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História Friends? - Sentimentos e Desapontamentos


Escrita por: voldemortindie

Notas do Autor


Boa noite, eu sei que eu demorei mais do que deveria pra postar e eu sinto muito kkkkkkkk não arranquem a minha cabeça, eu tinha esquecido completamente que tinha um trabalho enorme e uma prova na terça-feira, além de ter que sair pra resolver umas coisas mas ninguém se importa, né? O capítulo tá aqui e é isso que importa, bom proveito.
PS. Eu boto o quote em inglês porque é mais chique.

Capítulo 56 - Sentimentos e Desapontamentos


Fanfic / Fanfiction Friends? - Sentimentos e Desapontamentos

James Potter

 

James continuava olhando para Yaxley com uma cara de idiota. Ele simplesmente não conseguia parar de analisar todos os detalhes do rosto dele, mas o que estava acontecendo?

 

“Primeiro essa maldita dor, agora eu não consigo parar de olhar pra ele… que porra, eu não sou assim.”

 

“Para de olhar, James.”

 

“Agora, para de olhar. Não tem nada de extraordinário na cara dele pra você não conseguir tirar os olhos de lá.”

 

“Grande coisa que os olhos dele sejam no tom de verde mais bonito que eu já vi… mas o que porra eu tô pensando? É um olho verde, seu idiota, seu irmão também tem olho verde e você nunca ficou encarando os olhos dele.”

 

— James? —Yaxley disse ainda olhando para o céu. James gelou.

— Hm?

— Acho que é melhor voltarmos pra dentro, não vai demorar pro jantar ser servido e eu tô morto de fome. —Yaxley agora olhava para James como se estivesse tentando checar se ele estava bem. — Parou de chorar?

— Eu não estava mais chorando quando você chegou, não tente dar uma de engraçadinho.

— Eu nunca tentei.

— E é melhor você não sair por aí espalhando que me viu chorando, tenho uma reputação a zelar.

— Eu tenho cara de fofoqueiro?

— Tem.

— Vai se foder.

 

James riu e ficou olhando para a expressão confusa no rosto de Yaxley, que aliás não durou muito porque ele começou a rir também.

 

— Ei. —James disse parando de rir aos poucos. — Valeu por hoje.

— Gostou de ser humilhado?

— Não dessa parte, mas obrigado por vir aqui que me consolar. E obrigado pelo bilhete pedindo desculpas, foi adorável de sua parte.

— Adorável? Nunca mais faço.

— Você e sua mania de querer ser odiado.

— Funciona?

— Bastante, mas não comigo.

— Funcionou durante muito tempo.

— É… mas agora não funciona mais, eu sei que no fundo você é adorável, Kevin.

— Que nojo, vai pra porra. Da próxima vez eu te mando um bilhete te ameaçando.

— Vai ser tudo um blefe. Você pode até não admitir, mas gosta de mim e aprecia minha companhia.

— Adeus, vou embora. —Yaxley levantou e James riu, o puxando pelo braço pra se sentar de novo.

— Idiota.

— Não fuja do assunto, quando é que vai escrever aquela carta pro seu pai?

— Droga… eu esperava que você esquecesse isso.

— Não esqueci, estou esperando.

— Você não tem piedade? Meu pai vai ter um ataque do coração.

— Não, aliás, seu pai veio me elogiar hoje.

— Eu não vi isso.

— Ele me perguntou se eu já pensei em jogar profissionalmente e eu disse que não, ele disse que eu era muito bom.

— Foi? Uau. Ele diz isso pra você e ele te odeia, mas não diz pra mim que sou filho dele. Ótimo, alguém por favor entregue o prêmio de melhor pai do mundo pra Harry Potter.

— Você não deveria reclamar, sabia? Ele veio até aqui só pra te ver jogar e eu vi ele abraçando você.

— Grande coisa, isso não significa nada.

— É fácil dizer quando você tem esse tipo de atenção do seu pai quando bem quiser.

 

James então se sentiu um completo idiota por esquecer que Kevin podia ter tudo, menos um pai presente. Ele realmente não podia reclamar do seu pai quando seu amigo não tinha nada daquilo que ele considerava “sem importância”.

 

— Foi mal, eu não pensei antes de dizer.

— Dê valor ao seu pai, ele é bom.

— Isso quer dizer que eu não tenho que escrever a carta pra ele e matar ele do coração?

— Não, você vai escrever. Não vai fugir disso.

— Argh, tá bom.

— Vamos voltar.

— Ok, vamos.

 

Os dois se levantaram e saíram do estádio de quadribol, indo até o salão principal de Hogwarts. Logo que entraram, viram Danielle correndo até o encontro dos dois.

 

A menina ficou na ponta dos pés para dar um selinho em Yaxley, e então tentou abraçá-lo, porém ele a afastou.

 

— Foi mal, esqueci que você não gosta. —Ela disse parecendo um pouco sem graça. — Onde estava? Te procurei em todo canto.

— Depois do jogo fui pro Salão Comunal, e depois voltei pro estádio.

— Ah… ok, você foi ótimo hoje. —Ela sorriu.

— Obrigado, eu não te vi na arquibancada.

— Eu estava mais atrás, mas estava lá. Não iria perder de ver seus braços fortes em ação. —Ela deu um sorriso mais malicioso e Yaxley riu de leve.

 

James observava os dois e sentia uma coisa esquisita, ele não sabia o que era, só sabia que não estava gostando de ficar olhando os dois.

 

“Por que você se importa? Você ajudou ele a ficar com ela.”

 

“Eles são bonitos juntos. Uma menina bonita e um menino bonito.”

 

“Espera, o quê? Você acabou de pensar que ele é bonito?!”

 

“Achar outros homens bonitos não tem problema nenhum, James, pelo amor de Deus, relaxa.”

 

— Potter? —Danielle perguntou olhando para James. — Você gostaria de sair com uma amiga minha?

— O quê? —James perguntou ainda confuso.

