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História Friends - Louis Tomlinson - 002. Espionagem


Escrita por: sunzjm

Capítulo 2 - 002. Espionagem


Fanfic / Fanfiction Friends - Louis Tomlinson - 002. Espionagem

Eu deveria estar acostumada com as broncas dele, que poderiam dar um livro inteiro com direito a várias categorias. Tantos eram os seus argumentos, que eu sempre me perguntava se era Louis quem tinha a razão ali. O problema era que não havia um jeito de se acostumar. Ele pegava pesado. 

— Pode começar — mandou, quando já estávamos dentro do meu quarto. Olhei para Jane, buscando algum tipo de ajuda e senti uma apreensão enorme. Quando me dei conta, já estava jogando palavras em busca da minha defesa: 

— Ele estava lá sentado e parecia tão calmo, então eu achei que, se fosse até lá, conseguiria uma... uma reconciliação. — Percebi o desespero na minha voz, quase com uma certa timidez. — Eu pensei que conseguiria alguma coisa... qualquer coisa.

— Mas onde é que você estava com a cabeça? — Louis quis saber, perplexo. Parecia desgostoso, como se fosse incapaz de imaginar uma bobagem como aquela.      

— Louis — comecei, fechando os olhos e tentando me acalmar —, nós já conversamos sobre isso um bilhão de vezes!... 

— E vamos continuar conversando até você perceber que não tem chance alguma com aquele cara — jogou, muito rude. Estava ali o meu medo, porque era sempre a mesma coisa. No fim, eu ficava mais triste por causa das coisas que ele dizia do que pelo próprio problema em si.     

Jane logo o advertiu, nos observando. 

— Não preciso de ninguém me lembrando do quanto estou sendo boba — levantei a voz, como se aquilo ajudasse a me deixar mais intimidadora.       

— É irritante não saber o que fazer. Por que não se põe no nosso lugar? Isso tudo é uma bobagem! — exclamou ele, de repente. — Você é tola, fraca e teimosa. E isso não deveria estar acontecendo.

Não consegui evitar o que estava tentando impedir e mais uma vez me vi chorando por conta daquele assunto.         

— Você poderia pegar um pouco mais leve? — reclamou Jane, se aproximando enquanto Louis caminhava até a janela para tentar se controlar. — Taylor, eu entendo você, mas também acho que não deveria ter feito aquilo. Você se humilhou... se humilhou por alguém que não se importa mais com você. 

— Eu sei — murmurei, os dentes cerrados. — Olha — me voltei para Louis, enquanto mexia nas mãos —, você não precisa odiá-lo. Ele não tem culpa de nada. Como você sempre diz, eu sabia que tudo daria errado. Se eu não tivesse contado o que sentia pra ele, talvez ainda fôssemos amigos.  

— Mas você contou e ele não deu a mínima, agora fica por aí chorando por causa daquele imbecil — acusou Louis, voltando a me olhar. — Você sabe o que ele faz? Christian ignora você e segue feliz com a vida dele, com a Alice. E vai continuar assim, Taylor, porque ele já tem alguém. Christian não precisa de você, Alice é a única garota que ele já amou e que ainda vai amar. Qualquer garota que se aproxime, seja qual for, não vai conseguir mudar isto. Você não vai conseguir mudar isto.   

— Para! — exclamou Jane, nervosa.

— Eu não estou mentindo, estou? 

— Você deveria ter um pouco mais de tato. 

— Estou tentando abrir os olhos dela, não quero que ela fique desse jeito e também não quero que fique falando daquele cara. Ele não merece ser tão defendido e tão amado depois de todas as coisas que disse — revidou Louis, como se soubesse que estava totalmente certo. 

— Eu sei — cochichou Jane de volta, como se pensasse que eu não estava ouvindo —, mas não é dessa maneira que vamos conseguir ajudar.

— Tudo bem, Jane Collin, faz o que você acha que é certo — disse ele, bruscamente. — Vou estar esperando no carro. — E a última coisa que ouvi dele foi a batida da porta, sendo fechada com força até demais. Limpei os olhos de novo e me sentei no puff que havia ali. Eu estava totalmente exausta, como se não tivesse forças nem para respirar.

