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História Friends - Louis Tomlinson - 049. Páscoa


Escrita por: sunzjm

Capítulo 49 - 049. Páscoa


Fanfic / Fanfiction Friends - Louis Tomlinson - 049. Páscoa

JANE

Não era a primeira vez que a páscoa me dava um olá em um mau momento. A diferença era que agora eu me preocupava com o bebê e não com o fato de engordar alguns quilos. O Dr. Wilkins havia pedido para que eu não ingerisse chocolates demais, mas a vontade e a irresponsabilidade foram bem mais fortes do que o meu corpo suportou.

“Se não comer, o nosso filho vai nascer com a cabeça em formato de ovo de páscoa” Jack havia dito na terça-feira, enquanto andávamos pelo supermercado à procura de alimentos mais saudáveis (sugestão do Dr. Wilkins e do meu professor ambulante vulgo Louis Tomlinson). 

Estávamos nas férias de páscoa e aquilo era mais do que importante pra mim – mesmo que fossem apenas por sete dias. O fato de que eu andava sem saco para a escola e para a minha própria impaciência me levaram a precisar de férias. O meu terceiro mês estava próximo e a cada dia que passava eu me sentia mais e mais nervosa em relação a tudo na minha vida. Mesmo sendo uma chatice, a escola era uma das maiores preocupações entre nós – pelo menos entre Louis e eu –, e eu já imaginava a minha barriga aparecendo sob o uniforme da London Greenwich. 

Infelizmente, estávamos todos próximos de um abismo, principalmente Taylor, que parecia não ter percepção o suficiente para ver o quanto todos estávamos preocupados com ela. 

Eu estava sendo uma péssima amiga, aliás, e quase não suportava mais as suas atitudes. Estava sendo tudo muito difícil para todos. Ela se encontrava depressiva a um nível mil e eu não estava sabendo lidar com o excesso de tristeza – aquilo não fazia parte da minha essência. Taylor sempre foi muito dramática e eu já era acostumada com a sua maneira de ser. Contudo, daquela vez estava sendo muito diferente.

Nada que fazíamos para ajudar dava certo e ela parecia pior e mais distante a cada minuto. Eu sentia o quanto Louis estava mal com aquilo – por não saber o que fazer – e eu também me via cega e impotente. Nosso ciclo estava sendo quebrado por ela mesma e, no decorrer dos minutos, ela se afastava mais e mais. 

Taylor corria sobre cacos de vidro; nós tínhamos formas de tirá-la daquela estrada tortuosa, só que ela não nos ouvia – às vezes, parecia que era opção dela.

Eu não tinha cabeça o suficiente para me preocupar com a gravidez, com Louis e com Taylor ao mesmo tempo, então tentava ao máximo parecer bem e obedecer ao Dr. Wilkins, a fim de ter consideração por mim mesma, pelo meu bebê e por Louis, que não merecia tanta preocupação daquele jeito.     

— Pega — fui tirada dos meus pensamentos com a imagem de uma caixinha em formato de coelho, pairando na frente do meu rosto.

Era quarta à tarde. Pela manhã eu havia feito a minha caminhada matinal de trinta minutos, depois havia exposto os mamilos sob a luz do sol por volta de dez minutos – receosa e me sentindo ridícula dentro do meu quarto – e, naquela tarde, achei importante passar nos Hampton, já que estávamos de férias.    

— O que é isto? — eu perguntei, enquanto pegava a caixinha já com um vestígio de sorriso no rosto. — Prevejo algo de bom.      

— Eu vi em uma loja aqui perto e comprei dois — Louis explicou e, na outra mão, percebi uma outra caixinha idêntica, mas de um rosa mais escuro. — Esqueci que você não pode comer chocolate demais, mas não consegui pensar em outra coisa, entende? Um presente de páscoa a vocês que comemoram isto, certo? 

