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História Friends - Louis Tomlinson - 067. Desmerecimento


Escrita por: sunzjm

Capítulo 67 - 067. Desmerecimento


Fanfic / Fanfiction Friends - Louis Tomlinson - 067. Desmerecimento

— Você enlouqueceu? — eu perguntei, devidamente exaltada. Nem mesmo o efeito da heroína, do Valium ou de qualquer outra coisa me permitiria aceitar aquilo como se não fosse nada de mais. Era tudo muito sério. O que Marly falava mexia comigo e mudava muito as coisas ao meu redor. — Como pode vir aqui e me dizer isso?     

— Que merda! — revidou ela, também irritada —, mas qual é o sentimento que você tem por ele, afinal?   

— Eu... — Senti vontade de chorar no mesmo instante. — Eu o amo, ele sempre foi importante pra mim!... — Eu mal conseguia respirar direito. — Eu não vou terminar meu relacionamento com ele só porque você está pedindo, Marly — enfatizei, muito decidida.      

— Ah, você o ama? — ela perguntou, sarcástica.   

— Mas é claro que sim! — exclamei, perplexa com o seu tom. Como ela poderia duvidar de mim?! — Que inferno, Marly...     

— Se o amasse, Taylor, você iria escolher o melhor pra ele — ela falou, com as mãos na cintura. — E não é o que eu vejo. Não sou a única, aliás.     

— Eu quero o melhor pra ele, faço o possível...    

— Você está fazendo tudo, minha querida, menos o melhor, que é o que ele merece — Marly me interrompeu, fazendo questão de falar bem devagar, como se provocasse uma dor de propósito.     

— Eu tenho consciência das coisas que fiz... — e àquele momento eu já estava chorando, procurando olhar pra qualquer lugar, menos para aquela garota —, que eu forcei muito a barra e tudo o mais, mas eu estou me esforçando pra melhorar..., juro que estou.     

— Para com isso. Se não fosse aquela Jane, eu duvido que você tivesse se dado o trabalho de sair daqui e ido até a casa dele — jogou ela, furiosa. — Assuma a sua falta de interesse! Eu sei o que está acontecendo com você, Taylor Hampton, sei o que sente quando se droga. E sei também que você não iria até o Louis caso não sentisse alguma ameaça.     

— Isso não importa — murmurei, me encostando na janela.     

— Importa sim, Taylor. — Marly suspirou, como se buscasse o autocontrole. — Você sabe que não vai segurar toda a situação, que não vai dar a atenção que ele precisa, que vai mentir mais e mais e que, principalmente, vai continuar escondendo as drogas por medo de perdê-lo. Por que não diminui o tempo para que sofra menos? T

Tentei me recompor por causa do choro, mas fraquejei e Marly continuou:      

— Talvez você esteja conseguindo omitir sobre a heroína agora — logo senti sua aproximação pelas minhas costas…, e bem perto, com aquele perfume doce e a voz bem lenta —, mas vai chegar um momento em que não irá mais aguentar mentir pra ele, então contará tudo e ele vai acabar deixando você. — Olhei pra ela, assustada. — Você deve saber que ele é certinho demais para algo como isto. Poupe ele dos problemas que você não pode evitar; poupe a pessoa que você ama do estresse que ela não precisa, de toda essa insegurança, da irritação constante e desnecessária. Se você o ama, então faça o melhor pra ele.

Era uma pena que ela estivesse certa sobre tudo. Louis era um ser maravilhoso e ele não poderia perder o seu tempo com alguém que mal conseguia controlar a própria cabeça. Ele merecia alguém muito melhor do que o que eu era, mesmo que eu fosse capaz de lhe dar a minha vida.     

— Você tem razão — eu disse, por fim.

Estava sendo difícil olhar pra ela estando com os olhos encharcados. Minha cabeça já começava a doer, os poros das minhas mãos começavam a dilatar e o meu coração passava a acalmar o seu ritmo – talvez aceitando tudo mais rápido do que a minha própria cabeça.     

— Ah, Taylor — Marly limpou o meu rosto, para depois me dar um beijo na bochecha —, é o melhor que se tem a fazer. Você está tomando a atitude certa, querida. Eu no seu lugar faria o mesmo, acredite.     

