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História Friends - Louis Tomlinson - 026. Condolências


Escrita por: sunzjm

Capítulo 26 - 026. Condolências


Fanfic / Fanfiction Friends - Louis Tomlinson - 026. Condolências

O caminho até a minha casa foi um tanto tenso. Louis provavelmente estava pensando na mesma coisa que eu, ele estava triste e dava para perceber que estava muito exausto, tanto pelo que havia acontecido com Henrik quanto por causa da Jane. 

Quando estacionou, nos despedimos com um beijo e eu pedi para que ele buscasse se acalmar porque tudo ficaria bem. Segui para dentro de casa e ouvi um grito dentro da sala de estar. Quando pisei os pés lá, vi os dois, Isabela e Tiago, sobre o sofá, em uma posição um tanto estranha. A garota estava deitada com os braços e as pernas entrelaçadas no Tiago, e o mesmo também se encontrava deitado de costas, mas em cima dela. 

— Me solta! — ele havia gritado, sem evitar rir e, assim que Isabela me viu, se recompôs e soltou Tiago, a fim de ficar de pé para falar comigo. 

— Oi, Taylor, tudo bem? — perguntou ela, com um sorriso de orelha à orelha. Contudo, sua desatenção foi o bastante para que Tiago a puxasse pelo braço e ficasse sobre ela, passando a fazer cócegas e quase a matando de tantas gargalhadas. — Para com isso! 

Dei um pigarro, me sentindo deslocada.  

— Me larga, seu filho-da-mãe! — gritou Isabela, tentando sair dos braços dele e rindo como se o mundo fosse acabar amanhã. — Tiago!

Resolvi deixar os dois sozinhos e fui até a cozinha, a fim de ver o que tinham comido. Evitei pensar na bagunça da sala de estar e nas louças sobre a pia. Percebi que havia comida no fogão e então deduzi que Isabela poderia ter feito aquilo para Tiago. 

Rapidamente comi a macarronada com queijo que ela havia feito e tentei saboreá-la de todas as formas. Cheguei à conclusão de que faltava um pouco de sal, mas que Isabela não poderia morrer de fome se um dia houvesse um apocalipse zumbi. 

Não demorou muito para que o casal cansasse de brincar na sala e entrasse na cozinha, um pouco mais calmos e com os hormônios controlados. 

— Ah! — exclamou Isabela, animada —, o que você está achando da macarronada? — e então se sentou de frente pra mim, com aquele rostinho corado. 

— Você é mil vezes melhor do que eu na cozinha — confessei, tentando ser gentil. Eu tive um pouco de sorte com o seu relacionamento com Tiago, porque talvez meu irmão não ligasse mais para mamãe criando uma confusão enorme enquanto dizia que eu estava tentando matá-lo de fome.  

— Aprendi algumas coisas enquanto estava em Manhattan — comentou ela e depois deu uma risada, como se fôssemos amigas há séculos.      

— E então, como o papai estava? — Tiago mudou de assunto, enquanto se encostava no armário, de braços cruzados.  

— Ele estava bêbado — confessei, triste.  

— Não duvido. 

— Por que você não tenta esquecer tudo o que aconteceu? — perguntei, de repente. — Por que não dá uma nova chance a ele?   

— Ah, Taylor — resmungou o meu irmão, dando de ombros —, eu não quero conversar sobre isso. Por que não me fala sobre qualquer outra coisa?   

— Ele queria ver você — contei, buscando amolecer aquele seu rígido coração em relação ao papai. — Papai ficaria feliz se o visse. 

— É mesmo? — Tiago transmitiu uma euforia falsa. — Achei que ele sequer se lembrasse de que eu existia.  

— É claro que lembra, você é o filho dele. 

— Não era o que parecia quando morávamos juntos — rebateu o garoto, já se irritando. — Você sabe muito bem disso! 

Àquele momento, Isabela já se sentia totalmente desconfortável, sem sequer levantar o olhar para observar a discussão.  

— Ele só estava protegendo você dos seus “amigos”.  

— Mas o que deu em você? — jogou ele, aumentando o tom. — Não era assim que pensava quando ele gritava com mamãe e eu. Ah, não… — Tiago riu, sarcástico —, eu tinha esquecido, você não se importava com isso, não era? Papai só tinha olhos pra você.  

— Você 'tá exagerando! — levantei, apontando o indicador. — É claro que eu me importava com vocês dois, para de falar besteiras!  

