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História Friends - Louis Tomlinson - 042. Dor | Parte 1


Escrita por: sunzjm

Capítulo 42 - 042. Dor | Parte 1


Fanfic / Fanfiction Friends - Louis Tomlinson - 042. Dor | Parte 1

LOUIS

Minha perplexidade foi tanta, que eu não consegui acreditar de primeira quando Claire contou o que havia acontecido. George Wells faleceu e a notícia do acidente e do roubo na joalheria se espalhou pela capital inteira. O rosto do George aparecia entre os mortos. 

Dez pessoas haviam se ferido contando com Tiago, que quebrou o braço e estava com curativos no rosto e pelo corpo; e outras três pessoas que estavam próximas do carro agora já se encontravam mortas, contando com o pai da Taylor.

Ela nunca perdeu alguém tão próximo e o seu choque no hospital não me surpreendeu. O seu desmaio quase me tirou do foco, na verdade, e pela primeira vez eu fiquei sem saber exatamente o que fazer. Claire pediu para que eu levasse Taylor para casa e que ficaria ali até que Tiago tivesse alta. A família do Sr. Wells provavelmente foi contactada pela Sra. Hampton e se responsabilizariam pelo funeral.

Obviamente, acabei tendo lembranças ruins devido a morte dele, afinal de contas, eu também havia passado por aquilo. No meu caso, fui obrigado a assistir dois sepultamentos.

A casa da Taylor estava cheia, Bela chegou pela manhã e Jane também. Mamãe resolveu ver como Taylor e Tiago estavam – alguns amigos dele também, mas precisei pedir para que fossem embora, e isto porque Tiago não queria a visita de ninguém, apenas da Isabela. Claire resolveu dormir ali e ficou por algumas horas, a fim de ajudar Tiago com o braço e ser responsável por ele e a sua irmã enquanto tudo corria aos poucos.

Eu também dormi nas casa dos Hampton, mas fiquei tão receoso em como Taylor reagiria quando acordasse, que simplesmente não consegui pregar os olhos. Naquela manhã, assim que terminei de comer, segui para o segundo andar onde Jane se encontrava.    

— Estou preocupada — murmurou, depois de ficarmos observando Taylor dormindo tranquilamente como se tudo estivesse em ordem. — Quero dizer, você sabe como ela é e tudo o mais…     

— Vamos estar aqui para qualquer coisa — eu disse, depois de um suspiro. — Ela vai ficar péssima, por isso não vou manter distância. — Eu não sabia se estava preparado para vê-la chorar o dia inteiro, na verdade, mas com certeza eu não sairia de perto, mesmo que aquilo não fosse resolver em absolutamente nada. 

Aos poucos e no decorrer dos minutos, Taylor foi acordando, como se percebesse que estávamos falando dela. Esperei o seu choro assim que me visse, mas ela simplesmente ficou com a testa franzida, nos olhando.    

— Ah…, minha nossa — sussurrou, confusa —, eu tive um pesadelo tão ruim, você não imagina. Pareceu tão real… — Taylor se sentou e coçou os olhos. Não me demorei a sentar perto dela e pegar as suas mãos, à procura de atenção. Com aquilo, ela pareceu ter se dado conta da nossa presença meio informal e do barulho que vinha do corredor. — Por que estão aqui, aliás? 

Apenas olhei para o seu rosto confuso, tentando ter uma espécie de telepatia e não ter que contar tudo em detalhes. Taylor logo pôs uma expressão séria e pareceu ficar desconfortável. Percebi Jane se aproximando, para então se sentar do outro lado da cama, triste como se ela mesma tivesse perdido alguém. Taylor tentou falar alguma coisa, mas falhou. Assim, olhou para as mãos e percebeu aos poucos o que eu queria dizer.      

— Eu sinto muito — falei, então ela começou a chorar e eu a puxei para um abraço. Logo senti os braços da Jane e percebi que ela também estava chorando. Tentei fazê-la olhar para mim, mas ela apenas me largou e abaixou a cabeça, a fim de abraçar os seus joelhos enquanto chorava. — Vai ficar tudo bem. 

