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História Friends - Louis Tomlinson - 094. Nada


Escrita por: sunzjm

Capítulo 94 - 094. Nada


Fanfic / Fanfiction Friends - Louis Tomlinson - 094. Nada

LOUIS

Aquela viagem não foi o suficiente para me fazer esquecer certas coisas. A Irlanda era muito bonita, sim, mas era só isso. Ela não me permitia comprar um botão portátil para clicá-lo e desconectar o meu cérebro de mim mesmo. A Irlanda não me permitia viajar para um mundo onde não havia o tempo; ela não me permitia arrancar os meus próprios nervos e continuar “vivo”. 

A boa e velha Irlanda só me permitia ficar mais ansioso. Aquela noite desnecessária aconteceu em um péssimo momento, eu sonhei com o dia em que iria falar para Taylor o que tanto queria falar, mas eu não sabia que simplesmente não daria em nada. Eu continuava sentindo a mesma coisa. 

Só estava diferente porque uma espécie de tristeza tinha se juntado com a irritação. Tudo se misturou e somente me deu dor de cabeça, me fazendo aceitar o pedido da Marly e viajar antes mesmo de chegar o final de semana.     

— Como você está? — foi o que ela perguntou, após termos saído da cozinha depois do jantar, onde estiveram sua mãe, seu padrasto e a pequena Carly, que era a única coisa que fez da viagem uma boa ideia.

Tudo aquilo foi depois do acontecimento com Taylor e da conversa ruim com Jane pelo celular. Naquele momento eu estive totalmente mal e aliviado ao mesmo tempo. Era um paradoxo, porque eu realmente senti medo ao pensar que Taylor poderia morrer, afinal de contas, gostando ou não, ela se tornou uma parte de mim. Só que depois de saber que estava tudo certo com ela, acabei me irritando novamente, porque eu estava sendo bobo.     

— Eu achei que ela tinha... 

Não continuei, apenas permaneci de pé, olhando o tempo lá fora pela casa dos pais da Marly. Era um dia nublado, exatamente como eu estava me sentindo.     

— Por que está pensando nela? — perguntou Marly, e então eu a observei, confuso. — Por quê?!     

— Como é? — perguntei de volta, olhando para aqueles olhos azuis, secos e sem vida. Ela estava irritada mais uma vez.      

— Por que está pensando na Taylor? — repetiu Marly, se aproximando de mim. — Vocês dois não têm mais nada. Você mesmo disse que estava pouco se lixando pro que poderia acontecer com ela, Louis, então por que mudou de opinião tão rápido?     

— O que você está dizendo não faz sentido.   

— É claro que faz! — rebateu ela, depois começou a chorar, como achei que aconteceria. — Você quer que eu pense o quê? Achei que já tínhamos resolvido essa situação, estávamos vivendo esse tempo todo sem problemas, daí ela aparece e você fica desse jeito.     

— Que jeito? — perguntei, entredentes.     

— Como se fosse sair correndo daqui pra vê-la — respondeu Marly, sem se intimidar com o meu incômodo. — É isso o que eu estou vendo.     

— Taylor sofreu uma overdose, Marly, uma overdose! — falei, muito claro e lembrando das coisas que Jane tinha me dito no hospital. — Ela quase morreu…    

— E daí?! — jogou Marly, irritada.

Foi o bastante para que eu ficasse sem saber o que falar. Taylor morta não era nada para Marly? As duas eram amigas e ela mesma disse que fazia de tudo para o bem da Taylor, então como ela poderia falar algo como aquilo?

Logo tirei os olhos dela e quis sair dali.     

— Louis, volta aqui... — pediu Marly, caminhando atrás de mim e agarrando o meu braço. Brigas não eram o que eu estava precisando – muito pelo contrário –, mas a minha cabeça estava tão cheia de coisas que eu simplesmente não conseguia tolerar mais nada. — Você não pode se irritar comigo, eu tenho razão em ficar chateada.     

— Me irritar? — olhei pra ela, atordoado. — Vocês duas eram amigas, como você pode achar que se ela morresse não seria nada de mais?!     

— Me desculpa — pediu Marly, tentando ficar próxima de mim e tocar as minhas mãos —, eu fiquei com ciúmes.     

— Isso é ridículo.     

— Então não vamos falar mais dela, por favor — disse, então só deixei que ela me levasse para o quarto de novo, afinal, que resposta eu daria? 

