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História Friends - Louis Tomlinson - 083. Esquecer


Escrita por: sunzjm

Capítulo 83 - 083. Esquecer


Fanfic / Fanfiction Friends - Louis Tomlinson - 083. Esquecer

LOUIS

Por mais que eu quisesse aceitar que Taylor não sentia mais nada por mim além da raiva, eu não conseguia. Ela acabou com tudo o que tínhamos, desde a amizade até o namoro. Ela não me amava mais, sentia uma fúria tão grande por mim que, naquele domingo, quase fui capaz de senti-la nas mãos. E, mesmo depois de tudo aquilo, eu me perguntava várias vezes o que eu estava fazendo ali.

O problema era que, sempre que eu me imaginava indo embora, era como se eu fosse cortar de vez o que Taylor e eu havíamos tido, como se realmente tivesse sido apenas uma fase. E eu não queria aquilo. Se eu ainda estava ali, incapaz de dar as costas pra ela, então como poderia ser apenas uma fase? 

A minha Taylor antes das drogas nunca falaria algo como aquilo, ela não me machucaria daquele jeito. Mas, mesmo assim, não deixava de doer. Mesmo assim, eu não deixava de acreditar. Os nossos momentos eram muito mais fortes do que aquelas palavras e eu me forçava a continuar acreditando em nós dois.    

Ouvi a voz da Jane atrás de mim, mas não me virei, apenas continuei observando o movimento das árvores quando o vento batia nelas. Seria até repetitivo se não fosse pelas folhas.     

— Eu poderia ir embora agora mesmo — comentei, sentindo uma pressão tão grande no meu peito que era como se eu usasse uma armadura de ferro.     

— É, você poderia — concordou Jane, após um suspiro triste —, mas sei que não consegue. Eu também posso ir embora se eu quiser, mas não acho que sou capaz. Entendo o que você sente.     

— Sabe — me virei pra ela, não transparecendo a minha angústia —, estou tentando seguir o que você disse, sobre Taylor ter dito aquilo sobre o Adrian em um momento de frustração, da boca pra fora. Mas mesmo assim continuo acreditando no que ela falou sobre ele, sobre me odiar, sobre não querer me ver nunca mais, sobre ter se arrependido de ficaf comigo, e fico imaginando o porquê de eu ainda estar aqui.     

— Tenho certeza que ela não estava sendo sincera e que se sente mal por ter dito o que disse — falou Jane, ficando ao meu lado e tocando no meu braço, levemente. 

— Não, elas nos trocou pra viver se drogando — joguei, sentindo um gosto amargo na boca e uma mistura de tristeza no corpo inteiro. — Ela enganou você, Jan, depois a trancou aqui pra fugir da gente.     

— Eu sei…, estou muito decepcionada com ela e irritada comigo — disse, depois de um suspiro —, mas foi culpa minha. Eu não deveria ter acreditado nela, assim como você não deve acreditar nas coisas que ela falou naquele dia. Aliás — Jane pareceu se recordar de alguma coisa —, acho que não devemos acreditar em mais nada do que ela fala.     

— O que foi que fizemos de errado? — pedi de repente, lembrando dos acontecimentos daqueles últimos meses. — Por que ela fez isso com todos nós?   

— Eu não sei, Louis — sussurrou Jane, entristecida. — Eu também queria poder entender o que está acontecendo.     

— Depois de tudo... — Apoiei os cotovelos na janela e pus as mãos na cabeça, quase batendo em mim mesmo. — E se eu tivesse feito o contrário? E se eu não a tivesse trancado no quarto?    

Jane pôs a mão no meu ombro, angustiada.     

— Não se culpe.     

— Mas..., se eu não tivesse feito aquilo, ela teria continuado aqui, não teria? — Olhei para Jane, desamparado. Ela, no entanto, não me respondeu, o que significava um sim pra mim. — Como Taylor pôde ter ignorado tudo o que tivemos? Eu fiz de tudo, mas foi como se eu não tivesse feito nada.     

— Para com isto, por favor — pediu Jan, desesperada. — Nós não temos culpa de nada. Eu estive a defendendo antes, mas agora que vejo você desse jeito, tudo o que eu quero é dar muito na cara dela. Eu não vou perdoá-la tão cedo pelo que fez a você e a mim.    

Acabei tendo um péssimo pensamento. Era mais um pesadelo, na verdade. Quase me esqueci da Jane ali devido a falta de ar.      

— E se ela foi embora com ele?

Jane pareceu prender a respiração e não se moveu.     

— O quê? — sussurrou ela, nervosa.     

— Isso pode ter acontecido, sim — falei, mais convicto e mais perplexo do que antes. — Droga!, como eu não pensei nisso antes?     