— Aposto que ele está pensando em todas as merdas que disse — falou Jane, depois de alguns segundos. — Dessa vez ele pegou muito pesado.

— Ele tem razão — falei, com raiva de mim mesma —, eu sou uma fraca, idiota, teimosa, tola...

— Não pense isso sobre si — pediu Jan, se agachando para poder me olhar. — Ele só não gosta de vê-la chorando por causa daquele garoto. Louis não consegue entender nada do que está acontecendo.  

— Tudo bem — sussurrei, ganhando o sorriso dela. Então Jane se levantou para me dar um beijo na testa e depois se despediu, saindo do quarto quase correndo com medo de que Louis a deixasse ir embora à pé. 

[…]

Pela manhã depois de acordar com o som irritante do despertador, ouvi alguém berrando lá embaixo e logo imaginei o que poderia ser. Eu estava deitada, já acordada e olhando pro teto, enquanto buscava coragem para levantar da cama. A porta então se abriu e a minha mãe apareceu, o rosto vermelho de raiva – e de vergonha. 

— Levanta — ela mandou e puxou o lençol que estava sobre mim, muito indelicada. — Você sabia que quem viria era o seu professor de cálculos, não sabia? 

Rapidamente me sentei e tentei não rir da situação. Deduzi que, pela hora que ela havia chegado em casa, poderia ter sido uma boa experiência com o Sr. Roberts. Mas eu não diria nada daquilo, é claro, senão correria o risco de levar umas palmadas. 

— Eu não tive culpa — me defendi, encolhendo. Mamãe fechou os olhos e tentou se controlar. Apenas fiquei lhe observando, as bochechas vermelhas e o cabelo curto meio bagunçado. Ela usava a mesma roupa de ontem, um vestido preto justo, meia-calça transparente e um sobretudo, que a deixava bonita e elegante.

— Vocês armaram tudo pelas minhas costas! — reclamou, como uma adolescente. — Poderia ter me avisado, Taylor.

Eu nem gostei muito da ideia quando o Sr. Roberts pediu a nossa ajuda. Fiquei muito surpresa, na verdade, mas naquele dia eu consegui perceber que aquilo poderia ser bom para mamãe  – ela parecia até mais brilhante. 

Era claro o meu medo por ela, de que tudo acontecesse de novo e que ela sofresse por causa de um outro homem. No entanto, eu estava prometendo a mim mesma que ficaria de olho no meu professor. 

— O que eu podia fazer? — perguntei, ainda na defensiva. — Ele estava convicto e parecia desesperado. 

— Então preferiu esconder?  

— Jane achou melhor — expliquei, muito calma —, porque disse que você não gostaria nem um pouco da ideia. 

— Ela também ajudou você nisso? Não me diga que Louis também estava no meio? Oh... — mamãe fingiu surpresa e cruzou os braços de novo. Olhei para as minhas mãos e senti o rosto ardendo. — Estou me sentindo uma idiota, Taylor Hampton. 

— Não vejo problema algum, o encontro foi tão ruim assim? — perguntei e mamãe logo me olhou, já sem a mesma expressão. E, sem me surpreender, ela suspirou, sentou na cama e cruzou as pernas, prestes a contar tudo.   

Ela até hesitou, tirando o cabelo do rosto. 

— Arthur foi um cavalheiro comigo a noite inteira — confessou, mexendo nas unhas. Depois de dizer isso, dei um sorriso de satisfação e engatinhei até o seu lado, a fim de me sentar ali perto. — O restaurante era muito lindo, você tinha que ver, as paredes, o teto, as mesas, a comida... — contou ela, com vergonha de sorrir.  

— Fico feliz que tenha se divertido.     

Mamãe ficou calada durante alguns segundos enquanto tinha um devaneio, depois percebeu que estava ali com cara de boba e se recompôs, se levantando e apontando o indicador na minha direção.  

— Isso não significa nada, eu ainda estou irritada com você. — Assim, saiu do quarto e me deixou lá.

[…]

Depois de me arrumar, desci a escada a fim de tomar o café da manhã. Os dias eram mais curtos naquela época do ano e já passavam das oito horas, por isso, quando entrei na cozinha, Tiago já estava lá, todo emburrado enquanto mastigava. E ele não tirou os olhos de mim enquanto eu sentava na cadeira. 

