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História Friends - Louis Tomlinson - 018. Tarefas


Escrita por: sunzjm

Capítulo 18 - 018. Tarefas


Fanfic / Fanfiction Friends - Louis Tomlinson - 018. Tarefas

TAYLOR

Eu já estava há algum tempo sentada na minha cama, fitando o celular todo estraçalhado e lembrando das coisas que haviam acontecido ali, há cerca de meia hora. Louis Tomlinson gritou comigo, me mordeu, quebrou o meu celular e, sinceramente, aquilo parecia não ser nada comparado àquela coisa, o beijo que ele me deu. 

Eu não sabia exatamente o que pensar, mas tudo me parecia errado. Louis havia me beijado e nós dois não tínhamos nada um com o outro. Éramos amigos, mas mesmo assim ele me beijou. O que ele queria, afinal? Por que fez aquilo? Foi apenas para ganhar o que queria? Foi apenas para brincar comigo e me deixar confusa?!

Busquei respirar fundo, deixei o celular quebrado sobre a cama e caminhei até o banheiro, a fim de observar o meu reflexo. Dava pra perceber nitidamente a mordida no lábio inferior. Na verdade, já estava até meio inchado.  

No fim, eu acabei me perguntando como teria sido o beijo dele sem mordidas dolorosas ou aborrecimentos.

Mas o que eu estava mesmo pensando? Aquilo estava errado e não aconteceria novamente. Foi apenas um mal entendido e Louis queria apenas calar a minha boca. Se bem que, pensei comigo mesma, de tantas vezes pelas quais havíamos discutido e gritado um com o outro, por que ele não fez aquilo antes?

Quase bati com a cara na pia, buscando parar de pensar no beijo errado do Louis, e então saí do quarto, levando comigo o celular despedaçado. Assim que pisei na sala de estar, dei de cara com Tiago, já levantando do sofá com um ar preocupado.  

— Quase fui até o seu quarto — comentou ele, o cenho franzido. Estava clara a confusão em seu rosto, mas percebi que segurava um buquê de rosas. — O tal Adrian deixou isso pra você. 

E então me entregou o presente. 

— Adrian? — Por um momento eu não soube do que ele estava falando, mas depois lembrei que Adrian foi me visitar, no momento em que Louis esteve no meu quarto. — Ah, eu... 

— 'Tá tudo bem, Taylor? — Tiago perguntou, me analisando. Eu observava o presente do Adrian, me sentindo especial pelo seu gesto e esquecendo, por um minuto, do que havia acontecido. Era um presente simples, o buquê, mas era lindo.  

— Por quê? 

— Por quê? — revidou ele, perplexo. — Estava a maior gritaria lá em cima. Era quase impossível não saber do que estavam falando. Fui obrigado a inventar uma história pro cara que veio te procurar, se não Louis me mataria. 

— É só que...  

— E o que você está segurando? — ele me interrompeu, apontando pro celular na minha mão, todo quebrado. — Parece o seu celular. 

— Era. 

— Isso explica — Tiago pareceu pensativo, mas depois pôs a atenção em mim novamente. — Juro que estou passando a desconfiar de quem estava no seu quarto, Taylor, gritando com você. Ele me pareceu um psicopata depois que eu disse que você tinha saído com o tal Adrian. Eu nunca vi Louis daquela forma. 

— Ah, então foi você quem falou — mudei de assunto, sem sentir a irritação que deveria sentir. Louis e ele eram amigos e eu não pensei direito quando resolvi colocar Tiago em toda a mentira. — Depois reclama quando conto as suas novidades do fim de semana. 

— Eu não sabia de nada — falou, seguindo pro sofá a fim de se sentar —, e não achei que fosse problema falar o que realmente tinha acontecido. Não venha colocar a culpa em mim, quem mentiu foi você. 

— Certo, e obrigada por ter mentido pro Adrian — eu disse, andando até a cozinha —, você salvou a vida dele. 

Logo procurei por um vaso de vidro, a fim de colocar as rosas. Tiago realmente salvou Adrian de um horrível espancamento. Afinal, ele foi me visitar em uma péssima hora e não seria uma boa ideia se eu conversasse com ele enquanto Louis estivesse por perto. Seria imprudente, na verdade.

Enquanto ajeitava as flores no vaso, acabei percebendo a pia cheia de louças sujas e então lembrei da Claire e do que ela havia me dito na noite passada. Ela saiu ontem e, quando voltou, conversou comigo, informando que o seu vizinho ligou para ela dizendo que a Sra. Cold estava passando mal. 

