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História Friends - Louis Tomlinson - 020. Coragem


Escrita por: sunzjm

Capítulo 20 - 020. Coragem


Fanfic / Fanfiction Friends - Louis Tomlinson - 020. Coragem

TAYLOR

Era quase impossível ficar parada, não tirei o acontecimento de algumas horas atrás da cabeça. A briga entre Louis e Adrian ficava se repetindo a toda hora e eu me sentia deslocada em toda a história. Eles não deveriam estar brigando por mim e aquilo estava totalmente fora do eixo. 

Louis não estava com medo de que Adrian roubasse “o seu lugar de melhor amigo”, ele estava odiando Adrian por me querer, por ter a “ousadia” de me beijar, por ter a coragem de me pedir uma chance. E eu não conseguia tirar aquela hipótese da cabeça. 

Tudo o que aconteceu com nós dois ao longo dos anos me levava àquela conclusão, e eu estava com muito medo de estar errada, de estar criando esperanças impossíveis.

Naquele dia, quando cheguei em casa depois da escola, encontrei Tiago já almoçando. Ele disse que estava morrendo de fome e que não aguentaria esperar mais um segundo por mim. Acabei comendo qualquer coisa, mas não muito. Não consegui fazer nem uma única tarefa doméstica em casa e a mesma estava uma zona. A única coisa que consegui fazer foi andar de um lado pro outro, no meu quarto, enquanto me perguntava o que aconteceria no outro dia, quando eu visse Louis mais uma vez. Eu não duvidava de que ele estivesse muito chateado, e também não duvidava de que ele fosse dirigir palavra alguma pra mim.

E eu faria de tudo para não dar de cara com Adrian na escola, pois realmente não queria irritar Louis mais ainda. O fato era que eu sentia que precisávamos conversar, e eu estava tão afundada nas memórias de nós dois, que acabei me assustando quando alguém entrou como um furacão no meu quarto, sem bater na porta. 

— Olá! — ela exclamou, alegre e com os olhos brilhando. Era Jane, que vestia roupas que não lhe cabiam direito. Ela parecia eu e eu já começava a ficar amedrontada por conta daquilo. — Você fez bem em ter ido embora, Louis estava muito, mais muito…, irritado com você e com o Adrian.    

— Não está sendo nada fácil — confessei, depois de um suspiro. Eu estava cansada de todo aquele assunto e sentia falta da monotonia dos dias passados.       

— E o que você queria? — revidou ela, grosseira. — Deixou que aquele garoto beijasse você. 

Obviamente, fiquei sem entendê-la, porque eu achava que Jane era a que mais apoiava Adrian e eu juntos. 

— Mas… 

— Você não deveria ter saído com ele — continuou, muito séria. — No fim, não era o certo a se fazer, sabe? 

— Como assim? — joguei, devidamente confusa. — Você ficou mais feliz do que eu depois que soube!  

— É, mas agora eu não gosto nenhum pouco — respondeu ela, dando de ombros. — Escuta, você não está sentindo nada por ele, não é? — perguntou, com um ar preocupado. Automaticamente pensei em Louis, mas analisei muito aquela pergunta, e então percebi que, na verdade, ela falava do Adrian.  

— Estou confusa — confessei, sem fitá-la. 

— Isso não é bom… — Jan murmurou, aflita. — Você precisa se decidir, Taylor Hampton. 

— Eu não queria dar chance alguma ao Adrian, mas pensei que, se eu desse essa oportunidade, talvez eu passasse a gostar dele da maneira como ele quer, como eu achava que estava sendo com o Christian — expliquei, enquanto me sentava de frente pra ela. 

— E quanto ao Louis? — perguntou Jane, depois de algum tempo me olhando, como se lesse os meus pensamentos. — O que você sente?

Eu sentia vontade de roer as unhas, era isso. Eu não queria que Louis estivesse irritado comigo, porque aquilo era horrível. Se ele pudesse, pelo menos, ser um pouco mais sensível e falasse comigo sem ter que gritar, eu até poderia me afastar um pouco do Adrian. Mas ele não fazia aquilo e era frustrante. 

— Eu não sei, Jan..., que droga! — respondi, sem saber ao certo o que falar. — Eu realmente não sei.  

— Taylor Hampton, você não consegue perceber? — ela perguntou, mas acabei não entendendo o que quis dizer. — Não consegue? Se você gostasse mesmo do Adrian, se quisesse mesmo tentar uma relacionamento com ele — Jane se aproximou mais, com um sorriso no rosto —, já teria dado a chance que ele pediu. 

— E o que você queria que eu fizesse? — perguntei, me irritando. — Louis não deveria ter me beijado, eu não paro de pensar naquilo!... — e soquei um travesseiro, atordoada. — Sei que você deve estar achando que estou ficando louca, afinal, nós três somos melhores amigos, mas... mas ele me beijou, entendeu? E eu... eu não sei o que está acontecendo direito. Não tiro o beijo dele da minha cabeça... — Logo, senti um alívio tomando conta de mim por finalmente ter dito aquilo para alguém que não era o meu subconsciente. E então olhei para Jane, que não havia falado nada. — Louis quebrou o ciclo que tínhamos, ele fez algo de errado. 