— Minha amiga Perrie te acha bonito, então eu pensei que seria legal vocês saírem juntos já que você não está saindo com ninguém. Podemos fazer encontros duplos! Ia ser legal! —Danielle parecia animada e sorria o tempo todo, James ainda estava um pouco desconcertado por causa de seus pensamentos. Kevin parecia confuso. — O que você acha?

— Ah… sei lá? —James respondeu dando de ombros.

— Essa ideia é estúpida, Danielle. —Kevin disse revirando os olhos. — O que te fez pensar que ele iria querer sair com a Perrie?

— Eu só quis ser legal, ok? Ela acha ele bonito e me pediu pra perguntar. Por que você tá sendo tão grosso comigo?! —Danielle bufou e deu as costas para os dois meninos, indo embora.

 

Yaxley foi atrás de Danielle e a puxou pelo pulso, fazendo-a virar pra ele ainda com relutância.

 

— Me desculpa, Dani. —Ele disse segurando a outra mão dela. — Não deveria ter sido grosso com você, foi mal.

— Você sempre faz isso.

— Me desculpe, eu tento não fazer… argh, foi mal mesmo.

— Às vezes eu me pergunto se você gosta mesmo de mim ou se está comigo só pra me pegar.

— Você quer conversar sobre isso?

— Você quer?

— Eu quero o que você quiser.

— Senta comigo na mesa da Lufa-Lufa hoje? Podemos conversar sobre isso enquanto jantamos.

— Pode ser, vamos lá.

 

Yaxley e Danielle foram andando até a mesa da Lufa-Lufa de mãos dadas, deixando James para trás com cara de tacho.

 

“Ele pede desculpas pra ela tão facilmente… comigo é sempre uma complicação.”

 

“Lógico que ele pede desculpas pra ela com facilidade, James, ela é quase a namorada dele!”

 

“Vai pra a mesa da Grifinória, você pensa muita merda quando está com fome.”

 

Então James foi até a mesa de sua casa se sentindo derrotado, ele não entendia seus sentimentos e ainda tinha perdido o jogo de forma humilhante. Assim que se sentou, notou que todos os grifinórios estavam meio pra baixo, o clima naquela mesa não estava dos melhores. James olhou para seu lado e viu Justin, seu amigo que também estava pra baixo, mas não viu Chris e nem Ryan.

 

— Justin, onde está o Ryan? —James perguntou.

— Enfurnado no dormitório, eu acho que ele não vai sair de lá hoje.

— Ele tá fazendo drama?

— Sim.

— Argh, que saco, não acredito que vamos ter que aguentar o drama dele.

— Ele pediu pra nos reunirmos no Salão Comunal de 20h hoje, ele falou que precisa contar algo importante.

— Você já tem ideia do que seja?

— Lógico, é óbvio que ele vai dizer que não quer mais ser capitão.

— Por que tem tanta certeza?

— Porque ele é péssimo. Eu sei que ele é seu melhor amigo, mas é a verdade. Todo mundo sabe que ele só quis ser capitão pra tentar ser você, mas acontece que ele cagou no pau e fomos humilhados por causa dele. Então ótimo, ainda bem que ele vai renunciar, porque senão teríamos que tirar ele de lá na força.

— Ei, dê mais uma chance pra ele. A Lisa não vai saber o que vamos fazer nos próximos jogos, eu posso ajudar a montar as estratégias e…

— Viu? Ele não sabe fazer nada sozinho, você sempre ajuda ele em tudo. Admita, James, ele é um péssimo capitão.

— Ele não é péssimo.

— Ele é! Para de defender ele!

 

James iria responder, mas ouviu outro membro da Grifinória xingando Ryan, e depois outro, e depois outro.

 

—Ei, ei, dá pra parar?! Um jogo ruim não vai fazer a gente perder tudo, pessoal! Parem de xingar o Ryan, ele foi burro, mas ele realmente quer fazer a gente ganhar! —James disse já ficando em pé para que todos conseguissem olhar para ele.

— Disse o melhor amigo dele. James, você é legal, mas o Ryan não serve pra ser capitão do time. —Gabriela, uma quintanista, disse.

— É, ele nunca pergunta o que a gente prefere. Ele está mais pra ditador do que pra líder. —Dan, o goleiro da Grifinória, disse.

— É! Quem é que elegeu ele pra começo de história?! —Um menino ruivo que sentava na ponta da comprida mesa disse.

 

James revirou os olhos e bufou com toda aquela agitação, ele não tinha como conter aquela multidão, então resolveu desistir e se sentar novamente. Quando James se sentou, a agitação aumentou e ele pôde ver um bolinho sendo atirado no ar.

 

Com todo aquele tumulto, James resolveu se levantar novamente para verificar o que tinha acontecido, então viu que Lisa estava próxima à mesa e todos os gritos eram direcionados a ela (incluindo o bolinho).

 

Lisa estava toda encolhida e parecia prestes a chorar, James não conseguiu acreditar na atitude que as pessoas de sua casa estavam tendo e ele não pôde evitar sentir vergonha de ser da Grifinória naquele momento.

 

— Ei! O que porra estão fazendo?! Deixem a menina em paz! —James disse, porém ninguém deu ouvidos a ele.

 

Do nada, apareceram Yaxley e Danielle perto da mesa. Danielle acolheu Lisa e a levou para a mesa da Lufa-Lufa, enquanto Yaxley olhava para as pessoas sentadas na mesa da Grifinória com um desprezo que não pode ser colocado em palavras.

 

— Escutem aqui, bando de animais. —Ele disse com um tom de voz tão alto que podia-se ouvir até com o tumulto da mesa. — É melhor pararem de mexer com a Lisa, ou a coisa vai ficar feia.

— Vai se foder, Yaxley, essa filha da puta entregou nossa estratégia toda pra você. Não queremos ela aqui. —Dan disse bufando. — Uma escrota, e nem pra ser gostosa pra dar gosto de ver.

— Ela é feia, as pernas dela são muito finas. —Uma menina disse lá atrás.

— É uma metida a artista, eu nunca gostei dela. —Um menino disse.

— Tomara que ela nem apareça no dormitório hoje porque senão vai dar merda pra ela. —Outra menina falou.

