1. Spirit Fanfics >
  2. Friends - Louis Tomlinson >
  3. 059. Vodka

História Friends - Louis Tomlinson - 059. Vodka


Escrita por: sunzjm

Capítulo 59 - 059. Vodka


Fanfic / Fanfiction Friends - Louis Tomlinson - 059. Vodka

Após o episódio desesperador, resolvi ter mais precaução, sempre andando com os meus utensílios (com exceção da escola). Eu não queria passar por aquilo novamente, muito menos com Louis por perto. A aflição dele foi tão grande, que ele simplesmente resolveu continuar insistindo para entrar no meu quarto, mesmo que eu mentisse várias vezes sobre querer ficar sozinha.

Ele era persistente.

Não consegui deixá-lo do outro lado da porta sem saber o que estava acontecendo comigo, cheio de preocupações e achando que eu estava mal. Então abri a porta, após ter me picado e escondido os meus utensílios na gaveta de roupas íntimas. 

Louis estava assustado e continuava sugerindo que eu passasse no Dr. Jimm para fazer um check-up e ser encaminhada a um psicólogo. Mas seria tolice eu deixar aquilo acontecer. Louis parecia ser completamente ignorante em relação a alguém que usava heroína e eu me sentia aliviada por aquela ideia não ter surgido em sua cabeça. Porém, eu tinha certeza absoluta de que o Dr. Jimm veria aquilo assim que eu passasse pela porta do seu consultório. Logo, eu estaria perdida. Tudo cairia em cima de mim.

Devido às precauções, consegui seguir adiante pela longa semana de aula. No entanto, tudo aquilo já estava tão chato e repetitivo, que eu não era mais capaz de continuar ouvindo as vozes dos professores me exigindo atenção e atividades.

Os cochilos durante as aulas era o que eu fazia para aguentar a rotina. E, mesmo sendo o meu melhor amigo naqueles dias, era o principal motivo pelo qual eu era obrigada a ficar sozinha dentro de uma sala de detenção. Penelope, uma mulher de aparência entediante, passava aquele tempo inteiro com os olhos grudados em mim e, mentalmente, eu me via rezando para que o tempo passasse logo e eu voltasse pro conforto da minha casa.

Louis e Jane eram totalmente contra a minha falta de interesse, é claro, e não deixavam de me aconselhar. Já eu, tinha uma certa confiança em sempre voltar a dizer que eu me esforçaria para fazer todas as atividades.

E é claro que eu não fazia.

Na sexta-feira, não fui capaz de me imaginar tolerando mais um dia na London Greenwich, portanto me agachei no chão e tirei debaixo da minha cama uma pequena garrafa de vodka que Marly trouxe para mim na noite de quinta. 

Eu a camuflei até a hora do intervalo, quando fui até o banheiro feminino e bebi todo aquele álcool, ignorando o gosto ruim e apreciando a sensação que estava se destinando totalmente a mim. A coragem que ganhei depois da bebedeira foi grande até demais. 

Me vi gritar com os outros, provocar as garotas que tinham conseguido dar beijos em Louis num passado não tão distante; dei risadas altas o bastante para chamar a atenção, cochichei no ouvido dos atletas pedindo para que eles guardassem o segredo de eu ter bebido um pouquinho; me escondi do Louis, porque eu sabia que ele não gostaria nada de me ver bêbada; me escondi da Jan, porque geralmente quando se tratava de mim ela não calava a boca; me enturmei – e eu não lembrava como – com os amigos do Adrian, que estavam longe o bastante para não serem notados, e fiquei observando tudo de longe, disposta a fazer a diversão aparecer.

Em um momento, vi Louis passando por ali, correndo os olhos pela escola, provavelmente à minha procura. Percebi também uma garota chegando perto dele, Raquel Gomez. Ela se aproximou o bastante para eu simplesmente levantar do chão (precisando de ajuda, é claro) e marchar até os dois, faiscando por conta do ciúme. 

Antes que eu chegasse, no entanto, ela já ia saindo, rebolando o seu traseiro como se fosse uma top model. Agarrei toda a raiva que eu estava sentindo, juntei com o desagrado que eu já tinha dela e a chamei:      

— Ei, vadia! 