— Eu... — a minha voz falhou, mas busquei respirar e tentar mais uma vez. — Eu não sei se vou conseguir dizer isso a ele — confessei, depois de quase um minuto.

E isto porque eu estaria pondo um fim em toda a nossa história juntos, aquela história que começava desde a amizade no primário; desde o primeiro olhar que tínhamos dado um ao outro. E eu estaria barrando qualquer relação.

Qualquer abraço.

Qualquer sorriso.

Qualquer beijo.

Amizade nenhuma poderia existir, porque eu sabia que não seria capaz de estar em um mesmo local sem que pudesse beijá-lo, mesmo que tivéssemos passado seis anos sendo apenas melhores amigos. 

Pois tudo mudava depois de um beijo.

E se completava.

Contudo, eu deixaria a mudança e quebraria tudo o que esteve ligado. Seria difícil terminar algo tão forte e duradouro como o que fomos. Mas, com o pensamento de que era o melhor pra ele, eu sabia que poderia me esforçar, que poderia deixá-lo livre para que alguém melhor que eu desse tudo o que ele merecia.     

— Você vai conseguir, sim — disse Marly, me dando um sorriso confiante. — Eu sei que vai. — Logo saí de perto dela e me sentei no puff que havia ali. Eu me sentia fraca, como se não comesse há dias. — Sei também que não deve estar a fim de continuar conversando, mas eu tenho um outro assunto pra tratar com você.     

— Ah, é? — falei, com muito desinteresse e desejando poder me comunicar com ela sem precisar abrir a boca. — O que foi agora?     

— Não pretendo mais continuar trazendo as drogas pra você — respondeu ela, naturalmente, e novamente fiquei alarmada.      

— Como é? — perguntei, pondo os olhos nela.      

— Você acha que eu conseguia as drogas como, Taylor? — perguntou Marly, gesticulando. — Achava mesmo que era de graça?     

— Eu pensei que você e aquele cara fossem amigos.     

— Nós somos amigos, mas isso não significa nada — falou ela, muito óbvia. — Amizade não tem nada a ver com os negócios dele. Vender drogas é o trabalho dele e ele precisa da grana. Você é tão ingênua… 

Marly bufou, sem acreditar.      

— Você quer dinheiro, é isso? — eu perguntei, sentindo um desespero ao me imaginar tendo uma crise de privação, principalmente com a ideia fixa de que Louis iria se magoar por minha causa. — Eu-u posso arranjar pra você. Mamãe parou de me dar a mesada, ma-mas eu guardei a que eu tinha.     

— Você me deve, sim — falou Marly, séria —, mas vou poupá-la disso. É isso o que fazem os amigos, não é mesmo?     

— Eu... — Eu ainda não estava totalmente aliviada. — Mas eu ainda não entendi por que você não vai mais me trazer as doses.     

— Porque eu não posso continuar me arriscando — explicou Marly, tirando de dentro da sua bolsinha um cigarro e um isqueiro. — Ninguém pode saber que fui eu quem deu as drogas pra você e eu sei que você sabe disso perfeitamente. Vou me encrencar se souberem, porque é uma coisa ilegal. E também porque têm outras pessoas envolvidas nisso.     

— Não vou dizer nada a ninguém — eu jurei, ainda em desespero. — Eu sei que as pessoas não entendem o que fazemos.     

— É isso aí. — Ela sorriu pra mim, satisfeita. — Mas eu sinto muito..., não vou poder continuar nessa com você. 

Marly se agachou na minha frente e segurou uma das minhas mãos. Logo comecei a imaginar como faria para conseguir as drogas. Eu tinha quatro picadas dentro da minha gaveta de roupas íntimas e não conseguiria economizar até o final de semana.     

— E agora?     

— É tudo muito simples, querida — confortou Marly, gentilmente. — Você não lembra onde eu a levei naquele dia?     

— Até o seu amigo Jill?     

— O nome dele é Phill, Taylor, e é melhor não esquecer. Lembra do ponto onde ele fica, no bairro vizinho?

Logo vasculhei as minhas memórias.     

— Os pontos de referência...     

— Isso é o suficiente para que encontre o prédio onde o Phill fica — disse Marly, desinteressada. — E é melhor que não peça informações para ninguém quando for, entendeu? Caso encontre a polícia pelo meio da r...  

— A polícia?      