— Vocês não vão fazer nada. —Yaxley disse de cara fechada. — Se eu souber que algum de vocês fez qualquer coisa com ela eu juro que eu não vou pegar leve.

— Ah tá, você acha que bota medo na gente? Cão que ladra não morde, sabia? —Dan falou revirando os olhos, mas foi pego de surpresa por Yaxley que o levantou pela gola de seu suéter, quase o enforcando.

— Acontece que eu não sou um cachorro, eu ladro e eu mordo e é melhor ter medo de mim. —E com essas palavras ele soltou o menino de qualquer jeito na mesa e saiu.

 

A mesa inteira ficou em silêncio, Dan ainda tentava recuperar seu fôlego. Meninas e meninos cochichavam entre si sobre o que tinha acabado de acontecer. James não sabia o que pensar, só sabia que estava orgulhoso por Yaxley ter defendido Lisa e não ter deixado ninguém perturbá-la.

 

— Vocês acham que ele está falando sério? —Um menino perguntou.

— Acho que sim, olha o que ele fez com o Dan! —Gabriela respondeu apontando para o menino que respirava com dificuldade.

— Ele não pode ameaçar a gente, podemos falar com a diretora! —O menino retrucou.

— Não podemos falar com a diretora! Ela vai achar errado excluirmos a escrota da Lisa!

— Que tal vocês apenas pararem de xingá-la? —James disse. — É idiota e infantil, sem falar que não é uma atitude muito Grifinória.

— Blá blá blá, James, vai com seu senso de justiça pra lá, ok? Somos legais, mas somos justos, e ela mereceu ser tratada assim. Ela nos traiu. —Dan disse finalmente conseguindo respirar novamente. — E foda-se o Yaxley, juntos somos mais fortes do que ele.

— É isso aí! —Ouviam-se gritos de apoio a Dan.

— Não! Porra, não! —James disse já batendo na mesa de frustração. — Parem de maltratar a Lisa!

— De que lado você está, Potter? —Gabriela perguntou.

— Do lado do bom senso!

— Ok, você está do lado do Yaxley, entendemos.

— Não deveríamos atacar ninguém, foi um jogo, acabou! Vamos seguir em frente!

— Foi humilhante, James.

— Eu sei que foi! Você acha que eu não tô me sentindo uma merda por isso?! É claro que estou! Mas isso não justifica atacar um dos nossos!

— Ela não é um dos nossos, ela nos traiu!

— Ela estava com raiva do Ryan e errou, grande coisa!

— Não temos nada a ver com a briga dela com o Ryan, não era justo ela prejudicar todos nós por causa disso.

— Eu sei disso, ok? E eu também não concordo com a atitude dela, mas xingá-la e ameaçá-la não vai adiantar de nada! Violência não é o caminho, pessoal, pelo amor de Deus, vamos ser razoáveis.

— Você é muito pacífico, se não fizermos nada, ela vai achar que não tem problema nos foder de novo.

— Ela não vai fazer de novo.

— Como você sabe?

— Porque ela não está mais no time!

— Você falou que violência não é o caminho, mas viu o que o Yaxley fez com o Dan?! Ele vai bater em todo mundo aqui se não fizermos nada!

— Ele não vai fazer nada, eu vou falar com ele, ok?

— E por que ele te ouviria? Ele te odeia!

— Eu vou dar um jeito, só por favor… parem, ok?

 

A mesa parecia finalmente se acalmar e James se sentiu orgulhoso de si mesmo por ter contido aquele problema.

 

Lisa Manoban

 

Lisa foi até a mesa da Lufa-Lufa acompanhada por Danielle, ela estava abalada. As suas lágrimas saíam sem o menor controle, ela se sentia a pior pessoa do mundo por ter traído a sua casa e agora todos os seus colegas a odiavam.

 

— Ei, calma, eles vão esquecer isso. —Danielle disse enquanto enxugava as lágrimas de Lisa. — Eles só estão com raiva agora porque é recente, mas no próximo jogo eles nem vão mais lembrar disso.

— Eles vão sim, eu não deveria ter feito isso, deveria ter ficado na minha.

— Não deveria não, o Yaxley me contou o que fizeram com você… você fez certo, ok? Aquele menino foi um escroto te expulsando e eu tenho certeza que ele nunca mais vai pensar em te fazer mal depois dessa.

— Mas isso era entre ele e eu! Eu não deveria ter comprometido o time inteiro!

— Deveria sim! Ninguém te defendeu, eles têm que entender que não se pode fazer isso sem haver consequências.

— Bem, agora eu estou sofrendo as minhas consequências.

 

Yaxley voltou à mesa depois de alguns segundos e se sentou na frente das duas meninas.

 

— Eles têm medo de mim, não vão fazer nada com você. —Ele disse. — Se fizerem, você me avisa e eu acabo com quem quer que seja, ok? Eu não acho que seja uma boa ideia você dormir no dormitório da Grifinória essa noite, é melhor você dormir no dormitório da Sonserina. Eu posso falar com a Polly e as outras meninas pra elas cuidarem de você e você e o Luke podem ficar falando de arte e outras coisas chatas.

 

Lisa sorriu ao ouvir aquilo, era bom saber que haviam pessoas que se preocupavam com o seu bem estar, mesmo que essas pessoas não fossem de sua casa. E além do mais, ela ficaria perto de Lucas aquela noite, então aquilo não era de todo ruim.

 

— Tudo bem, eu aceito. —Ela disse enxugando as últimas lágrimas.

— Dani, eu vou voltar pra a mesa da Sonserina, ok? Amanhã conversamos, pode ser? —Yaxley disse se levantando.

— Pode ser, até amanhã. —Ela disse recebendo um beijo na bochecha.

 

Lisa já havia ido até a mesa da Sonserina e Yaxley ia logo atrás, mas Danielle segurou seu braço.

 

— Ei, foi muito legal o que você fez por ela. Tipo… protegê-la e oferecer seu dormitório… foi muito fofo, você é uma boa pessoa. Grosso às vezes, mas é uma boa pessoa.

— Obrigado. —Ele sorriu pra ela e foi até a mesa da Sonserina.

