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História Friendzone - Prólogo


Escrita por: Cyber_Bard

Notas do Autor


Haaaiiiin,
Então, é a primeira fic do NCT que posto aqui. Não sei muito bem o que escrever nessas notas a não ser: espero que gostem e, por favor, comentem caso achem erros gramaticais. A beta fui eu mesma então sempre acabam passando algumas coisas. Se possível, comentem, conto com o apoio de você para continuar escrevendo ela.
Beijinhos e let's go ~

Capítulo 1 - Prólogo


 

Se pudesse escolher entre ser atropelado e se apaixonar pelo seu melhor amigo, qual dos dois escolheria?

 

Eu não queria jogar verdade ou desafio.

Sério. Não queria mesmo.

Quando você é o mais velho de uma turma de cinco meninos, você tem que tomar alguns cuidados para manter a amizade, mas ao mesmo tempo não perder a moral com os amigos. Cresci ouvindo dos meus pais que tinha que dar bom exemplo, que tinha que ter boas notas, não usar drogas e escovar os dentes quatro vezes por dia. Consegui atravessar o colégio exemplarmente como fui orientado a fazer. Digo “consegui” porque aquela era a última semana de aula, o clima de férias aos poucos enchia os corredores e dava uma dose extra de ânimo para quem ainda estava finalizando as últimas provas de fim de semestre e, agora, pensando bem, talvez tenha sido isso que me fez cometer o desatino de aceitar o convite de Jaemin para ir jogar verdade ou desafio em sua casa após as aulas.

Eu estava no segundo e último ano da Alta Escola, era o mais velho, logo o mais adiantado academicamente. Meus amigos Renjun, Jeno, Donghyuck e Jaemin tinham exatamente a mesma idade, 17 anos, e cursavam o primeiro ano da Alta Escola. Se algo me orgulhava eram os meus amigos. Tínhamos aquele tipo de amizade sólida, construída ao longo de toda uma vida. Parece exagero dizer isso devido a nossa idade, mas... Nos conhecemos ainda crianças, crescemos juntos. Lembro do dia em que o Donghyuck roubou a bicicleta do Renjun para descer a ladeirinha da rua onde eu moro. Ele se assustou com uma buzina e perdeu o controle da bicicleta, resultado: dois pontos no joelho e um dente caído no asfalto. Sorte que ainda era dente de leite. Depois que o susto passou e vi que ele estava bem, passei uma semana o importunando ao falar como havia ficado uma gracinha sem o dente da frente.

Eu jamais arriscaria uma amizade como a que tínhamos, mas foi exatamente isso o que eu fiz quando aceitei aquele convite.

 

--- // ---

 

Mark desceu do skate com um pulo e correu para dentro da escola. Estava atrasado. Tinha perdido a hora na noite anterior enquanto trocava músicas com os amigos pelo Kakao Talk. Ultimamente Mark precisava reconhecer que andava mais distraído do que o normal. Era o mais velho do grupo e, ainda por cima, o representante do grêmio estudantil. Ele precisava dar um bom exemplo para os demais, no entanto lá estava ele, chegando atrasado no colégio, com as barras das calças todas respingadas devido à chuva que havia caído ao amanhecer. Não tinha tempo para trocar de roupa então confiou que suas vestes secariam sozinhas antes que alguém da direção o visse daquele jeito. Pegou os livros no armário e disparou para o andar de cima. Iria se concentrar na aula, fazer os exercícios, dar um pulo na coordenação acadêmica para levar uma solicitação de novos equipamentos para o laboratório de ciências, tinha que checar os preparativos para a festa de encerramento do semestre e depois....  KaTalk! KaTalk!

Resignado, o garoto soltou o ar pela boca e pegou o celular que vibrava dentro do bolso da calça, vendo a mensagem que um dos amigos havia deixado.

 

[Hyuck] [08:04] Olá, senhor ocupado. Café. Mesmo bat-local e horário

[Hyuck] [08:05] Se não der as caras, a gente espalha pra geral que você gosta de Spice Girls

 

Ótimo. Mais um compromisso e ainda por cima acompanhado de ameaças. Mark acabou dando um leve sorriso e silenciou o celular antes de entrar na sala e se sentar exatamente no segundo exato em que o professor entrou em classe. É... Seria um longo dia.