— Às vezes eles fazem uma ronda por ali — explicou ela, dando de ombros. — Você deixa muito a desejar, portanto tente não parecer muito morta, por favor. Aja como se soubesse para onde está indo.     

— E se eles me pegarem? 

— Não fique nervosa. Caso eles peçam alguma informação sobre algum lugar, diga que não sabe onde fica. Eles têm suspeitas sobre pessoas que compram drogas com o Phill e tentam confirmar com alguém que eles abordam sobre os lugares onde suspeitam serem os pontos de vendas. 

Não entendi muito sobre aquilo, na verdade, porque uma certa porcentagem do esforço do meu cérebro se destinava a outro assunto. Contudo, peguei o seu conselho e o guardei. Eu não poderia dar informações para a polícia, de maneira alguma.     

— Certo.     

— Não coloque capuz e tente se vestir melhor quando for até lá — pediu ela, olhando com desapontamento para as roupas que eu estava usando.

Era uma chatice aquele conjunto de coisas que eu não deveria fazer, e tudo aquilo era apenas para chegar até um destino. As pessoas deveriam ser livres para fazer o que achavam que era o melhor para si mesmas e não deveriam ser barradas de nada. Eu não faria mal a ninguém, só iria em busca de algo que me fazia bem, de algo que me deixava viver sem deixar que as preocupações me atormentassem.

Depois de todas aquelas dicas, Marly percebeu que já era tarde demais e que deveria ir embora, portanto não se demorou ao passar pela porta, levando consigo o seu brilho habitual. 

Eu ainda estava em choque devido as coisas que deveria fazer, devido às acusações que ela tinha feito, e eu não me sentia preparada para terminar o que Louis e eu tínhamos. 

Na verdade, eu estava em conflito comigo mesma. O meu coração dizia uma coisa e a minha cabeça ordenava outra. Fiquei dividida entre os dois e as palavras da Marly ficaram flutuando na minha cabeça. Logo, não aguentei e acabei chorando de frustração, batendo nas minhas próprias pernas.

Onde foi que eu comecei a perder o controle das coisas? Em um momento não tão distante Louis e eu estávamos tão bem que eu pensara ser a garota mais feliz e sortuda do mundo. E então, como uma bomba, tudo se ia pros ares.

Tudo se desandava.

Tudo se descolava.

Rapidamente fui até o banheiro a fim de melhorar o meu rosto, mas não consegui evitar em chorar ainda mais assim que vi o meu estado deplorável. Os olhos caídos, vermelhos e inchados; a boca seca e trêmula; o cabelo desgrenhado e o nariz dolorido. Tudo muito ridículo.

Louis com certeza merecia o melhor. O que diabos ele iria fazer comigo? Eu estava um cúmulo. Em um mar de gente, eu poderia ser confundida com uma outra espécie.

Só que eu precisava me controlar...

Lavei o rosto, me sequei e depois dei alguns tapas em mim mesma, para acordar e agir com maturidade. Comecei a me arrepender de ter levado o caderno de contos do papai pro seu túmulo, porque eles serviriam de uma grande ajuda. Eles não estavam comigo naquela hora e a minha cabeça se encontrava embaralhada demais para lembrar das palavras certas.

Fiquei desamparada.

Algo, contudo, surgiu na minha cabeça subitamente e eu não pensei duas vezes antes de jogar as minhas roupas no chão. Tirei todas dos cabides e de algumas gavetas. Respirei fundo e me pus a trabalhar. 

Separei as cores, que eram bem recebidas pelos meus olhos – devido à heroína –, e as dobrei. Minhas mãos estavam tremendo, mas fiquei orgulhosa por não estar chorando. Toda aquela movimentação constante e padronizada levou mais ou menos dez minutos, afinal de contas, o meu guarda-roupas não era tão cheio. E logo vi a minha cama cheia de roupas dobradas e bem organizadas.

Havia mais cores escuras do que coloridas, portanto uma grande montanha preta e cinza se encontrava do lado de uma mais pequena com variados tons de azul; ao lado da cor azul estava a vermelha, recheada de alguns vestidos soltos. Após olhar o meu trabalho por alguns segundos, acabei me desesperando novamente.

E agora, o que eu faria?