Como esperado, ela olhou para mim. Raquel tinha um ponto de interrogação no rosto e uma sobrancelha arqueada. Mas sequer enxerguei nada após ter a sua atenção, apenas a empurrei com toda a força que eu tinha.     

— Ficou louca?! — perguntou ela, incrédula. Entretanto, antes de entender qual era o meu problema, o seu rosto ficou no mesmo tom que um tomate, e ela não se demorou ao partir pra cima de mim, me dando um outro empurrão, porém mais fraco.     

— É melhor pensar duas vezes antes de se aproximar do meu namorado, sua vagabunda — eu disse (talvez pisoteando algumas palavras), enquanto avançava nela e prendia os meus dedos nos seus cabelos volumosos. — Não quero mais que chegue perto dele, entendeu?!

A gritaria e as vaias à nossa volta abafaram a voz do Louis, que não estava entendendo nada, mas tudo serviu apenas para que eu me sentisse mais confiante.

De alguma maneira consegui derrubar Raquel e ficar sobre o seu corpo. Arranhei o seu rosto, mordi o seu braço duas vezes e cravei os dedos em seu cabelo, conseguindo arrancar uma boa quantidade dele. 

Quando a diversão só estava começando, senti braços envolta da minha cintura. Mas eu não briguei contra eles, afinal de contas, eu conhecia aquele perfume.     

— Ele é só meu, você entendeu ou quer que eu desenhe? — gritei para Raquel, rindo internamente por ver o estado em que ela estava. Era um espetáculo, mas eu sequer me importava. A garota chorava no chão da escola e recebia a ajuda de suas amigas e de alguns caras para se levantar dali.     

— Mas o que deu em você?! — Louis perguntou e eu finalmente o fitei. Ele estava confuso e perplexo, mas depois que falei alguma coisa que eu sequer consegui me lembrar depois, ele mudou a sua expressão para mostrar a sua incredulidade. — Taylor, você está bêbada? 

Antes que eu me defendesse, ouvi uma voz muito autoritária. Era a Sra. Palmer, a diretora da escola. Rapidamente os seus olhos passaram pela Raquel, que berrava várias coisas, e depois pararam em mim.     

— Srta. Hampton e Srta. Gomez, para a minha sala… — mandou ela, trovejando. E foi o suficiente para trazer o silêncio dos outros alunos. Toda a escola parecia estar com os olhos em mim e na Raquel. — Agora!

Depois daquilo ela saiu, exigindo que todos voltassem para as suas atividades, e então eu a segui, muito calma e controlada. Não olhei para Louis, pois sabia o quão irritado ele estava.      

— Me expliquem o que aconteceu — mandou a Sra. Palmer, após estarmos em sua silenciosa sala. Logo cruzei os braços e fiquei calada, me esforçando o máximo para não rir dela.     

— Ela me atacou! — exclamou Raquel, com uma das mãos cobrindo o lugar onde eu tinha lhe arranhado. — Eu não fiz nada, juro que não. Todos estão lá de prova, Sra. Palmer. Ela simplesmente me xingou e depois me atacou, sem mais nem menos!     

— Você mereceu — eu disse, calma demais.     

— Ela está bêbada, diretora — continuou Raquel, chorando. — Está cheirando a álcool! Se embriagou e agora está fora de si!      

— Cheirando a álcool? — A Sra. Palmer arregalou os olhos e me observou, completamente incrédula. Ficou alguns segundos sem dizer nada, como se estivesse em choque, e depois pediu para que Raquel se retirasse. — Vá para a enfermaria e depois volte para a sala de aula, entendeu? — mandou, severa. Raquel então saiu e eu continuei sendo observada pela diretora. — É verdade o que ela disse? — perguntou, como se ainda não acreditasse.           

Mordi a minha própria língua e procurei pensar em uma mentira. Só que foi uma pena que nenhuma luz tivesse chegado até mim naquele momento.      

— Talvez...     

— O que a senhorita acha que esta escola é? — jogou ela, muito irritada. — Seu comportamento nesses dias anda incomodando a todos os professores, agora você tem a ousadia de trazer bebida para a escola e atacar uma aluna?!     