Não iríamos mais falar da Taylor, mas a minha cabeça não parava de me fazer pensar em como ela estava. O que a Sra. Hampton iria fazer? Taylor ainda era viciada em drogas, então como ficaria toda a situação? Iriam prendê-la no quarto mais uma vez como eu tinha feito antes? 

Resolvi que tentaria relaxar na Irlanda e pensar que tudo estava resolvido. Busquei não me irritar com Marly, afinal de contas, ela gostava de mim e tinha receios em relação à Taylor, por isso o motivo dos seus ciúmes desnecessários. Só que aquilo estava se tornando tão ruim quanto encarar todo o meu problema de cara.

Taylor.

Eu não parava de pensar nela...

Antes dela ter aparecido na minha casa, eu já começava a tolerar o que tinha se tornado a minha vida, imaginando que uma hora ou outra eu me acostumaria. Porém, ela voltou e foi como se o mundo tivesse pisado em cima de mim. 

Os seus olhos, depois de tantos dias; aquelas lágrimas, implorando para que eu a perdoasse; as palavras de explicação; as acusações contra Marly… Aquelas duas passaram a se odiar e deu pra perceber naquela noite em questão. Mas, se Taylor tinha voltado, por que perdeu o seu tempo tentando pôr a culpa na Marly? 

Não fazia sentido...

Fiquei revirando aquela cena milhares de vezes durante os dias em que fiquei na casa da Marly. Carly era a minha única distração, na verdade, ela era diferente das outras crianças, portanto era fácil olhar pra ela e esquecer a maioria das coisas. 

Os pais dela também eram boas pessoas, mas quando se tratava da Marly dava pra perceber que havia alguma coisa a mais no relacionamento deles. Os três não pareciam se dar muito bem e Marly tentava da maior forma não ter qualquer tipo de contato com a sua mãe.

Eu sabia que não era o que ela queria mostrar pra mim, mas era impossível não perceber o desequilíbrio. E aquilo continuou durante aqueles três dias, quando chegou a hora de ir embora, a qual eu já não aguentava mais esperar. O padrasto da Marly nos levou até o aeroporto e o nosso voo já estava quase sendo anunciado.     

— Vou sentir a sua falta, querida — eu disse para a pequena Carly, que estava nos meus braços agarrada ao meu pescoço. — Tento falar com você depois.     

— Por que você não fica mais um pouco? — perguntou a garotinha, me olhando com os olhos brilhando. — Você não gostou daqui?     

— É claro que eu gostei — respondi, mas me senti mal por não estar sendo tão sincero com aquela criança. — Só que eu tenho aulas na escola, assim como você.     

— Não se pode faltar às aulas.     

— Exatamente — sorri e dei um beijo em sua bochecha. — Você é esperta. — Então ela sorriu pra mim, me deu um abraço e a passei pro seu pai, que estava falando com alguém pelo telefone.     

— Nós temos que ir… — avisou Marly, assim que aquela voz soou pela área de embarque, nos avisando sobre o vôo. Nos despedimos do Sr. Nic Conaill e da Carly, e depois seguimos para o avião, eu com aquele nervoso que não sabia de onde vinha, e Marly com um ar tenso que eu também não fazia ideia de onde vinha.

[…]

Eu cheguei em casa por volta das cinco e meia da tarde, e Maggie fez questão de me pegar no aeroporto. Na verdade, ela estava quase chorando.    

— Você quase me matou, sabia? — disse ela, me abraçando e beijando o meu rosto depois de me ver no meio de tanta gente. — Droga, Louis, como que você faz isso?!     

— Mas o que foi? — eu perguntei, totalmente confuso com aquele seu exagero. — Está tudo bem, Maggie.    

— Não 'tá, não — ela rebateu, apontando o dedo bem na minha cara. — Lembra como foi que você saiu de casa? Quase não se despediu de ninguém.     

— Desculpa?     

— Não se pode fazer uma viagem desse jeito, garoto — ela me acusou, com a testa franzida. — Não faz mais isso comigo, entendeu?     

— Eu estive me comunicando com a mamãe — tentei me defender, a cabeça começando a doer aos poucos  —, ela não falou nada a você?     

— Falou, mas não é a mesma coisa.

E então ela me puxou, como se somente eu estivesse ali. Ao chegarmos em casa, a primeira coisa que fiz foi me refugiar no meu quarto, depois de deixar Marly na casa da Sra. Peterson. Fiquei andando de um lado pro outro, pensando em várias coisas que me deixavam atordoado e confuso. Me perguntei várias vezes se ligava para Jane ou não.

E se eu fosse até a casa dos Hampton?