Só que ela apenas negou com a cabeça. Eu não poderia ajudá-la em mais nada, por isso sentei ao seu lado, encostei as minhas costas na cabeceira da cama e a puxei para mim mais uma vez.     

— Ele já estava arrependido antes de tudo acontecer, minha amiga — disse Jane, limpando os olhos marejados. — Vai estar em um bom lugar, você sabe disso. — O papo místico da Jan continuou por um bom tempo, com ela dizendo que Deus estaria orgulhoso com George Wells pelo fato de ele ter feito os filhos felizes antes de ir pro céu. Apenas observei aquilo, ouvindo os choro das duas. A crença não existia em mim, mas não interrompi Jane em momento algum, afinal de contas, eu sabia que Taylor acreditava naquilo tanto quanto qualquer outra pessoa na Terra, mesmo que continuasse chorando.     

— Você também precisa se acalmar, Jan — eu disse, com um olhar de repreensão. Ela então assentiu com a cabeça e fungou. Ouvimos uma batida e logo a porta foi aberta, com uma Claire exausta dando de cara com nós três juntos na cama.     

— Jan, tem um rapaz lá embaixo perguntando por você — ela avisou, fitando Taylor com um ar de tristeza. — Achei melhor não deixar que ele subisse e tudo o mais…   

— Ah, Deus — reclamou Jane, passando a mão sobre os olhos. — Se for ele… — Ela não terminou a frase, apenas saiu acompanhada da Claire. Não me esforcei em pensar em quem poderia ser (porque estava na cara), mas eu realmente não queria sair de perto da Taylor por causa de quem estava correndo atrás da Jane. 

Passamos um bom tempo ali. Resolvi não interromper Taylor em nada e apenas fiquei calado, acariciando os seus cabelos. Ainda não era tarde, apenas oito e alguns minutos. Eu passaria o tempo que precisasse junto dela, se ela quisesse.

Após alguns minutos, mamãe apareceu seguida de uma Bela curiosa. As duas puseram a cabeça entre a abertura da porta e observaram nós dois. Seus olhos estavam na Taylor no meu colo, que chorava sem parar.    

— Filho — cochichou mamãe, tentando não chamar a atenção da garota nos meus braços —, ela precisa comer alguma coisa.

Assenti e as duas saíram apressadas.     

— Taylor? — lhe chamei, com a intenção de tirar os seus braços do meu pescoço. Só que ela apenas me agarrou ainda mais forte. — Vamos tomar o café da manhã? Você passou tempo demais sem comer. — Sua cabeça balançou negativamente e ela então começou a falar, quando eu me mexi a fim de sair:      

— Por favor, fica aqui — e o seu tom estava mais suplicando do que fazendo apenas um pedido comum. 

Suspirei e a abracei mais forte.

[…]

Um ar doce, um rosto desconfiado – apenas quando não estava dormindo – e o olhar de poucos amigos. Taylor Hampton, que era quase difícil de se lidar mas que ao mesmo tempo era adorável. Os seus tapas doíam muito, mas eu continuava a enchê-la, a fim de ter a sua atenção, mesmo que de um jeito doloroso. Já estava claro que eu sempre fui apaixonado por ela. 

De algum jeito, Taylor acabou dormindo. Assim, deixei que ela ficasse ali e desci a escada. Eu me surpreenderia caso aquele Adrian Carrington não fosse vê-la para “lhe prestar solidariedade”, mas ele precisava entender que não tinha chance nem mesmo como um amigo. E, mesmo não admirado com aquilo, não deixei de ficar irritado quando o vi conversando com Jane e Bela na sala de estar.      

— O que você quer? — joguei, me aproximando dele bruscamente. Jane então levantou e ficou entre nós dois, a fim de evitar qualquer transtorno.      

— Falar com a Taylor — respondeu o imbecil, calmo como uma tartaruga. Em seguida, se esquivou de mim e logo já estava com a intenção de subir as escadas, assim naturalmente.     

