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História Friends - Louis Tomlinson - 072. Intuição


Escrita por: sunzjm

Capítulo 72 - 072. Intuição


Fanfic / Fanfiction Friends - Louis Tomlinson - 072. Intuição

Ao descer a escada, todos me olharam.     

— E então? — Jane veio até mim, quando eu cheguei no último degrau. E ela parecia bem preocupada.      

— Onde Tiago está?

— Ele nos chamou de loucos e exagerados — falou ela, confusa com a minha pergunta. — Depois saiu e avisou para a Naiara que dissesse para a Sra. Hampton que ele estaria de volta antes do jantar.

— Você não falou nada, não é?

— Não, é claro que não. — Ela mandou um olhar matador para a ruiva sentada na poltrona e depois se voltou pra mim mais uma vez. — Você demorou demais...

— É, eu sei. — Saí de perto dela e os olhos da Marly pararam em mim. — Podemos conversar agora?  

Ela parecia bastante calma e controlada. Sequer parecia que, minutos antes, esteve chorando achando que eu iria discutir com ela.     

— E então? — perguntou, após estarmos sozinhos na cozinha.     

— Sou eu quem pergunto isso — joguei, muito sério. — Explique o que queria me explicar. — Ela então assentiu, cruzou os braços e começou:     

— Eu só soube que ela estava se drogando muito tempo depois, em especial no dia em que me convidou pra sair. Percebi que tinha algo de errado com ela, principalmente por causa da sua aparência. Eu perguntei a ela e ela hesitou por um instante, mas depois me contou tudo.     

— E você resolveu esconder tudo junto com ela?    

— Espera um pouco — pediu Marly, igualmente séria —, não viu como ela estava quando você entrou no quarto? Taylor se apavorou!...     

— Sim, mas não foi certo o que você fez.     

— Ela não iria me perdoar... 

— Eu já descobri o que ela andava escondendo — falei, depois de um suspiro cansativo — e isso só foi graças à Jan, que apareceu aqui de surpresa. Você pretendia encobri-la mesmo que isso significasse mais mentiras?     

— O que ela disse? — perguntou Marly, preocupada.     

— Apenas defendeu você.         

— Estive conversando com ela — Marly se aproximou de mim, com um ar de culpa —, tentei mesmo convencê-la a parar de mentir pra você, mas... — ela balançou a cabeça, negando. — Ela me disse que não contaria nada, porque você não entenderia. E ontem ela falou que terminaria o namoro de vocês. Eu não tinha entendido o porquê, afinal de contas, você a ama e ela sabe disso, mas nada que eu falava parecia resolver. Quase contei o que estava acontecendo, quero o melhor pra você, Louis, e não gostei de ver o que ela estava fazendo.     

— Só que você não contou.     

— Porque eu prezo a amizade que tenho com ela. Taylor me fez prometer que não deixaria escapar nada. Eu fiquei sem saber o que fazer. — Então Marly começou a chorar e eu logo fiquei desconfortável. — Desculpa... 

Mas tentei não me deixar levar pelo desespero que vi passando nos seus olhos e procurei continuar focado, pensando nos fatos.     

— E as vezes em que saiu com ela? — interroguei, com as mãos nos bolsos. — E os caras que deixaram vocês aqui? Você os conhecia.     

— Você achava melhor que eu deixasse que ela saísse sozinha? — perguntou Marly, triste. — Eu fiquei com medo de que alguma coisa acontecesse, Louis. Além do mais, eu lembro que você disse que ela não era muito de sair.     

— Certo — assenti, após um suspiro —, mas e o grupo daqueles caras? Você me disse que eram apenas estudantes.    

— E eles são...     

— Depois de descobrir tudo isso, não acredito que eles sejam apenas estudantes, Marly — acusei, óbvio.   

— Não sei se eles se drogam.     

— Me fala onde os conheceu.     

