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História Friends - Louis Tomlinson - 087. Boatos


Escrita por: sunzjm

Capítulo 87 - 087. Boatos


Fanfic / Fanfiction Friends - Louis Tomlinson - 087. Boatos

JANE

Julho provavelmente se passou rápido demais para vovó, Louis, Jack e o resto do mundo. Pra mim, no entanto, andou tão devagar quanto uma lesma. Foram dias de muita ansiedade, porque eu estive com cinco meses de gestação e morria de medo de qualquer coisa que denunciasse um aborto espontâneo. Houveram dias em que eu me preocupei até com as dores nas pernas.

Jack era ótimo no quesito distrair e usou todo aquele mês para me levar várias vezes em sua casa. Estávamos namorando, portanto a minha opinião sobre o quarto do nosso bebê já não me era tão mau. Parecia uma ótima ideia, na verdade, e eu fiz questão de fazer parte de tudo nas montagens, assim que Sue, a mãe dele, me apresentou a arquiteta e designer responsável pelo quarto da Elisa.

Fiquei entusiasmada e não deixei de dar a minha opinião sobre o que eu queria e sobre o que não poderia faltar de maneira alguma. Por isso, no meio de julho, o quarto já começava a ganhar vida.

Eu estava feliz e, quando algo me atormentava, Jack ou Louis estavam lá para me manter controlada. Poderia ser qualquer coisa, como os pesadelos, ou os movimentos do bebê – porque eu não havia me acostumado ainda –, ou poderia ser a falta de chocolate, o estresse, a ausência de uma melhor amiga...

Na verdade, a ausência de Taylor Hampton, para ser mais exata. Aqueles dias também não foram nada fáceis, eu me via falando dela sem querer, lembrando de coisas que ela fazia ou dizia. Era instantâneo e eu sempre me sentia mal quando via como Louis ficava.

Mesmo que Marly estivesse cuidando dele muito bem (bem demais), como eu via com os meus próprios olhos, ainda dava pra perceber a sua infelicidade, algo que ele buscava ignorar sempre.

Tentávamos seguir com a nossa vida, buscando ter os mesmos passeios que tínhamos quando Taylor ainda estava conosco, buscando agir como se tudo estivesse em seu devido lugar. Eu já nem me admirava ao nos ver andando pelo Greenwich Park: Jack, Louis, Marly Cooper e eu.

Já em agosto, quando o meu sexto mês de gravidez chegou, me vi mais ansiosa ainda, e também irritada. Do nada eu me via discutindo com qualquer um, incomodada com qualquer coisa. Jack sofria várias vezes comigo, mas era paciente e me tolerava.

Na escola, quando as férias de verão nos deixaram, estava tudo muito normal. Louis e eu estávamos ótimos nas matérias e quase já não conseguíamos mais esperar pelo fim do ano. Eu também já não me preocupava com os olhares que lançavam para minha barriga – a maioria deles só distribuía amor. E geralmente, no intervalo, eu me via cercada de garotas, que me faziam várias perguntas sobre o que eu sentia, sobre os desejos que eu tinha e sobre o que eu faria depois que o bebê nascesse. 

Eu respondia tudo numa boa, adorando a atenção que todos me davam. Durante aquele tempo ganhei várias amizades – não como as que tive com Taylor, é claro, mas daquelas que eu poderia rir e passear, caso eu quisesse –, e aquilo me ajudou muito a seguir com a minha vida, afinal, eu continuava frequentando a casa dos Hampton, e lá ainda podia se sentir uma leve tensão.

Em uma noite, quando Louis e eu estávamos na cozinha da Sra. Hampton, com Jack, Naiara e a própria Sra. Hampton, vi que esta última só se sentia mais angustiada ainda por não ter Taylor por perto.     

— Eles estão procurando em todos os lugares — informou ela de pé, se referindo à polícia. — Só quero que a encontrem e me digam onde ela está. Mesmo que ela não queira voltar pra casa, estou disposta a pedir perdão.  

— Você não deve perdão nenhum a ela — retrucou Louis, de braços cruzados e com um olhar distante. — Ninguém aqui deve perdão.     

— Eu não quero que ela ache que eu estou brava — disse a Sra. Hampton, quase chorando —, e gostaria muito que ela voltasse para perto de todos nós.    