Mas o que eu faria lá? Eu disse à Taylor que me deixasse em paz, portanto não faria sentido eu aparecer lá e pedir por informações…

Mas como eu faria para saber o que se passava na casa dos Hampton? Como eu faria para saber como Taylor estava? Não me aguentei e liguei para Jane, a fim de sondar a situação, sem deixar transparecer qualquer interesse.     

— Jan?     

— Olá — falou ela, parecendo surpresa. — Já chegou em casa?     

— Sim — respondi, ouvindo mais do que apenas a sua voz por ali. Na verdade, parecia estar a maior bagunça onde ela se encontrava. — O que está acontecendo? Onde você está?     

— Estou na casa da Taylor — respondeu ela, como se estivesse se movimentando à procura de um lugar melhor para falar.     

— Estou ouvindo gritos... — falei, apreensivo.     

— Você está sozinho?    

— Sim, me responde.     

— Taylor está passando pela crise de privação esses dias — ela explicou, preocupada —, com tudo aquilo que aconteceu antes, lembra?     

— E por que ela está passando por isso?     

— Porque ela quis.

E foi como se eu não tivesse ouvido bem.     

— O quê?     

— Foi o que ela me prometeu antes de.... você sabe.     

— Como pode acreditar que ela esteja falando a verdade? — joguei, ainda sem acreditar naquilo. — É óbvio que ela não iria querer passar pela crise mais uma vez, você não lembra o que ela sofreu? Aliás, mesmo que ela quisesse, acha mesmo que funcionaria em alguma coisa?     

— Acho — respondeu Jane, sem pestanejar —, porque dessa vez é diferente. Claro, eu ainda tenho um pouco de receio, mas tenho mais esperanças.     

— Jane, por favor… — Passei a mão pelo rosto, totalmente de saco cheio. — Olha, eu realmente não queria falar sobre isso, mas eu não aguentava mais ficar sem saber de nada... Como a Tânia está?     

— Ela quase não sai do quarto — falou Jane, depois de um suspiro. — Faltou o trabalho esses dias e vai faltar por mais quatro.     

— Por causa dela?     

— Sim, Louis — disse Jane rudemente, ao perceber a minha acusação na voz. — Você ligou pra quê? Se acha que ela não merece uma chance, então por que quer saber o que está acontecendo?

Fiquei perplexo com a sua ousadia.      

— Não acredito que esteja falando isso. Porra, não era você quem concordava com o que eu falava antes?!     

— Nós estávamos irritados e magoados…     

— Eu estou irritado e magoado — lhe corrigi, sem conseguir manter o tom controlado. — Ela fez tudo aquilo e você simplesmente resolve esquecer por causa de um pedido de desculpas?     

— Eu não esqueci, 'tá bom? — falou ela, também se irritando. — Só que ao contrário de você eu escutei o que ela tinha pra falar, e as ideias que eu tinha antes, que você me fez esquecer!, foram comprovadas.   

— Que ideias?!          

— Que a Marly não vale nada!     

— Ah, me poupe!, você está sendo falsa.     

— O quê?... — ela se ofendeu e senti como se tivesse recebido um tapa. — Como ousa falar isso, Louis?! Eu nunca enchi a Marly de beijos, sempre achei que ela era uma cobra, e você sabe perfeitamente disso! 

— Eu nunca vou entender o porquê de tanta implicância — resmunguei, impaciente. — Escuta, se você continuar falando mal da Marly, eu não sei se vou conseguir tolerar você também.     

— Você me fez uma pergunta e eu respondi.    

— Taylor está se fazendo de vítima, é isso o que está acontecendo — joguei, impassível. — E, caso você volte a dar confiança a ela, pode correr o risco de ser trancada novamente em um quarto.     

— Não fala isso… — pediu Jane, com um ar chateado. — Você 'tá pegando pesado, não deve julgar as pessoas pelos erros de antes.     

— É claro — bufei, evitando a vontade que eu tinha de socar alguma coisa. — Ela pode pisar em cima de mim, pode mentir, pode dizer que eu sou isso e aquilo, pode me trair e depois dizer que se arrependeu, pedir perdão com os olhos cheios de lágrimas e depois achar que está tudo muito ótimo. É claro, Jane Collin, sou eu o errado!     

— Louis...

— Tudo o que ela falou é mentira — lhe interrompi, e senti aquele bolo na garganta de novo, sempre que eu pensava na Taylor —, e você também não deveria acreditar em nada disso. Ela é uma viciada em drogas e pronto. Taylor não merece chance nenhuma. Ela não merece nada…




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