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História Friends - Louis Tomlinson - 093. Encaixes


Escrita por: sunzjm

Capítulo 93 - 093. Encaixes


Fanfic / Fanfiction Friends - Louis Tomlinson - 093. Encaixes

Durante o tempo em que ficamos olhando Taylor em sua viagem (felizmente com passagem de volta) para um outro mundo, o Dr. Gentil resolveu chamar a Sra. Hampton para uma "conversa". Não pensei em nada, eu estava feliz demais que Taylor estava viva, que a overdose não tinha lhe levado ao extremo fundo do poço, em um meio escuro onde ninguém mais poderia encontrá-la. Ela era a minha melhor amiga, independentemente das besteiras que tinha cometido.

Depois de mais alguns segundos (ou talvez minutos), lhe vi acordando aos poucos. Sua primeira impressão foi a confusão, ao se ver rodeada de um quarto branco, com branco e mais branco. Depois ela me viu ali, parada sem saber o que esperar dela.     

— Jan? — murmurou, tentando se sentar na cama.     

— Se eu fosse você, ficava deitada — sugeri, então ela simplesmente obedeceu e deitou de novo. — Como está se sentindo?     

— Não sei, mas o que foi que aconteceu?     

— Você quase morreu, Taylor, e isso não é um exagero — falei, muito severa. — Você quase morreu com a overdose que teve.     

— Overdose? — Ela ficou ali deitada enquanto me olhava, e era como se fosse difícil processar o que eu tinha dito.      

— Quase matou todos de preocupação — eu disse, sentando na cama ao sentir o cansaço nas pernas. — A sua mãe está lá fora.     

— Mamãe? — Taylor tentou se sentar de novo, ansiosa, como se ameaçasse sair correndo para ver a mãe. — E como ela está?     

— Melhor agora — respondi, sincera, e então a empurrei levemente para que deitasse de novo. — O Dr. Gentil está tendo uma conversa com ela agora mesmo.  

— Gentil?     

— Foi o apelido que eu dei — expliquei, meio envergonhada com aquela tolice. — Ele é muito legal.   

— Quem mais está lá fora? — ela quis saber, falando bem devagar enquanto analisava a minha expressão. — Louis, ele estava…

Neguei rapidamente e desviei os olhos dela.     

— Não, Taylor.     

— Mas ele sabe o que aconteceu?...     

— Me escuta — lhe fitei novamente, tocando o seu braço —, acalme-se. Depois falamos disso, eu prometo.   

Ela apenas ficou me olhando, confusa e triste. Antes que eu falasse mais alguma coisa, a Sra. Hampton e o Dr. Gentil entraram no quarto, com semblantes impassíveis. Tânia, no entanto, assim que viu Taylor, não se importou ao se aproximar o bastante para abraçá-la e chorar.

Levantei discretamente e tentei lhes dar privacidade.

Elas precisavam conversar.

[...]

A hora de ir embora era a que eu mais esperava, afinal, aquele era o dia em que Taylor começaria tudo do começo, sem as drogas nem nada. Durante a viagem, mãe e filha ficaram abraçadas o tempo todo. Tânia era um balde cheio de carinho e Taylor simplesmente não conseguia parar de pedir desculpas. Era uma cena muito comovente e eu acabei chorando também, como era de se esperar. 

Eu não sabia direito o que eu tinha sentido naquele momento, mas parecia ser algo como o alívio e a felicidade. Tudo o que eu queria era que aquela história de drogas enfim terminasse, porque seria bastava para que o meu coração fosse preenchido cem por cento com aquele vestígio de alívio que eu senti naquele dia. Era o que todos precisavam, na verdade, principalmente Taylor.

Quando chegamos em casa, observei o seu semblante. Ela estava totalmente frágil e com aquele ar de quem sentia muito. Era doloroso ver aquilo.     

— Ninguém está irritado com você, minha querida — a Sra. Hampton disse, acariciando o rosto dela. — Você está de volta sã e salva, e é o que importa. 

A verdade verdadeira era que ainda nos sentíamos mal, mas a Sra. Hampton era mãe e, me colocando no seu lugar, eu também iria ignorar toda a raiva sentida antes, apenas por ver a minha filha depois de vários dias sem saber o que diabos estava acontecendo. Tânia com certeza estava se sentindo feliz pela primeira vez, desde que Taylor resolveu sumir do mapa.     

Taylor ficou olhando para a mãe durante alguns segundos e depois pôs os olhos em mim, no Sr. Roberts e no Jack, quase como se fosse cair a qualquer momento, devido a pós-overdose.      