 

Porém, foi atrapalhado novamente. Dessa vez por James que segurou em seu antebraço.

 

— O que você quer agora? —Yaxley disse se virando pra ele. — Veio aqui me dizer pra não ameaçar seus colegas?

— Sim, mas não foi só isso.

— Diga, eu preciso ir pra minha mesa.

— Vem aqui.

 

James o arrastou para um canto silencioso e isolado, onde os alunos não podiam ver muito claramente.

 

— Olha, primeiro eu queria dizer que o que você fez pela Lisa foi legal. Eu não concordo nem um pouco com o que ela fez, mas foi legal você ter protegido ela ao invés de jogá-la para os leões depois de ter tido o que queria.

— Ok, obrigado. O que mais?

— Eu vou resolver tudo, você não precisa bater em ninguém. Eu sei que eles estão alterados, mas eu consigo fazê-los pensar melhor.

— Pelo visto não consegue.

— Eu consigo, acredite em mim. Me dê uma semana e esse ódio contra a Lisa vai acabar. Mas eu preciso que você não ameace ninguém.

— Mas se eles…

— Ninguém vai fazer nada contra ela, eu prometo. Acredite em mim, Kevin, eu estou tentando aqui.

— Ok, James, eu acredito em você.

— Acho melhor a Lisa não dormir lá hoje, só por precaução.

— Eu sei, ela vai dormir no dormitório da Sonserina.

— Você convidou?

— Sim.

— Eu disse pra você, não disse? No fundo você é adorável.

— É, acho que tenho que aceitar que eu não sou tão intimidador quanto eu acho que sou.

— Vamos voltar pra as nossas mesas, foi um prazer negociar com você, Kevin. —James estendeu a mão e Yaxley a apertou.

— Vai lá, Grifinório fodido.

— Cobrinha escrota.

— Não tem nada de “inha” aqui.

— Você é nojento. —James riu, mas sabia que era verdade.

 

Polly Malfoy

 

O jogo da Sonserina contra a Grifinória estava rolando e Polly estava no estádio com Catherine para comprar sorvete e depois sair de lá o mais rápido possível. Polly odiava esportes, Catherine também.

 

As duas meninas compraram seus sorvetes e tentaram sair no estádio, mas havia tantas pessoas que o caminho foi completamente bloqueado.

 

— Acho que vamos ter que ficar por aqui mesmo. —Polly disse bufando. — Odeio pessoas.

— Eu espero que eu não seja uma delas, senão eu vou embora e te deixo nessa muvuca do satanás.

— Se você conseguir ir embora eu te sigo pra sair daqui também.

 

Nessa hora, aconteceu algo no jogo que não era importante pra Polly, mas aparentemente era importante para o resto da torcida, então houve uma comoção e um menino acabou empurrando Polly com o cotovelo.

 

— Corno! Olha pra onde você enfia esse cotovelo, seu idiota! —Polly disse, mas o barulho era tão alto que o menino nem ouviu. — Preste atenção em mim, eu estou te xingando!

— Ele não vai te ouvir, ele está muito entretido com um monte de gente em cima de vassouras caçando uma bola. —Catherine disse enquanto mordia a casquinha de seu sorvete. — Aliás, que jogo chato, quero ir embora. Tomara que peguem essa porcaria de pombo logo.

— Eu acho que se fala pomo.

— Sério? Eu jurava que era pombo.

— Eu acho que é, toda vez que falam de quadribol eu ligo meu modo offline e não escuto mais nada.

— Eu digo o mesmo.

 

O narrador, Christopher Martell gritava os acontecimentos do jogo de um jeito animado que fazia Polly e Catherine rirem.

 

— O meu irmão é o melhor, não é? Acho que vou começar a assistir os jogos só pela narração dele. Minha mãe ficaria tão orgulhosa.

— Ele é engraçado. —Polly disse rindo de leve de algo que ele tinha falado.

— Aí, sabe o que deve estar se passando na cabeça da Aurora agora?

— Eu tenho uma boa ideia.

— Vamos dizer juntas no 3. 1, 2, 3…

 

As juntas disseram juntas algo como “O Avery é tão gostoso” e depois caíram no riso.

 

— Isso é muito verídico. —Polly disse rindo.

— Me lembre de perguntar pra ela se ela acha ele gostoso, porque eu tenho certeza que sim.

— Você shippa?

— Taurora? Auromas? Shippo.

— O nome é feio, eu não shippo mais.

— É feio mesmo, então arranjaremos outra pessoa pra ela.

— Que tal seu irmão?

— Nah, eu gosto da Aurora, mas eu quero alguém que não machuque o coraçãozinho do meu irmão mais novo.

— Eu pensei que vocês eram gêmeos.

— Eu nasci 10 segundos antes.

— Uau, você deve ter várias responsabilidades como irmã mais velha.

— Tenho, e uma delas é me certificar que ninguém está tentando quebrar o coração do meu irmãozinho.

— Que fofa, muito gentil de sua parte.

— Obrigada. —Catherine sorriu. — Aí, hipoteticamente falando, se você gostasse de meninas… com qual menina você ficaria?

— Hipoteticamente falando?

— Totalmente hipotético.

— Bem… eu não sei, eu nunca parei pra pensar nisso.

— O que você acha da Lily Potter?

— A irmã do Alvo?

— Sim.

— Acho ela fofa.

— E o que você acha da Rose Weasley?

— Acho ela bem bonita.

— O que você acha da Lana Stark?

— Acho ela linda.

— O que você acha do Avery?

— Bleh.

— Hm, ok. —Catherine olhou pra Polly com uma sobrancelha arqueada, com uma expressão de quem já tinha sacado tudo.

— O que foi?

— Nada, tá desconfiada?

— Você fazendo essa cara aí do nada.

— Deixa minha cara. —Catherine riu. — Aí, quer ouvir a história de como eu saí do armário pra minha família?

 

Polly ficou desconfiada por Catherine ter trazido esse assunto à tona do nada, mas resolveu não comentar.

 

— Quero.

— Bem, na verdade eu e meu irmão marcamos de sair do armário no mesmo dia.