Claire não quis me dizer o que estava acontecendo e eu até insisti em ver a mãe dela, mas ela não deixou. O que Claire queria era que eu ficasse em casa com Tiago, sem me preocupar com nada porque ela já havia falado com mamãe e dito que não dormiria conosco. 

O telefone fixo chamou a minha atenção e gritei para que Tiago o atendesse, por eu estar ocupada lavando louças e pensando. Eu coloquei as flores no balcão para que servissem de decoração na nossa cozinha e não me preocupei com o que Louis poderia achar, caso passasse por ali. 

— Está aqui — ouvi Tiago dizer, na sala de estar. Logo um frio na barriga me cumprimentou e me senti ansiosa. Talvez pudesse ser Louis, que quisesse pedir desculpas pelo celular? — Taylor, vem aqui.

Deixei as louças de lado e corri pra sala.  

— Mamãe — avisou ele, fazendo mímica com os lábios. Me decepcionei por não ter sido o Louis, mas depois me animei porque, finalmente, falaria com mamãe. 

— Oi! — eu disse, eufórica —, tudo bom? 

— Taylor Hampton, por que diabos não atende o seu celular? — perguntou ela, sem delongas. — Fazem alguns minutos que tento falar com você.  

— Eu tive um pequeno problema, sabe? — Eu não queria entregar o que Louis havia feito, porque era uma longa história. — Mas logo vou resolvê-lo.  

— Que problema? — perguntou ela, toda paciente, e então ouvi alguns barulhos na outra linha. — É muito sério?  

— Não é nada de mais, fique tranquila.  

— E como vou conversar com você sem precisar incomodar os outros? — quis saber ela, com razão. — Às vezes terei de ser rápida.  

— Você não incomoda o Tiago — eu disse, enquanto olhava pra ele, que assentia com a cabeça. — Muito pelo contrário, principalmente quando está tão distante. 

— Mesmo assim, então trate logo de resolver esse tal problema — mandou mamãe, e depois mudou totalmente de assunto, passando a falar sobre tudo o que viu em Guelph até aquele instante (o hotel, as pessoas, o clima, a comida, e também o enjôo que sentiu devido ao jet lag). 

Resolvi perguntar o que havia acontecido com a Sra. Cold e mamãe disse que ela tinha sofrido um derrame. Não deixei de pensar em como Claire poderia ter se sentido, a Sra. Cold era a única pessoa que ela tinha em sua vida e, se algo acontecesse com ela, Claire ficaria muito mal. Acabei ligando aquele fato ao motivo para ela estar tão cabisbaixa, quando contou que sua mãe passou mal em casa.  

— Provavelmente a Sra. Cold vai precisar de uma ajuda — disse mamãe, a voz mais baixa —, e eu já falei com Claire sobre isso. Tiago e você vão precisar me ajudar em relação a isso. É somente durante algum tempo.  

— O quê?

— Vocês dois vão precisar fazer as tarefas de casa — explicou mamãe, muito paciente —, enquanto Claire não estiver por perto. Eu sei que é complicado, mas apenas não deixe que o nosso lar vire um caos.       

— E quem vai cozinhar? — Eu era péssima na cozinha. Na verdade, odiava cozinhar, pelo simples fato de ser distraída e atrapalhada demais, correndo o risco de pôr fogo na casa inteira sem querer. — Eu só sei fazer o básico pra não morrer de fome.  

— Você pode se esforçar, querida — mamãe suspirou, como se sentisse culpa por aquilo. — Não é difícil, apenas tome cuidado e faça o necessário. Se precisar de ajuda, fale com a Sra. Rose, com Johannah ou então liga pra mim. Caso eu não esteja ocupada, vou ter todo o tempo do mundo pra você. Além do mais, vocês podem pedir comida, apenas não exagerem, pelo amor de Deus.  

— Certo — eu disse, por fim.        

— Qualquer problema que precise de um adulto, fala com a Claire, 'tá bem? Eu vou ligar pra ela e saber o que vai fazer com a Sra. Cold — avisou mamãe, mas logo em seguida resmungou: — Seu pai não ajuda em porcaria nenhuma... 

Também senti um pouco de revolta, só que o sentimento de angústia foi bem maior. A ajuda dele seria de extrema importância, mas papai simplesmente não se fazia presente. Por que ele precisava ser daquela forma, afinal?       

— Vai ficar tudo bem — eu prometi, depois de respirar fundo —, vou deixar tudo em ordem aqui.  

— Obrigada, querida — ela disse, com uma voz doce. — Agora você poderia passar o telefone pro Tiago? Tenho que conversar com ele. 