— Ela não vai voltar — Louis voltou a dizer, muito ríspido —, e também não se importa com nada disso.     

— Louis! — lhe repreendi, irritada com a sua falta de tato. Então ele bufou e ameaçou sair dali. Porém, a Sra. Hampton o barrou enquanto segurava o seu braço.   

— Eu sei o que está sentindo — disse ela, um tanto desesperada — , e também sei que é difícil pra você estar aqui. Se ainda estou de pé, é por causa da ajuda de todos vocês, Louis. Eu agradeço tanto... Jan me disse o que você acha disso tudo, mas eu não quero desistir ainda. Se não se sente bem vindo até aqui para me fazer companhia, eu vou entender caso não apareça mais — Tânia acariciou o rosto dele e depois deu um pequeno sorriso. — Sei que se importa com toda a situação, mas também sei que não é tão fácil assim agir com um controle absoluto porque você está magoado. Eu só quero que você fique bem, 'tá certo?

Louis ficou observando-a durante alguns segundos e, aos poucos, foi assentindo com a cabeça. Em seguida, sem falar nada e olhar para ninguém, ele foi embora.     

— Louis está muito mal com o que ela fez, mas não vai ignorar essa situação enquanto não tiver a certeza absoluta do que aconteceu com ela — falei, acariciando o seu ombro. — Mas não acho que ele continuaria vindo aqui se ela voltasse. Taylor pisou feio na bola.     

— Eu entendo...

Eu passei a concordar com Louis na maioria das coisas, mas, mesmo que ele estivesse certo, precisava ir com calma, afinal de contas, todos ali ainda estavam sensíveis. Qualquer palavra poderia ser capaz de machucar e eu sempre fazia questão de avisá-lo, porque tristeza era tudo o que eu não queria naqueles dias, muito menos para a Sra. Hampton.

Eu suspeitava que ele estivesse tolerando aquilo tudo apenas porque tinha esperanças de que Taylor realmente voltaria, mesmo sendo o primeiro a dizer que aquilo não aconteceria. Ele ainda a amava, não importava o quão irritado ou magoado estava. Louis queria e precisava vê-la, mesmo que fosse apenas para gritar com ela. Ele estava preocupado, ainda que soubesse que ela estava com Adrian naquele momento. 

Ele nunca assumiria aquilo, é claro, e, consequentemente, guardaria sentimentos que não poderiam ser guardados. Um dia ele explodiria e eu desejava mesmo que aquele dia chegasse logo, mas que eu não estivesse por perto, e sim Taylor. Louis precisava falar tudo o que estava entalado em sua garganta, ele precisava olhá-la nos olhos e decidir o que fazer com o que sentia, porque aquilo estava o matando.

No fundo, eu acreditava que Taylor voltaria, mas viria apenas por necessidade, porque eu não achava que Adrian iria manter os vícios dela por tanto tempo. Uma hora ou outra ele levantaria as mãos num dar de ombros e deixaria de ajudá-la naquilo.      

— Quando aceitei Elisa e percebi que eu não queria perdê-la de maneira alguma, eu pensei no nosso futuro. Eu não quero que a Taylor esteja fora dele... — desabafei, abraçada ao Jack enquanto observávamos os seus primos brincando na grama da sua casa. — Eu quero que ela esteja comigo quando as dores virem, que seja uma das primeiras a ver o meu bebê, que pegue Elisa nos braços, assim como Louis vai fazer quando ainda estivermos no hospital, porque foram eles que estiveram comigo quando eu fiz os testes de gravidez; foram eles que me deram toda a força que eu tenho hoje. Mas — suspirei, querendo chorar ali mesmo —, olha o que aconteceu, Jack. O único que está participando disso é o Louis, mesmo não estando muito bem. Taylor era a minha melhor amiga, mas sequer participou quando decidimos qual seria o nome do meu bebê.    

— Meu amor — Jack me olhou e acariciou o meu rosto —, talvez ela não esteja aqui agora, mas não sabemos o que pode acontecer daqui a alguns meses.   

— O que quer dizer?      

— Quero dizer que o destino pode nos surpreender — respondeu ele, sério demais pro meu gosto. — Talvez eu não esteja aqui amanhã, nem Louis ou…     

— Você 'tá me assustando...     