— Seu irmão é gay?

— Ele é bi.

— Ah... legal.

— Eu comecei contando, minha mãe reagiu até que ok… ela não gostou muito e disse que tinha medo que eu virasse um machinho, mas tudo bem, eu já esperava isso. Meu irmão contou que era bi e ela ficou bem decepcionada, mas um pouco feliz porque havia esperanças dele casar com uma mulher.

— Que triste, mas pelo menos ela não botou vocês pra fora de casa.

— Ela nunca faria isso, somos os filhos dela e ela nos ama do jeito que nós somos.

— Você teve medo?

— Claro, mas era melhor contar logo do que ter que ficar me escondendo todos os dias.

— É… deve ser.

— E você? Quando é que pretende sair do armário?

 

Catherine disse como quem não quer nada e Polly se assustou. Ela sentiu uma dor no peito e só queria sumir dali, por que Catherine tinha que falar sobre aquele assunto onde tinha tantas pessoas?

 

— Polly? O que foi? —Catherine disse quando viu a expressão de pavor de Polly.

— Não quero que fale disso aqui, tem muitas pessoas.

— Você não vai me desmentir?

— …Não.

 

Falar aquilo tirou um peso gigantesco das costas de Polly e ela de repente se sentiu bem, como se fosse aceita. Até então só Scorpius sabia daquilo, e agora Catherine também sabia. Estava ficando cada vez mais fácil para contar, talvez não a julgassem tanto quanto ela achava que julgariam.

 

Logo depois que o jogo acabou, Polly e Catherine riam da cara dos torcedores grifinórios que saíam de seus lugares na arquibancadas cabisbaixos pela humilhação.

 

Finalmente as meninas conseguiram sair do estádio e resolveram ir até os jardins que estava vazio até então. As duas se sentaram em um dos bancos e ficaram olhando para o céu.

 

— Como o céu fica lindo quando a Grifinória perde, não acha? —Catherine disse.

— Acho. —Polly riu.

— E então… quer falar sobre aquele assunto?

— Aquele assunto?

— Sim, mas só se você quiser.

— Tudo bem, eu acho que quero. Na verdade, acho que preciso falar sobre isso. Eu não entendo muito bem.

— Não entende muito bem o quê?

— Tudo, sabe? Eu não sei como devo contar ou se devo… eu não sei como funciona o relacionamento com outra menina.

— É um relacionamento como qualquer outro, porém melhor já que não tem homens envolvidos.

— Faz sentido. —Polly riu. — Mas é que eu nunca tive um relacionamento com ninguém antes então eu não tenho base nenhuma.

— Você nunca fez nada?

— Não.

— Nunca nem deu um selinho?

— Não. —Polly riu um pouco envergonhada pela situação.

— Quantos anos você tem?

— Eu vou fazer 17 daqui a 2 semanas.

— Que fofa! Eu queria ser bv de novo, aí eu nunca teria inventado de beijar um menino e não ficaria traumatizada.

— Foi muito ruim?

— Ele lambeu meu nariz.

— Que nojo.

— Pois é. —Catherine riu. — Então, seu aniversário é daqui a 2 semanas? Vamos fazer uma festa!

— Não mesmo, eu odeio festas.

— Mas por quê? São ótimas e você vai se divertir!

— Não quero festa nenhuma.

— Mas eu vou fazer mesmo assim. E vou te dar um presente valioso: tudo o que você precisa saber sobre ser lésbica.

— Me diga.

— Sabe o que é preciso pra ser uma lésbica de verdade?

— O quê?

— Gostar de meninas, você gosta?

— Gosto.

— Parabéns, você foi aceita no clube das Sapatões e Bissexuais de Hogwarts.

— Simples assim?

— Simples assim.

— Como você sabia que eu era… sabe, lésbica?

— Amiga, quando eu olho pra você eu vejo uma faixa gigantesca na sua cara escrito “sapatão”.

— Tá tão na cara assim?

— Sim, mas eu tenho um gaydar muito bom.

— Preciso aprender esses termos?

— Sim, precisa.

— Ok, você me ensina?

— Ensino tudo, Polly Malfoy.

— Você não me chamou de Polly Chapman.

— Não chamei porque você é uma Malfoy agora, não é?

— Acho que sim.

— E quando é que vai contar pro seu pai a novidade sobre ser sapatão?

— Não sei… tipo… eu não sei se estou pronta pra contar pro… meu pai. —Foi esquisito para Polly chamar Draco de pai.

— Ele parece ser chatão, é o Draco Malfoy, não é? Todo mundo fala super mal dele.

— Ele é muito legal, tudo que falam sobre ele é mentira. Ele me acolheu e me protegeu quando eu não tinha ninguém.

— Ele me parece fofo agora, ele é fofo com você?

— Não sei, o que é ser fofo?

— Ele te abraça?

— Sim.

— Te manda cartas?

— Sim.

— Awn, que fofo! Draco Malfoy é legal!

— É. —Polly riu. — Talvez você o conheça um dia.

— Eu adoraria! Ele é chique, não é? Foi o que eu ouvi dizer.

— É, acho que ele é chique sim.

— O Scorpius já sabe de você?

— Sabe, ele era o único que sabia.

— Você simplesmente contou?

— Ele me perguntou se eu não gostava de meninos, então eu respondi. Me pareceu fácil na hora… e, pensando bem, acho que eu não sou muito discreta.

— Não, você não é.

— Eu não posso fazer nada, meninos não me atraem.

— Eu entendo você, eles também não me atraem nem um pouquinho.

— É bom saber que eu não sou um ET e que existem meninas iguais a mim.

— Existem várias, aleluia. Mas me diz… você já se interessou por uma menina?

 

Aquele era um assunto sensível que Polly não estava disposta a falar sobre, mas de algum jeito não parecia tão difícil falar com Catherine sobre isso.

 

— Bem… já… é que eu não gosto muito de falar sobre isso.

— Posso adivinhar? Crystal?

— É… —Polly olhou pra baixo enquanto mexia suas mãos de maneira nervosa, Catherine colocou sua mão por cima da de Polly na intenção de acalmá-la.