— Ei, espera um pouco — pediu Jane, tensa —, isso é só uma hipótese, não temos certeza de nada.     

— É claro que é verdade. — Me irritei e acabei dando um chute na penteadeira ao meu lado. — Ela falou tudo aquilo no dia em que nós discutimos, então com certeza foi atrás dele pedir ajuda. 

E era até difícil ter que pensar naquilo, que Taylor havia me rejeitado e ido atrás de Adrian Carrington, como se eu quisesse matá-la, como se ele fosse a luz que ela tanto buscava. Estava acabando comigo ter que pensar que eu tinha razão, que estava na cara que ela havia corrido para os braços dele.     

— E Marly Cooper, hein? — falou Jane, do nada. — As duas são amigas inseparáveis, quem garante que Taylor não foi até lá?     

— Marly disse que não.          

— Mas ela pode ter mentido.     

— Não começa com isso! — implorei, irritado demais comigo mesmo. — Preciso ter a certeza de que Taylor e Adrian fugiram juntos mesmo. 

Taylor conseguiu me destruir, acabar comigo de vez, tirando de mim qualquer força que um dia eu já tive. Já estava sendo ruim ver que ela havia ido embora e me deixado.           

— Ei — Jane se aproximou de mim e me fez parar de andar, segurando os meus ombros de um jeito que era quase impossível não prestar atenção nela —, você precisa esquecê-la.     

— O quê?           

— Ela está fazendo você sofrer. Taylor está nos fazendo sofrer, Louis — Jane se corrigiu e parecia que iria chorar a qualquer momento. — Ela nos deixou. Taylor não merece mais nenhum de nós, nem a nossa preocupação. Ela escolheu isso para si, escolheu viver daquele jeito... — Jane suspirou, triste e decepcionada. — Fizemos de tudo, mas não deu em nada. Foi como Tiago disse: temos que aceitar que a decisão dela foi fugir daqui. Não importa mais o que tivemos, não importa mais o nosso passado, porque agora ela já nos esqueceu.

Tirei os olhos dela.

Esquecer Taylor…

Não era como se eu fosse apertar um botão e tirasse Taylor dos meus pensamentos. Esquecê-la nunca foi algo que se passou na minha cabeça, já que eu sempre tive esperanças de que as coisas iriam se resolver com o tempo, então…    

— Não — neguei depois de algum tempo —, não me peça isso. Eu não vou conseguir. — A minha frase era meio vazia, mas eu tinha a certeza de que ela sabia sobre o que eu me referia.     

— Eu sei que vai ser mais difícil pra você do que pra mim — falou Jan, segurando as minhas mãos —, mas ela foi má com todos nós. Ficar remoendo que ela já se foi não vai adiantar em nada, só vai nos deixar depressivos. Com o tempo vamos conseguir, sim.     

— Mas... como eu posso esquecer tudo o que passamos, Jan? — perguntei, angustiado. — Ela sempre esteve comigo, agora…     

— E agora ela não está mais — Jane me interrompeu, em um tom baixo. — E nós vamos tentar agir como sempre agimos antes, seguindo com a nossa vida.     

— Eu não sei... — Comecei a andar de um lado pro outro e fiquei pensando naquilo. — Você estava dizendo para não desistirmos e agora está jogando tudo pro ar.  

— Porque eu vejo que não há mais nenhuma solução — explicou, então a sua voz embargou e depois ela estava chorando, como eu achei que aconteceria. — Me dói ter que fazer as coisas assim, mas foi ela quem começou. Eu cansei de tudo isso.

Meu peito estava dolorido, eu estava tão desamparado e com um mal-estar que eu nunca tive na vida. Eu me sentia abandonado, e era um fraco. Eu nem tinha o poder de controlar meus próprios pensamentos. E eu queria poder consolar Jane, mas eu mal conseguia pensar direito.

E foi então que alguém bateu na porta e chamou por ela. Pela primeira vez, fiquei contente ao ver que era Jack Mayson, porque ele estava em condições de cuidar da Jane. Logo, esta última saiu de onde estava, limpando o rosto, e abriu a porta.     

— Que bom que chegou — lhe ouvi dizer, e então o abraçou.     

— Ela se foi mesmo? — perguntou Jack, ao entrar no quarto com Jane.      

— É, eu segui os seus conselhos de colocá-la contra a parede e deu nisso — falei, mas não o acusei. Ele queria apenas ajudar, no fim das contas.     

— Louis!... — Jane me repreendeu, envergonhada. 

— Não, eu não estou culpando ninguém — expliquei, dando de ombros. — Está tudo bem, aliás.  

Jack franziu o cenho, cauteloso com a minha forma de falar com ele. Respirei fundo e me recompus, decidido a me esforçar a não pensar mais em Taylor. Assim que eu iria falar mais alguma coisa, o meu celular começou a tocar.     