— Desculpa — ele riu, tentando aliviar o clima —, só o que eu quero dizer é que qualquer coisa pode acontecer e, amanhã mesmo, Taylor pode aparecer batendo na sua porta.     

— Amanhã?     

— É só um exemplo — Jack riu ainda mais, me beijando. — Não fique pensando no que poderia ter sido caso isso ou aquilo acontecesse. É uma perca de tempo.  

— Mas o que eu posso fazer? — Suspirei, fitando os seus primos novamente enquanto voltava a abraçá-lo.

 — Pense positivo — sugeriu Jack, beijando a minha bochecha —, você é ótima nisso quando quer.

Pensar positivo...

Talvez eu conseguisse imaginar que Taylor finalmente tinha percebido o que Marly Cooper fez a ela. Talvez eu conseguisse imaginar que ela agora sabia que fez tudo errado. Ou, melhor..., que ela tivesse sido esperta o suficiente para começar a se tratar (com a ajuda do Adrian) e acabar com aquele vício em drogas.

No entanto, pensar positivo significava me iludir. Todas aquelas opções poderiam acontecer, mas também poderiam não acontecer. O que restava? Pedir para Deus que iluminasse a sua cabeça?

Talvez.

Passei a fazer aquilo antes de dormir. Minha preocupação, afinal, era maior do que a raiva. Por incrível que pareça, me senti melhor e eu já me via mais calma. Na segunda, então, quando Louis apareceu para nos levar para a escola, falei do que senti quando fiz aquilo.      

— Que bom — disse ele, sem entusiasmo.      

— Realmente me ajudou — eu insisti, buscando passar um pouco da minha leveza para ele. — Bastante mesmo, Louis.     

— Eu já entendi, Jan — murmurou ele, depois deu um longo suspiro, como se fosse difícil respirar. — Deus a ajudou, não é mesmo?     

— E — hesitei um pouco, observando aquela sua expressão de desolação — por que você não tenta também?     

— O quê? — Ele me deu uma olhada, mas depois voltou a olhar para a estrada, confuso. — Está mesmo sugerindo que eu reze, pedindo para Deus trazê-la de volta?     

— E também para tirar esse olhar triste e rancoroso que qualquer um consegue perceber em você.  

— Às vezes você é engraçada, sabia? 

Mas ele não estava rindo.     

— Eu não fiz uma piada, isso tudo é sério.     

— Isso tudo é uma besteira.

Depois daquilo, lhe dei um tapa no braço, ofendida.     

— Eu só quero ajudar!      

— Eu não preciso de ajuda — resmungou Louis, irritado. — Além do mais, mesmo que eu pedisse para Deus trazê-la de volta, e eu não estou dizendo que vou, acha que ele conseguiria convencê-la a voltar de onde está? — Louis bufou, muito cético. — Eu já passei por isso, Jan, ela não significa mais nada pra mim.     

— Vamos conseguir viver assim?           

— Estamos respirando e os nossos corações estão batendo — respondeu ele, em um tom monótono. — Olha só pra você: está vivendo.     

— Eu não estava falando disso...

Louis, no entanto, fingiu não ter me ouvido e depois parou o carro no estacionamento da escola. Quando desci da BMW, olhei para o portão da London Greenwich e vi um ser familiar se aproximando rapidamente de Louis e eu.     

— Christian? — falei, e então ele me cumprimentou com a cabeça. Percebi um olhar triste e preocupado. Deduzi que o único motivo pelo qual ele estaria ali, perto de alguém que oficialmente não o tolerava (Louis) e de uma adolescente grávida que mal olhava para a sua cara nos corredores da escola (eu mesma), era Taylor Hampton. — Algum problema?     

— Eu fiquei sabendo de algumas coisas…, estão correndo boatos pela escola há alguns dias — começou, nervoso por causa do Louis —, e eu não deixei de ouvir porque eram sobre a Taylor.     

— Não estamos sabendo de boato nenhum. — Provavelmente estávamos tão focados nas nossas próprias dores, que não prestamos a devida atenção à nossa volta.     

— Falaram o quê? — perguntou Louis, sério.     

— Estão comentando sobre ela ter sido expulsa de casa — respondeu Christian, pondo as mãos nos bolsos do casaco, muito desconfortável.

