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História Friends With Benefits - Prólogo


Escrita por: Mayy_97

Notas do Autor


EI EI EI EI MÉ QUE CÊS TÃO?

Capítulo 79 - Prólogo


POV Lauren

- Amor, não se esqueça de pegar a Spencer na escola.

Escutei a voz de Camila se fazer presente, quando o barulho irritante do secador de cabelo cessou.

- Onde está Sophia? - perguntei frustrada.

Não é como se eu não gostasse da minha neta à ponto de não querer buscá-la na escola, era apenas porque naquele dia eu não gostaria de pôr os pés pra fora da cama.

- Está em uma reunião de trabalho importante que não tem indícios do horário em que irá terminar. - Camila me respondeu, saindo do banheiro já vestida com uma lingerie vermelha.

Foi inevitável não me perder no seu corpo. Afinal, com uma mulher daquelas, quem não se perderia, não é mesmo?

- E Diana? Pensei que hoje fosse o dia de folga dela - tentei novamente.

- Por hoje ser o dia de folga dela, ela está organizando algumas coisas na nova casa delas. Você sabe como ela está animada com a nova mudança.

- Cameron?

- Cameron e Patrick foram resolver as papeladas da doação. Aparentemente iremos conhecer os nossos netos amanhã.

Não pude deixar de sorrir com aquilo. Cameron e Patrick estavam tentando adotar uma criança há um longo tempo, e mesmo que tudo parecesse que iria dar certo, no final algo de errado sempre acontecia. Então, eles estavam insistindo em um casal de gêmeos há meses. Eles não pareciam que iriam ceder daquela vez. Eu até mexi uns pauzinhos para que aquela adoção desse certo. Mérito da melhor advogada de Miami. Parecia que finalmente o meu filho iria realizar o seu sonho de ser pai e me dar netos. Não poderia estar mais orgulhosa da família que eu tenho.

- Amor, por que você não vai? - perguntei, soltando um longo suspiro cansativo em seguida.

Camila me olhou com ternura, sorrindo de uma forma tão doce que quase me derreteu por completo. Ela então se aproximou da cama, se debruçando sobre a mesma para aproximar-se de mim.

- Eu tenho que fazer algumas coisas, meu amor. Eu sei que hoje é o seu dia de folga, e que você mais do que ninguém merece descansar, mas é algo rápido, não vai tomar o seu tempo por completo. Além do mais, eu volto logo. Assim que você chegar com Spencer, Claire e Jasmine já estarão em casa. Podemos deixá-las assistindo desenho com Spencer e vimos para o quarto. Eu prometo que irei te recompensar daquele jeito que você gosta, hum?

Os nossos lábios roçavam-se à cada movimento que ela fazia para que as palavras saíssem de sua boca. Não era preciso de muito para que ela me convencesse, eu continuava uma idiota por aquela mulher. Camila sorriu, sabendo que já tinha me convencido, e logo em seguida juntou os nossos lábios em um longo beijo.

- Agora vá colocar uma roupa, está quase no horário de Spencer sair. - Camila falou.

Ela me deu as costas em seguida, caminhando em direção ao nosso closet. Meus olhos automaticamente desceram para a sua protuberância, era algo que eu não conseguia conter e evitar. Acreditava que idade não seria algo que tiraria a beleza da minha latina, porque a cada dia que se passava, a minha mulher se tornava cada vez mais bela.

- E é pra buscar Spencer de carro, não quero você correndo com a minha neta que nem uma maluca sobre aquela máquina mortífera de duas rodas. - Camila falou, já voltando do closet devidamente vestida e com um par de roupas minhas em suas mãos.

- Você pode respeitar a minha mulher, por favor? Rochelle não tem culpa se você sente ciúmes dela por besteiras. - fingi indignação, fazendo com que Camila revirasse os olhos.

- Eu não sinto ciúmes de uma moto. - ela murmurou, caminhando até o banheiro do nosso quarto e voltando com um pente de pentear cabelos em mãos. - Só acho desnecessário andar com ela. Você quis comprar, tudo bem, eu respeitei. Mas você dirige que nem uma maluca, minha preocupação não é à toa, afinal. - ela continuou à reclamar, me fazendo sorrir da sua forma exagerada de se preocupar comigo.

Camila tentava inutilmente pentear seus longos cabelos castanhos. Ela era bem impaciente quando eles estavam rebeldes daquela forma, então a única que tinha paciência para desembaraça-los era eu. Porém, a sua teimosia não iria permitir fazer com que ela me pedisse para fazer tal coisa. 