— Estou pedindo desculpas de novo. Eu não sabia o que estava fazendo, e aquela garota... — Taylor parou, como se pensasse melhor no que ia dizer, e ficou se segurando em sua mãe a fim de não levar um tombo. — Eu não deveria ter sido tão ingênua — continuou, e então começou a chorar. — Jane me aconselhou várias vezes e eu não quis escutar nada do que ela falava. Eu sei o que eu fiz e foi errado. Errei por um tempo grande demais e perdi muito…     

— Você não perdeu nada, filha — disse a Sra. Hampton, a interrompendo com um certo desespero. — Não perdeu, 'tá bem?     

— Eu perdi, sim… — murmurou a garota, depois de alguns segundos. Ela não precisou especificar nada, porque todo mundo ali sabia do que ela estava falando. — Mas, se eu voltei pra cá, é porque quero tentar resolver tudo da melhor maneira possível.     

— Você não precisa falar disso agora — disse o Sr. Roberts, quando Taylor pôs a mão na cabeça, cansada. — Precisa descansar...

Naquela quinta, quando todo mundo ficou dentro do quarto observando Taylor dormindo sob o efeito dos remédios, carreguei o meu celular com o carregador da Sra. Hampton e, quando o liguei, vi algumas chamadas perdidas do Louis.

Devido a minha preocupação sobre a crise de abstinência que Taylor teria novamente, acabei me esquecendo que ele não sabia o que tinha acontecido com ela. Ou seja, para ele, Taylor já poderia estar morta por causa da overdose.     

— Louis?      

— O que aconteceu? Por que você não me atendeu? Por que ninguém me atende?! — perguntou ele, e de longe percebi o nervosismo. — Taylor, ela... — Fiquei calada, tentando entender aquilo. Era óbvia a sua preocupação e processei aquilo como um sinal de que ele ainda não tinha esquecido tanto assim dela, que aquele amor continuava lá, oculto sob toda a sua raiva e mágoa. — Jane, por favor... — pediu, lentamente. — Não me diz que aconteceu o que eu estou pensando, eu…    

— Não — falei rapidamente, após me colocar no lugar dele. — Não aconteceu nada, os médicos conseguiram. Ela conseguiu.     

— O quê? — perguntou ele, quase sem voz. Deduzi que era devido ao alívio, assim como todos sentiram quando souberam que Taylor estava bem. — Eu…     

— Você está bem? — perguntei, assim que vi que ele estava sem saber o que falar. Marly com certeza estava lá, portanto ele não poderia me dizer direito o que estava sentindo.    

— Não, eu... — ele se interrompeu, ainda meio rouco. — Eu não queria que nada acontecesse, e nem quero, mas eu pensei que…     

— Eu sei o que você pensou — eu disse, triste por sentir que ele esteve angustiado aquele tempo todo, achando que algo de pior tinha acontecido com Taylor. — Eu também achei que ela iria morrer.     

— Não diz isso…     

— Desculpa.     

— Eu tenho que desligar, Jan — avisou ele, meio devagar. — Volto na segunda e a gente se vê para as aulas. Não posso faltar.     

— Mas...     

— Desculpa, eu preciso desligar.

O meu coração estava apertado com aquilo, Louis também era meu amigo e eu realmente não sabia como iria lidar com aquele seu lado depois da volta da Taylor. Ele acreditou na Marly, portanto aquilo poderia causar várias discussões. Eu precisava pensar em algo que fosse ajudar. Mas o quê? Como ele veria que Marly era o contrário do que mostrou ser aquele tempo inteiro? 

[...]

Pela madrugada, acordei com o choro da Taylor. Eu estava no quarto de hóspedes e a casa inteira estava movimentada. Tiago estava no corredor, aflito, olhando para a porta do quarto de sua irmã – ela também pediu perdão a ele, mas ele estava tão chateado que não falou nada. O Sr. Roberts olhava para dentro do cômodo enquanto segurava a porta e a voz da Sra. Hampton e a da Taylor era o que poderia se ouvir ali.

Vozes tristes e angustiadas.

Taylor estava começando a ter os sintomas da crise de privação e ela implorava para que dessem uma única dose a ela. Era uma outra pessoa ali, na verdade, não aquela que chegou na minha casa pedindo por ajuda.     

— Ela não pode ficar lá dentro com a Taylor — eu disse ao Sr. Roberts, observando Tânia sentada no chão com a filha enquanto tentava acalmá-la de alguma forma. — Se ela continuar lá dentro, vai acabar deixando a Taylor sair.     

