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História Friends - Louis Tomlinson - 027. Ruiva


Escrita por: sunzjm

Capítulo 27 - 027. Ruiva


Fanfic / Fanfiction Friends - Louis Tomlinson - 027. Ruiva

Qualquer pessoa em sã consciência percebia o quão educado, charmoso e bonito Louis Tomlinson era; ele era um sujeito apresentável, dono de si mesmo e muito simpático quando queria. 

E eu sabia exatamente o que aquela garota pensava. É claro que eu a culpei, porque ela teria que ter o mínimo de respeito na ocasião em que estávamos, prestando uma postura séria e sem ter a necessidade de encarar as pessoas daquela forma.

Quem ela pensava que era?

Louis disse algo a ela que, obviamente, não fui capaz de ouvir, e depois se voltou para a Sra. Peterson. Em seguida, após um outro diálogo, ele retornou para onde Jane e eu estávamos. 

Me aguentei em não perguntar quem diabos era a garota que ele havia abraçado. Apenas o observei secamente até que ele percebesse aquilo. Não havia nada de mais na sua expressão e Louis estava do mesmo modo como havíamos chegado ali. 

— O que foi? — perguntou, me olhando. Louis me daria um sorriso, mas mudou de ideia quando percebeu como eu estava. Eu sabia o quanto ele era educado, mas eu também tinha a plena certeza de que a ruiva bonita não precisava de tanto apoio daquela forma. — Aconteceu alguma coisa?  

— Não é nada. — Desviei o olhar dele e busquei tirar aqueles pensamentos da cabeça, enquanto Louis não se acanhava em segurar a minha mão e acariciá-la. Assim, passei a prestar atenção no que o padre falava.

Continuei observando a tal ruiva de longe, em pequenos intervalos de tempo, e não me preocupei em ser discreta. Ela tinha um jeito doce e parecia triste ao lado do Gregory. Seu cabelo era curto e um pouco ondulado, além de usar uma blusa preta de mangas compridas e uma calça jeans justa. Ela e a Sra. Peterson então começaram a chorar abraçadas, e estavam péssimas visivelmente.

Havia muitos murmúrios à nossa volta e a maioria deles era sobre o quanto Henrik faria falta, sobre os seus gostos e sobre as suas alegrias.  

— Jesus... — disse alguém, e percebi que era a garota que estava ao meu lado —, que tristeza. Velórios não são o meu lugar. 

— O que foi? — perguntei, bem baixinho. Jane estava chorando e Louis percebeu aquilo no mesmo momento que eu, porque tirou um lenço branco do bolso da calça e o entregou a ela.  

— Obrigada — ela disse a ele, fungando. — É tudo tão ruim...   

— Ah, Jan... — soltei a mão do Louis e a abracei de lado. — Vai melhorar, você vai ver — murmurei, na tentativa de consolá-la.

— Você o viu, não foi? — perguntou Jane, quase como um sussurro. Contudo, fiquei em total confusão. — Ele está aqui perto.  

— Quem? — perguntei, receosa. 

Por um momento pensei que Jane tivesse visto a alma do Henrik rondando pelo cemitério, mas não deixei que a insanidade me contaminasse.  

— Jack Mayson — sussurrou ela, chorando ainda mais. — Eu o vi, Taylor, ele está sentado bem ali na frente. 

Àquele momento, já havíamos conseguido alguns olhares de consolação. Mas não me importei, apenas olhei pro mesmo lugar onde eu havia visto Jack. Ele estava lá, o canalha sem coração, cabisbaixo e observando o padre. 

— Você está bem, Jan? — Louis se inclinou pro lado, aflito. Ele não havia escutado o que tínhamos dito e fiquei aliviada com aquilo.  

— Não...   

— Quer ir embora? 

— Não precisa, eu vou parar de chorar — ela prometeu, limpando o rosto com o lenço. Louis assentiu, hesitante, e logo voltou a atenção ao que o padre estava falando, sendo o ser educado que era quando ele queria.   

— Eu já tinha o visto — confessei, discreta. 

— E agora? — perguntou ela, assustada. — Estou com vergonha, Taylor, e não quero que ele me veja.   

— Tudo bem — eu disse, acariciando o seu braço. — Quando chegar a hora do enterro, seremos discretas. Jack pode ir na frente e nós ficamos atrás. 

[…]

Tudo demorou mais do que eu imaginava. Quando chegou a hora de Henrik ser enterrado, já passava das seis da tarde. Louis se encarregou de levar as suas próprias flores e esperamos que todos estivessem em pé. Tiago e Isabela haviam sumido minutos depois que nos sentamos e fiquei me perguntando onde os dois estariam. 