— Eu sinto muito, não deve ser fácil perder o seu primeiro amor desse jeito.

— Não é mesmo, mas acho que estou pronta pra seguir em frente… sabe? Não quero ficar remoendo isso pra sempre, só me deixa mal.

— Você faz bem em seguir em frente.

 

Polly olhou para Catherine, que sorria de forma simpática para ela. De repente, Polly se pegou pensando em qual olho de Catherine era o mais bonito, o verde ou o castanho… ela gostava dos dois e às vezes imaginava como seria a menina com os dois olhos de uma mesma cor.

 

“Acho que não seria tão legal, assim fica tão bonito e diferente…”

 

— Tá olhando muito pros meus olhos, finalmente começou a achar esquisito? —Catherine disse rindo.

— Não! Eu não acho esquisito, acho legal. —Polly sorriu. — É tipo o David Bowie.

— Mas o David Bowie não tinha heterocromia, uma das pupilas dele era permanentemente dilatada aí parece que os olhos são de cores diferentes, mas não são.

— Uau, que estranho.

— É estranho mesmo, mas é legal, não é?

— É, eu gosto. Você gosta?

— Gosto, antes eu odiava e usava uma lente só pra tentar deixar os dois castanhos.

— Por que escolheu o castanho e não o verde?

— Acho olhos escuros mais bonitos do que os claros, tem um brilho a mais.

— Obrigada, vou aceitar o elogio.

 

Catherine riu e tirou sua mão de cima da mão de Polly, que acabou por sentir um pouco de falta daquele contato, mas resolveu não falar nada.

 

— Vamos pro Salão Comunal? Tenho certeza que eles estão dando uma festa lá pra comemorar a nossa vitória esmagadora. —Catherine falou se levantando. — Quero que dê tempo para me maquiar em paz, você usa maquiagem?

— Não, eu não tenho nenhuma.

— Você gostaria de usar? Se bem que sua pele é maravilhosa mesmo sem nada, que inveja, a minha se eu deixo de passar hidratante 1 semana já enche de espinha e tudo que não presta.

— Que mentira.

— Eu até te mostraria que é verdade, mas não quero ter que lidar com crateras na minha cara agora.

— Ok, então vamos voltar pro Salão Comunal, você vai me mostrar como faz sua maquiagem?

— Claro, apenas observe a mestre aqui. Ninguém aplica um batom nude melhor do que eu aqui nesse país.

— Batons nudes realmente devem precisar de uma habilidade enorme pra serem passados… —Polly disse cheia de sarcasmo na voz.

— Não me subestime! Vamos logo, vem.

 

Cat puxou Polly pela mão e as duas foram correndo até o Salão Comunal da Sonserina.

 

Polly estava feliz e pela primeira vez desde a morte de Crystal, ela conseguiu passar algumas horinhas sem pensar nela.

 

Alvo Potter

 

Scorpius e Alvo estavam no jogo da Sonserina juntos, eles não gostavam muito daquilo mas era o que tinha pra fazer naquele dia. Os dois estavam sentados na arquibancada assistindo o jogo, Scorpius parecia preocupado com alguma coisa e Alvo parecia estar com a mente em qualquer lugar menos no jogo a sua frente.

 

— Aí, Scorp? —Alvo perguntou.

— Hm?

— Qual é o lado da gente e qual é o lado deles?

— Acho que o nosso é o lado esquerdo.

— Sério?

— Acho que sim, não estou prestando atenção.

— Nem eu, só grito quando as pessoas do meu lado gritam. É assim que funciona, não é? Você grita e xinga os adversários?

— Acho que é exatamente isso. —Scorpius riu e recebeu um beijo na bochecha. — Eu acho que estou passando mal, vou sair um pouco e já volto, ok? Só vou pegar um ar.

— Mas tem muita gente, você não vai conseguir sair daqui… e o que está sentindo? Eu vou com você.

— Não, é besteira… eu volto já, se eu não conseguir sair eu volto pra cá, ok? Não se preocupe comigo.

— Mas…

— Relaxa, Al, eu sou grandinho, posso me cuidar sozinho.

— Mas eu não quero te deixar sozinho enquanto você passa mal, que tipo de namorado eu seria?

— Um namorado que dá espaço ao seu namorado, ok? Eu vou lá, te vejo em alguns minutos.

 

Scorpius segurou o rosto de Alvo com suas duas mãos e depositou um selinho carinhoso em seus lábios, logo depois eles se afastaram e Scorpius sorriu pra ele.

 

“Filho da puta lindo.”

 

“O que eu não faço por esse loiro mequetrefe?”

 

E então Scorpius saiu no meio da multidão e Alvo o perdeu de vista. Ele suspirou por ter que ficar sozinho naquele estádio. Lado ruim de não ser a pessoa mais popular do mundo: você está rodeado de pessoas, mas ao mesmo tempo está sozinho.

 

10 minutos e nenhum sinal de Scorpius.

 

“Ele deve ter conseguido sair.”

 

“Ou será que ele ainda está preso?”

 

“Será que aconteceu alguma coisa? Acho melhor eu ir ver.”

 

“Não, fique sentadinho onde está. Scorpius merece o espaço dele.”

 

20 minutos e nenhum sinal de Scorpius.

 

30 minutos.

 

O jogo acabou e nada de Scorpius. Alvo estava perdendo o fôlego de tanta preocupação.

 

“Ele disse que estava passando mal, talvez ele tenha desmaiado ou coisa do tipo… Que tipo de namorado eu sou?! Não deveria ter deixado ele sair assim sozinho!”

 

Alvo pensava atordoado enquanto descia as arquibancadas, seguindo a multidão para finalmente sair do estádio. Assim que saiu de lá, avistou seu pai que comprava sorvete em uma das barraquinhas.

 

— Al! —Harry disse sorrindo para o filho. — Eu não te vi no jogo, onde estava?

— Nas arquibancadas da Sonserina, pai.

— Ah, é verdade… às vezes eu esqueço que você quis inovar.

— O que veio fazer aqui?