— Ei, o que você pensa que está fazendo? — Puxei o braço dele e acabei recebendo um empurrão. Claro que aquilo só me deixou com mais raiva. — Você não vai subir essa escada!...     

— Eu tenho o direito de conversar com ela — disse Adrian, mas aquela voz já estava me dando nos nervos. — Somos amigos e eu quero prestar algum apoio.     

— Eu já disse que você não vai subir a porra dessa escada — apontei o indicador na direção dele, só que o infeliz apenas ameaçou subir os degraus novamente, claramente me provocando. — Seu desgraçado!      

— Para com isso, Adrian! Não piora a situação — pediu Jane, o puxando e já com medo do que iria acontecer.      

— Você não entende? Não pode me impedir de fazer o que eu quero — disse ele, muito sério. Claro que apenas ri com aquilo, quem ele pensava que era? — Este lugar não é seu, portanto eu posso subir e falar com ela. 

— Tem razão, a casa realmente não é minha…, mas pode ter certeza que a Taylor é — revidei, meio que instantaneamente. — E eu estou aqui agora.     

— Você não pode me impedir.     

— É mesmo? — provoquei, ainda tentando me aproximar dele, porém sendo impedido pela Jane. — Então tenta ir lá em cima de novo…      

— É melhor você voltar aqui um outro dia — sugeriu Jane, puxando o imbecil em direção à porta. Eu quis ir atrás, mas Isabela acabou me impedindo, enquanto se manteve na minha frente falando alguma coisa que eu não entendi.     

— E eu vou estar por perto quando você voltar — avisei, quase gritando. — Sempre vou estar, você gostando ou não.     

— Só que isso não faz a menor diferença — rebateu Adrian, que saiu logo em seguida, mais irritado ainda.     

— Que descontrole foi esse? — perguntou Isabela, quando todos já estávamos sentados e mais calmos. — Eu nunca o vi assim.     

— Aquele infeliz me tira do sério, é isso. 

Jane acabou bebendo o resto do chá que havia ali e avisou que sairia, a fim de começar com o pré-natal. Falei que iria com ela, mas Jane avisou que iria com a Sra. Rose, e também que não sabia se iria voltar para os Hampton naquele dia.      

— Vai precisar de alguma coisa? — perguntou, levantando.     

— Não, vou ficar no quarto.     

— Amanhã à tarde será o funeral e eu acho que já está tudo pronto. A família dele resolveu tudo — avisou Jane, a voz meio baixa. — Tem comida pronta, 'tá bem? — falou, já pegando o casaco sobre o sofá. — Qualquer coisa que Taylor fizer, liga pra mim. Eu falo com você mais tarde.     

— Você não quer carona?     

— Melhor não, estou precisando caminhar.A

Antes de subir para o quarto do Tiago, Isabela avisou que almoçaria ali. Eu não sentia fome, portanto resolvi apenas ver Taylor dormindo, já que aquilo me acalmava de alguma forma e eu conseguia ter a mente limpa para pensar. Plantei um beijo em seus lábios e deitei ali perto. Fiquei acariciando a sua bochecha por um tempo e acabei me juntando ao sono.

[…]

Passavam das três quando eu acordei. Taylor permanecia em um sono pesado, por isso saí do quarto e desci a escada, a fim de comer alguma coisa. Tiago se encontrava na cozinha, comendo um sanduíche acompanhado de um copo de refrigerante.          

— Ei, cara — lhe cumprimeitei e caminhei até o fogão. Claire havia cozinhado e preparado algo que gostávamos, e a minha fome pareceu duplicar de tamanho.     

— Olá — balbuciou ele, emburrado.     

— Está melhor? — eu quis saber, fazendo um prato cheio pra mim. Era uma pergunta boba, afinal, ele tinha acabado de perder o pai, só que o silêncio com certeza não era uma das melhores opções.     

— Em relação a quê? — perguntou Tiago, e então percebi que havia uma espécie de ferro fino perto do seu prato.      