— Tudo bem. — Ela respirou fundo, limpou o rosto das lágrimas e depois olhou para as próprias mãos. — Lembra que eu disse que eu não gostava de viver com a minha mãe e o novo marido dela? Houve uma época em que eu vivia criando confusões, com o objetivo de irritá-los e chamar a atenção, porque eu simplesmente não tolerava aquele casamento. Eu viajava várias vezes para Londres a fim de visitar o meu pai biológico, mas não parava em casa e deixava todo mundo preocupado — contou Marly, e então me olhou. — Nessas idas e vindas, eu conheci aqueles garotos. Eles gostavam de se divertir por aí e, como isso era uma das coisas que eu procurava, não achei que fosse um problema. E não foi, eles realmente não são pessoas más, Louis. Parei de sair tanto porque percebi que estava sendo infantil, e com isso a minha comunicação com eles também parou, então nunca mais nos falamos..., até o dia em que Taylor e eu demos uma saída.     

— Entendi. — Gostando ou não, na minha cabeça aquilo parecia fazer sentido. — Você deveria ter mais cuidado ao escolher os seus amigos.     

— Já disse: eles não são meus amigos, apenas conhecidos. — Percebi que as coisas com ela também já estavam resolvidas e não lembrei de mais nada que pudesse perguntar, como algo que me fizesse desconfiar de que ela estava mesmo contra Taylor, assim como Jane tanto acreditava.     

— A que garota ela se refere? — eu perguntei de repente, lembrando das palavras da Taylor. — Ela fala da própria aparência e diz que não é como alguém que conhece.     

— E-eu... — Marly gaguejou e fixou o olhar em um ponto no chão da cozinha. — Eu não sei, Louis... Talvez ela esteja falando das garotas que viu nas vezes em que saiu.

Fiquei em dúvida. Talvez fosse Marly, sim, e Taylor estivesse com vergonha de afirmar aquilo. O problema era que Marly não usava heroína, portanto não fazia sentido.

Resolvi não falar o que eu pensava. Alguma coisa me dizia que não era uma boa ideia expor as fraquezas da Taylor – se bem que ela mesma fazia aquilo –, mas eu não lhe dei apoio, porque era algo delicado demais.     

— Você entende alguma coisa da droga que ela está usando? — questionei, depois de suspirar. — Sou leigo sobre esse assunto.     

— Não — negou Marly, entristecida —, eu nunca cheguei tão perto desse tipo de situação. Nunca achei que chegaria, na verdade.     

— É, eu também, mas vou me informar.     

— A única coisa que eu sei é que muitas das pessoas viciadas em heroína não conseguem sair da dependência — murmurou ela, com um ar de decepção.    

Não acreditei muito nas suas palavras. Talvez fosse devido ao fato de eu achar que poderia resolver tudo, que os livros e a internet ajudariam Taylor, sem dificuldade alguma.      

— Mas eu tenho certeza de que vou tirá-la disso.   

— Estarei aqui se precisar de ajuda.

Depois ela sorriu, com gentileza.     

— Obrigado — eu disse, sem estar tão satisfeito. — Acho que já terminei, não me culpe pelo fato de eu ter julgado você antes de saber a verdade. Eu fiquei transtornado.     

— Espera — Marly se aproximou um pouco mais, um tanto cautelosa —, está tudo bem entre vocês dois?    

— Sim — respondi, sem pestanejar. — Taylor não tem um porquê para terminar comigo, Marly, principalmente agora que eu sei qual é o problema que tanto a preocupa.     

— Ah, eu fico feliz.      

— Eu também fico, vamos voltar para a sala?  

Seguimos para onde Jane, Jack e Naiara estavam. Jane levantou assim que ouviu os nossos passos e tive medo do olhar que lançou para Marly.     

— Eu tenho que ir agora — foi o que Marly disse, já andando em direção à porta —, preciso me encontrar com o meu pai.    

— Está fugindo? — jogou Jan, pondo as mãos na cintura.     