— Tânia não dormiu, estava com medo da Taylor acordar durante a noite e fugir de novo, então ficou se levantando o tempo inteiro pra ver se ela ainda estava no quarto — ele me falou, sem deixar de olhar para as duas. — Assim que a Taylor acordou, Tânia já estava lá e, por isso, não sai lá de dentro de jeito nenhum      

— Mas…     

— Ela não vai sair, tenho certeza — ele me interrompeu, preocupado. Eu não era boa em fazer as pessoas mudarem de opinião, quem era bom naquilo era o Louis, por isso fiquei calada.

O Sr. Roberts acabou insistindo para que Tiago e eu voltássemos pra cama, e não tivemos outra opção senão aquela, afinal, eu estava grávida e Tiago morto de sono e preocupação.

No outro dia, resolvi faltar aula mais uma vez e fiquei na casa dos Hampton. Tentei ignorar as dores nas costas, mas estava impossível, portanto passei a maior parte do dia sentada, ouvindo aqueles gritos involuntários. Tecnicamente, ainda era o primeiro dia da crise de abstinência dela e parecia que não poderia piorar. Mas só parecia, porque eu já tinha presenciado aquilo uma vez.

Era sexta-feira e não recebi mensagem nenhuma do Louis. Eu estava preocupada com ele também, mas sabia que alguma coisa tinha mudado nele depois de todo aquele acontecimento. Com certeza ele mesmo tinha descoberto que ainda sentia alguma coisa pela Taylor – alguma coisa boa, é claro.

E estava um dia muito estranho, aquela sexta-feira. Havia os gritos da Taylor e os pedidos dela para os que estavam ali. Mas a casa inteira estava parada. Não havia mais ninguém ali, além da Sra. Hampton e eu. Tiago estava na escola, o Sr. Roberts, Claire, as amigas da Sra. Hampton e todos os adultos que falavam com a família Hampton estavam trabalhando naquele momento. 

Ou seja, estávamos cuidando de tudo sozinhas. Às vezes eu ia ao quarto, a fim de convencê-la a descer para relaxar um pouco, mas ela não saía lá de cima e, várias vezes, o seu telefone tocava sobre a mesa à minha frente.

Tentei não ficar preocupada e, enquanto buscava ficar calma, ouvi a campainha tocando. Saí de onde estava e fui atender a porta, um tanto confusa. Assim que a abri, fiquei mais confusa ainda – e até perplexa.    

— Adrian? — falei, olhando para aquele garoto ali, com um ar de irritação pairando ao seu redor. — Mas…   

— Louis está? — perguntou ele de repente, olhando pra dentro da casa atrás de mim. — Tenho coisas pra conversar com ele — explicou Adrian, muito impaciente, como se o mundo estivesse prestes a acabar.      

— Como você é ousado — acusei, quase dando na cara dele. — Eu não acredito que teve a coragem de vir até aqui, seu cretino!     

— Escuta, Jan — ele apontou o indicador pra mim, com um ar de quem estava ofendido —, depois você vai me agradecer por isso.

Então ele me deu as costas e saiu, pisando forte.  

— Ei, do que diabos você está falando?     

— Me diz onde ele está — pediu Adrian, se virando pra mim novamente.     

— Mas o que você quer com o Louis? — eu quis saber, atordoada. — Não basta o que já fez antes? Ele já está irritado o suficiente, Adrian, você conseguiu o que queria, Taylor e ele não estão mais juntos, entendeu?    

— Talvez fosse isso o que eu queria antes — corrigiu, com aquele ar misterioso —, mas agora não. Eu não fui o maior culpado nisso.     

— Como é? — fiquei confusa mais uma vez.     

— Me diz onde ele está..., por favor — pediu Adrian mais uma vez, depois de respirar fundo —, isso é sério, Jane. — E ele parecia tão convicto do que dizia, que era como se guardasse a chave de um segredo.     

— Na Irlanda.     

— O quê?

Adrian pareceu não acreditar durante alguns segundos e ficou me olhando como se esperasse que eu dissesse que era apenas uma brincadeira. E foi então que as coisas foram se juntando bem lentamente dentro da minha cabeça. Lembrei da história que Taylor tinha me contado, do começo ao fim, e fiquei sem saber o que pensar.    

— Ele está com Marly Cooper — falei, ainda processando aquilo.     

— Quando ele volta?     

— No domingo.     

— Que inferno! — reclamou Adrian, pondo as mãos na cabeça, todo agitado. — Ela é mesmo uma vadia...    

— Qual é a sua, afinal? — perguntei, assim que percebi o que estava acontecendo ali. — O que a Marly fez com você? Me fala o que 'tá acontecendo!

— Não — disse Adrian, depois de me olhar, como se pensasse duas vezes antes de contar o que queria contar. — Eu tenho que falar com o Louis primeiro, ele precisa saber.



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