que fez na escola, esqueceu? Mas desobedeceu a sua mãe na maior cara-de-pau, como se não estivesse fazendo nada de mais.   

— Eu já pedi desculpas a ela também.     

— E a Marly? — joguei, impaciente. — Ela tem a ver com isso?     

— O quê? — Taylor me olhou, levemente assustada. — Mas é claro que não... Eu fui porque eu quis, porque eu não queria ficar em casa em um dia de sábado. Por que ninguém pode se colocar no meu lugar? 

Era suposto ela estar fora do controle e frustrada com aquelas perguntas, mas ela estava extremamente em equilíbrio. E eu fiquei mais irritado com aquilo.     

— Ah, claro, você sempre adorou tudo isso.     

— Está com sarcasmo...     

— É, eu 'tô sim. — Tudo o que eu queria era entender o porquê de ela estar agindo daquela forma, sendo alguém que ela nunca foi. — Que mudança brusca de personalidade é essa, afinal? — perguntei, confuso.   

— Mas qual é o problema de sair um pouco? — ela jogou de volta, na defensiva. — Você mesmo fazia isso e eu lembro perfeitamente. Bebia o quanto queria e voltava na hora em que lhe dava na telha.     

— Mas eu não estava quebrando regra nenhuma — revidei, o tom já se alterando —, e muito menos escondendo coisas das pessoas que eu gostava.     

— Vai continuar enfiando isso na minha garganta pelo resto da vida?     

— Se for preciso, eu vou sim — afirmei, dando de ombros. — É claro que eu não vou ganhar nada em troca, mas dane-se. Porra!, você não vê o que está acontecendo?     

— Eu sei o que eu estou fazendo e não vejo nada de mais, Louis! — ela se defendeu, também alterada. — Não há problema nenhum em sair e se divertir.     

— É, só que você está agindo como se nos desafiasse; como se estivesse querendo chamar atenção. Está sendo egoísta e irresponsável.     

— Não estou fazendo mal a ninguém!     

— Está sim, só que indiretamente — respirei fundo, tentando me acalmar. — Certo..., então 'tá tudo bem. Se essa nova Taylor pós-depressão exige diversão em festas, rebeldia ou qualquer coisa parecida, podemos dar um jeito nisso, você não precisa agir às escondidas, entendeu? 

Então ela me olhou e pareceu indecisa. Não demorou muito para que começasse a negar com a cabeça, quase que discretamente.     

— Se eu contar o que faço ou o que vou fazer, você não vai entender — explicou ela, num tom exausto. — Vai tentar me impedir e não vai querer me escutar.     

— Se for algo que eu julgo errado — concordei, sem a menor sensibilidade —, então é isso mesmo o que eu vou fazer.     

— Viu só?

Rapidamente procurei pensar em uma outra maneira de lidar com a situação. Assim, quando algo me veio à cabeça, me aproximei o bastante para segurar o seu rosto.      

— Se tem algo a me dizer, Taylor, diz logo. É o melhor que pode fazer se está tentando resolver as coisas entre nós dois. Não precisa ter medo de que eu possa deixá-la, 'tá bem? Porque isso não vai acontecer. É claro que eu estou irritado e tudo o mais, mas é porque você... é porque você está forçando a barra demais. Se coloque no meu lugar também.     

— Não, eu... — ela se interrompeu, mas depois continuou: — Eu não tenho nada a dizer, apenas que sinto muito.

Não pude controlar os pensamentos e acabei lembrando de nós dois juntos antes da morte do George. Me senti meio vazio. Lembrei também que não nos beijávamos há mais de dois dias. Eu não queria que nos afastássemos por causa dos problemas, mas era exatamente o que estava acontecendo.     

— Olha só pra você — eu disse, analisando o seu rosto —, parece que a gravidade vai lhe puxar a qualquer momento. Não está dormindo direito, ou comendo?     

— É claro que eu estou — ela disse, e então me abraçou, muito delicadamente —, e juro que me sinto ótima, você não pode imaginar. 

É claro que eu não quis receber apenas aquilo. Não éramos mais somente amigos, eu merecia mais. Bem mais. Eu tinha plena consciência do que eu sentia e sentia que eu seria capaz de fazer qualquer coisa por Taylor Hampton. Assim, sem demora alguma, segurei o seu rosto e a beijei. 