Então ele me deu um pequeno sorriso enquanto saía em direção à escada. Louis havia acabado de voltar do Banco com Tiago, porque os dois estavam responsáveis por sacar o dinheiro que Tania depositava lá, já que Taylor não fazia nada além de olhar para as próprias mãos.     

— Não estou comendo em excesso — menti, abrindo a caixinha e dando de cara com vários ovinhos de chocolate acompanhados de trufas. — Obrigada e desculpe por não ter comprado nada pra você! — gritei pra ele, ouvindo o som de seus sapatos ecoarem pelo cômodo.      

— Não se preocupa — Louis gritou em resposta.

Tiago havia se sentado no outro sofá, comendo um ovo de chocolate do tamanho de um punho fechado. Parecia triste e eu tinha certeza de que não prestava atenção na série que passava na TV. 

Eu havia ganhado mais presentes de páscoa além da caixa em formato de coelho. Na manhã do dia anterior, fiquei surpresa quando vovó avisou que havia uma encomenda pra mim – eram dois ovos de páscoa, presentes da Marian. 

Fiquei surpresa, porque não era comum eu receber presentes dela – um dia achei até que havia desistido de pedir desculpas. Jack também gastou dinheiro comigo e não deixei de ficar satisfeita quando ele apareceu com uma caneca enfeitada, cheia de bombons. Vovó comprou cenouras de chocolate e nós duas nos empanturramos de doces juntas – pela terceira vez sem eu me importar com o meu peso.     

— Nunca achei que eu ficaria assim — ouvi alguém dizer e pus os olhos no Tiago. — Uma droga…     

— O quê? — perguntei, a boca cheia.    

— Este chocolate já não é tão doce.      

— Sua mãe deve ter comprado do…     

— Não tem a ver com o tipo de chocolate — Tiago me interrompeu, impaciente e meio triste. — Este é um ovo normal.     

— Então do que você estava falando? — Eu realmente não consegui captar a mensagem, até que percebi que o canal de TV havia mudado para um casal de idosos abraçados em uma cadeira de balanço florida. Logo, fitei o rosto do Tiago e percebi os seus olhos marejados, fixados na cena. — O que aconteceu, Tiago?   

— Ela me avisou hoje... — sussurrou ele, entristecido. — Me avisou hoje, sabe? — E não consegui evitar em pensar no pior, é claro.     

— Ela quem? Avisou o quê?      

— Disse que iria embora no sábado.

Finalmente entendi o que estava acontecendo.    

— Bela vai embora?      

— Sim, ela vai me deixar. 

Então fui bombardeada com mais um excesso de emoções. Por um momento, achei que estivesse lidando com uma Taylor masculina, mas depois lembrei do quanto os dois eram diferentes por dentro e me surpreendi por ver Tiago deixar transparecer as suas emoções daquele jeito – nem no velório do seu pai ele havia chorado na frente de alguém.     

— Ah, Tiago… — Suspirei entristecida e sentei ao lado dele, lhe abraçando de lado sem largar a caixinha estilo coelho. — Comecei a achar que ela tinha voltado pra ficar.     

— Eu também — fungou ele, também de boca cheia. — O tempo todo ela sabia que voltaria pros Estados Unidos, mas não me avisou nada.     

— Talvez ela não quisesse magoá-lo.     

— Pelo jeito não deu muito certo, né? — Então ele chorou ainda mais e levantou bruscamente, levando consigo o ovo pela metade. — Desculpa por isso, Jan. 

E saiu pela porta da frente.

Continuei comendo os meus minúsculos ovos, porém sem a euforia de antes. Toda aquela conversa só havia servido para deixar o ambiente mais cinza. Pus a minha atenção no que passava na TV e a paixão dos velhinhos me deixou na pior, com um sentimento de solidão contraditória. 

Solidão contraditória? 

Afaguei a minha barriga e me vi pensando naquele que eu mais odiei durante um tempo. O verbo no passado não passou despercebido na minha mente e eu me indaguei se ainda odiava Jack Mayson tanto quanto antes. 