— Jane… — reclamei, depois de revirar os olhos —, não tem ninguém fugindo aqui. — Ela, é claro, ficou chocada com o jeito que falei. — Nos vemos depois, Marly. — Acenei para a garota e ela logo saiu, com o seu sorriso gentil.     

— Eu não creio ter ouvido isso — murmurou Jane, ainda em choque com a minha ousadia. — Você acreditou mesmo no que ela disse?     

— Nós conversamos e o que ela me disse bateu com toda a história — me defendi e então sentei no sofá, exausto. — Não me sinto culpado por ter achado que ela tinha a ver com as coisas que a Taylor estava fazendo, como você disse, mas sei que agi errado.     

— Ela é pior do que eu imaginava... — Jane olhou pro Jack, muito indignada. — Você viu? Ele acreditou nas mentiras dela. Ele acreditou...    

— Por que tem tanta certeza de que ela esteja mentindo? — eu perguntei, tentando entendê-la. — Se você conversasse com a Marly e não tentasse atirar pedras antes de ouvir as defesas dela, tenho certeza de que pensaria como eu.     

— Que vontade de dar na sua cara também — ralhou ela, mas depois tossiu tanto que Jack precisou sair para buscar um copo com água.     

— Entendo que esteja agitada por causa de toda essa confusão — eu disse, ainda calmo —, mas bater em alguém não vai adiantar em nada.     

— Você está grávida, não está? — a voz calma da Naiara soou pelo cômodo, assustando a nós dois (e ao Jack, que voltou com a água).     

— Estou — respondeu Jane, e então bebeu toda a água. Ela estava rouca de tanto gritar, com o seu rosto já meio vermelho. Vi que quase arrancava as penas do travesseiro, pelo excesso de irritação. Era a primeira vez que eu a via tão incomodada e nervosa com alguma pessoa. Até mesmo Jack, deduzi, não tinha recebido tanto ódio quando a iludiu na festa de Isabela Turner.     

— Oh…, você deveria ficar mais calma — aconselhou Naiara, com um ar preocupado. — Não é bom pra você passar por emoções tão fortes.     

— É — eu concordei, já me levantando —, ela tem toda a razão. Não queremos mais um problema, não é? 

Com toda delicadeza, forcei Jane a se sentar. Assim, peguei em uma revista que estava ali, sentei ao seu lado e passei a abaná-la. Já bastava a preocupação com Taylor, por isso seria desnecessário que eu me sentisse mais aflito ainda com uma garota que estava grávida de quatro meses.     

— Vou fazer uma massagem — avisou Jack, puxando Jane para que ela se encostasse no sofá e ele pudesse fazer a tal massagem. — Mamãe disse que eu sou ótimo nisso.     

— Quer um chá? — perguntou Naiara, prestativa, pois Jane simplesmente começou a chorar. — Ou outra coisa?     

— Tem chocolate? — Jane quis saber, com a voz embargada.     

— Eu posso comprar — respondeu a mulher, com um sorriso. Antes que ela saísse, Jack foi mais rápido que eu e lhe deu algumas libras. — Volto em instantes! — avisou ela, depois de trazer lenços de papel para Jane. E então saiu, quase correndo.     

— Ela tem um nome esquisito, mesmo sendo brasileira  — comentou Jack, com o cenho franzido —, mas parece ser uma pessoa muito legal.     

— Olha, Louis, eu tenho certeza de que você não é burro — falou Jane, assim de repente —, portanto eu não admito que você aja como se aquela garota não tivesse culpa de nada.     

— Mas como eu vou culpá-la? Na verdade, por que eu tenho que culpá-la? — perguntei, frustrado. — Eu não tenho provas, você não tem provas, Jack não tem provas, ninguém tem provas. Você só está sendo guiada por essa coisa que chama de intuição, e nós não vivemos de intuições, eu já falei isso pra você.     

— Ela soube esse tempo todo que a Taylor estava se drogando, mas não disse nada! — insistiu Jane, soluçando. — Foi ela quem levou a Taylor pra todo esse problema. Eu sei que foi, entendeu?     