Percebi que sentia uma falta terrível daquilo, por isso não o fiz lentamente. Ficamos ali por um tempo tão grande, que os seus lábios ficaram meio vermelhos. Minhas mãos saíram de seu rosto e deslizaram sob a sua blusa. Ela suspirou com aquilo e me agarrou mais.      

— Ainda está chateado, não é?      

— Estou — confessei, entristecido. — E, se continuar me escondendo as coisas ou mentindo pra mim, vai ser mais difícil ainda ter que perdoar você. — Era apenas uma questão de bom senso. — Estou falando sério.     

— Entendi.     

— Se não estivesse de castigo — comentei, mais com o objetivo de torturá-la —, talvez pudéssemos ir a algum lugar que não fosse a sua sala de estar.     

— Mas nós podemos ir...     

— Não podemos — neguei, provocando. — Na verdade, você não pode. — Taylor então encolheu os ombros e pareceu pensar em algo. — Faça tudo o que ela mandar — aconselhei, me referindo à Sra. Hampton —, e talvez ela tire você do castigo. 

[...]

O beijo não significava que as coisas que Taylor tinha feito estavam esquecidas e muito menos que eu a apoiaria no que ela fez ou no que poderia fazer. Significava que, além da vontade que eu tive de beijá-la, eu ainda estaria lá para ela, mesmo chateado. Portanto, continuei naquele estado irritado-calmo. 

Só que algo acendeu dentro de mim – falando como Jane Collin geralmente falava – e eu simplesmente não consegui mais ignorar Taylor pelo resto do dia. Logo, antes que eu me descontrolasse com o meu amigo dentro das calças, fui para casa antes mesmo de anoitecer, quase que sem pensar.

Taylor não teve coragem o suficiente para falar com a sua mãe naquele dia, então só desceu para almoçar. O clima tenso na atmosfera era possível sentir antes mesmo de entrar na casa, algo muito desconfortável. 

Jane foi embora com Jack antes que a Sra. Hampton chegasse e eu me vi curioso novamente sobre o que ela andava escondendo. Meu dia em casa foi parado e longo. Daniel me convidou para sair novamente, mas eu recusei. Festa era o que eu menos precisava naqueles dias.

Peter estava em casa naquele domingo. Geralmente se distraía no porão com a minha bateria, mas infelizmente não consegui ficar relaxado a ponto de me entreter com os seus assuntos – algo raro, porque Peter era um dos garotos mais inteligentes que eu conhecia. 

Então, por volta das nove – com o dia ridiculamente mais longo –, não aguentei mais ouvir mamãe tagarelando e continuei com a cabeça atolada de pensamentos. Acabei pedindo para Maggie um comprimido pra dormir. Fiquei contente pela rapidez do efeito e, quando abri os olhos novamente, Maggie sacudia a minha bunda sob o lençol.     

— Mas o que diabos você quer? — eu perguntei, pondo um travesseiro sobre a cabeça. — Acabei de cair na cama, o que pode ser de tão importante agora?     

— Acho que dei o remédio errado..., que sono é esse? — lhe ouvi murmurar, preocupada. Não demorou muito para que o travesseiro fosse tirado de cima da minha cabeça. Logo me senti ser sacudido de novo. — Você acha que já são que horas?     

— Como assim? — balbuciei, confuso com as suas palavras. — Para com isso, depois eu ajudo você com as compras.     

— Hoje não é mais domingo, querido — informou ela, quase que divertida. Logo me alarmei, então abri os olhos e fitei Maggie. Tive um leve susto com a máscara preta que havia em seu rosto, mas rapidamente lembrei que era a coisa mais normal do mundo.      

— Ah, não? — perguntei, sentando e coçando os olhos. Maggie então foi abrir a janela do quarto e quase fiquei cego devido a claridade.     

— Você está exatamente — ela pegou no meu relógio de pulso sobre a mesa de cabeceira e o analisou — trinta minutos atrasado pra aula. É melhor correr... 

Então saiu dali, marchando sem preocupação nenhuma. Me assustei com aquilo e logo corri pro banheiro, lembrando da Jane, que poderia estar me esperando naquele momento.

[...]

Mas ela não estava, não. Assim que parei com o carro na frente de sua casa, buzinando impacientemente, a Sra. Rose saiu e avisou que ela já tinha ido com o transporte escolar. 