Assim que os velhinhos levantaram e andaram de mãos dadas por um caminho cheio de lírios, eu respondi a mim mesma que “não” – mas ainda confusa. Resolvi sair dali o mais rápido possível depois de desligar a TV e logo subi a escada, seguindo para o quarto da minha melhor amiga.

Avistei os dois lado a lado, meio deitados na cama. O quarto frio como se ninguém o usasse não deixou de passar pela minha cabeça. Taylor segurava o antigo caderno do seu pai, onde eram anotados os contos de Edgar Allan Poe. Ela apenas o observava e, em um segundo aleatório, a vi acariciando um lado dele. 

Louis, com o seu ar cansado e o cabelo bagunçado, tinha os olhos fechados e a cabeça encostada no ombro dela. O coelho idêntico ao meu os encarava da mesa de cabeceira, e era quase como se estivesse chorando.

Ignorei os pensamentos negativos e sentei ao lado do meu melhor amigo, preocupada demais em interromper o seu cochilo. Contudo, assim que pus o meu traseiro na cama, Louis se assustou e se ajeitou, como se tivesse acabado de cometer um crime.     

— Você precisa dormir.     

— Estou bem — mentiu ele, sem conseguir evitar um bocejo. Louis simplesmente se sentia inútil por não conseguir fazer nada para a melhora da Taylor. E o fato de ter que dormir – ou até mesmo dar uma risada – o fazia se sentir culpado. Eu não concordava com aquilo e começava a me irritar com os dois – principalmente com Taylor, que não fazia nada e não dizia nada. Estávamos ao seu lado, mas ela parecia não dar a mínima para aquilo. — Tenho que separar o dinheiro das contas — avisou, pegando o celular no bolso e procurando alguma coisa (o celular na verdade era da Taylor). 

A Sra. Hampton avisava o que tinha que se fazer por mensagens instantâneas, dizendo o valor do que devia ser pago em determinado mês e as coisas indispensáveis que não deveriam faltar na despensa. As economias já estavam equilibradas, na verdade, mas nem um de nós estava acostumado a se sentar à mesa, separar o dinheiro da conta da energia, da comida, da água, do gás, da internet, da TV etc., durante alguns dias. Aquilo era a responsabilidade que Taylor deveria ter, na verdade, mas Louis não permitia que ela fizesse mais nem um tipo de atividade que exigia concentração.    

— Eu posso fazer isso — falei, tentando ajudar. — Estou ociosa.     

— Eu já disse pra não se preocupar com nada — reclamou ele, se levantando e saindo logo depois. A tal inutilidade surgiu em mim novamente e eu fiquei ali, imaginando o que seria de nós três no futuro.     

— Desculpem por isso — Taylor sussurrou, mas apenas senti um tom monótono nas suas palavras. Olhei pra ela ao meu lado, sua testa estava franzida e os olhos vermelhos, então acabei sentindo pena.     

— Esquece.

Bufei e também resolvi sair dali.

[...]

Usei as habilidades que vovó me ensinou e fiz um ótimo jantar naquela noite. Claire havia aparecido a fim de saber como todos estavam e aproveitou para se juntar a nós. Para a infelicidade do mundo, Tiago parecia péssimo e não falou com ninguém durante o jantar. Fiquei triste por ele, porque ele era um garoto sofrendo por amor.

Na sala de estar, enquanto assistia TWD, acabei cochilando e acordei após o barulho de uma explosão – mais tarde percebi que era a tevê. Claire já havia ido embora, Tiago subiu para dormir antes que eu pudesse dizer boa noite e Taylor provavelmente estava fazendo uma visita à Marte. Percebi a luz da cozinha acesa e lembrei que Louis havia ficado ali para separar as contas e estudar. Cocei os olhos e segui até o cômodo, bêbada de sono.