Era claro que, mesmo que eu achasse errado, estava disposta a fazer de novo. Na verdade, eu estava quase pensando em fazê-lo passar raiva daquela maneira apenas para que calasse a minha boca novamente, com o seu beijo. Daquela vez, eu o morderia.  

— Se eu soubesse que alguém que eu gosto muito tivesse feito algo que eu não queria que fizesse, eu ficaria muito brava — Jane disse, depois de um suspiro. — Muito brava mesmo.

— Do que você está falando?

— Eu pensava que seria mais fácil com você — ela murmurou, como se falasse sozinha. — Ele estava irritado naquele dia, Taylor, e hoje estava de novo porque você estava com o Adrian.     

— Mas eu já sei disso! — exclamei, incomodada. — Me explica então por que ele me beijou? Depois de tanto tempo…, por que isso agora? — Eu já estava quase explodindo de tanta impaciência. Eu tinha duas hipóteses para o motivo daquele beijo, mas não conseguia acreditar em nem uma das duas. 

— Não está claro? — Jane gesticulou, como se dissesse que dois mais dois são quatro. — É muito óbvio. 

— Jane..., ele e eu somos amigos — murmurei, quando uma das hipóteses persistiu dentro da minha cabeça. — Escuta, eu acho que você não entende que isso não pode acontecer. 

— É você quem não entende! — ela levantou, já irritada comigo. — E também não assume o que sente. 

— E o que adianta?! — perguntei, no mesmo tom, e acabei me levantando também, a fim de dispersar as energias. — Isso não daria em nada!  

— Entenda, Louis estava no mesmo barco que você, entendeu? — ela me olhou, buscando a calma —, mas já encontrou terra firme. Agora só falta você parar de flutuar, Taylor. 

— Que papo é esse de barco? 

— É no sentido figurado — Jane riu, se aproximando o suficiente para segurar os meus ombros. — Vocês dois sempre se gostaram muito… — disse ela, gentil. Senti uma vontade esquisita de chorar, porque eu ainda não conseguia acreditar no que ela estava tentando dizer pra mim.  

— É claro, nós somos melhores amigos... 

— Sim e não... — Jan se contradisse, confusa. — Na verdade, achavam que eram melhores amigos, entende?, mas acabaram confundindo tudo. 

— Não — neguei, nostálgica —, e você sabe que ele sempre adorou sair com todas aquelas meninas e… 

— Se ele tivesse mesmo se apaixonado por alguma delas, Taylor, acha mesmo que não teríamos percebido? — É, ela estava com razão. Seria impossível não perceber. Louis saía com elas, mas nada além disso. Às vezes, até esquecia os seus nomes. Na maioria das vezes, eu tinha medo de que as pobres garotas se apaixonassem por ele. — Eu não culpo vocês dois por não terem percebido isso antes. Louis sempre foi confuso com os próprios sentimentos e teve o amor e a atenção de muita gente. Já você, tem problemas de autoestima, além de sempre estar errada com a maioria das coisas que dizia que sentia. Mas agora vocês finalmente estão certos, e certos juntos. 

— Eu não tenho mais problemas de autoestima — menti, dando de ombros enquanto abaixava a cabeça. — Eu só não me importo mais com isso.     

— Vamos, não mente pra mim — ela pediu, chateada. — Eu conheço você há tempo suficiente. Quase não acreditou que Adrian sentia algo por você. E, agora, está sendo a mesma coisa com o Louis.  

— É só que é complicado — eu disse, começando a pensar como ela. — Somos amigos há muito tempo, e se eu estiver trocando as bolas como fiz com o Christian? 

— Christian não beijou você, Taylor Hampton — Jane tentou explicar, enquanto apertava as minhas mãos. — Foi você quem criou todo aquele amor sozinha. Apenas aceita o que está acontecendo, sem se questionar. Se quer tirar mais das suas dúvidas, fala com ele…  

— Hã…  

— Ainda está confusa? 

— Mais ou menos. 

— Certo — ela me olhou, pensando em alguma coisa —, então por que não dá uma passada na casa dele? 

Acabei me assustando só no fato de pensar na possibilidade do Louis gritar comigo mais uma vez, mas eu também senti um friozinho na barriga. 

— Como é? 

— Talvez você termine de abrir os olhos dele — ela sorriu, ansiosa —, e conclua o resto do trabalho por mim. 'Tá esperando o que pra tirar essa roupa e vestir algo melhor?— e apontou para a minha camisa e a calça de moletom.  

— Mas…  

— Taylor, estou com sono, você nem imagina…, mas isso não me impede de bater em você — Jane disse, muito séria. — Temos que ser rápidas, porque eu não vejo a hora disso acontecer.   

— Disso o quê?

— Qualquer coisa boa. Eu quero que vocês dois se entendam logo de uma vez — ela respondeu, pegando em uma calça jeans preta e em uma blusa de mangas curtas.