— Vim falar com a diretora, mas vi que estava rolando jogo então resolvi ver seu irmão jogar.

— Ele foi péssimo hoje.

— Foi mesmo, mas não vamos falar isso pra ele, ok?

— Claro. —Alvo riu e colocou as mãos no bolso do moletom da Sonserina que usava. — Onde está a mamãe?

— Com a sua irmã mais pro lado dos jardins. Onde estão Scorpius e Polly?

— Scorpius disse que estava passando mal e foi pra não sei onde, a Polly eu não sei… acho que ela não veio assistir o jogo, pelo menos eu não a vi.

— Mande lembranças por mim. —Harry saboreava seu sorvete enquanto isso. — Ah, você quer sorvete?

— Eu vou ter que pagar?

— Não, eu pago dessa vez.

— Então eu quero.

 

Harry pagou um sorvete para Alvo e os dois se sentaram em um banco para conversarem. Al sentia falta do seu pai já que era difícil vê-lo quando ele estava na escola. Ele era chato? Era, mas era seu pai e ele o amava.

 

— Eu peguei seu boletim da primeira unidade. —Harry disse, fazendo Al quase derrubar seu sorvete no chão de nervoso. — É mentira. —Harry então riu da cara do filho.

— Não faça uma brincadeira dessas comigo, pai, eu podia ter morrido.

— Podia nada.

— Podia sim! Deus me livre o senhor ver minhas notas agora, lá pro final do ano o senhor pode ver porque é quando eu começo a estudar um pouco.

— Eu pensei que Scorpius te ajudava.

— Ele me ajuda, mas é que eu não quero mesmo estudar.

— Que bonito, hein? Muito bonito.

— Eu sei, eu nem me esforço pra ser assim.

— Ridículo. —Harry riu. — Porém, eu vou pegar o do seu irmão. Como ele é 7 ano eu acho que ele faz mais provas que o normal.

— Você acha?

— Eu acho, eu nem fiz o 7 ano.

— Você não fez?!

— Não, eu estava ocupado salvando o mundo bruxo, Alvo.

— Mas você poderia ter voltado pra terminar…

— Aí foi porque eu tava com preguiça mesmo, sou culpado.

— Sei não… depois quer falar de mim.

— Eu posso falar de você, sou seu pai.

— Mas não é justo, o senhor nem terminou a escola!

— Salve o mundo que eu deixo você tirar todas as notas ruins do mundo e ainda por cima deixo você sair da escola agora mesmo.

— Eu não sei como salvar o mundo.

— Então fique na sua.

— Af. —Alvo deu a última mordida na casquinha do seu sorvete. — Eu acho que vou procurar o Scorpius, já faz 1h que ele sumiu.

— Boa sorte.

— Tchau, pai, foi bom ver o senhor. E valeu pelo sorvete.

— De nada, volte pra escola e não faça nenhuma merda.

— Vou tentar!

 

Scorpius Malfoy

 

Depois de quase 15 minutos de muito sufoco, Scorpius finalmente conseguiu sair do estádio. Por que era que havia tantas pessoas em um lugar só mesmo? Na concepção de Scorpius, deveria ser proibido.

 

Ele disse a Alvo que estava passando mal e aquilo não era uma mentira completa, só não era uma total verdade. Ele realmente estava passando mal, mas não era um mal estar físico, era um mal estar mental. Ele precisava saber mais sobre a lenda do demônio de olhos brancos e ele não descansaria até saber tudo o que tinha pra saber.

 

Scorpius desceu as escadas em direção à Masmorra da Sonserina, esperando que Suga estivesse lá e que ele pudesse anotar aquele nome esquisito em algum lugar, pois Scorpius nunca decoraria aquilo.

 

Assim que disse a senha e o muro de pedras se moveu, revelando a passagem para o Salão Comunal, Scorpius entrou animado, mas não encontrou ninguém. Desanimado, resolveu subir para o dormitório para pensar um pouco, e aí acabou encontrando o amigo coreano deitado, ele parecia estar dormindo.

 

“Devo incomodá-lo? Eu odeio quando me acordam.”

 

“É caso de vida ou morte, eu não quero ter minha cabeça arrancada.”

 

Com essas conclusões, Scorpius resolveu cutucar o menino e acordá-lo.

 

Ele não se mexeu.

 

“Que saco, acorda logo, menino esquisito!”

 

Scorpius respirou fundo e resolveu mexer no braço do menino, balançando-o.

 

— Suga, acorda, eu preciso da sua ajuda.

— Ah, é você? —O menino disse abrindo os olhos. — Pensei que era o Avery, eu estou evitando ele.

— Por quê?

— Porque eu prometi que faria o dever de Poções dele, mas acontece que eu não fiz.

— O Avery está jogando agora.

— Ah é! Esqueci disso. —Suga então pareceu bem despertado e se sentou na cama. — O que quer de mim?

— Quero que escreva o nome daquela lenda em um papel pra mim, pode ser? Eu quero procurar mais sobre ela na biblioteca.

— Eu não acho que vai ter muita coisa sobre lendas coreanas na biblioteca… mas você pode tentar. —Suga abriu a gaveta do seu criado-mudo e de lá tirou um caderninho e uma caneta. Ele escreveu “hayan nun-ui agma” numa folha e entregou para Scorpius. — Aqui, toma.

— Valeu. —Scorpius sorriu, mas suspirou de preocupação ao mesmo tempo.

— Você não parece muito legal não.

— Eu tô um caco, isso tá me consumindo.

— Isso o quê?

— Isso aqui. —Scorpius sacudiu o papelzinho na mão. — Eu acho que é isso que está acontecendo comigo.

— Você acha que tem um demônio dentro de você?

— Eu quero acreditar que não, mas eu acho provável.

— Eu não acho que você tem cara de demônio, se isso serve de consolo.