— Ela e eu conversamos sobre isso, Jane — eu disse, tentando manter o controle mental. — Marly queria contar, mas teve que prometer que não nos diria nada.   

— Ela mentiu! — exclamou Jane, triste e furiosa.    

— Porra!, é muito difícil pra mim também, será que você não percebe? — me exaltei ao levantar. — Tenho duas pessoas que falam coisas diferentes e isso me confunde, me atormenta, me deixa louco! A própria Taylor defende a Marly como se ela fosse um órgão indispensável do corpo dela, já você insiste em atacá-la sem ter como provar, apenas com um pressentimento idiota como o motivo maior.     

— Ela a defende? — perguntou Jane, levantando e parando de chorar bruscamente. — Que papo é esse?     

— Você acha que eu não conversei sobre tudo? Que eu não busquei falar da Marly com ela? — joguei, voltando a sentir aquele peso nas costas. — Antes de ouvir as duas, acabei a acusando também, como você está fazendo agora, mas depois procurei entender pra ter a certeza.     

— Quer dizer que... —  Jane me olhou durante alguns segundos, sem entender. — Taylor continua defendendo a Marly? Mas como...     

— E o que esperava? — bufei, impaciente. — Marly não contou nada porque foi a Taylor quem pediu. Ela a acompanhou naquelas saídas porque achou melhor ficar de olho nela.      

— Quer saber? — disse Jane, depois de pensar por algum tempo. Em seguida, respirou fundo e ergueu os braços. — Está tudo bem, a Marly é uma santa nessa história toda, não fez porra nenhuma e só está aqui para tornar tudo mais colorido pra Taylor e pro resto do mundo. 

Fiquei receoso com a sua brusca aceitação, mas não falei nada. Ela tinha percebido que a sua própria opinião estava equivocada.     

— Não se frustre por estar errada — eu falei, com gentileza —, talvez isso tudo seja somente ciúmes. — Provavelmente seria, afinal de contas, Marly conseguiu a confiança da Taylor, soube de um segredo que ela escondia da Jane e eu, e agora era defendida com todas as garras.     

— Não fala mais comigo — pediu Jane de repente, e então me deu as costas com a intenção de ir embora. Obviamente, fui pego de surpresa.     

— O quê? — exclamei, confuso. Ela apenas me ignorou e por isso tive que segui-la até o lado de fora de casa, com Jack a acompanhando sem saber o que fazer. — Também não é assim, Jane Collin! — falei, segurando o seu braço para impedi-la. — Eu não tenho culpa se você está errada.     

— Eu não estou errada!, falei aquilo com ironia. Não vou deixar de achar que ela é a culpada pela maioria das merdas que estão acontecendo aqui — vociferou Jane, puxando o braço com grosseria. — Você é um tolo, é um… é um ateu imbecil!     

— Mas o que a minha falta de crença tem a ver com a situação?! — perguntei, me irritando novamente. Alguns ciclistas passavam por ali nos observando, mas eu não me importei em chamar a atenção.     

— Porque você está sendo racional demais, levando muito em consideração o que elas estão dizendo! — explicou Jane, também irritada. — E você sequer tem a certeza de que seja verdade.     

— Porra!, eu não vou perder o meu tempo bancando o Sherlock Holmes — reclamei, frustrado. — Jan... — respirei fundo e contei até cinco —, não podemos ficar discutindo assim, temos que dar um jeito de resolver isso e eu não vou conseguir sem você.     

— Quer que eu ignore as minhas convicções?    

— Apenas as deixe de lado — pedi, buscando não ofendê-la —, pelo menos até termos algo de coerente que possamos levar em consideração, como provas relevantes.

Ela revirou os olhos, mas pareceu pensar melhor.


Notas Finais


Desentendimentos entre Jane e Louis.....

Digam o que acham, é importante 🎈🍎🎈


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