História Friends? - Pedidos de Namoro

Alvo Potter

Um mês se passou desde o primeiro ataque a Scorpius, outros aconteceram depois, porém apenas verbais. Alvo não sofria tanto com esses ataques, apenas Scorpius era alvo frequente deles. Scorpius estava cada dia mais triste e calado, mesmo dizendo que não se importava com o que os outros diziam, ele se importava sim. Se importava ainda mais com a opinião de Alvo, que no momento era “precisamos nos esconder”, e ele não sabia se isso iria mudar tão cedo. Alvo sabia que havia algo de errado com seu amigo, mas pensava que era por conta da pressão por ter as notas sempre altas.

— Ei, Scorpius. —Alvo disse se aproximando de Scorpius, que lia um livro perto da lareira.

— Oi, fala. —Scorpius disse sem nem olhar para Alvo.

— Você tá legal?

— Sim, por que pergunta isso?

— Sei lá, você tá tão calado... é estranho.

— Eu só não estou afim de conversar.

— Faz umas 2 semanas que você não está afim de conversar então.

— É, eu só tô estressado. Nada com que precise se preocupar.

— Olha, se for sobre suas notas... não esquenta, eu sei que você vai arrasar como sempre.

— Não é sobre minhas notas.

— Então é sobre o que? Aqueles caras te enchendo o saco? Eu pensei que não se importasse.

— Eu não me importo.

— Então o que é?

— Pode me deixar ler um pouco? Depois eu falo com você no salão principal.

— Ok... então eu estou indo, te espero lá. —Alvo saiu de perto de Scorpius e foi até o salão principal. Ele não parava de se sentir um pouco culpado pelo silêncio de Scorpius, mas ele não podia fazer nada pra ajudar. Alvo se sentou na mesa da Sonserina, Polly Chapman se sentou ao seu lado depois de pouco tempo. — Oi. —Alvo disse tentando socializar.

— Oi. —Polly disse olhando para um prato de comida, mas sem nem tocá-lo.

— Esse pão é legal. —Alvo não sabia puxar assunto.

— É, deve ser. —Ela suspirou e passou a mão nos cabelos. —Seu amigo Malfoy está bem? Ele só fica enfurnado no salão comunal e não sai de lá pra nada.

— Não sei, ele me disse que estava bem, mas eu não acredito nele. Acho que está assim porque todo mundo de Hogwarts começou a implicar com ele, depois de tudo aquilo de Bartô e agora... essa invenção ridícula aí. —Alvo suspirou, se odiava por ter se referido ao relacionamento dos dois como “invenção ridícula”.

— Mas é verdade tudo o que dizem?

— Não, é tudo mentira. Scorpius não matou ninguém e não somos namorados.

— Entendo... —Polly olhou para Alvo. — Acho que ele gosta de ficar no salão comunal porque ninguém o julga lá, nunca vi ninguém da Sonserina falando gracinhas pra ele.

— É, nem eu, deve ser por isso mesmo que ele odeia sair de lá. —Alvo começou a comer, alguns minutos se passaram e nada de Scorpius aparecer ou de Polly Chapman tocar na sua comida. James se sentou do outro lado de Alvo, que levou um susto. — Meu deus, não aparece assim, que horror. —Alvo disse de cara feia.

— Foi mal, irmãozinho. —James disse olhando para Alvo, depois pousou seu olhar em Polly. — Não vai me apresentar não?

— Eu não, se apresenta você.

— Você é um saco, sabia?

— E você é outro.

— Onde está seu amigo Scorpius?

— Na sala comunal, disse que ia aparecer por aqui mas até agora nada.

— Ele parece pra baixo.

— É, e antes que me pergunte eu não sei o motivo.

— Você não está pra conversa hoje, né?

— Não, não estou.

— Toda nervosinha.

— Ah, vai se lascar. —Alvo disse revirando os olhos, fazendo James rir. Scorpius apareceu logo depois e se sentou no lugar de Polly Chapman, que tinha se retirado um pouco depois que James chegou. — Oi, Scorpius, você demorou.

— É, eu sei, foi mal. —Scorpius pegou um suco e começou a beber. Ele queria falar para Alvo tudo o que estava sentindo, mas era difícil demais. Então ficou calado.

— E aí, Malfoy? Como vai a vida? —James perguntou.

— De mal a pior, Potter, e a sua?

— Muito bem, obrigado.