— O que foi? — perguntei, muito inocente. 

— Mamãe tinha evaporado, não é mesmo? — perguntou ele, e eu já sabia do que estava falando. Tiago tinha procurado mamãe na noite passada e eu simplesmente não consegui dar uma desculpa melhor, além de dizer: "Ela deve ter evaporado? — Quem é o cara?       

— Arthur Roberts... — respondi, pondo geléia no meu pão. 

— Aquele da outra rua? 

— É o Arthur da minha escola, seu bobão. 

Tiago revirou os olhos com a minha resposta e no fim resolveu mudar de assunto. Após terminar de comer e ouvir uma conversa dele que eu definitivamente não prestava atenção, gritei para mamãe que iria até a casa da Jane. Resolvi ir pelo caminho mais longo, a fim de deixar um pouco do sedentarismo, mas, após minutos andando, saí do meu devaneio quando ouvi alguém me chamar. Olhei para o outro lado da rua e o vi sorrir. Era Adrian Carrington.         

Acenei para ele, retribuindo o sorriso, e ele logo se aproximou. Adrian tinha uma floresta inteira dentro dos seus olhos e o seu cabelo era bem liso e curto. Ele vestia um casaco grande e botas pretas. Era agradável de ficar se olhando e quase me distraí caso ele não tivesse me dado aquele abraço apertado.

— Tenho uma novidade! — falou, tão eufórico que consegui sentir a sua energia. — Consegui uma matrícula na London Greenwich. Achei que não conseguiria, mas o meu pai não teve dificuldade.

Adrian era um amigo recente, mas Jane e Louis não sabiam da existência dele porque eu não contei nada. Jane não acharia nada de mais, porque era muito compreensiva e tolerante. Porém, não iria se controlar e contaria tudo ao Louis, que não era nada compreensivo e muito menos tolerante. Já bastavam as brigas por conta do que havia acontecido entre Christian e eu, por isso não seria um bom momento para lhe contar sobre Adrian Carrington.  

— Sério? — exclamei, surpresa.

— Sim, teremos mais tempo para nos ver — adiantou ele, fazendo questão de me deixar sem graça. 

— E quando começam as suas aulas? 

— Amanhã mesmo.

Ele também não sabia da existência de Louis e Jane. Eu o conheci assim que vim morar em Greenwich pois, quando ia até a casa dos meus amigos pelo caminho mais longo, passava por aquela rua, e foi naquela mesma rua que eu o conheci, um cara simples e que não exigia nada de ninguém.

— Estou ansiosa — falei, sincera. — Espero que goste da minha escola.  

— Com certeza vou gostar. — Ele abriu um sorriso mais uma vez e tocou no meu ombro rapidamente. — Para onde estava indo? Quer companhia?

— Estou indo até o Greenwich Market.

— Posso ir com você — Adrian sugeriu, muito simpático —, só tenho que pegar o meu celular. — E ele já saía em direção à sua casa, escondida atrás de uma árvore grande. 

— Não, não... — eu disse, levantando as mãos. — Não precisa mesmo, Adrian, eu não quero incomodar.

— Você não me incomoda.  

— Desculpa — falei, já sentindo o rosto ardendo e enrubescendo. — Mas hoje não, por favor. Podemos fazer isso um outro dia, quem sabe?...

Ele me olhou, confuso e um pouco constrangido, o que fez com que eu me sentisse mal. Poderia até ser difícil de entender o fato de eu não querer que Jane e Louis o conhecessem, mas o argumento era que eu simplesmente não queria.        

— Tenho que ir — avisei, buscando ser gentil e simpática. — Tchau, até um outro dia. 

Me despedi dele e, depois daquilo, andei mais alguns quarteirões para dobrar em uma rua que finalmente me levaria até a casa dos Collin. 

Jane não estava em casa, apenas a Sra. Rose, que cozinhava algo na cozinha e ficou conversando comigo sobre uma receita nova que tinha aprendido. Permaneci sentada esperando no sofá e, quando Jane chegou, corri para lhe ajudar com as sacolas que segurava do supermercado. 

— Como está? — perguntou ela, sorrindo. — Preciso contar uma coisa — adiantou, antes mesmo que eu respondesse. — Uma coisa importante. 

