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História Friends - Louis Tomlinson - 036. Visita


Escrita por: sunzjm

Capítulo 36 - 036. Visita


Fanfic / Fanfiction Friends - Louis Tomlinson - 036. Visita

JANE

Pensei em acompanhar Taylor e Tiago até a casa do George, mas não tive disposição o suficiente para aquilo. Passei o dia de sábado enjoada e não consegui tirar o bumbum do sofá. Eu morria de medo de que qualquer coisa tocasse os meus seios, que estavam muito doloridos, e eu estava paranóica com aquilo, achando que não era um bom sinal na gravidez. O receio de pesquisar na internet também só me fazia agir como uma ignorante.

Vovó não estava irritada, mas também não estava comunicativa. O fato de que não jogou na minha cara o quanto eu fui irresponsável já era o suficiente, mas ficar em casa vendo-a andando de um lado pro outro também me tirava o sossego. 

Algo além daquilo também marcou o meu dia, e foi a presença de alguém que eu menos imaginava. E nem de longe aquilo era bom. 

Assim que a campainha tocou, tirando os meus pensamentos do enjôo, coloquei- me a correr até à porta. Dei de cara com ele, o cabelo bagunçado, olheiras e a roupa mal passada.  

— O que faz aqui? — perguntei, muito grosseira, quase sentindo o coração e todos os meus órgãos do corpo saírem pela boca. Era Jack Mayson na porta da minha casa. — O que você quer?

— Temos que conversar — respondeu ele, quase como um murmúrio. Sem me preocupar em ser rude, tentei fechar a porta, disposta a ficar mais longe o possível de quem eu mais odiava no mundo. — Jane, por favor... — Jack voltou a falar, segurando a porta com aqueles braços enormes.   

— O que está acontecendo aqui? — ouvi a voz da minha avó, que vinha da cozinha. Desejei que ela sentisse o desespero do meu olhar e que me ajudasse a expulsar Jack Mayson dali.

Contudo, vovó apenas exigiu que eu agisse como uma adulta, sem fugir dos meus problemas e conversando com Jack Mayson. Primeiro se passou pela minha cabeça que ela, durante a sua ida à casa da Sra. Pan, tivesse tropeçado em algum galho de árvore pelo chão e batido a cabeça em uma pedra. Minha primeira atitude foi olhá-la, devidamente perplexa, e a segunda foi negar aquilo com todas as forças – e perdendo a batalha final, é claro. “Resolvam isso de uma vez”, foi o que ela disse, antes de sair e nos deixar na sala de estar, sozinhos.

Não tive vontade de olhar para Jack durante aquele intervalo de tempo. Eu estava envergonhada pelo que havia acontecido na festa e me sentia como uma tola desprotegida. 

Eu lembrava de tudo como se tivesse acontecido na noite passada. O seu olhar perverso estava lá, fixo na minha cabeça, juntamente com o seu hálito embriagante, que ainda me dava um nó no estômago; as suas mãos apertando os meus seios me faziam ter nojo de mim mesma e as suas palavras continuavam ecoando, mesmo que apenas eu percebesse aquilo. Era impossível não lembrar de cada detalhe, mesmo estando grogue.  

— Me desculpe — disse ele, e então tive força o suficiente para fitá-lo, furiosa. Apenas o vi com a cabeça baixa e com as mãos nos bolsos. — Eu sinto muito por tudo.    

— Mas eu não preciso das suas desculpas, Jack Mayson — respondi, entredentes —, está perdendo o seu tempo aqui.   

— Estou mesmo arrependido — continuou ele, ainda sem me olhar. Só que eu apenas senti vontade de machucar o seu corpo, sem compaixão alguma. Onde estava aquele ar de verdade nas suas palavras, afinal?    

— É mesmo? — perguntei, com o puro sarcasmo, e então andei até ele. Simplesmente não segurei a vontade de dar um tapa em seu rosto, que vinha assombrando as minhas noites todos aqueles dias. — Então diz isso olhando pra mim! — mandei, procurando algum vestígio de arrependimento. Ele já havia cometido todo o erro, mas por que não era homem o suficiente para dizer aquilo olhando nos meus olhos?  