— Certo.  

— Eu amo você.

— Também amo você. 

[…]

O desejo de ir para a escola naquela manhã de segunda-feira estava enorme. Eu estava ansiosa e nervosa, passei a noite de domingo inteira remoendo o que aconteceu entre Louis e eu, e sempre tinha a impressão de que algo estava fora do lugar. Meu coração gritava coisas que eu não queria ouvir e eu tinha a plena certeza de que aquilo só estava acontecendo por causa do beijo. 

Na verdade, nada parecia ter sentido. Coisas que eu e ele havíamos passado naqueles anos vieram na minha cabeça e era como se eu sempre tivesse estado em uma posição errada. Tudo o que aconteceu, todas as brigas, todos os nossos problemas, os dias e as noites em que passávamos na casa um do outro, as nossas famílias, os nossos encontros, os palavrões, a gritaria, os abraços, as palavras de conforto…, tudo me levava a apenas um pensamento, e era justamente o que estava me deixando desconcertada.

Durante o banho, quando resolvi gastar o meu tempo pensando em Christian, não senti a mesma sensação de preenchimento de antes, de que ele era a pessoa certa. Na verdade, eu não senti absolutamente nada, apenas saudades do tempo em que éramos amigos. E, para mim, aquilo era natural, como uma amizade que perdíamos no decorrer dos anos. Era algo tolerável, quase imperceptível.

Acabei me sentindo uma tola, pois percebi o tempo perdido que eu tive chorando por ele. Christian Menson foi o meu amigo, nada a mais. Ele havia dito que os meus sentimentos estavam errados, que eu estava trocando as bolas e, enquanto sentia a água escorrendo pelo meu corpo, me perguntei se ele estava certo, se eu realmente nunca senti nada por ele. 

Apenas culpei Louis pelo que havia feito comigo. Ele não deveria mesmo ter me beijado, pois eu não tirava mais aquilo da cabeça. Eu estava ficando louca... Louis me conhecia bem, teria que perceber a burrice em me beijar daquela forma. Ele teria que perceber o quanto seria estranho e complicado para nós dois, quando nos víssemos.

Eu estava preocupada com os pensamentos dele, aliás. Estava preocupada com o que ele havia sentido e com a sua reação quando me visse. Eu estava aflita e era como se eu devesse algo a ele. 

Fiquei mais atordoada ainda quando Jane apareceu na minha casa, com o uniforme da escola, usando o cabelo em um coque e a expressão cheia de sono. Primeiro, ela nunca aparecia daquela forma e, segundo, Louis não foi junto com ela, para nos levar até a London Greenwich.

Daquela vez ele não me avisou nada e quem me falou o motivo foi Jane. Louis não estava disposto a acordar cedo naquele dia, portanto chegaria tarde. Jane também me contou que ele foi na casa dela para falar que já sabia de tudo. Quando me disse aquilo, Jane parecia mais confusa do que eu, só que não encheu a minha cabeça de ideias. Até achei melhor que ela já soubesse, porque eu realmente não queria complicar ainda mais os meus pensamentos com as suas perguntas.

No começo do dia, fiquei aérea e parecia agir no automático o tempo inteiro. Claire não dormiu em casa, portanto precisei preparar o café da manhã para mim e Tiago – além de encomendar uma pizza na noite passada. E, enquanto eu jazia no ônibus da escola ao lado da Jan, quase me esqueci do porquê de estar ali.

Antes mesmo de irmos pra nossa sala, resolvi ir atrás do Adrian, a fim de pedir desculpas por não tê-lo atendido no dia anterior. Também agradeci pelas flores e avisei que estava sem celular (precisei inventar que Tiago me irritou e me fez descontar no meu próprio aparelho). Obviamente, Adrian ficou chocado e pensei até que ele não tivesse acreditado.

Minha garganta insistia em ficar seca e, quanto mais o tempo passava, mais eu ficava preocupada. Afinal, Louis estava demorando demais. Resolvi até mandar um bilhete para Jane, que lia alguma coisa sobre o assunto de filosofia.

"Por que será que ele está demorando tanto?”

Eu não estava com a intenção de parecer desesperada, mas a maneira como Jane me analisou mostrou totalmente o contrário. Ela estava séria quando olhou para onde a Sra. Trustie estava e, depois de perceber que não estávamos sendo observadas, passou a escrever no papel. Quando terminou, deu mais uma olhada na direção da Sra. Trustie e, rapidamente, me jogou o bilhete de volta.

"Fica calma, ele logo vai chegar :)

P.S.: preciso conversar com você depois.