— Claro que não — Tiago bufou, depois de revirar os olhos. — Você só vivia enfiada dentro daquele quarto, não via o que eu via, Taylor. 

— Eu realmente não via, mas ouvia tudo o que ele dizia! Ficava chateada demais pra gritar com ele, como você fazia. Mas ele é o nosso pai, precisa de nós dois, já que somos os únicos filhos dele.  

— Não, ele precisa só de você.  

— Para com isso agora! — lhe empurrei, furiosa. — Você está pensando como uma criança de oito anos.  

— Por que precisa que eu dê chances a ele? Ele não merece chance alguma e você está traindo a nossa mãe.  

— É claro que não! — berrei, perplexa. 

— Escuta — Tiago fechou os olhos e respirou fundo —, não quero vê-lo, entendeu? O que você pensa ou deixa de pensar sobre ele não vale nada pra mim, acredite ou não. Eu vou esquecê-lo, Taylor, como se nunca tivesse existido.

Assim, saiu da cozinha e subiu a escada, com passos pesados. Bufei com tamanha frustração e sentei na cadeira, cansada demais para dar um chute na mesa.  

— Ele é mesmo um idiota!       

— Tiago só está magoado com o pai — disse Isabela, bem baixinho. — Ainda precisa de tempo para perdoá-lo.  

— Olha — me inclinei sobre a mesa e olhei para a garota à minha frente, desesperada —, conversei com papai e ele parecia mesmo arrependido. Será que você poderia conversar com Tiago e convencê-lo a passar a noite de sábado com ele? 

— É claro que eu posso — ela me deu um pequeno sorriso, muito prestativa —, mesmo que não haja diferença em eu fa.... 

— A diferença, Isabela — eu a interrompi, séria —, é que vocês dois estão no início de um namoro e isso é um bônus, entendeu? Você pode conseguir até mesmo a Estátua da Liberdade, caso peça a ele. 

— É mesmo?   

— É a pura verdade. 

— Ah, então tudo bem. 

Então Isabela seguiu contente.

[...]

Na manhã seguinte, eu já tinha terminado de tomar o café da manhã e estava passando o tempo assistindo tevê. Tiago ainda dormia e Isabela estava com ele. Não me admirei quando Louis apareceu ali e veio se sentar perto de mim, depois de me beijar na bochecha.  

— Fui ver Jan hoje cedo — contou, o ar preocupado. — Ela ainda está péssima e não contou para a Sra. Rose o que está acontecendo.  

— Acredito que não seja mesmo nada fácil — murmurei, e então me aproximei mais dele a fim de abraçá-lo. — Não sabemos como ela vai reagir. 

— Hoje a tarde será o funeral do Henrik — avisou Louis, depois de alguns minutos calado. Acabei pensando na rapidez de como tudo havia acontecido.    

Olhei para ele, ignorando as minhas indagações, e fiquei observando o seu rosto. Acabei perdendo o foco da conversa, porque na verdade eu estava era o admirando. Antes de ficarmos juntos, eu fazia aquilo na melhor das intenções. Às vezes, Louis me pegava desprevenida, mas era normal para nós dois, afinal, ele também fazia o mesmo.  

— Está tudo bem com você?       

— Não muito — respondeu Louis, depois me deu um pequeno sorriso —, mas fiquei melhor depois que vi o noticiário local, hoje mais cedo. Preston foi pego.  

— Sério?      

— Sim — ele deu de ombros, como se não fosse o suficiente —, mas os outros três ainda estão sendo procurados.  

— Ah, droga... — reclamei, voltando à preocupação com Louis. — Você não acha que eles vão descobrir que você o ajudou nisso? 

— Sinceramente, se eles vierem até mim e me perguntarem, eu vou dizer toda a verdade — confessou Louis, muito sério. — Afinal, eu participei de alguma forma, não é mesmo? Eu entrei no quarto dela e pus a câmera.  

— Sim, mas…  

— E Henrik está morto por minha causa. 

Fiquei aflita com aquela confissão. 

— Você ainda está se culpando — murmurei e me arrumei no sofá, a fim de olhar melhor para ele. — Não deve pensar assim. Isso está errado, Louis, você deveria saber.  

— Ele era o meu amigo, Taylor — Louis olhou para mim, meio triste —, eu o ajudei com tudo aquilo e hoje mesmo vamos vê-lo ser enterrado. 