— Ela estava dando em cima do meu namorado — falei, muito óbvia. — Louis é uma das pessoas mais importantes que eu tenho. Ele é meu e de mais ninguém. Eu só queria mostrar isso pra ela e para qualquer pessoa que estivesse nos olhando.     

— Tenho certeza que, se a senhorita estivesse sóbria, iria pensar duas vezes antes de causar brigas aqui — reclamou a diretora, depois de ajeitar os óculos. Assim, começou uma ladainha de como a London Greenwich era uma das melhores escolas do Reino Unido, dos troféus que recebeu e blá blá blá. — Eu não ligo para os seus motivos, mas a senhorita é menor de idade e trouxe bebida para esta escola. Isso não pode ser tolerado — ela continuou e, depois de alguns segundos, suspirou, com um ar muito decidido. — Seus responsáveis receberão um e-mail. Sinto muito, Taylor…, mas eu vou precisar expulsá-la da minha escola.

Fiquei séria e a minha atenção se direcionou totalmente a ela, após a última palavra de sua frase. Aquela bendita frase… Eu imaginava tudo, menos uma expulsão.

Ela disse mesmo aquilo?     

— O quê? — perguntei, paralisada.     

— Vamos ser racionais, Taylor — disse a diretora, mexendo em alguns papéis —, a senhorita já não andava focada nos estudos. Na maior parte do tempo estava nas detenções. Ou dormindo.     

— Mas eu não posso ser expulsa!      

— Acho que essa decisão não pertence mais a você — jogou ela, sem me olhar. — Aliás, você terá bastante tempo para pensar e repensar no que fez hoje. Já está decidido, Taylor — ela me fitou, atrás de seus óculos. — Você está expulsa da London Greenwich. 

Então levantou, arrumando o vestido, e mandou que eu esperasse porque ela pegaria a chave do meu armário e os meus materiais. Depois da saída da Sra. Palmer, não barrei a vontade que tive de bater com a minha cabeça na mesa. 

Eu fui expulsa da escola. E o que eu faria? Deveria ter medido as consequências antes de beber aquela garrafa inteira. Eu deveria ter continuado com Louis e Jane, e então evitaria que ele ficasse passeando pela escola à minha procura, sendo comido com os olhos pelas vadias das turmas. Eu passei do limite e agora via aquilo claramente. O que eu tinha pensado? Onde esteve a minha sanidade? 

O meu futuro tinha se diluído e eu não tinha ideia de como mudaria aquilo. Passaria o resto do ano sem estudar e teria que aturar as broncas da mamãe, que chegaria exatamente no outro dia. Eu compliquei tudo pro meu lado. 

Onde diabos eu estive com a cabeça?!     

— Taylor? — fui tirada do meio do jorrar de balas pela Sra. Palmer, que apareceu depois de algum tempo acompanhada de uma secretária e do Sr. Gun, o vigia da escola. — O Sr. Gun vai acompanhá-la até a portaria. Quer que eu ligue para alguém? — ela perguntou, indo se sentar atrás de sua mesa.      

— Não precisa — eu disse, quase sem voz.     

— Enfim, espero que tudo corra bem para a senhorita, depois eu vou resolver tudo melhor com a sua responsável.

Cocei a cabeça, muito envergonhada, e olhei para o Sr. Gun segurando a minha mochila. Ele estava com pena de mim, o tipo de coisa que eu tanto odiava desde que havia nascido. Rapidamente me ofendi. Levantei, pus um olhar confiante, uma postura ereta e sorri para todos ali.           

— Eu vou ficar bem.

E então me retirei daquele lugar, seguida pelo Sr. Gun.     

— Ah, Taylor…, nunca pensei que pudesse ser capaz de fazer isso — disse ele, muito chocado. — Eu sinto muito, garota.     

— Não se preocupe comigo — eu disse, pegando as minhas coisas dele. Olhei para trás e observei toda aquela escola, onde eu passei dois anos e meio da minha vida. Eu não sentiria falta de nada, tudo o que tinha eu levaria comigo. Louis e Jane.     

— Espero vê-la formada, Taylor — o Sr. Gun disse, me deixando fora da escola. — Espero mesmo, menina. 

— Eu vou me formar — eu o confortei, convicta —, tenho certeza disso. — Arrumei a mochila nas costas e então segui o meu caminho para o ponto de ônibus. 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...