Busquei as roupas que ela havia depositado em cima da cama. A roupa se resumia em uma calça preta bem justa e uma blusa soltinha de mangas longas na cor branca. Evitei ao máximo sorrir da sua escolha. Camila sempre falava que eu chamava atenção demais na escolinha de Spencer quando iria buscá-la. Mal sabia ela que era ela que chamava toda a atenção do mundo.

Àquela altura, Camila já bufava impaciente, quase arrancando-lhe os cabelos. Me aproximei cautelosamente dela e lhe depositei um beijo em seus ombros, fazendo com que os seus ombros tensos relaxassem um pouco. Em seguida, beijei-lhe o pescoço, fazendo com que a sua cabeça tombasse para o outro lado, me dando total liberdade de fazer o que bem eu quisesse. Distribui beijos molhados por todo o seu pescoço e ombros, que só estava quase todo à mostra por conta da camiseta de alças finas que ela usava.

Fiz com que Camila sentasse na pontinha da cama, me sentando logo atrás dela. Desembaracei os seus cabelos com as pontas dos meus dedos, pois o pente machucava o seu couro cabeludo.

- Quantas vezes eu já lhe disse para pentear os cabelos antes de usar o secador? - a repreendi.

- Você pode me falar quantas vezes quiser, sabe que sempre irei esquecer de qualquer forma. - ela deu de ombros, me fazendo balançar a cabeça em reprovação.

Depois de desembaraçar os seus cabelos sedosos com os meus dedos, busquei o pente que estava em suas mãos para pentear os seus cabelos. O coloquei para o lado, do jeito que ela gostava e terminei. Viu só? Não era uma coisa impossível de se fazer, bastava ter paciência, mas se tinha uma coisa que Camila Cabello não tinha, essa coisa era paciência.

- Agora vamos. - lhe dei um último beijo em seus ombros, fazendo com que Camila se levantasse em seguida. - Aliás, pra onde você vai?

- Eu vou passar na casa da Dinah, preciso me informar sobre um paciente dela que quer fazer uma doação de rim. - Camila falou despreocupada.

- Mas Dinah não foi passar o dia com a família na casa dos pais dela? - perguntei confusa, pois Dinah não parava de falar o quanto que estava ansiosa para ver os pais novamente por ligação.

- Ah... vou passar lá em um pulo, quem sabe ela já não tenha voltado.

- Camila...

- Você vai com o Maverick, com o meu carro ou com a Mercedes? - ela perguntou, assim que chegamos na garagem.

Revirei os olhos, se ela havia mudado de assunto tão drasticamente, é porque com certeza não queria me contar o que estava aprontando.

- Eu vou com o seu carro, é bem mais confortável e já tem a cadeirinha da Spencer instalada. - falei.

Camila assentiu e abriu a porta da sua BMW para que eu entrasse, me dando a chave do carro em seguida. Lhe agradeci com um beijo rápido e adentrei o carro, lhe dando um breve aceno e rumando em direção à escolinha de Spencer.

A escola de Spencer não era muito longe de casa. Bastava 5 músicas - é assim que eu conto o tempo - para chegar até lá. Não demorou muito para eu estacionar em frente à escola de Spencer, rumando à entrada da mesma. Alguns pais já estavam aguardando os seus filhos em frente à escola, me dando a certeza de que eu não me atrasei tanto assim.

- Lauren, que surpresa. - Anne falou, já toda sorridente pro meu lado.

Anne era uma das professoras daquela escolinha infantil. Era uma mulher que provavelmente não deveria passar dos 30, e que era muito educada com todos. Mesmo Camila insistindo que a educação dela comigo chegava a ser irritante. Bem, em partes era.

Minha mulher era ciumenta, mas não maluca. Ela reparava os olhares de Anne pra mim, o modo como o sorriso dela se alargava e coisas do tipo. Acho que o que mais lhe deixava satisfeita, era perceber que as únicas palavras que eu trocava com Anne eram: Pode me trazer Spencer? Estou atrasada pro jantar em família.

- Olá Anne. Faz um bom tempo mesmo que não venho buscar Spencer. - falei educada. Afinal, ela me tratava bem, mesmo com os seus exageros. Não havia porque tratar ela mal. Era só não dar brechas.

- Sim, já estava me perguntando se Camila havia te prendido em um cativeiro. - tentou soar brincalhona, mas, infelizmente, eu não havia achado a menor graça de sua brincadeira.