Não demorei pra dar a partida e chegar rapidamente no estacionamento da London Greenwich. É claro que levei uma bronca por me atrasar e precisei pensar em uma desculpa qualquer para a Sra. Palmer (algo como a minha mãe tendo um colapso nervoso às sete da manhã). 

Acabei esperando que a primeira aula terminasse, porque faltavam apenas cinco minutos. Após entrar, o primeiro olhar que Jane lançou pra mim foi o de surpresa. Só que depois este foi substituído pela preocupação.     

— Não deu nada de errado, né? — perguntou ela, aos cochichos. O seu lugar agora era bem ao meu lado, exatamente onde Taylor sempre se sentava. — Está tudo certo?     

— Só dormi demais, 'tá tudo bem.

[...]

A hora do intervalo demorou tanto que eu simplesmente me vi tentado a sair correndo daquele lugar. Jane estava sorridente e buscava me distrair. O problema era que eu não conseguia ligar uma palavra na outra, por isso se tornava difícil entender o que ela queria falar. 

Antes de irmos até a fila pro lanche, demos de cara com Adrian Carrington, que simplesmente brotou na nossa frente com um sorriso tão grande que parecia ser o cara mais feliz do mundo.     

— Olá, Jan — disse ele, tocando no ombro dela. — Tudo bem? — Ignorei aquilo e passei direto, caminhando pra fila a uma pequena distância de mim. Cumprimentei algumas pessoas e depois fui sentar afastado de todo o mundo que eu conhecia – de todos mesmo. 

Dei uma olhada para onde Jane e o imbecil do Adrian tinham ficado e Jan acabava de sair, sorrindo falsamente pra ele enquanto falava alguma coisa.  Então ela seguiu para a fila do lanche e, passado pouco tempo, já estava com a sua bandeja em mãos – a porção de comida bem mais grande que a minha.     

— O dia está bonito hoje, né? — disse ela, quebrando o silêncio. Dei de ombros mais uma vez e continuei calado. — Adrian me convidou pra sair de novo, ele e os amigos vão ao cinema.     

— Ah. — Assenti com a cabeça e tentei agir como uma pessoa normal. — Se espera que eu aceite isso, está perdendo o seu tempo. Mas é claro que eu não vou impedi-la de nada.     

— Cala a boca, eu não aceitei.     

— Posso saber o porquê?     

— Acho que Adrian está começando a se poluir com a companhia daqueles garotos e das piranhas da escola — respondeu ela, sem se importar em ser discreta. — Ele está ficando arrogante demais pro meu gosto.     

— Pra mim, continua a mesma merda.     

— Ficou tudo bem entre você e a Taylor?     

— Não acho que a expressão “ficar tudo bem” — fiz aspas, amargurado — seja a correta. Nós estamos andando como está, entende?, e seguindo a onda.     

— Acho que vamos conseguir resolver isso.     

— Está tendo mais uma de suas premonições?       

— Premonição é diferente de pressentimento, Louis — Jane disse, ofendida. — E não, eu não estou com pressentimento nenhum, apenas me sinto esperançosa.   

— Peça para Deus dar uma mãozinha.     

— Puxa vida, hoje você 'tá impossível!      

— Desculpa... — eu disse, sincero. — É só que não estou me sentindo muito bem. O dia não me parece…, não sei explicar.    

— Viu só? Você está com um pressentimento. — Revirei os olhos com aquilo, mas resolvi não dizer nada. — E, pela sua cara, não me parece nada bom.   

— E estou tão mal assim?

Acabamos rindo daquilo, mas depois Jane ficou me analisando, como se estivesse alarmada para qualquer coisa que fosse acontecer. 

No final de todas as aulas, eu e ela fomos para os armários. Fiquei aflito com a multidão andando sem o menor cuidado ao seu redor. Ela estava grávida e, para mim, todo cuidado era pouco. Mas nada aconteceu e eu logo estava no estacionamento da escola, sozinho. 

Antes que Jane voltasse do banheiro, me aproximei do meu carro e do nada senti um braço envolta do meu pescoço. Não consegui ver quem era porque ele me agarrou pelas costas. No entanto, eu tive certeza de que só poderia ser aquela pessoa. 

Um desgraçado chamado Adrian Carrington.     