Na hora do almoço, o rapaz foi correndo apresentar a documentação antes que mais algum nerd maluco do laboratório o acusasse de estar menosprezando o avanço da ciência. Olhou para o relógio de pulso e viu que já estava atrasado, de novo, ia ficar com cabelos brancos aos vinte anos do jeito que estava indo. Dirigiu-se então para o pequeno café que havia ao lado do colégio. Comprou um latte grande uma porção de pão de queijo e subiu as escadinhas que levavam ao piso superior onde os amigos o esperavam.

Como de costume, o grupo de cinco amigos costumava ocupar a mesa grande que ficava em frente a parede de vidro que dava vista para a rua. Quase sempre ficavam completamente sozinhos ali naquele horário já que os demais estudantes preferiam trazer comida de casa ou almoçar no restaurante da própria escola, mas naquele dia Mark viu algumas outras pessoas usando o mesmo uniforme que ele por ali. Deu um aceno por pura educação já que não reconhecera os rostos e então deixou o corpo desabar sobre a única cadeira livre, a cabeceira da mesa, entre Donghyuck e Renjun.

Aqueles eram os seus amigos de infância. Conhecia Donghyuck, Jeno e Jaemin desde que se entendia por gente. Quando tinha por volta de sete ou oito anos, o chinês Renjun se mudou para a casa vizinha a de Jeno, o que fez com que os quatro amigos virassem um quinteto. Todos eram da mesma sala, com exceção de Mark. O mais velho tinha se isolado um pouco há cerca de seis meses devido ao calendário escolar estar cheio de aulas extras e testes preparatórios para ir para a universidade no ano seguinte. Tinha um currículo escolar exemplar, mas lamentava que o preço disso fosse ter de se distanciar mais do que gostaria daqueles garotos. Felizmente, o tipo de laço que tinham aparentava ser do tipo que precisaria de muito mais do que distância para se romper.

- Olha só, parece que alguém resolveu se misturar. Ultimamente a gente só anda se falando pela internet. – Comentou Renjun num tom divertido enquanto lançava um olhar para o amigo ainda jogado na cadeira.

- Estávamos justamente cogitando a ideia de você estar com vergonha da gente. – Implicou Donghyuck, roubando um pãozinho de queijo de Mark. – O grande Mark Lee, o diferentão, líder do grêmio, monitor dos monitores, cacique supremo, veterano flower boy, futuro Rei do Baile...

A mesa explodiu em risadas e até Mark teve que se segurar, dividido entre dar uma risada ou uma voadeira na cabeça do amigo.

- Cala a boca, Hyuck. – Respondeu se sentando direito para começar a comer uma vez que já não tinham muito tempo de intervalo.

- Yah! Eu já disse que agora sou o Haechan. Que coisa, só a minha mãe ainda me chama assim... – Protestou enquanto fuçava alguma coisa no celular.

Mark apenas revirou os olhos, não ligava a mínima para o novo apelido do amigo, na verdade nem sabia de onde ele tinha tirado aquela ideia, mas quem ligava? Pelo menos não ele. Soltou uma risada baixa sozinho ao pensar isso e tomou mais um pouco de café. Andava tão cansado que poderia ficar por horas ali, relaxando ao contemplar as espirais de fumaça que saíam do seu copo de papelão, mas a voz de Jeno o fez despertar:

- Hey! Não dorme... Nossa, a barra pesou mesmo para você esses dias, né? Nós vamos para casa do Jaemin no final das aulas, vem com a gente. Você está precisando mesmo se distrair, cara. – Convidou Jeno, descansava os pés folgadamente sobre as pernas de Jaemin – Vai ter pipoca, ó.

Mark ergueu uma das sobrancelhas inconscientemente e terminou de engolir um dos pãezinhos antes de perguntar num tom curioso, considerando a proposta.

- E o que vocês querem fazer hoje?

- Verdade ou desafio! – Respondeu Jaemin com um sorriso enorme

A expressão de Mark mudou de curiosa para cuidadosa. Já tinha ouvido falar naquele jogo, claro, mas bem... Andava bastante ocupado já tinha algum tempo e nunca podia participar quando seus amigos de sala o convidavam para algo do tipo, no entanto já ouvira uma série de histórias a respeito, algumas bem desconcertantes por sinal.

- Esse jogo não é meio adulto demais não?