- Vamos deixar as coisas aqui profissionais, certo, Anne? Pra você, eu e Camila seremos Sra. Cabello-Jauregui. Me desculpe, não estou sendo grossa, mas o único contato que teremos vai ser o "Traga-me Spencer, por favor", e "Obrigada, até logo". Não lhe dou intimidade pra fazer brincadeiras com a minha relação com a minha mulher, e isso garante o seu emprego por um longo tempo. - falei séria, olhando nos seus olhos para que ela percebesse a intensidade de minhas palavras.

Anne mordeu o canto de seu lábio inferior por algum motivo que eu preferia não saber, e sorriu do mesmo jeito exagerado de sempre. Se as minhas palavras haviam lhe afetado, eu já não sabia, pois ela conseguia ser uma perfeita atriz sem muito esforço.

- Como quiser, Sra. Cabello-Jauregui. - ela falou, fazendo com que um sorriso de satisfação surgisse em meus lábios. - Irei buscar Spencer, com licença. - ela pediu, me dando as costas em seguida.

Aproveitei a sua deixa para mandar uma mensagem para Dinah. Que aquela história estava muito mal contada, ah se estava.

" Estava pensando em pegar um cinema com Camila e as crianças hoje, vamos? - Lauren. "

" Eu adoraria olhar pra essa sua cara pálida hoje, pedacinho de esperma, mas só vou retornar pra casa amanhã de manhã. Que tal outro dia? - Dinah. "

" Claro, sem problemas. Divirta-se, sinto a sua falta. - Lauren. "

" Eu também sinto a sua falta, até amanhã. Eu amo você. - Dinah. "

Dinah falando que me ama, que medo. Fechei a nossa conversa e cliquei no contato de Camila.

" Amor, já chegou em casa? Tô com saudades. - Lolo. "

" Dinah se enrolou com algumas papeladas, mas chego logo logo, minha vida. Eu amo você. - Camzi. "

Hum.

Que suspeito.

- VOVÓ LO.

Escutei um gritinho infantil, e logo em seguida as minhas pernas foram abraçadas por um pequeno ser. Guardei meu celular rapidamente, me abaixando para pegar Spencer nos braços com o maior sorriso em meus lábios.

Era um fato de que eu ainda continuava estupidamente apaixonada por crianças. Se Camila permitisse, teríamos várias crianças com os olhos castanhos amendoados correndo por nossa casa, mas Camila parecia não querer quebrar a cabeça com isso, então, depois de uma tentativa falha de tentar fazer com que ela mudasse de idéia, desisti totalmente disso.

Eu poderia me contentar com os netos que Diana e Cameron me dariam ao longo do tempo, e ainda assim, ainda tinha Jasmine e Claire para aproveitar a infância, afinal, minhas pequenas já - ou ainda - estavam com os seus 9 anos de idade.

- Que abraço gostoso. - falei com uma voz de bebê, apertando Spencer em meus braços.

Spencer era a cópia perfeita de Sophia. Os cabelos castanhos de Sophia, o pequeno nariz empinado de Sophia, a cor de pele de Sophia estavam muito mais do que vivos na pequena Spencer. A única coisa que ela havia puxado de Diana foram os seus grandes olhos azuis, o que havia lhe caído perfeitamente. Eu tinha uma linda família.

- Hoje eu aprendi a contar de 1 até 10. - ela falou animada, agitando os seus pés pequeninos no ar. A coloquei no chão, pois quando ela fazia aquilo era porque ela queria se soltar dos braços que lhe seguravam.

- Oh, é mesmo? - fingi surpresa - Eu não acredito. Você pode me ensinar? A idade me fez esquecer como que se conta de 1 até 10.

- Claro, vovó. É assim. - ela encarou suas mãozinhas. - Esse é o 1, esse é o 2, depois vem o 3, o 4, 5, 6, 7, 8, o 9 e o 10. Tipo os 10 patinhos na lagoa.

Ela levantava um dedo por vez. A cena foi tão fofa, que eu não me contive em pegá-la nos braços e enchê-la de beijos por todo o rosto. Spencer gargalhava por conta da minha reação e das cócegas que eu lhe causava.

- Você só me dá orgulho, meu amor. Merece um sorvete de casquinha. Que tal?

- Mamãe não pode saber, tudo bem? - ela sussurrou, olhando para Anne cautelosamente. - Ela disse que não me quer comendo porcaria.