Ele passou alguns segundos fitando o chão da sala de estar, mas finalmente me olhou. E parecia mesmo arrependido, eu gostando ou não. Quando percebi, já estava sendo fraca, sentindo as lágrimas surgirem do nada. Olhar para ele me revoltava e me irritava, como se a humilhação vestisse o meu corpo. Não era a forma como eu geralmente agia, só que estava difícil se controlar.      

— Você não teve isso aqui — apertei o indicador e o polegar, deixando apenas um espaço mínimo entre eles — de sentimento, sabia? Você foi um covarde e foi sujo. — O seu rosto estava vermelho por causa do tapa, mas ele já não tirava mais os olhos dos meus, como se sentisse que não tivesse o direito. — Você agiu como um animal, seu lixo! — Eu o empurrei e dei mais tapas em seu peito.    

— Eu me sinto culpado por isso também. — Jack segurou o meu braço e aproximou o rosto do meu. — E você tem razão, sou mesmo um lixo. Desde que Taylor foi até a minha casa, junto com Louis, eu estou arrependido, 'tá bem? Acredite, quando eu soube que você está grávida…     

— É claro — lhe interrompi, cheia de desgosto —, você precisava apanhar para se sentir arrependido. Antes disso, estava vivendo a sua vida como sempre viveu. O que havia acontecido não foi nada.     

— Eu não estava acostumado com esse tipo de coisa, Jane. — Me larguei bruscamente do seu aperto e mantive distância. — Eu agi como um idiota, eu sei, mas eu estou aqui para tentar resolver tudo.   

— Resolver tudo? — rebati, incrédula. — Eu estou grávida de você, como acha que isso pode ser resolvido?! Acha mesmo que tem solução?     

— Nós vamos…    

— Não use "nós" como um pronome — lhe interrompi novamente, apontando o indicador. — Se acha mesmo que eu vou tirar o meu filho, você está muito enganado. 

Ele realmente seria muito covarde se pronunciasse a palavra aborto. E jurei de pés juntos que o expulsaria da minha casa aos chutes e aos berros caso ele ousasse falar algo como aquilo.   

— O quê? — Jack pareceu perplexo com as minhas palavras. — Eu fiz o que fiz, mas ainda me resta alguma vergonha na cara. — Apenas sentei no sofá e cruzei os braços, me sentindo esgotada e com vontade de correr.     

— Por que você não nos esquece de uma vez? — sugeri, depois de um tempo longo demais, tendo a esperança de usar o seu status contra ele mesmo. — Sua reputação vai ser destruída se souberem que você vai ter um filho sendo tão novo. Não se preocupe com o que pode acontecer, eu prometo que ninguém mais saberá que você tem a ver com isso.     

— Que merda!, eu não me importo com reputação nenhuma, Jane Collin — falou ele, ainda perplexo comigo. Mas acabei rindo, dispensando o seu teatro. — Você gostando ou não, eu vou aceitar toda a situação e não vou fugir disso.  

— É claro.   

— Estou falando sério — persistiu, impaciente com a minha descrença. — Eu não quero que continue com isso sozinha, mesmo que os seus amigos já estejam próximos para dar qualquer apoio.     

— Por que a sua ajuda vai fazer diferença?     

— Eu tenho direitos sobre o bebê também.     

— Quer mesmo discutir isso com um juiz? — Levantei e andei até ele, lhe desafiando completamente. Afinal, eu não estava nem um pouco intimidada. — Você vai perder, Mayson, pode ter toda a certeza.     

— Estou buscando um acordo. — Ele passou a mão sobre a testa e quase senti uma esperança novamente, achando que ele desistiria. — Sei que está quebrada, de alguma forma — Jack me fitou, incomodado —, e eu me envergonho muito por isso. Só que eu estou tentando me colocar no lugar certo.    

— Será que você poderia ir embora? — pedi, desviando os olhos dele. Todo aquele diálogo já bastava. — Estou muito cansada.

Ouvi o seu suspiro e, depois de quase um minuto, Jack disse:     

— Certo, mas eu volto um outro dia.   

— Não...   

— Eu vou vir.

E então andou até a porta, com as mãos nos bolsos.



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