— Ele pensou em tudo sozinho — falei, depois de um suspiro —, a culpa da morte dele foi o Preston e todos nós sabíamos que o irmão da Rutty não gostaria de saber de tudo isso. E o que o seu amigo fez? Ele não desistiu e sequer se arrependeu.  

— Mas mesmo assim. 

— Se tudo aconteceu, foi pelos atos dele — continuei, muito séria. — Se a reputação da Rutty foi destruída, então foi culpa dela também. Se Preston está preso, foi pelo que ele fez. Se quer pensar que você tem culpa, então culpe os outros também.

Louis não disse nada, apenas fitou as mãos.        

— Você não tem culpa pela morte dele... — continuei, buscando ao máximo colocar aquilo na sua cabeça. Acariciei o seu rosto e ele ficou me olhando, como se considerasse a ideia.  

— Tudo bem — disse, depois de um tempo —, eu prometo que vou tentar não pensar nisso por esse lado.       

— Promete? — perguntei, sem tirar os olhos dele. Louis parecia estar falando sério, mas eu precisava ter a certeza absoluta.  

— Sim, eu prometo. 

Sorri aliviada e ele me beijou. Fui contaminada por arrepios quando me aproximei mais e ele acariciou o meu cabelo. O frio na barriga se intensificou e eu já começava a ficar com calor.

Para a tristeza da minha pele e da minha boca, ouvi um pigarrear ali perto. Louis interrompeu o beijo e eu corei, quando percebi que era Tiago e Isabela que haviam brotado na sala de estar. Meu irmão já tinha notado algo de diferente naqueles dias, mas não me perguntou sobre nada daquilo. Talvez ele tivesse falado com Louis sobre aquilo e acabou comentando com Isabela também, que olhava para nós dois com um olhar malicioso.  

— Bom dia! — exclamou, alegre. 

Sorri para ela e a cumprimentei. Tiago então avisou que mamãe estava na linha e que queria falar comigo. Avisei a Louis que voltaria em alguns minutos e subi a escada levando o celular de Tiago.   

— Oi, mamãe, tudo bem?  

— Estou ótima, querida, e você? Tiago me contou que ontem você foi até a casa do seu pai — ela comentou, um tanto preocupada e curiosa. — Como foi?  

— É, eu fui — fechei a porta do meu quarto e coloquei o celular no auto-falante, a fim de tirar as roupas e tomar um banho quente —, mas está tudo sob controle e eu 'tô bem.  

— Mesmo?  

— Sim.  

— E quanto ao celular que Louis quebrou? — Mamãe tinha ficado irritada quando soube que ele havia destruído o meu celular, por causa de ciúmes. Ela o repreendeu, mas os dois já estavam se dando bem de novo. — Quero saber quando vamos poder conversar sem que eu precise ligar para outra pessoa. 

— Ele já me deu um novo — respondi rapidamente —, e eu vou enviar o número por mensagem. Não se preocupe.  

— Certo — disse mamãe, satisfeita. — Claire está passando por aí? Por que não me avisou que estava precisando depor para a polícia? Claire me ligou e disse que você teve que testemunhar uma morte.  

— É, eu avisei a ela que a polícia ligaria. 

— O que aconteceu? — E então eu expliquei o ocorrido com Henrik. Mamãe não ficou surpresa, na verdade, porque tinha consciência das confusões que ele já havia cometido algumas vezes. A preocupação dela, como eu, estava na Sra. Peterson, que poderia estar péssima por ter perdido o seu único filho. — É realmente uma pena. 

— Sim…  

— E você está tendo algum problema em casa? 

— Está tudo muito bem — menti, observando a bagunça que estava no meu quarto enquanto lembrava da gravidez da Jan. — Claire passa aqui algumas vezes.    

As economias em casa estavam seguindo do modo planejado, porque conseguíamos pagar as contas nos dias corretos em que mamãe informava. Ela depositava uma parte do salário em uma conta bancária e eu anotava o que tinha gastado em um bloco de notas, a fim de enviar para ela depois todas as informações.     

— Que bom que está conseguindo resolver tudo. 

— Tudo sob controle — repeti, a fim de confortá-la. Seria errado se eu a preocupasse com os problemas de casa, enquanto ela trabalhava a metros de distância. — Eu consigo tomar conta de tudo. 

— Ótimo.