— Eu estava querendo resolver as coisas com você, Tomlinson. Lembra daquilo que eu disse? — praguejou ele e, para mim, parecia mais um maníaco.   

— Claro, e você é tão corajoso que pega um inimigo sem que ele perceba — ironizei, sem me sentir intimidado. Deixei a mochila cair no chão e logo tentei me soltar. — Estou surpreso e muito admirado.     

— Louis Tomlinson, o cara que acha que consegue tudo — zombou Adrian, apertando o braço envolta do meu pescoço. Continuei tentando me soltar, mas de algum jeito ele conseguiu me manter parado ali, sem que eu pudesse me defender. — Um dos melhores alunos da London Greenwich, confiante demais pro meu gosto, uma namorada muito gos...     

— Cuidado com o que fala… — avisei, entredentes. E então Adrian começou a andar pra trás, me puxando junto com ele. — Se quer resolver as coisas no braço, então deveria me soltar, não acha? — reclamei, me perguntando mentalmente para onde ele estava me levando.

Me senti sufocado, mas Adrian logo me empurrou para frente, quase me jogando pro piso da London Greenwich.     

— Está com medo de que alguém veja você apanhar? — perguntei, dando uma rápida olhada para a parte mais funda do estacionamento, que era para onde ele tinha me levado. Não havia um único ser humano ali perto e só se podia ouvir o barulho dos carros e as informações sendo trocadas aos gritos.     

— Acha que eu vou deixar você passar por cima de mim? — começou ele, se aproximando. — Que pode me humilhar, me atacar e continuar com ela como se eu fosse apenas o lixo que sobrou?     

— É, eu acho que sim — respondi, sem me intimidar. — Só que você ainda não entendeu isso, não é mesmo?     

— Taylor vai cansar de você, Louis, desse seu jeito idiota de tentar deixar tudo perfeito, e depois ela vai vir correndo pra mim, para alguém que ela pode tolerar, que pode acabar com toda essa coisa que você chama de relacionamento. E..., não é por nada, cara, mas isso não vai demorar, você logo vai ver — jogou Adrian, parando de andar e com um sorriso cínico. — Na verdade, já está acontecendo — ele fingiu surpresa e em seguida riu. — Isso não vai durar. Agora, por que você não evita uma rejeição e acaba logo com tudo?     

— Taylor está comigo agora. — Me aproximei ainda mais, sem me deixar ser levado pelas palavras dele. — E eu não tenho culpa se ela prefere você como um amigo.    

— É só uma questão de tempo.     

— Mas qual é o seu problema?! — E eu procurei não partir pra cima dele, enquanto sentia o maxilar rígido. — Toda essa sua confiança não vai servir de nada. Só desiste.    

— Eu não vou desistir e vou repetir isso quantas vezes você quiser. — Adrian tirou aquele sorriso do rosto e ficou tão vermelho de raiva que parecia que iria explodir. — Não entende que eu vou conseguir o que eu quero?     

— Ser otimista não adianta.     

— Assim que ela estiver na minha cama, vou... 

Não o deixei terminar, é claro. Eu aguentei por tempo mais do que o suficiente. Logo, parti para lhe bater e foi como se eu tivesse assoprado um apito pro começo de um round. Adrian não deixou que eu continuasse investindo nos socos e agarrou o meu casaco. Rapidamente estávamos tentando nos matar. 

De algum jeito, ele conseguiu me jogar no chão e não demorou a me acertar na barriga. O ar me faltou e recebi uma sequência de socos. Busquei não deixar que ele se saísse bem naquilo e absorvi toda a minha raiva e repulsa, então dei uma joelhada onde quer que fosse e fiquei por cima dele, terminando de deformar o rosto que eu tanto detestava.

Ouvi um grito, mas ignorei aquilo. Não era um bom sinal e rapidamente senti alguém me puxando para longe do cara à minha frente. Pessoas falavam depressa ao mesmo tempo, mas, depois de eu me recompor e ver que eu estava seguro se tirasse os olhos do imbecil do Adrian, percebi que era apenas o Sr. Gun, atropelando as próprias palavras.    

— Será possível que vocês nunca vão se entender?! — berrou ele, entre nós dois. E estávamos os dois caídos no chão, cuspindo sangue e com o rosto machucado. — QUE DIABOS...     