— Eu sonho comigo… tipo… não sou eu, mas parece comigo, mas os olhos são brancos. Ele fala comigo e ele sabe tudo sobre mim, diz que ele pode me ajudar a ficar mais forte… eu pensei que não era nada, mas quanto mais eu sonho essas coisas, mais agressivo eu fico. Essa última semana eu não dormi nada porque o Al deu a ideia de me dopar de remédios pra dormir, porque aí eu ficaria com sono demais e não sonharia com nada… funcionou, mas essa… essa coisa está entrando nos sonhos dos meus amigos também e eu não quero que ninguém se machuque por minha causa.

— Isso é sinistro… mas não tem nada sobre sonhos na lenda, talvez não tenha nenhuma conexão.

— Eu sei, mas eu acho que pode ser pelo menos uma possibilidade… eu preciso saber, eu não aguento mais não entender o que está acontecendo comigo. Uma vez eu fui pra cima do Yaxley, do Yaxley, sabe o que é isso?

— É… você realmente estava bem fora de si.

— Eu estava completamente louco! —Scorpius passou a mão pela sua testa, ele não aguentava mais ficar tão frustrado.

— Eu posso mandar uma carta pro meu pai perguntando se ele sabe de mais alguma coisa se você quiser, mesmo eu achando que não tem nada a ver.

— Eu iria agradecer se você fizesse isso.

— Eu faço. E ah… se você não encontrar nada, eu acho que perguntar pro Burke é uma boa.

— Pro Burke?

— Sim, ele gosta desse tipo de coisa mais sombria então ele deve saber algo sobre isso.

— É verdade! Eu posso perguntar pro Burke! Ele gosta de mim!

— É, ele gosta de você.

— Valeu! Valeu, valeu! Arigatō! —Scorpius disse saindo do dormitório quase correndo.

— Eu não sou japonês.

— Eu sei! —Scorpius gritou já descendo as escadas.

 

Agora ele tinha uma luz no fim do túnel: Professor Burke. Se nada desse certo, ele podia apelar pra ele. Se ele não soubesse nada sobre o assunto… bem, será um bom sinal de que esse tipo de coisa não existe e que Scorpius estava se preocupando à toa.

 

Scorpius correu até a biblioteca para pesquisar sobre a lenda coreana, mas agora ele não estava mais tão preocupado em achar alguma coisa porque ele teria o Professor Burke para questionar depois, estava tudo perfeito.

 

Scorpius passou a mão pelos livros e começou a procurar a literatura estrangeira, ele tinha certeza que acharia algo por ali. Ao tatear os livros, achou um enorme chamado “Ásia: Histórias e Lendas Bruxas.”

 

“Perfeito, absolutamente perfeito.”

 

Scorpius pegou o livro e se sentou no chão, de costas para a pratileira e começou a folheá-lo. O livro era gigantesco e englobava todos os países da Ásia (que não eram poucos).

 

“Índia, Paquistão, Síria, Singapura, Filipinas, Malásia, Indonésia… meu deus, cadê a porcaria da Coreia do Sul? Esse livro deveria estar em ordem alfabética, que escritor burro.”

 

Após passar 10 minutos folhenando, Scorpius sorriu de orelha a orelha ao ver o nome da Coreia do Sul. Ele teve que ler umas 10 lendas idiotas (e um tanto macabras) até achar a que lhe interessava.

 

“É agora, tomara que tenha algo que eu possa usar.”

 

Scorpius leu a lenda inteira, ela ocupava 2 páginas e meia do livro, mas não trazia nenhuma informação nova relevante. O que levou o pobre menino Malfoy a bufar de frustração.

 

“Deus me odeia, eu já aceitei.”

 

A frustração havia tomado conta do seu ser, mas agora o sentimento de cansaço e tristeza estava chegando para dividir o espaço. Scorpius estava sentado no chão da biblioteca com aquele livro imenso no seu colo, uma lenda macabra e nada útil. Resolveu então ler a lenda novamente, deveria ter algo que ele não prestou a devida atenção.

 

“Há muito tempo atrás, sábios bruxos coreanos acreditavam que um mal ocidental havia invadido o Oriente (...)”

 

“Espera aí, quê?”

 

“Um mal ocidental? Que porra é essa? Por que ocidental?”

 

Scorpius não teve tempo de pensar mais sobre o assunto, porque ouviu alguém chamando seu nome e se virou para ver quem era.

 

Era Alvo.

 

E ele havia esquecido completamente que tinha o deixado sozinho no jogo de quadribol.

 

“Droga, eu sou um lixo.”

 

— Você estava passando mal mesmo ou só queria se livrar de mim? —Alvo disse com uma expressão triste. Scorpius se odiava por tê-lo decepcionado.

— Eu estava… eu juro, é que eu…

— Esqueceu de mim? Ou só quis vir pra cá sozinho porque eu só te atrapalho?

— Você não me atrapalha, Al, é que…

— É que o quê?

— Eu… eu não sei explicar.

— É… eu tô vendo. Fique com seus livros, Scorpius, quando resolver me deixar te ajudar eu estarei te esperando. —Al abaixou a cabeça e suspirou pesadamente, deixando Scorpius sozinho com todos aqueles livros chatos.

— Espera aí, eu… —Não adiantava chamá-lo, Scorpius não tinha nenhuma explicação para dar pra ele.

 

Então ele apenas aceitou que Alvo havia ido embora.

 

E que ele, Scorpius, merecia ficar sozinho.

 

Porque talvez ele era demais pra alguém aguentar.


Notas Finais


Boa noite!
A todos vocês que possam estar decepcionados porque não aconteceu nada de extraordinário com o James e o Yaxley nesse capítulo: mores, depois de 56 capítulos eu acho que vocês me conhecem o bastante pra saber que não vai ser tão rápido assim, não é? Sejam pacientes com a tia voldemortindie, é só isso que eu peço, grata.
Outra coisa, vocês gostaram da capa do capítulo assim ou preferem só uma foto mesmo?
Ainda tem outra coisa KKKKKKK uma menina fofíssima que lê a fanfic aqui (~baby_girl_black) escreveu uma one-shot do James e do Kevin, tá muito fofinha e eu iria adorar que vocês fossem lá mostrar um pouquinho de amor pra ela e pra esse ship que vocês tanto amam.
Link da história: https://spiritfanfics.com/historia/secrets-between-us-10590112


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