P.S².: não responda ao bilhete, pois senti que a Sra. Trustie estava nos olhando pelo canto do olho (ela deve ter algum tipo de sensor)."

Olhei para Jane e ela já havia voltado com a atenção pro livro de filosofia. Já eu, passei o resto da aula desconfortável e com vontade de fazer xixi.

[…]

Louis só apareceu na hora do intervalo. Eu sabia que o que eu havia sentido quando o vi não foi um bom sinal. Fiquei tímida e me senti carente, depois de perceber que ele não olhou para mim uma vez sequer na hora do lanche. 

Louis nem pediu desculpas pelo celular, apenas disse que compraria outro. E aquilo realmente me deixou mal, tive vontade de bater nele, pelo que havia feito comigo no dia anterior e por ser tão grosso. Aliás, tudo o que eu esperava era que ele não tivesse se sentindo arrependido. Na verdade, eu queria mais era que ele tivesse gostado, assim como eu. Mesmo que fôssemos amigos, era o que eu queria.

Jane, obviamente, sentia o clima estranho. Contudo, em nem uma vez, ela tentou mudar aquilo, apenas comeu a sua refeição calada e quieta, como se observasse cada gesto nosso. 

Eu, no entanto, queria conversar com Louis e pedir para que ele esquecesse tudo aquilo e para que me perdoasse por eu ter mentido. Eu não deixaria que ele pensasse que gritar comigo resolveria todos os seus problemas com Adrian, é claro, mas eu queria que tudo ficasse bem entre nós dois.  

Enquanto eu tentava engolir o meu sanduíche, pensando onde Louis poderia ter ido, avistei um tumulto na mesa ao lado, acompanhado de risadas e expressões de choque.

— Ela é mesmo muito boa, cara — um dos garotos do clube de jogadores havia dito, depois de soltar um suspiro. — Mas é uma pena que seja uma vadia.  

— Cala a boca — a voz da Raquel soou por ali, enciumada —, se alguém falar pra ele que você está dizendo essas coisas, ele pode socar a sua cara, sabia? 

— Ah, Deus — Jane pôs as mãos na cabeça, deixando transparecer o seu cansaço. — Eu não acredito… 

— O que foi? — perguntei, ainda tentando prestar atenção na conversa dos outros. — Você sabe do que eles estão falando? 

— Do vídeo — ela sussurrou e depois olhou em volta. A maioria dos alunos que estavam ali fitavam os seus aparelhos. Alguns pareciam normais, outros estavam com a boca aberta, mais alguns rindo e muitos se divertindo. Eu, no entanto, já estava corando devido ao assunto. — Preciso ver isso — Jane murmurou e, antes mesmo que eu dissesse algo, ela já havia ido até a mesa de um garoto.   

— E então? — eu quis saber, depois que Jane voltou, o queixo caído e a expressão assustada. E eu estava tão focada nela, que não percebi Louis sentando ao meu lado. Ele estava sem expressão alguma, e então eu me desesperei, pensando que ele poderia estar envolvido na divulgação. — Mas o que você fez? 

Percebi o seu olhar pela primeira vez naquele dia e logo ele franziu o cenho. Rapidamente ignorei uma onda de arrepios e desviei o olhar. Mas o que diabos era aquilo? Era frio?  

— Como assim? — perguntou Louis, confuso. — Que cara é essa, Jan? O que aconteceu? 

— Você não viu? — questionou Jane, surpresa. — O vídeo parece estar na escola inteira, todo mundo está vendo aquela coisa. 

E então Louis se assustou, passando a observar os outros alunos.  

— Henrik não me avisou nada — ele disse, depois de bufar. — Não achei que realmente fosse fazer isso.  

— Que vergonha alheia — Jane novamente pôs as mãos no rosto, buscando se esconder. — Como alguém pode fazer isso? Escuta — ela fitou Louis, aflita —, você não vai fazer mais nada, não é?  

— Não.  

— E o que ele fez com o pen drive? 

— Disse que enviaria pro Caius. 

Caius, pelo que eu sabia, era o namorado de Rutty Jordan e que também estudava na London Greenwich. Ele realmente tinha feito a coisa certa em não ter aparecido naquele dia e era como se já tivesse imaginado o que aconteceria.  

— Louis, você precisa ver isso! — alguém gritou da mesa ao lado, morrendo de rir do que Rutty Jordan havia passado. — É uma novidade em tanto. 

— Você não vai sair daqui — Jane mandou, autoritária.