— Ouça — falou Jan, segurando Louis pelo braço enquanto observávamos a concentração de pessoas —, será que Taylor e eu podemos ir atrás? Não quero ficar muito próxima, sabe? 

— Hã... — Louis nos olhou, confuso —, tudo bem. — Então ele se afastou, levando as flores brancas.

Enlacei o meu braço ao braço da Jane e seguimos atrás do tumulto. Louis havia acreditado na desculpa e me senti melhor onde Jane e eu estávamos. Eu não queria ver a Sra. Peterson aos prantos quando colocassem Henrik em seu túmulo. Aquilo era demais pro resto do meu dia.  

— Por que não vamos para um outro lugar longe deles? — eu perguntei, aproveitando que ninguém estava nos olhando, e então parei, já com a ideia de procurar algum canto qualquer.       

— Mas viemos ao enterro do Henrik, Taylor — ela disse, preocupada —, não seria uma falta de respeito se saíssemos assim?   

— Viemos aqui por causa do Louis — falei, honesta. — Além do mais, a Sra. Peterson não está em condições de se irritar com alguma coisa — e então puxei Jane para a direção oposta.

Depois de mais alguns passos, fomos direto para um espaço limpo e esculpido com a grama verde. Não havia túmulos ou pessoas ali, apenas árvores próximas e que se balançavam na pequena melodia do vento. Ficamos as duas lá, uma ao lado da outra, remoendo o que aconteceu nos últimos dias.  

— Sequer gostamos um do outro — começou Jane, depois de muito tempo —, Jack e eu. E agora eu vou ter um filho dele  — ela me fitou, entristecida. — As coisas acontecem rápido, né? — Jane soltou um ar pesado, decepcionada. — Há um mês estávamos todos bem e calmos..., pelo menos alguns de nós, já que você ainda estava triste pelo Christian. E a nossa vida mudou de uma maneira tão esquisita...  

— Olhando por esse lado, é mesmo o que parece — comentei, também observando as árvores. — O que você vai fazer? 

Jane demorou alguns segundos para responder. 

— Eu tenho apenas dezessete anos — disse, com um ar exausto —, isso é difícil de se resolver, mas... estou disposta a não contar nada a ele. 

— O quê? — lhe observei, surpresa. — Não, você não pode fazer isso. Você não fez esse bebê sozinha, Jane Collin. A culpa é daquele filho-da-mãe e ele tem que saber o que fez com você.  

— Eu não quero que ele chegue perto de nós dois! — exclamou ela, desesperada. — Jack não vai ver o rosto do meu bebêi. 

— Jan, pensa um pouco mais sobre isso — eu pedi, depois de algum tempo. — Já pensou se, no futuro, ele…, o seu filho — engoli em seco —, a culpasse por não ter conhecido o pai? É mais sério do que parece. 

Estávamos falando sobre o futuro de um ser humano e precisávamos pensar da melhor maneira possível, mesmo que houvesse alguém ali que não poderia ser tratado como uma pessoa.   

— Inferno!... — Ela socou o ar e começou a chorar novamente. — Isso não pode estar acontecendo, eu por acaso joguei pedra na cruz?!  

— Jack tem que saber o que está acontecendo — eu disse, triste por ela —, e vamos ter que rezar para que a reação dele não seja a pior de todas. 

Era óbvio que ele não iria gostar do que ouviria. Jack era um rapaz jovem e do tipo que adorava gastar em diversão. Um filho seria responsabilidade demais pra ele.   

— Eu não vou dizer nada a ele, Taylor — falou Jane, irritada. Respirei fundo e mantive a calma. Seria desnecessário tentar convencê-la a fazer alguma coisa – pelo menos não no estado em que estava. 

Apenas suspirei e a abracei, cochichando palavras que geralmente ela me falava quando eu estava mal. Era revoltante vê-la daquela forma. Jane era sempre tão alegre e naquele momento estava tão... péssima. E tudo por causa de um cara que não merecia nada do que tinha.       

— Obrigada, Taylor — Jane disse e me olhou, com um sorriso pequeno. — Você e Louis estão me ajudando demais. Acho que a minha cabeça explodiria se não fossem vocês.  

— Você sabe que estaremos sempre com você — falei, muito sincera. Tivemos tantas brigas e fases, então não iríamos abandoná-la em um momento como aquele. — A palavra desistir não existe no nosso vocabulário, não é mesmo?  

Era uma frase que eu sempre dizia a eles, mesmo que eu, Taylor Morgan Hampton, fosse a primeira a jogar tudo pro alto. Era uma forma que eu tinha de fazê-los melhorarem, e sempre ajudava.  