Chamei por ele, ainda com a visão fora de foco. Me aproximei e vi a situação em que ele estava: a cabeça deitada sobre o caderno da escola próxima de um sanduíche pela metade; livros enchiam a mesa, junto com recibos, cartões e a sua carteira. Ele tinha uma caneta na mão e, depois de eu dar uma outra olhada, vi o caderno da Taylor aberto na disciplina de cálculos. Entendi de cara o que realmente estava acontecendo.     

— Louis? — Mexi o seu braço e algo inaudível saiu de sua boca. — Achei que já tinha terminado de separar tudo.     

— Tenha calma — ele levantou a cabeça e se espreguiçou, parecendo mais cansado do que nunca —, eu já terminei.     

— E o que você estava fazendo? — perguntei, desconfiada, e então olhei para o relógio de parede que havia ali. — Já passam das onze.     

— Verdade? Que droga...     

— O que significa isso? 

Apontei na direção do caderno.      

— Equações — respondeu Louis, voltando a escrever os cálculos. — Contas de matemática, sabe?    

— Você está mesmo fazendo as atividades dela? — eu o acusei, ignorando o seu desinteresse em mim. — Ah…, meu Deus, eu não acredito…    

— Alguém precisa fazê-las.    

— Louis, você não pode — lhe repreendi, pondo as mãos na cintura. — Não 'tá vendo o seu estado? Se quer ajudá-la, então pelo menos a faça escrever! 

Era irritante ver a injustiça acontecendo.     

— Ela mal consegue lembrar que dia é hoje — disse ele, revirando os olhos —, acha mesmo que vai conseguir fazer todas essas atividades?      

— Mas está errado de qualquer forma! — voltei a repreendê-lo. Abri a boca a fim de dizer qualquer outra coisa, mas desisti em seguida.    

— E você, fez as suas? — perguntou ele, após pedir água.     

— Fiz — respondi, sincera.     

— Ótimo.

Dei o copo com água e ele bebeu o líquido em alguns goles.     

— Você não deve continuar assim — falei, preocupada, e então me sentei ao seu lado. — Quase não dorme, Louis. Não é você mesmo que vive dizendo que precisamos dormir por pelo menos oito horas?     

— Não tenho tempo pra dormir.     

— Sabemos o quanto ela está mal, mas você não pode continuar fazendo as coisas por ela — eu disse, entristecida. Assim como ele, eu também me preocupava, mas aquilo já estava passando dos limites. Eu amava os dois, mas o fato de ver Louis se matando daquela maneira para ajudar alguém que não queria ajuda era demais. — Estou falando com você, Louis Tomlinson! — exclamei, tirando a caneta de sua mão. Então ele olhou para mim e quase consegui ver o mal-estar em cima dos seus ombros.  

— Eu não quero que ela perca o ano — explicou, finalmente prestando a devida atenção no assunto. — Taylor não pode repetir.     

— Eu sei e eu também não quero.     

— Eu tenho que fazer isso, Jan…L

Louis suspirou e apoiou a testa sobre o caderno, fechando os olhos. Percebi que não importava o que eu dissesse, ele continuaria fazendo aquilo de qualquer maneira.    

— Tudo bem — cedi, depois de respirar bem fundo. — Mas será que você não poderia dividir melhor o seu tempo? Você é tão organizado, só que isso aqui está me assustando...      

— Vou tentar.     

— Ela vai melhorar, você vai ver.     

— Não tenho tanta certeza. — Louis levantou a cabeça e olhou pra mim, cabisbaixo. — Você também percebe a distância, não percebe? — Desviei os olhos dele e resolvi assentir, muito triste. — Mas eu não vou desistir — ele voltou a falar, confiante. — Agora me passe a caneta, por favor.


Notas Finais


Desculpa não ter postado ontem, meninas, eu tava meio ocupada (e cansada). Desculpem também qualquer erro neste capítulo.

Me falem as suas opiniões, o que estão achando 🍓 o que acharam do pov da Jane. Ela tá começando a se irritar com a Taylor, acham que ela tem razão?

Enfim, vejo vcs depois, ate maaaais 😯💚


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