Rapidamente fitei Louis e o vi revirar os olhos. Achei até que ele partiria para cima do Christian, que não tinha nada a ver com aquilo, só que ele apenas bufou e resmungou alguma coisa.     

— Era só o que me faltava... — foi o que disse, devidamente frustrado. — Por que diabos ela seria expulsa de casa, seu imbecil?     

— Por estar grávida de você. 

Fiquei mais atordoada ainda, é claro. O fato da Taylor estar na boca das pessoas por aí já era péssimo, e piorava ainda mais quando tudo não passava de uma mentira.     

— Que droga — reclamei, pensando no que fazer. —  Quem foi o idiota que falou isso pra você, Christian?    

— Não é só uma pessoa, é a escola inteira!     

— Taylor não está grávida — lhe informei, um tanto preocupada com as fofocas. — E ela não foi expulsa de casa, apenas foi embora.     

Christian franziu o cenho, confuso.      

— Pra onde? Por quê?     

— Você não tem que saber sobre nada disso — disse Louis, empurrando o pobre Christian. — Não tem mais nada com ela, o que merda ainda faz aqui?     

— Não seja grosso, Louis — eu pedi, puxando o braço dele e buscando afastar os dois.     

— Por que veio falar disso, afinal? — continuou ele, me deixando segurá-lo. — O que importa a você se estão falando dela? E daí se ela estivesse mesmo grávida? Jane tem a mesma idade dela e já está com seis meses, se quer saber.     

— Não estou aqui porque senti ciúmes — revidou Christian, na defensiva. — Eu realmente quero saber o que aconteceu.           

— Não adianta você saber o motivo, porque não vai dar em nada mesmo — resmungou Louis, impaciente. — Ela foi embora e acabou, entendeu? Acabou.     

— Louis, será que você poderia se acalmar? — cochichei, percebendo alguns alunos nos observando, curiosos com a gritaria. — Christian, ela não está grávida, 'tá bom? Só teve alguns problemas…     

— Que problemas? — perguntou ele, aflito.    

Hesitei e Louis usou aquela minha pausa para resmungar mais alguma coisa e seguir em frente com o fluxo dos alunos distantes.      

— Ela se envolveu com gente de má índole, mais precisamente viciados em droga — sussurrei, buscando não mexer tanto a boca.     

— Então ela…

Christian não precisou continuar depois que me viu assentir.     

— Sim, ela está usando drogas. 

Depois daquilo, fiz um resumo de tudo, mas só contei que Taylor perdeu o pai, entrou em depressão, usou drogas para se livrar daquilo e – depois da atitude de Louis ao trancá-la no quarto – fugiu com um amigo. Não falei sobre a amizade estranha dela com Marly Cooper.     

— Foi com alguém da escola?     

— Adrian Carrington.     

— Ah... — Christian pareceu desconcertado e pego de surpresa —, então por isso ele está daquele jeito? — perguntou, se referindo ao Louis.     

— É exatamente esse o motivo. Não conta nada a ninguém, 'tá bom? — pedi, enquanto era acompanhada por ele para dentro da escola, já que o sinal já havia tocado. — É um assunto delicado demais para estar rolando por aí, e eu acho que Louis não suportaria.     

— É claro — Christian assentiu, compreensivo. Depois de um tempo, como se refletisse sobre aquele assunto, falou: — Mas eu não acho que ela esteja gostando disso. Mesmo que Taylor e eu não sejamos mais amigos, eu ainda sei de tudo sobre ela. Eu a conheço, ela deve ter sido impulsiva ao ir embora, mas provavelmente já se arrependeu.     

— Só que ela ainda não voltou.     

— Quem garante que o cara com quem ela está não seja um louco? — argumentou ele, me olhando. — Ele poderia ter sido de um jeito com ela no passado, mas, agora que estão sozinhos, ele pode ter mostrado quem realmente é. Eu tenho certeza que ela não está feliz, onde quer que esteja. Eu vi que Louis e ela realmente estavam bem juntos, portanto estar longe dele não faz sentido algum, mesmo que ela esteja irritada.      

— Mas…     

— Uma hora ela vai aparecer, você vai ver — falou Christian, muito seguro de si. — Agora eu só espero que não seja tarde demais. 


Notas Finais


Eu espero que tenham gostado e desculpem se teve algum erro (não tive paciencia pra ler de novo) ❤👯

Tchauuu🌙


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