— Com certeza não existe. — Ela sorriu, limpando os olhos. Nos viramos para fitar as árvores novamente e Jane quebrou o silêncio mais uma vez, após alguns minutos: — Eu vi como você ficou quando viu Louis com a Garota do Velório. 

— Mas você não viu a maneira como ela olhou pra ele? — busquei me defender, lembrando da cena. — Não era necessária tanta atenção. Eu não deveria tê-lo deixado sozinho, não é?  

— Fica calma — Jane me segurou antes que eu saísse —, ele foi tão devagar pra perceber o que sentia por você, acha mesmo que ele vai ver que a Garota do Velório ficou de olho nele? 

— Hã…  

— Além do mais — ela sorriu, já bem calma —, Louis é louco por você, Taylor, e ninguém é capaz de mudar isso, nem ele mesmo.  

— Ei! — Fomos interrompidas por alguém, que nos chamava ao longe. Era Louis acompanhado de Isabela e Tiago. — Pensei que ficariam com os outros — ele reclamou, depois de vir até nós duas.   

— Desculpa, nós… 

 — Eu realmente não estava me sentindo bem — Jane me interrompeu, buscando nos defender. — Já acabou o... — ela fez um gesto com a cabeça, se referindo ao enterro do Henrik.  

— Já — respondeu Louis, desconfortável —, vamos embora logo.

Seguimos à pé até a BMW e Louis ficou calado o tempo inteiro. Tiago nos contava em detalhes (e murmúrios) o que havia visto. Isabela ainda estava meio pasma com o que aconteceu e também permaneceu quieta. 

Quando entramos no veículo, percebi que Louis não havia feito o mesmo. Fiquei preocupada e logo abaixei a cabeça, a fim de ver o seu rosto. Ele olhava para um ponto à sua frente e parecia tentar enxergar alguma coisa.

— Algum problema? — eu perguntei, quase ficando de quatro nos bancos da frente. — O que você está olhando? 

— Aquele é o... — Louis se interrompeu e uma sombra se passou pelos seus olhos; o maxilar ficou rígido e ele já começava a andar lentamente para onde olhava.  

— Ei — lhe chamei, preocupada. Percebi que ele não daria a mínima pra mim e então tirei o cinto de segurança. Rapidamente saí do meu banco e me joguei para fora da BMW. — Louis, pra onde você pensa que vai? — eu quis saber, ficando na frente dele. 

— Aquele é o Jack.        

— Não é hora, deixa isso pra lá, vamos pra casa… — eu pedi, desesperada por sua atenção. Seria uma confusão se eu o deixasse que fosse até Jack Mayson. E, mesmo que eu permitisse, Louis não teria tempo pra nada, porque Jack já estava entrando em seu carro e dando a partida para ir embora.   

— Que droga, Taylor! 

— Que droga? E o que você faria? — eu perguntei, soltando o seu braço. — Onde está mesmo o respeito pelo funeral do seu amigo?   

— Isso não vem ao caso — disse ele, e depois se colocou a entrar no carro. — Vocês duas sabiam que ele estava aqui e não me falaram nada.        

— Olha só pra você — expliquei, também entrando no carro —, eu não quis arriscar. — Louis apenas bufou e começou a conduzir.

A ida até em casa foi uma mistura de tensão e desconforto. Louis estava de saco cheio de tudo e dava pra perceber aquilo de longe. Isabela murmurava coisas para Tiago e Jane havia caído no sono, com a cabeça apoiada na janela. O clima tinha se tornado frio de uma hora pra outra e eu estava cansada. 

No momento em que chegamos, não ousei fazer qualquer movimento brusco em direção ao Louis. Eu não queria que ele agisse com grosseria na frente de outras pessoas, principalmente de Isabela Turner.  

— Boa noite, pessoal — meu irmão disse e ouvi um estalar de lábios no banco de trás. Provavelmente ele tinha beijado Isabela, sendo o bom namorado que era.

— Certo, até amanhã — eu disse, cabisbaixa. Louis assentiu sem me olhar e evitei dizer qualquer outra coisa. Saí do carro e andei até a minha casa, sem olhar pra trás. Louis era mesmo louco por mim? 

Definitivamente era muito chato quando ele descontava a raiva que sentia de outros fatores sobre os meus ombros. Eu não tinha culpa de nada e ele deveria saber daquilo. Henrik foi enterrado e eu não poderia fazer nada em relação àquilo. Jack Mayson esteve no velório e Jane estava triste por causa dele, e eu também não tinha nada a ver com aquilo. O que Louis queria que eu fizesse, afinal? Não fui eu quem matou o seu amigo e muito menos quem engravidou a sua melhor amiga. 



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