- Bem... – Jeno riu, mas foi Renjun que decidiu responder

- A gente já tem dezessete, Mark. Deixa de ser chato. Fora que só nós vamos jogar, não vai ter ninguém de fora vendo os nossos micões. E outra: o jogo só fica adulto se você fizer desafios ou perguntar coisas nesse nível. Tipo, ninguém aqui vai tirar a roupa né, gente? – Comentou no tom mais razoável que podia.

Depois de Mark, Renjun era o mais velho dos meninos apesar de não aparentar em nada ter a idade que tinha. Eram amigos há tantos anos que às vezes Mark se esquecia de que o tempo havia passado e não eram mais as mesmas crianças que cantavam músicas da Disney juntos. Quer dizer, ainda cantavam sim! Ontem mesmo foram dormir depois das duas da manhã por causa disso. Só que agora as músicas da Disney e o pop tinham entrado para categoria de “músicas para zoar”. Os gostos musicais tinham se diversificado e amadurecido um pouco, talvez esse fosse um dos primeiros sinais de que estavam crescendo. Ao pensar nisso, o olhar de Mark caiu na pequena falha dentária de Renjun, o que o deixava com aquele adorável ar de doze anos de idade. O mais velho balançou a cabeça e tomou mais um gole de café.

- Não, não e não. Vocês são crianças! Papo encerrado. Nada de verdade ou desafio.

Os protestos foram gerais, mas, como sempre, Jaemin tinha um às na manga ao retrucar com um daqueles sorrisos que desarmavam qualquer um.

- Eu acho que se está tão preocupado assim, mais fácil ir e cuidar da gente lá do que tentar nos impedir de jogar. Reflita. – Enquanto esperava as suas palavras fazerem o efeito desejado sobre Mark, Jaemin voltou o olhar para frente, na direção de Jeno e balançou as pernas de leve. – ... E tira esse pézão de cima de mim, vai me dar câimbras.

Jeno fez uma careta, uma mistura de manha e raiva por ter perdido o apoio para os pés e resmungou baixinho alguma coisa que só Jaemin pode escutar. Seja lá o que fosse, não agradou muito o mais novo ali presente que imediatamente atirou uma bolinha de guardanapo na cabeça de Jeno, só conseguindo fazer o outro garoto rir.

Mark suspirou e rolou os olhos. Sentia falta de passar mais tempo com aqueles bobões e querendo ou não aquela era sua última semana ali no colégio. Ano que vem os veria ainda menos. Os quatro poderiam jogar o tal jogo quando bem entendessem, mas não, ali estavam, convidando e insistindo para que Mark participasse da brincadeira. Aquele pensamento aqueceu o coração do canadense... Talvez de fato o melhor fosse ir para a casa de Jaemin no final da aula. Se não pode ir contra, una-se a eles:

- Ai, quer saber? Tá bom, tá bom, eu vou. Vocês são terríveis.

Assim que Mark concordou, uma agitação se formou na bancada no lado oposto do salão. Os meninos esticaram o pescoço para tentar entender o que se passava ali, mas não entenderam grandes coisas já que logo em seguida o grupo de crianças mais novas decidiu sair apressada da cafeteria.

Donghyuck foi o primeiro a voltar o rosto para a frente, ignorando o barulho que já diminuía conforme os menores desciam as escadas para ir embora, e então passou um dos braços ao redor de Mark, em um abraço de lado meio desengonçado, mas verdadeiro, antes de comentar num tom divertido:

- Sabia que ia tomar a decisão certa!! Esse é o meu garoto.

- É, parece bom, não vejo motivos para não ir. Não custa nada me divertir e reparar vocês um pouco, né?

Ele não podia estar mais errado, mas não sabia disso.

...Pelo menos não ainda. 


Notas Finais


Para quem não sabe, o sistema educacional na Coréia do Sul é dividido em escola elementar (como o nosso fundamental básico, até a sexta série) e escola secundária. A escola secundária seria como o nosso ensino médio, ela é dividida em basicamente dois momentos: Escola média (média de idade de 12 a 16 anos) e Alta Escola (15 a 18 anos). Nos últimos dois anos da Alta Escola, os estudantes fazem um tipo de curso profissionalizante e também se preparam para a universidade, como o caso do nosso Mark.
É isso, mereço reviews? <3


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