— É algo ruim?    

— É claro que não!

Depois que terminamos, ela me chamou para o quarto dela e, quando entramos, Jane foi direto para o celular a fim de digitar alguma coisa. 

— O que aconteceu?  

— Temos que procurar uma roupa bem bonita — disse, toda ansiosa e colocando um sorriso malicioso no rosto. — Quero chamar a atenção naquela casa, mesmo que eu não tenha sido convidada.

— Que casa? — perguntei, confusa. — Para onde nós vamos?

— Bela voltou para Greenwich. 

— Eu não sei quem é Bela. 

— O nome dela é Isabela Turner — Jane explicou, distraída com as suas roupas. — Louis já mencionou o nome dela alguma vez, mas faz um tempo. Pelo que ele disse, os dois se conhecem desde pequenos.

— Mas eu não lembro.

— Isso não vem ao caso — Jane sacudiu a mão na frente do meu rosto, querendo chegar ao ponto principal da conversa. — Bela vai dar uma festa hoje à noite para... 

— Não — lhe interrompi, já imaginando o seu plano. — Eu não vou entrar de penetra na casa dos outros, é melhor não insistir. 

— Não serão apenas nós duas, Taylor — disse Jane, na defensiva. — Todo mundo está falando nas redes sociais. Todo mundo quer ir!

— Mas eu não, você sabe que eu não curto essa sua onda — resmunguei, séria —, ainda mais quando se trata de alguém que o Louis já deve ter fod... 

— Precisamos nos divertir — ela me interrompeu, quase choramingando. — Estamos tensas desde que começamos a entender o significado da palavra responsabilidade. 

— E se nos colocarem pra fora? — falei, buscando ir pelo rumo das probabilidades. — Você sabe, eu tenho o pé frio...  

— Isso não vai acontecer se dissermos que Louis nos convidou — Jane abriu um sorriso travesso e então vasculhou mais ainda o seu guarda-roupas, já considerando a ideia de que realmente iríamos à tal festa.

— Era só o que me faltava… — resmunguei de novo, cruzando os braços. Só pelo fato do Louis não ter esquecido o nome da tal Isabela Turner me fazia imaginar que ela devia ter sido importante pra ele. 

— Podemos espionar.

— Espionar o quê!?

— O amigo dele pode estar lá, sua lesma. 

— Ah..., não me chame de lesma!

Recentemente andávamos conversando sobre a amizade entre Louis e Henrik Peterson, e achávamos que ele estava se envolvendo com coisas erradas. Peterson não tinha a ficha muito limpa, eu já havia cansado de ouvir fofocas na escola sobre as brigas e as confusões que ele vivia criando, e eu não deixava de ficar de olho por causa do Louis, que já o conhecia antes mesmo de me conhecer. 

— Podemos evitar a Terceira Guerra Mundial e você não quer — insistiu Jane, sem desistir de seus sonhos. — Vamos descobrir alguma coisa, você vai ver.

— Você 'tá exagerando. — Ela então andou até mim e sentou ao meu lado, pondo as mãos sobre o meu colo.

— Eu quero que você venha comigo. Estou necessitando disso e não quero me divertir sozinha. Eu tenho certeza que você vai gostar. 

Assim que percebeu que eu já havia concordado, Jan passou a me mostrar os seus vários vestidos, pedindo a minha opinião sobre o que seria melhor para uma festa à noite com todo aquele frio. Fiquei incapacitada de dar uma opinião concreta, afinal, era ela quem sempre dava as opiniões sobre roupas e não eu. No fim, a própria Jane decidiu o que iria usar.  

— Louis e eu não estamos bem um com o outro — comentei, depois de um longo tempo calada olhando as fitas da Jan coladas no teto do seu quarto. 

— Me conta uma novidade — pediu ela, após um suspiro. — Vocês dois estão assim quase sempre. Quando os conheci, achei que não iriam durar muito tempo. Só que, quanto mais vocês dois brigavam, mais viviam colados um no outro. Isso logo vai se resolver, não se preocupa. 

— Agora é diferente…

Respirei fundo, me arrependendo aos poucos de ter aceitado entrar de penetra na casa de alguém que eu sequer conhecia. 



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