— Eu só queria avisar a ele, pra que não ficasse com cara de idiota depois de tudo — explicou Adrian, ofegante e meio rouco. — Só estou tentando ser ético.   

— A sua preocupação comigo é comovente — eu resmunguei, ainda tonto por causa dos socos. — Obrigado.     

— Não sabe o quanto eu vou rir de você, Louis Tomlinson. — E ele falava aquilo com tanta confiança, que era como se realmente fosse acontecer.     

— Vai se foder. — Assim, me levantei e tentei me aproximar dele mais uma vez, mas o Sr. Gun gritou e me impediu.    

— Os dois têm sorte da diretora não estar aqui agora — informou ele, muito nervoso. — Poderiam levar uma uma expulsão, sabia?     

— Pode ter certeza que não vai mais acontecer.   

— Fale por você — retrucou Adrian, voltando com aquele ar de provocação e também se levantando.     

— Vamos, Carrington, é melhor você ir embora, já passou da hora dos alunos do turno de vocês estarem aqui. — O Sr. Gun se aproximou dele e começou a empurrá-lo aos poucos. — O senhor também — ele disse, mandando um olhar pra mim. Percebi Jane ali ao meu lado, tremendo de preocupação.     

— Vocês vão acabar se matando... — falou ela, aflita. Em seguida, pegou um lenço de papel na mochila e me entregou. Adrian e o Sr. Gun já não se encontravam mais ali, então eu caminhei de volta pro meu carro, peguei a minha mochila que Jane segurava e passei a ouvi-la tagarelando.     

— Não fui eu quem começou — me defendi, cuspindo mais uma vez. — Ele apareceu do nada e me atacou. Eu só estava me defendendo.     

— O que ele queria? — perguntou ela, depois de entrarmos no carro.     

— O que você acha? — Dei a partida e ignorei a dor forte no meu rosto. Sequer olhei o meu estado no retrovisor. — Ele simplesmente pegou a ideia de querer roubar a Taylor de mim. E eu sei que ele está fazendo isso só por pura adrenalina, por se sentir desafiado de algum jeito. Ele sequer sente algo por ela, essa merda toda é só um jogo.     

— Acho que isso não vai acabar bem...     

— Eu não sei o que ele está planejando, mas não vai dar certo, Jane — eu disse, tentando confortar mais a mim mesmo do que a ela. — Taylor está comigo agora e não com ele. Se ela o quisesse ou sentisse algo a mais por ele, eu já teria percebido, e você também, não é?

Talvez, bem lá no fundo mesmo, eu estivesse com medo. Talvez Adrian tivesse conseguido plantar o receio dentro da minha cabeça. Talvez ele não estivesse louco e estivesse certo sobre tudo. 

Eu não conseguia fantasiar Taylor me deixando, não depois de tudo o que tínhamos passado; não depois dos sentimentos terem se intensificado. Adrian disse que ela se cansaria de mim, que Taylor me deixaria por ele. E por que eu estava tão amedrontado? Por que diabos aquelas ameaças me perturbaram? Taylor me amava, não amava?

Durante um bom tempo com pensamentos cheios de perguntas, subitamente o meu corpo foi pra frente e a minha visão foi enchida por um branco. O grito da Jane encheu a atmosfera do carro e o meu pé saiu do acelerador assim que percebi que eu havia batido com a droga do carro.      

Saí bruscamente e fui ver o estrago, sem evitar os xingamentos. Um homem gritou comigo e logo vi o problema que eu tinha criado ali. A parte da frente da BMW estava destruída e a traseira do carro do cara que estava à minha frente tinha ficado bem pior. Além do mais, pra piorar, havia o congestionamento.     

— Olha só o que você fez com o meu carro! — berrou o homem de terno, frustrado demais e quase avançando em mim. 

E foi difícil resolver as coisas. Até a polícia apareceu ali para ajudar com a resolução da situação. Assim, a confusão inteira durou quase vinte minutos. Dei o meu contato pro homem – que era advogado e se chamava Carl –, contei para a polícia o que tinha acontecido com o meu rosto, me desculpei com eles, com Jane e contactei a seguradora, que apareceu minutos depois com um guincho. 

Em seguida, saí dali ignorando os olhares tortos sobre mim devido ao rosto machucado e Jan e eu seguimos até o ponto de ônibus mais próximo, que era o mais prático para nós dois.     