— Ah…, sabe como é, em relação a tudo — expliquei, meio confuso. Pus o meu prato sobre a mesa e fui em busca de algo para beber. — Quero dizer, sobre o acidente.      

— A droga do gesso está dando uma coceira dos infernos — reclamou ele, depois de bufar e pegar o tal ferro fino. Após pôr um copo de suco pra mim, olhei Tiago e entendi a utilidade do objeto: ele servia para coçar o braço embaixo do gesso. — Aliás, como eu vou escrever com a mão esquerda quando voltar à escola? Nem comer direito eu consigo! — continuou ele, concentrado na sua missão anti-coceira.     

— Eu acho melhor você não fazer isso... — aconselhei, sentindo agonia ao vê-lo agoniado. — Pode piorar o que está aí embaixo...     

— Inferno! — Tiago jogou o ferro sobre a mesa e tentou voltar a comer, nada contente. — Eu sinto como se isso — ele apontou para a mão do lado de fora do gesso — não fizesse parte do meu corpo, entende? Às vezes eu não consigo mexer.      

— Isso é normal.     

— É claro. 

Ele riu, sem achar a menor graça. Os seus olhos estavam vermelhos e eu não consegui me segurar perguntando sobre George:     

— Você estava de bem com o seu pai?     

— Sabe o que me deixa mais aflito? — Tiago ignorou a minha pergunta e deixou o sanduíche de lado. — Tudo o que ele falou ontem. Era como se... era como se estivesse se despedindo de nós dois, com todas aquelas palavras e aquela descontração. Toda aquela felicidade e os seus conselhos... 

Tiago estava absolutamente confuso.     

— Foi um acidente — tentei não ser muito óbvio. O ar místico da família Hampton me deixava desconfortável várias vezes e tudo parecia uma grande bobagem. Acreditar que George já sabia que iria morrer era demais. — Foi só um acidente… — repeti, depois de um suspiro —, e ele não poderia adivinhar que era o último dia com vocês.     

— Sei que foi um acidente, mas não deixa de ser estranho.     

— O seu pai estava apenas tentando agir do modo certo — expliquei, mesmo não sabendo exatamente o que eles haviam dito um pro outro. — Ele estava com vocês, não estava?, então tinha mesmo que estar feliz e em paz. Ele ficou contente por vocês terem ido passar o final de semana ao lado dele, depois de tanto tempo.     

— Que mania é essa que você tem de tentar explicar tudo? 

Tiago pareceu irritado e eu logo me senti ofendido.      

— Só estou sendo racional — respondi, buscando não soar grosso. Aliás, estávamos tratando indiretamente de crenças e aquele era o tipo de conversa que eu amava. Porém, de alguma maneira, sempre me irritava. — Não há nada de mais nisso.     

— Você está sendo um chato, é isso. Está sendo um chato, entendeu? — Tiago revirou os olhos e pareceu sem apetite para terminar o sanduíche.      

— Bom, você me conheceu assim.       

— Não deixa de ser estranho o que aconteceu.       

— Certo — me rendi, levantando uma das mãos. — Entendo o que quer dizer. — Ele pareceu relaxar na cadeira, mas após alguns segundos a sua expressão de irritação mudou para uma tristeza quase sólida.      

— E se eu não tivesse ido com a Taylor? — perguntou ele, depois de um tempo longo demais. — E se eu tivesse apenas gritado com ele?     

— Esqueça as suposições, irmão, você foi com a Taylor, você não gritou com o seu pai e você fez com que os últimos minutos dele fossem os melhores. — Geralmente o "se" não fazia parte de mim e era mais nascido com a Taylor, quando ela ficava paranóica demais com alguma situação. Na verdade, eu não gostava nada daquela conjunção. — Ele morreu daquele jeito horrível, mas estava feliz. Ele estava com os filhos; vocês tinham acabado de passar um dia inteiro juntos. O seu pai estava feliz, Tiago…, e com certeza não tinha mágoa alguma de você.



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