— Ei, você vai querer ir pra Hogsmeade esse fim de semana? —Alvo perguntou com animação, Scorpius geralmente gostava de ir a Hogsmeade, mas agora o povoado virou sinônimo de inferno, porque ele era provocado umas 20 vezes por minuto enquanto estava lá.

— Não sei, acho que não. —O Malfoy repousou a cabeça sobre a mão esquerda, pensando em como ele gostaria de estar na sua casa naquele momento.

— Ah... ok então. —Alvo se entristecia vendo Scorpius daquele jeito, ele geralmente era feliz e sorridente e agora mal abre a boca pra falar.

— Al... —Scorpius colocou sua mão em cima da mão de Alvo e olhou para ele, quando ia abrir sua boca pra falar, Alvo tirou sua mão debaixo da do Malfoy rapidamente. Scorpius não iria mais tolerar aquilo, era demais. Ele só precisa do seu melhor amigo naquele momento, mas Alvo não o apoiava mais. — Já chega pra mim. —Scorpius disse se levantando da mesa com uma certa raiva.

— O que foi? —Alvo disse assustado com a raiva repentina do amigo.

— Acabou pra mim, Potter.

— Eu não sei do que você está falando, Scorpius. —Alvo disse com um certo medo que Scorpius fosse gritar pra deus e o mundo o que estava acontecendo entre os dois.

— Não sabe, é? Tá tão acostumado em mentir que começou a mentir até pra você mesmo?

— Scorpius, aqui não.

— Você está se ouvindo, Potter? Porque parece que não. —Scorpius começava a soar cada vez mais como seu pai.

— Vamos conversar no salão comunal, vem. —Alvo levantou da mesa e segurou o braço de Scorpius.

— Me solta.

— Scorpius, por favor, eu não quero brigar.

— Potter... —Scorpius se aproximou do rosto de Alvo, falando baixo em seu ouvido. — Ou você conta pro seu irmão, ou está tudo acabado. Eu não vou voltar atrás nisso. —Então o Malfoy deu as costas a Alvo e saiu andando até as masmorras. Alvo não sabia como digerir o que tinha acabado de ouvir, ele não sabia o que fazer.

— O que aconteceu aqui, hein? —James disse mastigando um pedaço de bolo.

— Acho que precisamos conversar. —Alvo voltou a se sentar do lado do irmão, mas dessa vez com as mãos suando de nervosismo.

— Nossa, o que foi?

— Eu... aqui não. —Alvo levantou da mesa e saiu arrastando o seu irmão até os terrenos de Hogwarts, onde poderiam ter um pouco mais de privacidade.

— E agora, rainha? Tá bom pra você o cenário?

— Cala a boca, por favor, isso é muito importante. —Alvo respirou fundo, mal acreditando no que estava prestes a fazer. — James, eu sou gay.

— Ok... e eu com isso? —A reação de James não tinha sido nada como Alvo esperava que seria.

— Ah... você não tá... bravo?

— Por que eu estaria? Eu não dou a mínima pra as bocas que você beija.

— Tem mais uma coisa...

— Scorpius. Eu sei, Alvo, todo mundo sabe.

— Mas... como...

— Você acha que tá escondendo bem, é? Pois não está. Evitar contato físico não é esconder nada, você só estava sendo um babaca com ele. —Alvo engoliu seco as verdades que seu irmão tinha acabado de jogar na sua cara, ele realmente estava sendo horrível com Scorpius e se tinha uma pessoa no mundo que não mereceria aquilo, era Scorpius Malfoy.

— Eu sei... —Alvo abaixou a cabeça e suspirou derrotado, o motivo pelo qual seu melhor amigo estava triste todos esses dias era ele.

— Vai naquela masmorra do satanás e fala com ele, não seja idiota.

— Eu vou... e obrigado, James, por me entender.

— Não precisa agradecer, agora vá, eu ainda estou com fome e quero voltar a comer.

— Não conte pro papai, por favor, ok?

— Eu não sou burro, seu idiota, vai embora. —Alvo correu pela escola até chegar às masmorras. Disse a senha e foi direto aos dormitórios onde Scorpius provavelmente estaria. Não o encontrou em sua cama, mas ouviu um barulho de chuveiro vindo do banheiro. Tomou coragem e entrou lá, apenas esperava que realmente fosse Scorpius.

— Scorpius. —Alvo disse quando chegou no box onde o Malfoy estava tomando banho.

— Meu deus! Alvo sai daqui! —Scorpius cobriu suas partes intimas com a mão, fazendo Alvo rir. — Do que você tá rindo, seu animal?! Sai daqui agora, não tá vendo que eu estou pelado?