— Está calada demais — observei, depois de entrarmos no veículo e sentarmos um ao lado do outro. — Ficou tudo bem com você?     

— Na verdade, eu ainda estou em choque..     

— Não seria melhor se fôssemos ao hospital?     

— O seu rosto está doendo muito?     

— Não é por mim, Jan — respondi, muito óbvio —, é por você. Quero saber se está tudo bem mesmo, pode ter acontecido alguma coisa…, não sei.     

— Ah — ela deu de ombros —, está tudo bem, sério.     

— Desculpe..., de novo — eu disse, me irritando ainda mais por colocar a vida dela e a de um bebê – que nem tinha nascido ainda – em um risco como aquele. — Eu não deveria ter dirigido com a cabeça quente.     

— Tudo bem — Jane me confortou —, ainda estamos vivos..., nós três. — Ela acariciou o seu ventre e novamente eu me vi surpreso com o seu controle mental. Ele era enorme.

[...]

Deixei Jane em casa e segui para a minha. Tudo o que eu queria era cuidar daqueles ferimentos no meu rosto e tomar um comprimido pra dormir, a fim de esquecer o que tinha acontecido na London Greenwich. 

Eu não aguentava o fato de estar me sentindo ameaçado por Adrian Carrington. As palavras dele ainda não tinham deixado a minha cabeça e eu me senti paranóico com as várias dúvidas que surgiram: se Taylor se importava mesmo comigo ou se ela acabaria com tudo o que tínhamos por causa dele.

Senti vontade de abraçá-la e não soltá-la nunca mais. Eu ainda tinha as palavras dela na minha cabeça, dizendo que me amava e pedindo para que eu não a deixasse. Ela não iria reclamar se eu fizesse aquilo, ou iria? 

Ela me deixaria?      

— Meu Deus, o que aconteceu?! — Eu sequer tinha reparado que já estava dentro de casa, olhando para um ponto fixo no chão, muito pensativo e nervoso. — Querido, você está sujo de sangue... — Maggie se aproximou correndo até mim e tocou no meu rosto, sem ser delicada o suficiente.     

— AI, MAGGIE! — exclamei, me afastando das mãos dela e indo direto pra escada, a fim de seguir pro meu quarto. — Está tudo bem, não precisa se preocupar com nada. 

Não precisa se preocupar com nada, está tudo sob controle; que diabos de mania era aquela que eu tinha de dizer que tudo estava indo perfeitamente bem, se na verdade eu estava péssimo?  Por que caralhos eu mentia tanto?     

— Não me preocupar com nada? — ela berrou de volta, enquanto me seguia. — Você deve estar de brincadeira, Louis Tomlinson!     

— Foi um pequeno problema na escola, nada de mais — menti de novo, após um suspiro. E era tudo, menos um pequeno problema.   

— Brigou com aquele garoto de novo?

Eu não sabia que Maggie sabia daquilo, mas deduzi que Peter tivesse contado algo sobre as conversas que tínhamos – uma delas sobre o quanto eu odiava a presença de Adrian Carrington, quando falamos sobre Taylor.     

— Foi ele quem começou — esclareci, e ela balançou a cabeça, decepcionada. — Ele me atacou de repente no estacionamento, me provocou e falou um monte de bobagens.           

— É uma pena que mulher seja sempre um motivo para brigas — murmurou Maggie para si mesma, entristecida. — Por que não conversa com a Jay sobre sair da escola?     

— Eu não vou sair da London Greenwich por causa dele. Não mesmo. — E aquilo estava fora de questão, principalmente porque o infeliz do Adrian acharia que eu estava com medo dele.    

— Está suado… — observou Maggie, quando eu comecei a tirar o uniforme sem me importar com o fato de ela estar me olhando. — Veio caminhando? — perguntou e eu lhe dei as costas, indo pro banheiro.     

— Você sabe..., alguns incidentes acabam acontecendo sem que a gente queira. — Olhei pro meu reflexo no espelho e abri a boca, vendo se eu não tinha algum dente quebrado. — Que bom que está tudo no lugar — murmurei, não menos aliviado, porque o meu lábio inferior estava cortado e meio inchado, e a parte embaixo do meu olho começava a ganhar uma outra cor. Xinguei Adrian de todos os nomes que eu conhecia e então pedi a ajuda da Maggie para os machucados.



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