Rapidamente me coloquei a vestir as roupas. Eu estava nervosa e tinha medo do que Louis falaria. Pensar na possibilidade de ele sentir algo a mais por mim ainda era uma ideia arriscada demais e eu tinha medo de que Jane estivesse se precipitando. Contudo, eu também precisava concordar com ela: eu queria logo que nos entendêssemos.

Deixei o cabelo solto e passei alguma coisa leve no rosto. Olhei para Jan e ela parecia que choraria a qualquer momento.  

— 'Tá tudo bem? — eu quis saber, preocupada.  

— Só estou emocionada com tudo isso — Jane me deu um sorriso gentil e eu logo retribuí, nervosa.  Sorri pra ela e dei de ombros.

Antes que eu descesse a escada e encontrasse um Tiago sorridente, fui até o quarto da mamãe para pegar o dinheiro das compras daquele mês. Havia uma quantia dentro de uma caixa preta, que ficava enfiada dentro da gaveta de pijamas dela. 

Assim que finalmente desci a escada, ouvi quando Jane soltou uma piadinha para Tiago, que estava sentado no sofá sorrindo pro celular. Eu já havia informado a ela sobre a conversa com Isabela Turner, e eu só lembrava da sua careta depois da notícia. Eu também apostava que Louis já soubesse daquilo, é claro, porque ele conversava com Tiago frequentemente.        

— Mamãe disse que era pra você ir ao supermercado — Tiago me avisou, todo distraído. — E não pode esquecer. 

— Fica tranquilo, eu estou indo lá — avisei, seguindo Jane. — E não sei se vou demorar.

Jan andou ao meu lado, até precisar dobrar em um atalho que a levava até a sua casa. Ela disse para que eu ficasse tranquila, mas aquilo só piorou o meu nervosismo. Eu já havia ido tantas vezes até a casa dos Tomlinson que perdi as contas, só que não era o que parecia daquela vez. Parecia que era a primeira vez que eu o veria, e era muito esquisito.

Me vi mordendo o lábio inferior, fazendo com que o ferimento me transmitisse aquela mesma dor fina. E logo eu já estava de frente à casa do Louis, quase que sem conseguir respirar. Evitei fitar a BMW na garagem e preferi tocar a campainha. Não demorou muito e Maggie me atendeu.  

— Taylor!  

— Oi — lhe cumprimentei, meio envergonhada. 

— O que foi? — ela perguntou, como se lesse os meus pensamentos. — Eu nunca a vi entrar depois de usar a campainha. Você simplesmente só entra. 

— Não sei — respondi, sincera. — Louis está em casa? 

Era apenas para ter certeza.  

— Sim, acabamos de vir do pet shop — informou ela, e acabei lembrando do pequeno Neil. — Neil está limpinho e cheiroso. 

— Deus! — Olhei em volta e, perto de um vaso de plantas, estava o filhote dorminhoco. — Aí está você, querido...  

— Também fomos ao veterinário — Maggie me contou e logo eu me aproximei do pequeno Neil —, e agora ele está cem por cento saudável. 

— Obrigada por isso, Maggie — falei, sorrindo. Me agachei e acariciei Neil, que tinha uma fita vermelha no pescoço. Ele estava mais gordo e fiquei contente por Louis ter aceitado o meu pedido de cuidar dele. — Depois eu dou atenção a você, neném, porque agora tenho que resolver uma coisa — sussurrei pra ele e me levantei de novo. 

Avisei que falaria com Louis e me coloquei a subir a escada em espiral. Quase tropecei nos próprios pés por subir tão rápido, na verdade. No corredor, meu olhar foi direto na porta dele, onde havia um pôster dos The Beatles. 

Lembrei que eu não sabia o que falaria quando ele aparecesse. O que eu diria? Pediria desculpas por não ter conversado antes? Ou então diria que eu não parava de pensar no beijo dele?

Talvez nada daquilo fosse uma boa ideia.

Então, o que eu faria?

Sem a minha permissão, minha mão criou vida própria e, quando eu percebi, já estava batendo na porta, em cima do rosto do Paul McCartney.   

— Entra — ouvi a voz abafada do Louis, mas não tive coragem o suficiente para entrar, por isso continuei batendo. — Já disse que pode entrar — daquela vez o seu tom era mais alto, porém eu continuei com os movimentos. Louis ficou em silêncio e se ouvia apenas o som das minhas batidas. — Mas por que... — ele se interrompeu quando finalmente abriu a porta e me viu ali, quase imóvel.

Me senti mais perdida ainda.

Quase saí correndo, na verdade, porque eu realmente não sabia o que fazer. O beijo dele e a briga com Adrian continuavam enchendo a minha cabeça, juntamente com o frio na barriga e as mãos suadas. Continuei parada, pensando em dizer um oi. Mas quem disse que eu conseguia falar? 

Antes que ele terminasse de falar o que tinha começado, lhe interrompi. Era a voz que eu ouvia todos os dias, mas naquele instante pareceu tão doce e viciante que eu quis provar. Portanto, quando me vi, já estava com a boca colada na dele.



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