- Mas sorvete não é porcaria. Sua mãe merece umas palmadas. - falei indignada. - Eu vou ter uma longa conversa com aquela mocinha. - lhe beijei os cabelos castanhos, olhando para Anne em seguida. - Até a próxima, Anne.

- Até, Sra. Cabello-Jauregui. Até segunda, Spencer.

- Tchau, tia Anne. - Spencer mandou um beijo no ar para Anne, nos dando a deixa para ir em direção ao shopping mais próximo para comprar casquinha de sorvete.

[...]

- Ainda assim, eu prefiro a princesa jujuba. - falei, dando de ombros.

- Mas vovó, ela não tem tanta graça quanto a Marceline. Além do mais, mamãe Di disse que a Marceline que é a at... ativi... ati...

- Ativa? - perguntei perplexa.

- Isso. A Marceline é a ativa.

- E você sabe o que é isso, Spencer? - perguntei insegura.

- Mamãe disse que é quando ela come da fruta dela preferida. Eu sou ativa também. A senhora é?

Eu tenho quase certeza que se eu não estivesse concentrada no trânsito, teria batido na traseira do carro que estava à minha frente. Que diabos Diana pensa que está fazendo? Ainda bem que Spencer estava no seu auge de inocência infantil.

- Vovó as vezes gosta de comer a fruta dela preferida, as vezes gosta de dar pra vovó Camila comer. Você entende, meu amor? - perguntei, manobrando o carro para estacionar em frente de casa. Depois eu o colocaria na garagem.

- Tipo, um ato solidário? - ela perguntou confusão. Franzi o cenho, assentindo em seguida. - Entendo, vovó. A senhora faz muito bem em dar a sua fruta pra vovó Camz.

Você nem imagina o quanto, Spencer.

Deixando o assunto de ser ativa de lado, tirei o sinto de segurança da cadeirinha de Spencer e a peguei no colo, colocando ela no chão em seguida. Spencer não perdeu tempo e correu apressadamente até a nossa casa, provavelmente estava com saudades de Claire e Jasmine.

- Mamãe chegou. - Claire gritou, vindo ao meu encontro e apertando a minha cintura em um forte abraço. Beijei os seus cabelos castanhos, erguendo o seu pequeno - não tão pequeno assim - corpo em seguida.

- Onde está a sua irmã? - perguntei, tirando os meus conturnos e deixando ao lado da porta.

- Foi mostrar os nossos novos brinquedos à Jasmine. - Claire falou, voltando ao sofá.

A diferença física entre Claire e Jasmine ainda era quase nula. As duas eram parecidas em todos os detalhes possíveis em suas aparências. Mas quando o assunto era a personalidade das duas, elas se diferenciavam bastante.

Claire era reservada, digamos assim. Gastava grande parte do seu tempo se dedicando aos estudos e a natação, mesmo não sendo cobrada por Camila e eu. Não tinha muitos amigos, mas também não era solitária. Ela gostava de ficar sozinha, mas não de se sentir. Acho que Jasmine a ajudava bastante nessa ocasião. Ela se parecia bastante comigo, até.

Já Jasmine, era o retrato perfeito de Camila. Nos dias de festas de pijamas, era uma pizza inteira tamanho G somente pra ela. Ela tagalerava sem para, fazia amizades facilmente e se encaixava em qualquer tipo de grupo. Do mesmo modo que era extremamente desastrada, dramática e amava filmes de romance, mesmo tendo apenas 9 anos. Como eu já disse, o retrato perfeito de Camila.

- E sua mãe, já chegou? - perguntei.

- Ainda não, os pais da Cecília que vieram nos deixar em casa. - Claire me falou, com os olhos grudados na televisão.

Suspirei frustrada. Que Camila estava aprontando, isso era óbvio. O que mais me incomodava, era não saber o que ela estava aprontando. Aquilo me tirava do sério. Peguei o meu celular no bolso da minha calça, o desbloqueando rapidamente.

" Karla! Eu espero que você saiba que eu estou uma pilha com você. - Lauren. "

5 minutos. Nenhuma resposta. 10 minutos, uma mensagem da operadora me avisando que os meus créditos estavam inspirando.