— Olá, Marly — eu disse, para logo em seguida fazer um gesto para Jane avisando que sairia do quarto, mas que voltaria.     

— Estou preocupada com você. Depois de tudo o que aconteceu, não consigo imaginar o quão ruim pode estar — disse Marly, rapidamente. — Você está bem?     

A minha intenção era mostrar o meu desinteresse, mas a minha voz simplesmente travou. Só o que eu queria era sumir.     

— Onde você está? — ela perguntou, gentil. — Quero conversar.     

— Eu... — Olhei em volta no corredor e decidi que eu não deveria mesmo estar ali. — Vou voltar pra casa daqui a alguns minutos.     

— Posso me encontrar com você?     

— Pode — respondi, sem hesitar. — Quando você chegar, eu já vou estar lá.     

— Certo, até logo.   

Talvez eu estivesse precisando conversar com alguém racional como Marly. Provavelmente ela saberia o que me dizer e seria direta em relação a tudo. Assim, voltei para o quarto e avisei que iria embora.     

— Tudo bem — disse Jane, meio exausta —, vou falar com a Sra. Hampton e depois vou pra casa também.

Assenti e fui embora, procurando barrar qualquer coisa que viesse na minha cabeça. A mágoa que eu estava sentindo já bastava. Qualquer lembrança da Taylor só serviria para que eu ignorasse o que Jan havia falado e eu voltasse para aquela casa, disposto a continuar procurando qualquer informação sobre o sumiço dela. E não era aquilo o que eu queria, eu ainda tinha dignidade e estava mal demais pela ideia de que Taylor havia fugido, e fugido com Adrian Carrington.

Ao chegar em casa, não encontrei ninguém, mas havia uma mensagem da minha mãe dizendo que ela tinha saído com Michael Ruley e que não sabia quando voltaria. 

Esquentei o meu jantar, mesmo com o dia claro e o celular ainda marcando sete e meia, e busquei comer pelo menos a metade da comida. Enquanto procurava tirar a indignação do meu rosto, ouvi a campainha tocar. Logo me levantei e segui até a porta.     

— Olá de novo — disse Marly, sorrindo.     

— Olá — eu retribuí o sorriso e a deixei passar. — Como vai? Desculpe se não ofereci uma carona, mas é que…     

— Esqueça isso, Louis — pediu ela, simpática —, eu não me importo em andar. Faço isso sempre.     

— Tudo bem — eu disse, meio desconcertado com a sua presença ali. Eu estava em total alarme, na verdade, e não sabia o porquê. — Quer comer alguma coisa?... Ou beber?     

— Eu aceito água — respondeu ela, ao andarmos para a cozinha. Marly sentou em uma cadeira de frente pra mim e eu logo me coloquei a lhe dar um copo com água. Sentei e já não tinha vontade de comer mais nada, estava até surpreso por ter comido mais do que achei que conseguiria. — Eu queria contar uma coisa… — começou, quebrando o silêncio que eu mal percebi estar ali. — Mas não sei se devo.     

— E por que não deveria?     

— Eu só não quero deixá-lo mais triste — explicou ela, e logo coloquei a atenção nas suas palavras, já receoso. — É só uma ideia que tive durante o tempo em que procurei saber onde ela havia se metido.     

— Me deixar mais triste? — repeti, cauteloso, e estava com medo do que ouviria. — O que você pensou? Que ideia repentina foi essa?     

— É sobre o garoto que Taylor estava beijando e…  

— Foi ele quem a beijou — lhe interrompi rapidamente, e depois me irritei por ter falado aquilo. — Mas o que tem ele? — Marly logo desviou os olhos de mim e ficou girando o copo na mesa, nervosa e talvez meio triste.     

— É só que eu pensei que ele pode estar no meio disso tudo — respondeu, me analisando. Respirei fundo, frustrado. Daquilo eu já sabia, mas mesmo assim não deixei de sentir a mesma raiva.     

— Sei o que quer dizer — resmunguei, e evitei a vontade que tive de bater na mesa. Eu não queria assustá-la. — Mas eu não ligo pra isso.

Era uma mentira descarada, é claro.     

— Não? — Ela pareceu surpresa, mas não demorou muito para que depois aliviasse a expressão e tirasse aquelas rugas entre as sobrancelhas. — Ah…     

— Não, eu não estou nem aí se ela prefere a ele do que a mim.     

— Eu achei que isso fosse abalar você — comentou ela, confusa. — Mas... você não a ama?    

Talvez fosse melhor mentir para ela e para mim mesmo, porque aquilo poderia aliviar o que eu estava sentindo. Só que as palavras simplesmente não saíram da minha boca. 



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