— Eu estou sim, mas eu não ligo. Eu queria te pedir desculpas.

— Depois você pede, ok? Quando eu estiver vestido.

— Não, eu quero agora. Scorpius Hyperion Malfoy, eu sinto muito por ter te feito passar pelo inferno esse mês, eu não tinha noção do quanto eu te magoava fazendo isso. Eu não prometo que eu vou me assumir pra deus e o mundo, mas eu prometo que não vou mais me afastar de você em público. Eu não tenho vergonha de você, pelo contrário, ter você perto de mim é o meu maior motivo de orgulho. Você me faz mais forte, literalmente, eu agora consigo me defender graças a você. —Scorpius riu baixo e Alvo continuou. — Prometo, Scorpius, vou fazer de tudo pra esse sorriso não sair do seu rosto. E me desculpe ser um péssimo amigo e um bosta de namorado.

— Você não é meu namorado.

— Como assim?

— Você não pediu.

— Ok, então espera um pouco. —Alvo suspirou e fechou os olhos para pensar no que fazer para tornar o pedido especial. — Bem, eu não faço a menor ideia do que fazer, então abre espaço pra mim aí. —Alvo entrou no box fazendo Scorpius ficar agoniado, pois não podia tirar as mãos de suas partes ou Alvo iria ver tudo. — Oi. —Alvo disse com o rosto grudado no rosto de Scorpius.

— Oi.

— Eu acho que precisamos namorar... porque sabe, eu contei pro meu irmão que estamos namorando, então eu acho que seria mancada mentir pra ele desse jeito. Entende?

— É... realmente, ele é um cara legal, não deveria mentir pra ele.

— Então, o que me diz? Namora comigo?

— Hm... Talvez.

— Eu não quero um talvez não.

— Sim, Potter, eu namoro com você.

— Isso! —Alvo sorriu e deu um selinho em Scorpius, logo puxando as mãos do menino para revelar o que ele estava escondendo.

— Não! Seu pervertido! —Scorpius voltou a tapar seu pênis com as mãos e Alvo riu.

— Eu já vi tudo isso aí, deixa de coisa.

— Não viu não, eu nunca te mostrei.

— Isso não quer dizer que eu nunca tenha visto.

— Você tá me vigiando por acaso, Potter?

— Lembra quando você disse que ouviu alguém correndo no banheiro quando você estava tomando banho?

— Lembro.

— Era eu.

— Eu não acredito nisso. —Scorpius disse boquiaberto e Alvo ria da sua cara. — Meu deus, Alvo, você não tem vergonha?

— Nenhuma.

— Você é ridículo. —Scorpius riu.

— Então não fique envergonhado, pode tirar suas mãozinhas daí.

— Ok então. —Scorpius tirou suas mãos de lá e Alvo deu uma boa olhada, lambendo os lábios de leve depois. — Não é pra ficar olhando.

— Não estou olhando.

— Sei... —Scorpius colocou sua mão no registro do chuveiro, ligando-o, fazendo Alvo soltar um gritinho fino pela água estar fria demais. Scorpius ficou rindo.

— Filho da puta, ninguém mandou você ligar isso! —Alvo desligou o chuveiro o mais rápido que pôde. Suas roupas estavam ensopadas.

— Ops, foi mal. —Scorpius ainda ria.

— Nojento, você me paga por isso. —Alvo saiu do box e Scorpius ficou sorrindo pra ele.

— Não vai me dar nem um abraço?

— Não sei se posso confiar em você de novo.

— Deixa de drama. —Scorpius puxou Alvo para dentro do box e o abraçou, o beijando logo em seguida.

— Olha, se a gente começar eu não conseguir parar não.

— Então é melhor não começarmos. —Scorpius saiu do box e pegou sua toalha, enrolando-a na sua cintura.

— Chatice eterna você.

— Tome seu banho, Potter. —Scorpius passou a mão nos cabelos molhados, colocando-os para trás. —Ah, você não me disse como foi com o seu irmão.

— Ele disse que já sabia.

— Era o que eu esperava.

— Será que somos tão na cara assim?

— Sim, somos. Se não fossemos eu não seria tão xingado.

— Bem, Scorpius, agora somos oficiais.

— Ainda não, você não quer assumir.

— Somos assumidos entre os que importam, isso já é alguma coisa.

— É... tudo bem então.

— Me dê mais um beijo antes de voltar pro dormitório. —Scorpius depositou uma sequência de beijos nos lábios de Alvo.

— Pervertido. —Ele riu e saiu do banheiro.