" Eu quero uma boa explicação, porque eu realmente esperava chegar em casa e encontrar a minha mulher me aguardando pra me agradecer do jeito tão gostoso que só ela sabe fazer. - Lauren. "

Travei o meu celular e abracei Claire pelos ombros, tentando me entreter com o desenho que ela estava assistindo. Em determinado momento da noite, Diana apareceu para buscar Spencer, me deixando sozinha com Claire e Jasmine. Fiz a janta para nós três, coloquei as duas para tomar banho e escovar os dentes, e nos deitamos na minha cama de casal do meu quarto. Antes mesmo da histórinha que eu contava para as duas chegar ao fim, nós três já adormeciamos profundamente no mais profundo sono.

[...]

- Lo... Lolo, acorda.

Meus ombros foram balançados lentamente, fazendo com que eu me despertasse aos poucos. Olhei para o lado para confirmar que as gêmeas ainda se encontravam dormindo, voltando a olhar para Camila, que me encarava com o mesmo olhar terno de sempre. 

- Onde você estava? - perguntei com a voz rouca, tentando não soar irritada. - Ah, é. Esqueci que você foi até a casa dos pais de Dinah pra falar sobre um paciente seu no seu dia de folga. Afinal, como foi lá? Interessante?

- Amor, eu não quero brigar hoje.

Camila falou com uma calma que estava quase tirando do sério, selando os nossos lábios carinhosamente em seguida. Será que ela não percebia que eu queria brigar?

- Precisamos conversar, e é uma conversa séria. - ela falou calmamente - Me acompanha? - pediu.

Claro que eu iria acompanhá-la. Além de estar desconfiada do seu sumiço, ainda estava curiosa sobre a tal "conversa séria". Então apenas concordei com a cabeça, me levantando da cama cuidadosamente para não acordar Jasmim e Claire e a seguindo em direção à sala de estar.

Camila buscou um copo com água para ela, me oferendo em seguida. Neguei prontamente, indicando que queria logo ir ao ponto inicial da conversa. Camila sentou-se ao meu lado no sofá, pegando minhas mãos entre as suas.

- Eu estou tendo consulta médicas há algumas semanas. - ela iniciou o assunto, fazendo com que o meu coração errasse a batida.

- O que? Como assim? Por que você só tá me contando isso agora? O que você te--

- Calma. - ela pediu, sorrindo de uma forma doce. - Não tem nada de errado comigo. Quer dizer, tem, mas não é errado, entende? - neguei com a cabeça, fazendo com que ela soltasse uma risadinha baixa.

- Camz, o que...

- Lembra quando você estava toda molenga e eu pedi pra você ir pro hospital que eu iria fazer um exame de sangue em você? - concordei com a cabeça - Naquele dia eu tirei mais amostras de sangue do que deveria. Não pra confirmar se você estava realmente bem, mas sim porque eu tinha um plano na minha mente.

- O que...

- Dá pra você calar a boca? - ela mandou, fazendo com que eu me calasse prontamente - Eu queria tanto fazer isso, e quando você deu indícios de que também queria, foi apenas um tapinha nas minhas costas para que eu prosseguisse com isso. Então, eu peguei o seu DNA e levei à Dra. Amber, você se lembra dela?

- A Doutora que fez o processo da inseminação artificial? - perguntei duvidosa, Camila assentiu - Oh, sim. O que tem ela? - perguntei confusa, fazendo com que Camila sorrisse novamente. Ela estava tão leve, não sei. Sorridente, parecia feliz.

- Sabe, amor, eu nunca acreditei em coincidência, mas também nunca acreditei em destino. Antigamente eu pensava que quem construía nossos passos eram nós mesmos, sabe? Até você chegar. Já senti tantos gostos nessa vida. Senti o gosto da amargura, da doçura. Senti vários gostos derivados, mas nenhum desses gostos se comparam ao seu. E a nossa história foi tão dramática em certos pontos. Já nos conhecemos à todo vapor. Você me chamando de infantil e esbarrando em mim em uma festa, eu te jogando pragas que eu jamais pensaria jogar em alguém.

Tive que rir, pois era a mais pura verdade. O engraçado mesmo era que minutos depois, já estávamos quase transando na pista de dança dessa festa.

- Tivemos momentos difíceis longe uma da outra. Tivemos momentos dramáticos. Tivemos que dançar a música que o destino nos impunha a dançar. E mesmo assim, mesmo diante de tudo, as coisas entre a gente aconteceu tão naturalmente. Agora eu acredito no destino. Acredito que ele te trouxe pra mim por um propósito, da mesma forma que te levou também. Sei que não somos o exemplo de casal perfeito, mas aquele afastamento dramático foi essencial pra me fazer perceber que mais do que a metade de mim é você. Que você, unicamente você, me completa.