Assim que pensei em bagunçar tudo de novo e colocar as minhas roupas de volta no armário, a porta do meu quarto se abriu e Louis se materializou ali. Então, todo aquele esforço pra me manter controlada, agindo como uma adulta e sem chorar, se foi na velocidade da luz.   

Antes de mais nada, me virei para que ele não me visse. Fitei os adesivos pregados na minha gaveta de roupas íntimas e fiquei meio paralisada. Eu precisava aceitar que não poderia mais continuar com ele, que a felicidade dele só estaria a caminho quando eu saísse da sua vida; que as suas preocupações só se dissolveriam após a minha ausência.

E aquilo sequer fazia sentido porque a vida toda fomos unidos, cada um preocupado com o bem-estar do outro. O problema era que antes estava tudo bem, tudo em seu devido lugar, mas, naquele instante, as coisas tinham saído de seu eixo habitual. Com aquilo, eu precisava buscar uma maneira de voltar a deixar tudo como era antes, principalmente pro Louis.E

Eu queria que ele ficasse bem.

Me cansei das omissões. Marly tinha mesmo razão, eu gostando ou não. Uma hora ou outra a verdade iria surgir. Eu acabaria contando tudo ao Louis, e então ele me deixaria.     

— Oi, meu amor — lhe ouvi dizer e senti a sua rápida aproximação. Logo me desesperei, porque ele iria querer um beijo. O que eu faria? — Quase não engulo mais as revisões de física, deixei tudo pra amanhã. E então, tudo bem com você? — perguntou Louis, próximo o suficiente para me abraçar por trás, delicadamente.

O cabelo estava cobrindo o meu rosto, portanto ele não se demorou ao afastá-lo, depois de me puxar um pouco pro lado e me beijar na bochecha. Então aquele seu perfume encheu as minhas narinas. Um perfume que geralmente eu sentia todo santo dia, mas que era tão bom que eu não me cansava. 

Logo fechei os olhos e fiz de tudo para apreciar ao máximo, no pouco tempo que eu tinha. Contudo, tive que me afastar, porque Louis iria me fazer virar para ele e me beijar nos lábios.

Assim, finalmente, deixei de ser covarde e o fitei.

Aqueles olhos azuis...

Era uma vontade tão grande de nadar dentro deles, mesmo sendo possível apenas com o meu reflexo. E um reflexo nada bom… Sua testa logo franziu, devido a minha atitude e à minha expressão, e algo lhe preocupou – ou talvez o amedrontou.     

— Há algo de errado? — perguntou ele, bem devagar, sendo cauteloso, como se percebesse algum sinal de perigo. 

Me perguntei mentalmente se seria errado caso eu enrolasse mais um pouco, com a intenção de aumentar o tempo que eu tinha com ele. Afinal, eu não estaria terminando apenas um relacionamento entre adolescentes. Era mais do que aquilo. Sentimentos de verdade existiam ali e, pra mim, não era somente uma paixão boba.

Ele se irritaria quando soubesse o que eu queria, é claro, porque aquela era a sua maneira de reagir em situações do tipo. A sua irritação geralmente prevalecia como primeira sensação a tudo o que lhe acontecia. Depois outros sentimentos vinham em uma mistura intensa e desordenada. 

Era difícil ter uma discussão com ele sem gritar, se alterar ou chorar. Mas, mesmo assim, era um lado meio esquivado, e as pessoas que o conheciam continuavam se apaixonando pelo seu jeito.     

— Nós... — A minha voz falhou mais uma vez naquele dia e eu precisei tirar os olhos dele para respirar e falar. — Nós... temos que conversar.     

— É, estou vendo que sim — disse ele, e senti o peso dos seus olhos. Tive vontade de abraçá-lo e dizer que tudo ficaria bem, que eu melhoraria pra ele e que não o deixaria de maneira alguma. 

Mas as palavras da Marly me atormentavam e me pressionavam a falar logo de uma vez, afirmando que Louis ficaria bem apenas se eu não estivesse por perto, porque eu não passava de uma pedra no seu sapato. 

Portanto precisei ignorar o meu coração, que gritava para que eu parasse de ser tão burra e não desse ouvidos para o que Marly dizia, que eu poderia fazer tudo de uma outra forma.      

— E o que significa tudo isso? — Fiquei confusa com a pergunta dele e então precisei fitá-lo. Ele olhava pra minha cama, que estava cheia das roupas que eu tinha dobrado há alguns minutos atrás.     