Depois da conversa com mamãe, fui tomar o meu banho. Lavei os cabelos e os meus pensamentos se voltaram para Jane. Eu queria vê-la e saber se estava melhor. Pensei no fato de que talvez ela aceitasse ir ao sepultamento do Henrik, mas não tive tantas esperanças.

Terminado o banho, vesti um shorts de moletom e uma camiseta. Deixei que o meu cabelo secasse naturalmente e segui para a cozinha. Louis conversava com Tiago e Isabela, e os três comiam cereais. Fiz o mesmo e acabei percebendo os olhos inchados do meu irmão. Me perguntei se Isabela tinha o convencido a ir até a casa do papai.   

[...]

O resto do dia correu com muito baixo astral e eu percebia que Louis ainda não estava em seu estado normal. Tiago também estava cabisbaixo e Isabela havia voltado para a casa dela, pois tinha dito que nos acompanharia no funeral. 

Louis demorou algumas horas comigo, mas voltou para a sua casa às três e, quando veio novamente – mais ou menos às quatro e quarenta –, estava pronto para a cerimônia. Ele trazia Jane, que aceitou nos acompanhar depois que eu enviei uma mensagem a ela. Ela não falou quase nada depois que nos encontramos na sala de estar, mas eu a compreendi.

Antes daquilo, eu estava no quarto já vestida com uma calça jeans e uma blusa de mangas longas. Quando Louis me encontrou, eu colocava uns brincos discretos que Jane havia me dado meses atrás. Louis estava lindo, é claro, com uma camisa slim preta acompanhada de uma gravata, calça jeans e tênis.

— Já está pronta? — perguntou, depois de depositar um beijo nos meus lábios. — Estamos atrasados. 

— Sim, sua mãe não vai?  

— Ela estava ocupada com o trabalho.

Quando descemos a escada, Tiago e Isabela já estavam prontos ao lado da Jan. O casal estava apresentável e sério, e Isabela segurava uma coroa linda de flores azuis. Louis também levava flores, mas elas estavam no banco da BMW. Eram brancas e também muito bonitas. 

A ida até o cemitério foi calma. Fui na frente segurando as flores e o casal foi no banco de trás, juntamente com Jan. Fiquei surpresa quando chegamos no local onde ocorreria o velório, porque havia bastante gente ali, a maioria jovens e da London Greenwich. Estavam todos acomodados em cadeiras de madeira marrom, exceto a Sra. Peterson e Gregory, pai do Henrik, que estavam em pé próximos do caixão junto com outras pessoas que eu não conhecia – inclusive uma garotinha que eu julgaria ter seis ou sete anos de idade, segurando um urso de pelúcia. 

Havia também uma garota, que parecia ter a minha idade. Ela tinha acabado de cochichar algo no ouvido da menininha com o urso, que, logo depois, assentiu com a cabeça e foi sentar em uma das cadeiras que haviam ali. Imaginei que pudessem ser parentes do Henrik.

Segui Louis por um caminho onde havia cadeiras vazias e quase congelei quando vi que Jack Mayson, o canalha, estava no velório também, sentado um pouco mais à frente, abatido como se estivesse com uma gripe forte. Sentei ao lado esquerdo da Jan e não consegui evitar em balbuciar alguns palavrões. Louis logo me olhou e estranhou.     

— O que foi? — perguntou, todo discreto.  

— Só estou rezando — menti, dando de ombros. Eu não sabia como ele reagiria se visse Jack Mayson, por isso mudei de assunto, quando percebi que Louis não havia sentado do meu lado. — Pra onde você vai?  

— Vou prestar apoio à família dele, dizer algumas coisas… — respondeu e quase não ouvi suas palavras. 

Assim, ele saiu. 

Havia um padre ali também, com um microfone, e dizia algo sobre termos que aceitar a ida do Henrik, que o mesmo estava em um lugar melhor. Não consegui ter toda a atenção no padre, apenas observava as pessoas que estavam lá na frente, inclusive Louis. 

Além dele, havia senhoras e garotos da escola, que diziam algo para a Sra. Peterson. Louis foi um deles, ele a abraçou e murmurou alguma coisa com uma expressão triste. A Sra. Peterson limpou as lágrimas e teve uma breve troca de palavras com ele. Este último assentiu e depois apertou a mão do Gregory. Em seguida, ele se aproximou da garota bonita e ruiva e, para o meu descontentamento, a abraçou.



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