A essa altura os meus olhos já se encontravam marejados, os delas não estavam muito diferentes. A sua mão estava sobre a minha coxa, isso me fazia perceber o quão trêmula e gelada ela estava.

- Sei que se eu pudesse fazer tudo de novo que eu já fiz por nós duas, eu faria sem nem pensar duas vezes. Porque, Lauren, você é o meu bem mais precioso. Olha aonde estamos, como estamos. Somos mulheres maduras, temos amigos maravilhosos e uma família que nem nos meus sonhos seria tão perfeita assim. Sua melhor amiga já havia beijado a minha prima. A minha melhor amiga agora é casada com a sua melhor amiga. Se não estivéssemos nos esbarrado naquela festa, agora eu sei, de qualquer forma, você viria até a mim. Porque ninguém nesse mundo vai te pertencer como eu, assim como eu sei que ninguém vai pertencer à mim como você. Era pra acontecer. Você estava destinada à ser o amor da minha vida, Lauren.

- Camz...

- Sei que não nos conhecemos só nessa vida. Caramba, você sente a intensidade que eu sinto? Como se uma vida inteira não fosse o suficiente pra te amar? Porque eu sinto, e sinceramente, isso ainda me assusta as vezes. Mas... Lauren, de qualquer forma, obrigada por ter se tornado o meu ponto de paz, o meu amor, a minha eterna companheira e a mãe dos meus filhos. Nossa família só tende a crescer. Nossos amigos parecem coelhos que vivem nos dando sobrinhos, nossos filhos estão entrando nesse rumo de construir uma família agora e...

- Camila...

Camila se levantou em um sobressalto, caminhando até o móvel que continha a nossa enorme TV. Só agora eu fui perceber a presença de uma caixinha de presentes e um envelope branco ali. Camila os pegou, voltando a sentar-se novamente ao meu lado.

- Pra mim? - perguntei quando ela me ofereceu o envelope. Camila assentiu.

Peguei o envelope temerosa, o abrindo em uma velocidade que com toda a certeza que eu tinha, Camila julgou ser rápida, pois logo em seguida sua gargalhada preencheu o cômodo. No centro do envelope tinham algumas palavras grifadas, então eu julguei ser elas as mais importantes.

  " O hormônio FSM foi aplicado com sucesso, resultando a recrutação de folículos dos ovários, fazendo a estimulação de crescimento desses folículos, que continha óvulos em seu interior.

  As doses diárias ocorreram durante doze dias. Foram realizados exames de ultra-sonografia de 48 horas em 48 horas para acompanhar o crescimento dos folículos. Uma semana depois os folículos atingiram os seus 18mm, chegando assim, ao seu objetivo.

 A aplicação do hormônio hCG foi concluída com sucesso. Sendo assim, foram separados os espermatozóides mais bem formados e, reagindo à inseminação IIU, a paciente encontra-se grávida de 1 mês e duas semanas.

 Resultado: positivo.

- O que...

- Abre o presente, amor. - Camila pediu. Ela estava emocionada.

Busquei o embalo que estava em suas mãos e abri rapidamente, encontrando um pequena blusinha amarela de bebê, que tinha escrito no centro "fruto de uma amizade colorida". Eu já não podia conter as lágrimas, então larguei tudo ao meu lado do sofá, abraçando o pequeno corpo de Camila em meus braços.

- A nossa história está muito longe de acabar. Você vai ser pra sempre a minha amizade colorida. - ela falou, atacando os meus lábios em um beijo avassalador em seguida.

A convicção em suas palavras me deram a certeza de que Camila e eu iríamos render a mais bela história de amor do mundo. 

 


Notas Finais


Sim, galera, esse é definitivamente o fim.
Não é pegadinha dessa vez, e muito menos eu vou voltar daqui alguns meses (mesmo estando com saudades).

Então, mesmo essa sendo a segunda despedida, eu vou fazê-la mesmo assim.

Obrigada aos que me acompanharam até aqui. Vocês tornaram isso uma loucura. Mesmo com as ameaças de morte, cada um de vocês vão merecer um gemido meu quando eu tiver me masturbando.

Brincadeira... ou não.

Vocês são os melhores, então, obrigada. Obrigada de coração.

Eu estou escrevendo uma segunda fanfic, aos meus fãs (eu sei que tenho muitos, tá?) Se quiserem me acompanhar nessa loucura também, sintam-se bem-vindos.

https://spiritfanfics.com/historia/the-mother-of-my-best-friend-6542928


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