— Eu precisava me acalmar, entende? — desabafei, e então passei a chorar de novo. Logo comecei a andar de um lado pro outro, me perguntando o porquê de estar tão sem controle daquele jeito. Para onde foi o efeito da heroína, afinal?!      

— Por que está chorando, Taylor? — perguntou Louis, sem entender. — Por que precisava se acalmar?   

— Pra conversar com você.     

— Certo..., então me diz qual é o problema.

Parei de andar bruscamente e olhei pro lado de fora do meu quarto, através da janela. A luz da lua cintilava lá fora. Era um bom momento para se estar com quem se amava, abraçado a algo que lhe fazia um bem natural. Não chorando, como eu estava, mas transmitindo amor.     

— Eu quero terminar — falei, por fim.

Fiquei confusa, porque não consegui saber se eu tinha dito mesmo aquilo ou se era apenas o meu pensamento me lembrando do que eu deveria dizer. O que eu recebi, no entanto, foi apenas o silêncio. Um silêncio estranho e que me preocupou. Mas eu apenas esperei, a fim de comprovar se eu tinha falado alguma coisa.     

— Perdão? — proferiu ele, depois de alguns segundos.    

— Eu disse que quero terminar, Louis — repeti um pouco mais alto, devidamente nervosa. E fiquei irritada por não transparecer uma convicção.     

— O quê? — perguntou, devidamente confuso. — É alguma brincadeira de mau gosto, não é? — Me assustei quando o senti me puxando para me fazer olhar pra ele, já que eu não esperava. — Não é? 

E por que ele parecia tão amedrontado?     

— Não, não é brincadeira — respondi, me esforçando para olhar pra ele. — Isso é mais sério do que você imagina.     

— Por quê? — perguntou, perplexo. — Por que agora? E ontem? Estávamos bem, Taylor, conseguimos resolver algumas coisas...     

— É que...     

— É melhor não vir com esse papo de que a porra do problema é com você e não comigo — ameaçou, ainda puxando o meu braço. — Eu não aceito esse tipo de explicação, entendeu?     

— Mas é a verdade.     

— Porra, Taylor! — Ele me soltou e ficou de costas pra mim, com as mãos nos cabelos. Louis voltou a me olhar, nervoso, como se pensasse em alguma solução. — Olha, tudo bem... Não sei por que diabos está pensando nisso, realmente não consigo compreender, mas você precisa pensar mais. Se quiser eu vou embora agora mesmo pra lhe dar algum tempo, 'tá bom?, e então eu volto amanhã, ou qualquer outro dia..., não sei. Só quero que você pense em tudo isso direito!     

— Não! — vociferei, fechando as mãos com uma força que eu não fui capaz de compreender. — Eu já pensei demais, é o que eu quero e já decidi isso.     

— Mas eu não vou aceitar — revidou ele, quase gritando. — Não pode fazer isso comigo. Você não tem o direito de fazer isso comigo, Taylor Hampton...     

— É o certo.

Estava sendo frustrante ter que fazer aquilo, porque eu não mostrava que estava de acordo com a decisão, e aquilo só dificultava tudo. Deixava uma confusão flutuando pelo ar, e era tudo o que eu não queria.     

— Me diz um motivo relevante — mandou ele, entredentes. — Não fui tão romântico ou coisa parecida? — Louis suspirou e buscou se recompor, se aproximando o suficiente para envolver o meu rosto entre as suas mãos, muito angustiado. — Certo, eu entendo o seu lado e peço desculpas. Você sabe que os meus antigos relacionamentos não eram tão sérios, mas... — ele parou de falar e analisou o meu rosto —, mas eu posso mudar isso, se você quiser.     

— Como pode pensar nisso? Eu já disse que não é nada com você — eu disse, desesperada por ele estar achando que fez algo de errado. — Você é incrível, Louis, e...     

— Mas pelo jeito não estou sendo o bastante pra você, não é? — revidou, me soltando de repente. — O que mais eu tenho que ser?     

— Ah, Deus... — Daquela vez fui eu quem pus as mãos na cabeça, me afastando dele. Foi mais difícil do que eu imaginava, porque não me surgiu na cabeça a ideia de que ele iria jogar pedras em si mesmo. — Por que não facilita as coisas pra mim?     