— Mas eu não ia a lugar algum — Louis tentou se defender, rindo. Eu também estava envergonhada, tanto por Rutty quanto pelo Peterson. O que ele fez foi errado e eu sabia que, assim que a Sra. Palmer soubesse daquilo, ele seria expulso em questão de segundos.

[…]

A hora de ir pra casa me deu calafrios. Primeiro porque Adrian teve uma rápida conversa comigo, antes de entrar no carro dele; e, segundo, porque eu sentia que aquela não era uma boa hora. Eu estava receosa de que Louis aparecesse ali e nos visse juntos. Dava pra perceber que ele ainda estava chateado comigo e eu estava tentando ao máximo não irritá-lo mais.

Jane e ele haviam passado na diretoria, a fim de falar com a coordenadora – e bisbilhotar para verem se a Sra. Palmer já estava sabendo do ocorrido –, e então eu resolvi seguir para a BMW sozinha, mesmo me sentindo uma intrusa. Adrian, contudo, me encontrou no meio do caminho e falava sobre algo que eu não conseguia prestar atenção. Quando percebi que ele estava muito próximo de mim, vi que estávamos há muito tempo ali e que eu precisava seguir o meu caminho até o carro.  

— Sei que precisa ir agora e eu disse que daria o tempo que precisasse — Adrian disse, sem tirar os olhos de mim —, mas isso é mais difícil do que eu imaginava.  

— Eu... 

Seus olhos eram bonitos, mas eu não estava confortável com a presença dele e com a sua aproximação brusca. Na verdade, eu queria ir embora, tomar um chá calmante, me jogar na cama e depois dormir muito. 

— Desculpe, Taylor... 

E os seus lábios já estavam bem próximos. Eu, novamente, não sabia como agir, e então deixei que Adrian tomasse as rédeas da situação. Fechei os olhos e o senti me beijar. Na verdade, honestamente, Adrian sequer teve muito tempo para aprofundar o beijo, porque alguém nos interrompeu.

— Seu desgraçado…   

— Não faz isso, Louis! — Jane havia gritado e tentou segurá-lo pelos braços. Porém, não adiantou em nada e, quando eu percebi, Adrian já estava caído no chão, sem entender absolutamente nada.

Tudo aconteceu rápido demais e não demorou para que vários alunos fizessem um círculo em volta de Adrian e Louis, com expressões curiosas. Provavelmente todos ali conheciam Louis. Adrian era o novato, mas já havia conquistado a amizade de uma porcentagem X da nossa escola. Portanto, achei que também poderiam estar em dúvidas para quem torcer.

Me enfiei no meio de alguns alunos e, antes que eu pensasse em fazer alguma coisa, Jane já se colocava a puxar Louis com a ajuda dos amigos dele. 

— Quer correr o risco de ser expulso?! — ela exclamou, batendo no peito dele. Adrian também conseguiu machucá-lo e os dois estavam com a boca suja de sangue. — Para com isso!  

— Você vai ver só!... — gritou Adrian, segurado por um garoto alto. Ele estava morrendo de raiva e não tirava os olhos do Louis. Era como se o seu limite tivesse sido extravasado. — Não vou mais deixar que se ache o melhor daqui. 

— Olha só, está me ameaçando? — Louis deu um sorriso sarcástico e continuou tentando se aproximar do outro garoto. — Quem você pensa que é, seu infeliz? 

— Louis, cala a boca — mandou Jane, e então começou a empurrá-lo para longe dali. — Vamos embora antes que tudo piore, por favor.

Eu estava atordoada porque o motivo da briga era eu. Não era costume tanta atenção daquele jeito, apenas quando eu aprontava feio, e aquilo não era de acontecer. Eu me sentia perdida no meio de um deserto e já estava cansada de sentir raiva do Louis. 

Eu não queria gastar o meu tempo discutindo para informá-lo de que ele não tinha controle nenhum sobre a minha vida, mesmo depois do seu beijo. Portanto, antes mesmo que eles me encontrassem, eu saí correndo dali, à procura do ônibus escolar, que estava à espera dos outros alunos. 

O fato era que tudo estava errado e fora dos eixos e eu não sabia o que fazer para consertar todas as coisas. Eu não sabia o que estava sentindo e repetiria aquilo um milhão de vezes. Eu não queria que Adrian tivesse me beijado, porque eu ainda não tinha decidido o que fazer. E eu sequer estava me entendendo. 

Finalmente, depois de passar mais ou menos dois minutos sentada nos últimos assentos, o ônibus seguiu com o seu caminho habitual. Eu precisava de espaço e queria sumir do mapa.



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