— Facilitar? — perguntou Louis, incrédulo. — Facilitar?! Você vem com esse papo de término e quer que eu facilite pra você?     

— Quero!     

— Que merda, eu mal sei o motivo! — ele exclamou, desamparado. — Não entendo como isso apareceu na sua cabeça assim.     

— Eu só quero o seu melhor, entendeu? — falei de uma vez, cabisbaixa. — Percebo o que eu trago pra você, Louis. Todas essas sensações ruins e...     

— Está se referindo ao que você fez? Àquilo na London Greenwich? — ele quis saber, franzindo o cenho. — E como você queria que eu ficasse? Eu não poderia apoiá-la em tudo, não é? Tudo tem um limite.     

— Não pedi por isso, é complicado.     

— É, sou incapaz de entender e eu sinto muito.    

— Não quero mais continuar com você — menti, porque foi o necessário. Doía ter que se distanciar de pessoas para que se pudesse alcançar um determinado objetivo. Um soco na cara era melhor do que aquilo. — E eu quero que você vá embora.     

— Não. — Louis se aproximou e apertou os meus dois braços, a fim de me olhar. — Isso tudo é só por falar, não é, Taylor? Porque, se é isso mesmo o que quer, então por que não olha pra mim enquanto diz?

Logo o fitei, após hesitar por um tempo longo demais com medo do meu próprio corpo me trair. Tentei pronunciar as palavras, mas realmente não deu. Elas não saíram. O meu cérebro resolveu dar uma de independente e não permitiu que um simples som saísse da minha boca. Tudo o que consegui foi só negar com a cabeça, discretamente.     

— Viu só? — continuou Louis, transparecendo uma leve calma. — Não faz sentido pra mim. Você diz que quer terminar, mas não é isso o que quer. É isso o que eu não entendo. As coisas não precisam ser assim, por favor...     

— Eu só quero o seu bem!     

— Quer o meu bem terminando comigo? — revidou ele, com uma confusão intensa. — Continuo achando que não faz sentido nenhum. O que a levou a querer isso? — insistiu, revelando a sua desconfiança. — E não vem com essa história de que quer o meu bem — acrescentou, ameaçador. — Você me ama, não é mesmo?     

— Amo — respondi, sem precisar pensar —, e é por isso que eu quero que a gente termine. — Ele então respirou fundo e fechou os olhos, me soltando pela milésima vez naquele dia. Me senti menos mal sem aqueles olhos tristes me fitando, mas ele logo os abriu novamente.     

— Caso eu deixasse acontecer sem querer entender nada — ele deduziu, cauteloso —, então não teríamos mais nem um tipo de contato?     

— Seria melhor que não.     

— Nem um sequer?     

— Não, Louis...     

— Certo, então definitivamente não — jogou ele, decidido. — Não vou aceitar e muito menos me conformar com essa sua decisão ridícula. Você não quer isso, eu não quero, portanto não vai rolar.     

— Você não pode me forçar a nada.

E ele sabia daquilo perfeitamente. 

Louis era racional demais para continuar com teimosias. Por esse motivo o silêncio reinou de novo e eu não consegui evitar em fitar o garoto que eu mais amava na vida. Ele já me olhava e estava muito mal. Seu rosto se encontrava em um tom leve de vermelho e dava pra perceber que ele não compreendia o porquê de tudo aquilo. 

Louis estava confuso e frustrado. 

Logo, ficamos nos olhando durante alguns segundos. Mas depois não fui forte o suficiente para permanecer lhe encarando, afinal de contas, eu poderia correr o risco de parar nos seus braços.

Então um segundo se passou, dois, três, quatro e enfim um barulho seco. Olhei pro lugar onde Louis estava antes e não vi nada; o chaveiro balançava freneticamente devido a força com que ele bateu a porta.

Louis foi embora.

Resolvi acreditar que ele finalmente tinha aceitado a situação e desejei que tivesse me entendido de alguma forma; que ele soubesse que iria encontrar a garota certa para lhe dar todo o amor e atenção que ele merecia; e que ele se conformasse com aquilo, porque aquela garota não era eu.  


Notas Finais


Fiquei triste ao escrever esse capítulo, sinceramente.

Desculpem qualquer erro 💞


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